Imagem de 6 mitos sobre a Era Vitoriana no megacurioso

Se a Era Vitoriana faz você pensar em espartilhos, puritanismo e piercings genitais, você pode estar enganado

Pensar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120666-6-tradicoes-esquisitas-de-ano-novo-da-era-vitoriana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Era Vitoriana</a> &eacute; imaginar Jane Eyre, livro da escritora Charlotte Bront&euml;, adaptado ao cinema em 2011, e suas imensas mans&otilde;es, crian&ccedil;as &oacute;rf&atilde;s, casas comandadas por governantas com "m&atilde;o de ferro", n&atilde;o &eacute; mesmo? Ou quem sabe aqueles vestidos bufantes, espartilhos apertados, homens utilizando cartola e bengalas?
Certo, h&aacute; uma parte do imagin&aacute;rio desse per&iacute;odo da hist&oacute;ria que condiz com a realidade, mas h&aacute; muitas mentiras e mitos que foram se perpetuando no imagin&aacute;rio das pessoas e que este texto pretende mostrar para voc&ecirc;. Ent&atilde;o, preste aten&ccedil;&atilde;o, que agora &eacute; hora de saber seis mitos sobre a Era Vitoriana.
<h2 class="uk-text-justify">Mito 1: o piercing do pr&iacute;ncipe Albert</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03210032250008.jpg" alt="&nbsp;(Fonte: Men's Health)" />&nbsp;(Fonte: Men's Health)
Existe um <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/70181-10-piercings-e-alargadores-exoticos-que-vao-te-causar-muita-aflicao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">piercing</a> conhecido como pr&iacute;ncipe Albert. Trata-se de um acess&oacute;rio genital, colocado atrav&eacute;s de uma perfura&ccedil;&atilde;o na uretra. Atribu&iacute;do como de uso do monarca, esse &eacute; um mito cuja origem &eacute; incerta. O que se sabe &eacute; que, durante as d&eacute;cadas de 1960 e 1970, um adepto do uso de piercings chamado Doug Malloy divulgou por meio de impressos uma hist&oacute;ria sobre a origem desse piercing espec&iacute;fico.
Segundo Malloy, o pr&iacute;ncipe Albert teria criado esse "acess&oacute;rio" como maneira de "domar" a apar&ecirc;ncia de seu &oacute;rg&atilde;o avantajado quando vestisse cal&ccedil;as justas. Contendo pouqu&iacute;ssimos fatos, panfletos certamente foram respons&aacute;veis por impulsionar o mito. Existem teorias que relacionam a cria&ccedil;&atilde;o e o uso desse piercing com a prote&ccedil;&atilde;o do &oacute;rg&atilde;o genital masculino. Vale ressaltar que piercings genitais s&atilde;o conhecidos desde o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119721-india-do-kama-sutra-e-templos-eroticos-para-o-sexo-como-tabu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Kama Sutra,</a> publica&ccedil;&atilde;o que data de aproximadamente o s&eacute;culo II.
<h2 class="uk-text-justify">Mito 2: o vibrador surgiu para ajudar mulheres &ldquo;hist&eacute;ricas&rdquo;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03210231188009.jpg" alt="(Fonte: Science Museum)" />(Fonte: Science Museum)
Outro mito propagado com frequ&ecirc;ncia liga a cria&ccedil;&atilde;o dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/90609-hora-de-falar-de-sexo-conheca-a-bizarra-origem-do-vibrador.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vibradores</a> modernos com os tratamentos para mulheres com "<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120433-especialistas-acreditam-que-estamos-vivendo-uma-histeria-coletiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">histeria</a>", termo extinto que abarcava de tudo, desde dores de cabe&ccedil;a at&eacute; colapsos nervosos.
Popularizado em filmes e document&aacute;rios, essa narrativa ganhou for&ccedil;a com a obra The Technology of Orgasm: "Hysteria", the Vibrator, and Women's Sexual Satisfaction (A Tecnologia do Orgasmo: "Histeria", o Vibrador, e a Satisfa&ccedil;&atilde;o Sexual Feminina), escrita pela historiadora Rachel Maines, pesquisadora na Universidade Cornell, nos Estados Unidos (EUA), pois um novo estudo apontou que a tese original tinha bases question&aacute;veis, tendo muitas de suas alega&ccedil;&otilde;es refutadas.
Dispositivos mec&acirc;nicos foram desenvolvidos &agrave; &eacute;poca como massageadores de costas e pesco&ccedil;o, auxiliando a contornar o cansa&ccedil;o de m&eacute;dicos que precisassem aplicar massagem em suas pacientes. Muitos acabaram sendo utilizados para masturba&ccedil;&atilde;o na primeira d&eacute;cada do s&eacute;culo XX, mas como eram comercializados apenas para m&eacute;dicos, n&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias de que mulheres teriam acesso a eles.
Ainda por cima, &eacute; preciso ter em mente de que naquele momento da hist&oacute;ria n&atilde;o havia compreens&atilde;o do que seriam os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112332-pesquisadora-quer-desvendar-as-origens-do-orgasmo-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">orgasmos femininos</a>, tornando ainda mais improv&aacute;vel que tais aparelhos tivessem essa finalidade.
<h2 class="uk-text-justify">Mito 3: a Era Vitoriana foi um per&iacute;odo de puritanos</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03210554922010.jpg" alt="(Fonte: WikiMedia Commons)" />(Fonte: WikiMedia Commons)
Um dos mitos mais reproduzidos &eacute; de que a Era Vitoriana seria composta de&nbsp;puritanos. Ideal refor&ccedil;ado pelas artes pl&aacute;sticas e seus retratos de gente vestida at&eacute; o pesco&ccedil;o, esse mito entra em choque, por exemplo, com a literatura da &eacute;poca, carregada de erotismo, ou mesmo se imaginarmos que a Rainha Vit&oacute;ria&nbsp;detalhou as aventuras sexuais de sua noite de n&uacute;pcias em seu di&aacute;rio.
A Rainha Vit&oacute;ria tinha uma cole&ccedil;&atilde;o de pinturas de nus, sendo a escolha recorrente da troca de presentes entre ela e seu marido, o pr&iacute;ncipe Albert. N&atilde;o podemos nos esquecer do livro de mem&oacute;rias&nbsp;Minha Vida Secreta, cujo autor an&ocirc;nimo transcorria em min&uacute;cias relatos de suas aventuras sexuais.
<h2 class="uk-text-justify">Mito 4: Rainha Vit&oacute;ria, a primeira noiva de branco</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03211353329012.jpg" alt="(Fonte: Vanity Fair)" />(Fonte: Vanity Fair)
A ideia rom&acirc;ntica do <a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura/101925-19-fotos-que-mostram-vestidos-de-noiva-de-diferentes-partes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vestido de casamento</a> branco certamente surgiu com o da Rainha Vit&oacute;ria, mas apont&aacute;-la como sendo a 1&ordf; a utilizar &eacute; impreciso. Antes de tudo, a populariza&ccedil;&atilde;o do uso da cor remonta ao per&iacute;odo da coroa&ccedil;&atilde;o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120108-napoleao-bonarpate-quase-foi-morto-por-coelhos-domesticados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napole&atilde;o Bonaparte</a>,&nbsp;em 1804, quando ele e a sua esposa&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118093-napoleao-e-josefina-uma-historia-de-amor-conturbada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Josefina</a>&nbsp;mandaram confeccionar trajes brancos bordados com fios de ouro para a cerim&ocirc;nia, que tamb&eacute;m oficializaria a uni&atilde;o do casal.
J&aacute; o uso exclusivo por noivas ainda n&atilde;o possui consenso entre historiadores, apesar de muitos defenderem que essa tradi&ccedil;&atilde;o surgiu no s&eacute;culo XVI gra&ccedil;as &agrave; Rainha Mary Stuart, da Esc&oacute;cia, que vestiu branco em homenagem &agrave; fam&iacute;lia materna, cujo bras&atilde;o tinha essa cor. Maria de M&eacute;dici, Rainha da Fran&ccedil;a no s&eacute;culo XVII, tamb&eacute;m &eacute; apontada como poss&iacute;vel criadora da tend&ecirc;ncia.
<h2 class="uk-text-justify">Mito 5: os espartilhos levavam as mulheres vitorianas ao desmaio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03211250844011.jpg" alt="(Fonte: IBXK)" />(Fonte: IBXK)
Surgido por volta dos anos 1500, o corset, popularmente conhecido como <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119034-4-pecas-de-roupa-classicas-no-mundo-da-moda-e-suas-historias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espartilho</a>, era um acess&oacute;rio de uso comum entre os aristocratas espanh&oacute;is e franceses. O formato mais comum era o c&ocirc;nico, que tinha al&ccedil;as e estrutura mais curta do que aqueles que ficaram famosos, lembrando uma ampulheta.
Apesar de apontado como elemento de fetichiza&ccedil;&atilde;o e opress&atilde;o da mulher, a hist&oacute;ria mostra que parte de sua m&aacute; fama &eacute; anterior ao per&iacute;odo vitoriano. Durante a Revolu&ccedil;&atilde;o Francesa, esse elemento foi associado &agrave; aristocracia e, por isso, rejeitado. Na mesma &eacute;poca, difundiram-se boatos de "origem m&eacute;dica", sem embasamento cient&iacute;fico, sobre problemas causados pelo seu uso. Sem contar a associa&ccedil;&atilde;o feita entre prostitui&ccedil;&atilde;o e o uso de espartilhos.
A verdade &eacute; que os espartilhos s&oacute; machucavam as pessoas que n&atilde;o fizessem um bom ajuste do elemento, o que, &eacute; bom pontuar, n&atilde;o significa que o acess&oacute;rio n&atilde;o tenha causado danos em quem os apertasse em demasia.
<h2 class="uk-text-justify">Mito 6: Rainha Vit&oacute;ria era pretensiosa e mal-humorada</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/03/03211545125013.jpg" alt="(Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)" />(Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)
&Eacute; conhecido que os &uacute;ltimos 40 anos de vida da Rainha Vit&oacute;ria foram de luto e muito sofrimento causado pelo falecimento prematuro de seu marido, pr&iacute;ncipe Albert, aos 42 anos. Apesar disso, apont&aacute;-la como uma pessoa sisuda e pretensiosa parece ser um engano.
&Eacute; certo que, ap&oacute;s o falecimento de seu companheiro, as lamenta&ccedil;&otilde;es de forma privada e p&uacute;blicas aconteceram, mas antes disso ela perpetuou uma imagem de algu&eacute;m muito animada. Al&eacute;m de amar literatura e falar de forma fluente ingl&ecirc;s, franc&ecirc;s e alem&atilde;o, ela era uma ex&iacute;mia pianista, apreciadora de artes e pintou at&eacute; seus 70 anos.
O mito perpetuado de que ela teria proferido a frase "we are not amused" ("n&atilde;o nos divertimos", em tradu&ccedil;&atilde;o livre) foi desmentido em 1976 pela princesa Alice, neta da monarca, quem afirmou que a pr&oacute;pria havia-lhe confidenciado se tratar de uma mentira.

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6 mitos sobre a Era Vitoriana

Imagem de Cherry Sisters: as irmãs famosas por serem péssimas artistas no megacurioso

A história das 5 irmãs foi marcada por muita humilhação e insistência

Filhas de pai pintor e m&atilde;e dona de casa, Addie, Effie, Ella, Lizzie e Jessie Cherry chegaram a Marion (Iowa, EUA) em meados de 1877, ap&oacute;s muitas mudan&ccedil;as de estados. A fam&iacute;lia j&aacute; tinha um hist&oacute;rico de infort&uacute;nios com 2 mortes e 2 filhos que tentaram fugir de casa, sendo que Nathan, de 17 anos, conseguiu.
Em 1893, as irm&atilde;s decidiram montar uma banda, com muita cantoria, dan&ccedil;a, ensaios po&eacute;ticos e r&eacute;citas dram&aacute;ticas para ganhar dinheiro suficiente para uma viagem at&eacute; Chicago, onde aconteceria a Exposi&ccedil;&atilde;o Universal ou Feira Mundial de Chicago, que celebraria os 400 anos da chegada de Crist&oacute;v&atilde;o Colombo ao Novo Mundo. Nesse sentido, h&aacute; tamb&eacute;m relatos de que elas decidiram fazer isso para pagar a hipoteca da fazenda onde moravam e saldar outras d&iacute;vidas familiares.
A grande quest&atilde;o &eacute; que as irm&atilde;s eram o equivalente a socialite Florence Jenkins, interpretada por Meryl Streep no filme de 2016, cujo sonho era ser uma cantora de &oacute;pera, mas tinha zero talento e habilidade para isso.
<h2 class="uk-text-justify">Um show de horrores &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reddit&nbsp;" data-fonte-url="https://external-preview.redd.it/2jLBhp_kHA2uxWJwSXuXWX4sbmsHaCeYkoHBdBA3xHc.jpg?auto=webp&amp;s=d0f5c8de1be9d8fd5bc4e5771dea07074435ba56"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/21/21003841674006.jpg" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Naquele ano, as jovens se apresentaram no Daniels Opera House, colocando toda a experi&ecirc;ncia anterior de produ&ccedil;&otilde;es escolares e religiosas para promoverem um ato musical, fazendo p&ocirc;steres e distribuindo-os pela comunidade.
No final da 1&ordf; apresenta&ccedil;&atilde;o, vizinhos, amigos e outros convidados s&oacute; aplaudiram por educa&ccedil;&atilde;o, e as irm&atilde;s ficaram ainda mais exultantes com os US$ 100 da venda de ingressos nos bolsos. Ent&atilde;o, simplesmente, elas decidiram que estavam destinadas ao estrelato.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/21/21004019033009.jpg" alt="(Fonte: Longreads/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Longreads/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na segunda apresenta&ccedil;&atilde;o, por&eacute;m, no teatro Cedar Rapids, o p&uacute;blico n&atilde;o hesitou em expressar a verdadeira opini&atilde;o, vaiando-as euforicamente. Um cr&iacute;tico do Cedar Rapids Gazette chegou a escrever: &ldquo;O conhecimento delas de palco &eacute; pior que nada, e elas certamente n&atilde;o perceberam, na noite passada, que estavam se passando por idiotas&rdquo;.
Indignadas, as irm&atilde;s exigiram uma retrata&ccedil;&atilde;o e acusaram o escritor de fazer alega&ccedil;&otilde;es difamat&oacute;rias. Ele foi preso, e o jornal prop&ocirc;s que realizassem um julgamento teatral na casa de &oacute;pera local para que as irm&atilde;s se apresentassem para o j&uacute;ri. E foi isso que aconteceu, mas, para o espanto de todos, o escritor acabou sendo considerado culpado e "sentenciado" a se casar com uma das irm&atilde;s &mdash; uma t&iacute;pica reviravolta do s&eacute;culo XIX, mas ele n&atilde;o chegou a cumprir "a senten&ccedil;a".
<h2 class="uk-text-justify">A fama infame</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/21/21004215705012.jpeg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Seguindo &agrave; risca a frase de P. T. Barnum, &ldquo;n&atilde;o existe publicidade negativa&rdquo;, as irm&atilde;s come&ccedil;aram a receber aten&ccedil;&atilde;o de todo o pa&iacute;s, principalmente ap&oacute;s condenarem um homem que falava o que todos pensavam. De repente, centenas de pessoas lotaram os teatros buscando ver com os pr&oacute;prios olhos se elas eram t&atilde;o ruins assim, afinal de contas, apesar de o show fazer mal aos ouvidos, pelo menos provocava risadas no p&uacute;blico.
Ao contratarem um agente de vaudeville, em Chicago, que viu nelas a oportunidade de fazer mais dinheiro, as Cherry fizeram turn&ecirc;s nacionais, indo do Kansas a Illinois, faturando tubos de dinheiro. As cr&iacute;ticas ruins serviram apenas como combust&iacute;vel, pois os shows delas s&oacute; lotavam cada vez mais, tornando-se o &uacute;nico espet&aacute;culo de vaudeville que n&atilde;o foi recolhido mesmo sendo absurdamente ruim.
Por&eacute;m, chegou a um ponto que as pessoas n&atilde;o iam mais para assistir, e sim apenas para humilh&aacute;-las. As irm&atilde;s foram atacadas com frutas e vegetais estragados, bitucas de cigarro e charuto, sapatos e outros tipos de objeto, como latas. Devido a isso, elas passaram a se apresentar atr&aacute;s de uma tela, para evitar agress&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/21/21004303440013.png" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Elas deixaram os palcos s&oacute; em 1903, ap&oacute;s 10 anos de carreira, quando Jessie morreu de febre tifoide. As demais irm&atilde;s viveram juntas at&eacute; o fim de seus dias, ainda tentando incurs&otilde;es p&uacute;blicas e sendo ridicularizadas pela m&iacute;dia.
Para Darryl W. Bullock, autor de The Infamous Cherry Sisters: The Worst Act in Vaudeville, as irm&atilde;s Cherry estavam &agrave; frente de seu tempo. &ldquo;Elas eram cinco mulheres que estavam fazendo as pr&oacute;prias coisas e jogando sob suas regras. Elas faziam o que queriam&rdquo;, escreveu ele. &ldquo;Elas n&atilde;o iam deixar que homens determinassem o que elas podiam ou n&atilde;o fazer&rdquo;, segundo Bullock.
Nunca ficou claro se as irm&atilde;s acreditavam piamente no talento que tinham ou se s&oacute; se aproveitaram da situa&ccedil;&atilde;o toda, fingindo o m&aacute;ximo que podiam, para continuar faturando com a pr&oacute;pria desgra&ccedil;a.

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Cherry Sisters: as irmãs famosas por serem péssimas artistas

Imagem de Aporofobia: o ódio aos pobres refletido na arquitetura urbana no megacurioso

O termo se tornou popular após o padre Júlio Lancellotti denunciar em suas redes sociais uma série de imagens de locais projetados para espantar moradores em situação de rua

As formas de preconceito contra as pessoas mais desfavorecidas s&atilde;o in&uacute;meras, e elas podem se manifestar de modos que a gente nem imagina. A aporofobia (que vem significa medo ou rejei&ccedil;&atilde;o &agrave; pobreza ou a pessoas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112309-pessoas-podem-julgar-se-alguem-e-rico-ou-pobre-apenas-com-o-olhar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pobres</a>) aparece, por exemplo, na arquitetura das cidades &mdash; nos pisos pontudos que impedem os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117189-morador-de-rua-reencontra-familia-apos-viralizar-na-internet.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moradores em situa&ccedil;&atilde;o de rua</a> de dormir em certos locais, por exemplo.
O termo, que foi criado pela fil&oacute;sofa espanhola Adela Cortina, surgiu da jun&ccedil;&atilde;o de duas palavras gregas: &aacute;poros, que significa "pobre" ou "esamparado", e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118048-o-que-e-fobia-quais-sao-os-tipos-mais-comuns-e-suas-causas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fobia</a>, que significa "medo, rejei&ccedil;&atilde;o ou &oacute;dio". Por isso, aporofobia significa literalmente ter avers&atilde;o ou &oacute;dio aos pobres.
O termo ganhou popularidade depois que o padre J&uacute;lio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua em S&atilde;o Paulo, fez uma campanha virtual em que divulgava v&aacute;rias iniciativas que explicitavam a aporofobia de certos locais em S&atilde;o Paulo. A partir desta divulga&ccedil;&atilde;o, o padre come&ccedil;ou a receber imagens vindas de todo o pa&iacute;s que denunciavam a mesma situa&ccedil;&atilde;o.
As imagens divulgadas nas redes sociais do padre repercutiram bastante. Em todos os exemplos, a arquitetura &ldquo;antipobres&rdquo; tem algo em comum: ela nos faz deparar com cen&aacute;rios pelos quais j&aacute; passamos diversas vezes e provavelmente n&atilde;o nos demos conta de qual &eacute; a fun&ccedil;&atilde;o de tal solu&ccedil;&atilde;o arquitet&ocirc;nica ou, pior, pode ser que tenhamos presenciado tais lugares e achado normal que certas estruturas tenham sido constru&iacute;das para &ldquo;espantar&rdquo; as pessoas pobres.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/09/09180942848007.jpg" alt="Em 2021, viralizaram imagens em que o padre J&uacute;lio Lancelotti destru&iacute;a estacas de pedra cravadas em um local onde pessoas em situa&ccedil;&atilde;o de rua costumavam dormir. (Fonte: Rede Brasil Atual)" />Em 2021, viralizaram imagens em que o padre J&uacute;lio Lancelotti destru&iacute;a estacas de pedra cravadas em um local onde pessoas em situa&ccedil;&atilde;o de rua costumavam dormir. (Fonte: Rede Brasil Atual)
Em entrevista &agrave; BBC, o padre J&uacute;lio Lancelotti disse ter recebido mensagens de apoio depois de divulgar as imagens, mas tamb&eacute;m teve retorno de pessoas que o atacaram. "Alguns n&atilde;o conseguem entender que eu n&atilde;o quero que as pessoas fiquem ao relento ou embaixo dos viadutos e marquises. Esses indiv&iacute;duos est&atilde;o mais preocupados com hostilidades e oferecem menos acolhimento", ele falou ao portal.
<h2 class="uk-text-justify">Imagens de uma arquitetura hostil</h2>
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arquitetura</a> planejada para evitar a perman&ecirc;ncia de pessoas pobres pode ter v&aacute;rias facetas. O caso mais comum talvez seja o da coloca&ccedil;&atilde;o de obst&aacute;culos no solo, como embaixo dos viadutos, para evitar que pessoas durmam nesses locais, mas h&aacute; outros cen&aacute;rios em que a aporofobia se manifesta.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/09/09181145286008.jpg" alt="Um exemplo de aporofobia: espetos cravados na entrada de uma igreja em Campinas. (Fonte: Ag&ecirc;ncia de Not&iacute;cias das Favelas)" />Um exemplo de aporofobia: espetos cravados na entrada de uma igreja em Campinas. (Fonte: Ag&ecirc;ncia de Not&iacute;cias das Favelas)
H&aacute; imagens de bancos com divis&oacute;rias (que evitam que as pessoas se deitem neles), cal&ccedil;adas que permanecem o tempo todo molhadas, vasos que impedem os transeuntes de ficarem embaixo de marquise, al&eacute;m de iniciativas perigosas, como a instala&ccedil;&atilde;o de ganchos e grades que podem machucar.
Nem sempre a coloca&ccedil;&atilde;o desses acess&oacute;rios &eacute; ilegal, mas al&eacute;m de eles causarem riscos, vale lembrar que esse tipo de arquitetura n&atilde;o sugere nenhuma solu&ccedil;&atilde;o &agrave; quest&atilde;o da pobreza &mdash; apenas empurra o problema para outros lugares, de forma cruel.
<h2 class="uk-text-justify">Por que a aporofobia &eacute; nociva &agrave;s pessoas?</h2>
<blockquote class="instagram-media uk-text-justify" data-instgrm-captioned="" data-instgrm-permalink="https://www.instagram.com/p/CYSBxjKvuZY/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" data-instgrm-version="14" style="background: #FFF; border: 0; border-radius: 3px; box-shadow: 0 0 1px 0 rgba(0,0,0,0.5),0 1px 10px 0 rgba(0,0,0,0.15); margin: 1px; max-width: 540px; min-width: 326px; padding: 0; width: calc(100% - 2px);">
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<div style="color: #3897f0; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-weight: 550; line-height: 18px;">Ver essa foto no Instagram</div>
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<p style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; line-height: 17px; margin-bottom: 0; margin-top: 8px; overflow: hidden; padding: 8px 0 7px; text-align: center; text-overflow: ellipsis; white-space: nowrap;"><a href="https://www.instagram.com/p/CYSBxjKvuZY/?utm_source=ig_embed&amp;utm_campaign=loading" style="color: #c9c8cd; font-family: Arial,sans-serif; font-size: 14px; font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 17px; text-decoration: none;" target="_blank">Uma publica&ccedil;&atilde;o compartilhada por Padre Julio Lancellotti (@padrejulio.lancellotti)</a>
</div>
</blockquote>
Em novembro de 2021, um projeto de lei foi aprovado em S&atilde;o Paulo proibindo o uso de t&eacute;cnicas de constru&ccedil;&atilde;o hostil no espa&ccedil;o p&uacute;blico e privado. A lei foi batizada com o nome do padre J&uacute;lio Lancellotti. Ainda que ele seja respons&aacute;vel pela populariza&ccedil;&atilde;o dessa palavra, algumas pessoas costumam questionar a iniciativa dele &mdash; o religioso, inclusive, j&aacute; chegou a destruir instala&ccedil;&otilde;es urbanas que explicitam a aporofobia arquitet&ocirc;nica. 
O questionamento muitas vezes colocado a ele diz respeito &agrave; ideia de ele defender que os pobres permane&ccedil;am nesses locais.&nbsp;No entanto, essa &eacute; uma leitura err&ocirc;nea. O pr&oacute;prio trabalho do padre feito na Pastoral do Povo da Rua mostra o esfor&ccedil;o dele no acolhimento dessas pessoas e a transfer&ecirc;ncia delas para lugares dignos. Por&eacute;m, as a&ccedil;&otilde;es contra a aporofobia buscam denunciar que h&aacute;, sim, nas nossas cidades, a presen&ccedil;a do &oacute;dio &agrave;s pessoas pobres e que esse sentimento tamb&eacute;m se manifesta na forma como as casas e os edif&iacute;cios s&atilde;o projetados ou reformados.
Por isso, quem coloca esse tipo de arquitetura em seu estabelecimento n&atilde;o est&aacute; preocupado em lutar por pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para a melhoria de vida dessa popula&ccedil;&atilde;o, e sim quer apenas ficar longe do problema. E esse &eacute; o tipo de postura que precisa ser repensada se quisermos garantir uma vida mais digna a todos n&oacute;s, inclusive &agrave;queles que est&atilde;o em situa&ccedil;&atilde;o de rua.

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Aporofobia: o ódio aos pobres refletido na arquitetura urbana

Imagem de 5 coisas que você (provavelmente) não sabia sobre canibalismo no megacurioso

Entenda os segredos das sociedades canibais e o que poderia levar um ser humano a se alimentar de outro

S&atilde;o raras as vezes que o canibalismo est&aacute; ligado unicamente &agrave; fome. Na maioria dos casos, seja envolvendo fabricantes de rem&eacute;dios na Europa, seja em tribos nativas do Novo Mundo, seja com psicopatas, a "cultura canibal" representa algum sentido mais profundo na vida dos envolvidos.
O que isso quer dizer? Significa que tudo relacionado a essa pr&aacute;tica pode ser bastante cruel e perverso. Por isso, listamos cinco coisas que voc&ecirc; provavelmente n&atilde;o sabia sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109250-canibalismo-em-situacoes-de-sobrevivencia-e-crime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canibalismo</a>.
<h2>1. Verdadeiros canibais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/22/a-22185855277621.jpg" alt="a" />(Fonte: Unsplash)
Da Idade M&eacute;dia at&eacute; o fim da Era Vitoriana, os europeus ficaram conhecidos por engolirem praticamente todas as partes do corpo humano como se fosse um medicamento. Na &eacute;poca, era comum questionar qual tipo de pessoa seria ideal ser consumida para curar certos problemas.
Assim, eles foram os primeiros grandes canibais do planeta, tendo come&ccedil;ado com o tr&aacute;fico de m&uacute;mias do Egito. Receitas do s&eacute;culo XV orientavam as pessoas a preparar a carne humana com p&oacute; de mirra e aloe antes de ser macer&aacute;-la no vinho.
<h2>2. Canibalismo da fome</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15115704656238.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Ap&oacute;s a Reforma Protestante na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119829-canibalismo-na-europa-de-pratica-heroica-a-barbara.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Europa</a>, os povos civilizados da &eacute;poca estavam se matando durante as guerras. Em 1590, com Paris (Fran&ccedil;a) sitiada por Henrique de Navarra, um comit&ecirc; de emerg&ecirc;ncia contra a fome concordou que o p&atilde;o deveria ser feito com ossos do Cemit&eacute;rio dos Santos Inocentes como uma medida desesperada &mdash; e aqueles que consumiram o produto morreram.
A fome era tamanha no continente que o canibalismo acontecia em todas as partes. Na aldeia de Steinhaus (Alemanha) no fim de 1636, uma mulher supostamente atraiu uma menina de 12 anos e um menino de 5 anos para sua casa, matou-os e os devorou com seu vizinho.
<h2>3. Vivendo entre canibais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15115544062237.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Na d&eacute;cada de 1550, o viajante franc&ecirc;s Jean de L&eacute;ry decidiu passar algum tempo entre a tribo de canibais <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119729-indio-tibira-o-primeiro-caso-de-homofobia-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tupinamb&aacute;</a> no Brasil. Para ele, aquele lugar era mais confort&aacute;vel do que sua terra natal. Ao voltar para a Fran&ccedil;a anos depois, ele presenciou m&uacute;ltiplos ataques e execu&ccedil;&otilde;es forjadas pela Igreja Cat&oacute;lica. Mas n&atilde;o era como se ele fosse um adepto da pr&aacute;tica.
Ao viajar para Sancerre, uma comuna francesa devastada pela guerra, deparou-se com a cena de uma fam&iacute;lia discutindo se deveria comer a filha rec&eacute;m-falecida para matar a fome. Cansado de tanta brutalidade, ele vomitou diante de todos.&nbsp;
<h2>4. Canibalismo interno</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15115429593236.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Tribos canibais comiam os rivais como forma de escalada do &oacute;dio e da viol&ecirc;ncia. E havia todo um ritual envolvido. Os tupinamb&aacute;s s&oacute; devoravam um ref&eacute;m ap&oacute;s ele ter sido inclu&iacute;do na tribo por pelo menos 1 ano. Nesse meio-tempo, a pessoa j&aacute; teria obtido uma casa pr&oacute;pria e tido at&eacute; filhos na aldeia, os quais tamb&eacute;m seriam consumidos ao fim do processo.
Apesar de sofrer dor e exaust&atilde;o aparentemente al&eacute;m dos limites da resist&ecirc;ncia humana, a v&iacute;tima essencialmente cooperaria em todo o processo porque compartilhava certas cren&ccedil;as religiosas b&aacute;sicas com seus algozes, sempre acreditando estar sendo observada pelo deus do Sol.&nbsp;
<h2>5. Crueldade sem limites</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/15/15115932970241.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Segundo os relatos do escritor franc&ecirc;s C&eacute;sar Rochefort, tribos ind&iacute;genas dos pa&iacute;ses ao redor dos Andes poderiam ser mais cru&eacute;is do que um tigre, amarrando as v&iacute;timas a um poste e cortando somente os peda&ccedil;os de carne "mais deliciosos" do corpo.
Isso significa que ningu&eacute;m era desmembrado. O foco principal eram a panturrilha, as coxas, as n&aacute;degas e os bra&ccedil;os. Enquanto a pessoa era obrigada a se ver sendo devorada, os membros da tribo se tingiam com o sangue derramado.&nbsp;
Mesmo assim, os participantes do ritual tinham certo n&iacute;vel de cren&ccedil;a no processo. Caso o indiv&iacute;duo conseguisse se manter em sil&ecirc;ncio enquanto era devorado, seria aben&ccedil;oado pelos deuses e obteria o respeito de todos os membros do grupo.

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5 coisas que você (provavelmente) não sabia sobre canibalismo

Imagem de Charles Fiester ficou imóvel por 515 dias para não ser executado no megacurioso

O criminoso forçou um estado catatônico

Pouco se sabe sobre a hist&oacute;ria de Charles Fiester, e muitos a acham irrelevante, visto que s&atilde;o suas a&ccedil;&otilde;es na vida adulta, em meados de 1895, que contam. De acordo com registros do Departamento de Pol&iacute;cia de Salem, no Oregon (EUA), Fiester tinha 22 anos quando conheceu e se casou com Nancy, que na &eacute;poca tinha apenas 13 anos.
O casal chegou a criar 10 filhos em um casamento de 30 anos que, para vizinhos e colegas, parecia est&aacute;vel e amoroso. O homem era conhecido por sua simpatia, sua fala mansa e seu trabalho duro, valores que eram muito celebrados no s&eacute;culo XIX.
Mas isso tudo mudou quando Nancy come&ccedil;ou a aparecer repleta de hematomas e as gritarias em casa tomaram conta do habitual sil&ecirc;ncio. Ent&atilde;o ela come&ccedil;ou a sair com outra pessoa ao decidir p&ocirc;r um fim no casamento. O resultado: ela acabou assassinada por Fiester.
<h2>Fazendo a lei</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/20/20033843571021.jpg" alt="(Fonte: Ripley/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ripley/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 30 de setembro daquele ano, Fiester se declarou inocente por motivo de insanidade diante do juiz do tribunal do Condado de Josephine &mdash; ou seja, ele n&atilde;o poderia ser executado &mdash;, mas seu julgamento aconteceu anos antes de a ideia de insanidade tempor&aacute;ria impregnar os tribunais norte-americanos. Ele n&atilde;o tinha hist&oacute;rico de instabilidade mental, portanto, por falta de provas, o j&uacute;ri n&atilde;o se convenceu de que ele estava louco durante o crime. Fiester foi considerado culpado e condenado &agrave; morte por enforcamento.
Poucos dias antes de sua execu&ccedil;&atilde;o, a Suprema Corte Estadual concedeu uma suspens&atilde;o da execu&ccedil;&atilde;o para poder revisar a alega&ccedil;&atilde;o de insanidade. Por&eacute;m, no meio da prorroga&ccedil;&atilde;o, o cen&aacute;rio de uma liberdade j&aacute; n&atilde;o parecia mais uma possibilidade.
Temendo acabar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113869-a-cultura-do-linchamento-nos-estados-unidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corda em pra&ccedil;a p&uacute;blica</a>, Fiester simplesmente se deitou em seu beliche na cela, encarou o teto por alguns minutos e nunca mais se moveu, falou ou respondeu a ningu&eacute;m.
<h2>Catat&ocirc;nico</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/20/20034050712022.jpg" alt="(Fonte: Ask Difference/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ask Difference/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O homem entrou em um estado catat&ocirc;nico profundo, o que foi suficiente para um psic&oacute;logo do tribunal o declarar louco. E, como Fiester esperava, sua execu&ccedil;&atilde;o foi interrompida.
Ele permaneceu onde estava, sob supervis&atilde;o, esperando que sa&iacute;sse daquele estado enquanto seu caso definhava. Os agentes penitenci&aacute;rios tiveram de cuidar dele, alimentando-o v&aacute;rias vezes ao dia, banhando e trocando suas fraldas. Era como se s&oacute; o corpo dele estivesse em pleno funcionamento, mas n&atilde;o sua mente.
Ap&oacute;s 515 dias im&oacute;vel, em 10 de maio de 1897, Fiester acordou, mesmo sem ningu&eacute;m ter visto, quando dois de seus filhos, William (26) e John (18), terminaram na mesma cela que ele ap&oacute;s cometerem um roubo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/20/20034206728023.jpg" alt="(Fonte: YouTube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: YouTube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os prisioneiros alegaram aos carcereiros que ouviram a fam&iacute;lia cochichando no meio da madrugada. Na manh&atilde; seguinte, ao levar o que seria sua &uacute;ltima bandeja de comida, um policial encarregado de alimentar Fiester disse que nunca mais faria aquele servi&ccedil;o.
"Voc&ecirc; jogou bem", disse o policial. "&Eacute;, mas foi dif&iacute;cil", respondeu o criminoso, ap&oacute;s 43 meses em sil&ecirc;ncio.
Em 21 de abril de 1898, a defesa contra insanidade de Fiester foi indeferida, e o juiz declarou que ele seria enforcado em 10 de junho. Na manh&atilde; seguinte, o homem foi encontrado no mesmo estado catat&ocirc;nico pelo xerife, mas com os olhos revirados, a respira&ccedil;&atilde;o dif&iacute;cil e inconsciente.
Seu enforcamento foi adiado por apenas algumas horas, porque o p&uacute;blico se recusou a ser enganado de novo. Mesmo desacordado, &agrave;s 13h, os oficiais o carregaram para forca, na qual Fiester encontrou seu destino.

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Charles Fiester ficou imóvel por 515 dias para não ser executado

Imagem de O curioso caso de identidade de Madeleine Morès no megacurioso

H&aacute; algo errado envolvendo o nome Madeleine Paule H&eacute;l&egrave;ne Mor&egrave;s. Em 1924, quando ela nasceu, filha de Abert e Anna Mor&egrave;s, na cidadezinha de Meurthe-et-Moselle (Fran&ccedil;a), ningu&eacute;m esperava que outra como ela estivesse nascendo no mesmo momento em outro lugar. Se isso pareceu confuso, ent&atilde;o se prepare para o que est&aacute; por vir.
Em 1960, aos 36 anos, Madeleine se casou com um ferrovi&aacute;rio e se mudou para a Arg&eacute;lia, no norte da &Aacute;frica, onde viveu por cerca de 40 anos at&eacute; voltar para sua cidade natal na Fran&ccedil;a. Foi l&aacute; onde toda a confus&atilde;o come&ccedil;ou.
Quando a mulher foi providenciar a renova&ccedil;&atilde;o de sua carteira de identidade e da pens&atilde;o do governo, descobriu que outra Madeleine Paule H&eacute;l&egrave;ne Mor&egrave;s, moradora de Saint-&Eacute;tienne, estava reivindicando o dinheiro havia 20 anos.
<h2>O mist&eacute;rio</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16131714081355.jpg" alt="(Fonte: Soha/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Soha/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As autoridades acreditaram que n&atilde;o passava de um simples caso de roubo de identidade, ainda mais porque a verdadeira Madeleine havia passado praticamente metade da vida fora do pa&iacute;s. Detetives arranjaram um encontro entre as mulheres, na esperan&ccedil;a de que uma delas entrasse em p&acirc;nico e denunciasse seu disfarce. No entanto, para a perplexidade de todos, quando as duas Madeleines se encontraram, revelaram detalhes de seu nascimento e da vida com convic&ccedil;&atilde;o e riqueza de descri&ccedil;&atilde;o.
Elas tinham documentos, entre certid&atilde;o de nascimento e recibos banc&aacute;rios, comprovando que n&atilde;o s&oacute; eram Madeleine Mor&egrave;s como tamb&eacute;m eram a mesma Madeleine Mor&egrave;s. As duas tinham os mesmos pais e foram doadas para fam&iacute;lias adotivas quando ainda eram crian&ccedil;as. Ou seja, do ponto de vista administrativo, eram a mesma pessoa.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16131751097356.jpg" alt="(Fonte: Ripley's/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ripley's/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Confusos com a situa&ccedil;&atilde;o, agentes do governo pediram um teste de DNA ao irm&atilde;o da Madeleine reclamante, Ren&eacute; Mor&egrave;s, para ser comparado ao da outra Madeleine. O cen&aacute;rio sofreu um rev&eacute;s inusitado: no dia que o resultado do exame saiu, atestando que a Madeleine reclamante era considerada a "pessoa genu&iacute;na" da situa&ccedil;&atilde;o, uma foto chegou ao conhecimento das autoridades.
Nela, as duas mulheres se reconheceram, ainda muito jovens, sentadas lado a lado e de bra&ccedil;os dados no gramado de um orfanato em Orleans, uma cidade &agrave;s margens do Rio Loire, no centro-norte da Fran&ccedil;a. Elas alegaram que n&atilde;o se lembravam do encontro, tampouco quando ou como a foto foi tirada.
O caso foi "resolvido", mas s&oacute; gerou mais perguntas sem resposta. At&eacute; hoje ningu&eacute;m conseguiu decifrar o enigma que se tornou a vida dessas mulheres. Alguns sugerem que tudo n&atilde;o passa do golpe mais longo e menos pr&aacute;tico de todos os tempos, enquanto outros apostam que existe algo genuinamente errado nessa situa&ccedil;&atilde;o.

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O curioso caso de identidade de Madeleine Morès

Imagem de A verdadeira origem dos cintos de castidade no megacurioso

Ela é mais moderna do que se possa imaginar

Apesar de sua origem ser atribu&iacute;da &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120292-freio-de-bruxa-o-metodo-de-torturar-mulheres-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade M&eacute;dia</a>, devido ao seu hist&oacute;rico famoso em produzir dispositivos e objetos bizarros considerados um retrocesso na sociedade, n&atilde;o existe nenhum texto que comprove que os cintos de castidade eram usados durante esse per&iacute;odo.
Acredita-se que a ideia tenha sido inserida no imagin&aacute;rio popular atrav&eacute;s de um livro chamado Bellifortis, escrito em 1405, com designs para um cinto de castidade e outros itens de tortura do tempo da guerra. Por outro lado, o livro tamb&eacute;m carrega outros desenhos de dispositivos que n&atilde;o podem ser interpretados de maneira literal, como um que tornaria seu usu&aacute;rio &ldquo;invis&iacute;vel&rdquo;.
Mas se a civiliza&ccedil;&atilde;o medieval de fato acreditasse nos benef&iacute;cios do cinto, &eacute; muito prov&aacute;vel que existiria centenas de textos exaltando suas virtudes, em vez de muitos o tratando como algo sat&iacute;rico.
<h2>De onde vem</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Smithsonian Magazine&nbsp;" data-fonte-url="https://th-thumbnailer.cdn-si-edu.com/3pxy3uaX0cilMEG-wySG68Mc0_o=/1000x750/filters:no_upscale()/https://tf-cmsv2-smithsonianmag-media.s3.amazonaws.com/filer/15/aa/15aa3384-2cd5-47bd-a87e-cd927fde61d0/chastity_belt_satire.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16111226654168.jpg" alt="(Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A origem dos cintos de castidade &eacute; mais recente do que voc&ecirc; imagina. Estima-se que os primeiros tenham sido fabricados entre o final dos anos 1700 ou 1800. Feito de ferro para ser colocado ao redor da cintura e fechado com um cadeado, o dispositivo foi criado com base na ideia de que eles sempre foram eficazes ou op&ccedil;&otilde;es s&eacute;rias para os pais de fam&iacute;lia &ldquo;controlar&rdquo; suas esposas e filhas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16111321467170.jpeg" alt="(Fonte: LiveScience/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: LiveScience/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Se agora voc&ecirc; est&aacute; se perguntando por que foi inventado que o dispositivo surgiu na era medieval, os historiadores explicam que o prop&oacute;sito foi mantido por muito tempo pelas gera&ccedil;&otilde;es diferentes porque as pessoas tendem a culpar a Idade M&eacute;dia pelos atrasos na hist&oacute;ria da sociedade. A partir desse ponto de vista, conclui-se que a sociedade moderna se sente superior em rela&ccedil;&atilde;o aos que vieram antes, quando, na verdade, isso n&atilde;o passa de uma ilus&atilde;o.

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A verdadeira origem dos cintos de castidade

Imagem de Quando acidentes de trens se tornaram um entretenimento perigoso no megacurioso

A encenação era lucrativa demais para que pensassem na segurança dos espectadores

De <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118751-arremesso-de-raposa-o-cruel-esporte-do-seculo-xvii.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">arremesso de raposas</a> no s&eacute;culo XVII ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114962-turismo-atomico-testes-nucleares-na-las-vegas-de-1950.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">turismo at&ocirc;mico</a> da d&eacute;cada de 1950, os americanos sempre desfrutaram de um gosto peculiar em momentos de divers&atilde;o. Entre 1896 e 1930, os cidad&atilde;os se arrumavam para se sentar em uma plateia e assistir a encena&ccedil;&otilde;es de batidas de trens.
Em 15 de setembro de 1896, 40 mil pessoas se reuniram no norte de Waco, no Texas (EUA), para ver 2 locomotivas de 35 toneladas se chocarem a 80 km/h, fazendo suas caldeiras explodirem com o impacto, criando uma erup&ccedil;&atilde;o de destro&ccedil;os, lan&ccedil;ados a centenas de metros em todas as dire&ccedil;&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16100312611092.jpg" alt="(Fonte: Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Flickr/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como consequ&ecirc;ncia, fragmentos do maquin&aacute;rio desfiguraram milhares de espectadores ao atingirem a plateia, cegando um homem, matando duas pessoas durante uma tempestade de granizo de metal e outras que acabaram com parafusos alojados na cabe&ccedil;a. Ningu&eacute;m sabe quantos outros foram desfigurados e queimados.
Por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, as pessoas pagaram para testemunhar esse evento &mdash; e quase a pr&oacute;pria morte. O que &eacute; mais bizarro &eacute; que elas entravam em luta corporal no momento em que os comboios colidiam para poder coletar uma lembran&ccedil;a do choque.
<h2 class="uk-text-left">A pr&aacute;tica perigosa &nbsp; &nbsp;</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Desert News&nbsp;" data-fonte-url="https://cdn.vox-cdn.com/thumbor/gx31VKvYvl4tP2vEnM8Lo1hCPQc=/1400x1050/filters:format(jpeg)/cdn.vox-cdn.com/uploads/chorus_asset/file/18700384/595099050.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16100417033093.jpg" alt="(Fonte: Desert News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Desert News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No in&iacute;cio daquele ano, A.L. Streeter organizou o primeiro evento de colis&atilde;o de trem ao vivo, descrito por ele como "o espet&aacute;culo mais realista e caro j&aacute; produzido para a divers&atilde;o do p&uacute;blico americano".
O evento deu t&atilde;o certo que mais 6 foram organizados antes de o feito por William George Crush, um agente geral de passageiros da Missouri-Kansas-Texas Railroad (MK&amp;T), em Waco. Para essa encena&ccedil;&atilde;o em quest&atilde;o, os trabalhadores da ferrovia criaram uma cidade fict&iacute;cia a 24 quil&ocirc;metros do centro de Waco para que o show pudesse acontecer de maneira &ldquo;segura&rdquo;.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Amusing Planet&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/-P29aKUoYpEs/W1xGR2gEBXI/AAAAAAABX1U/pp20sM9FkJY65w2mvN_S-PCFngf2YxG7ACHMYCw/w1200-h630-p-k-no-nu/train-crash-crush-texas-47?imgmax=1600"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16100506064094.jpg" alt="(Fonte: Amusing Planet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Amusing Planet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para acomodar os pagantes, os organizadores perfuraram dois po&ccedil;os, instalaram canos para torneiras, trouxeram tanques de &aacute;gua mineral e montaram barracas de limonada e um restaurante tempor&aacute;rio.
Para entret&ecirc;-los at&eacute; a hora do grand finale, eles se inspiraram nos moldes da Feira Mundial de 1893 e montaram bancas de jogos, bem como organizaram apresenta&ccedil;&otilde;es de artistas circenses. Aqueles que pagaram ingresso para roubar as pessoas e outros tipos de criador de problemas foram parar em uma pris&atilde;o de madeira nos fundos do espa&ccedil;o.
<h2 class="uk-text-left">Um empreendimento lucrativo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16100709158095.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Esse tipo de entretenimento foi um alento para a economia da &eacute;poca, que ainda estava saindo de uma crise, arrecadando milhares de d&oacute;lares por dia com passagens de trem de ida e volta no valor de US$ 2, beneficiando diretamente a ind&uacute;stria ferrovi&aacute;ria.&nbsp;
A MK&amp;T foi a que mais se beneficiou com o empreendimento, visto que sofria com a quantidade de competi&ccedil;&atilde;o, embora estivesse crescendo no ramo ferrovi&aacute;rio. Para eles, valia a pena destruir duas locomotivas na frente de milhares de pessoas apenas para se manter em relev&acirc;ncia e lucrar.
Apesar de a cena p&oacute;s-acidente ser de caos e horror, a m&iacute;dia nem sequer se preocupou com as v&iacute;timas e os perigos do evento, apenas elogiou a ideia dos organizadores do espet&aacute;culo, criando uma sede por mais eventos como esse e ajudando a popularizar o espet&aacute;culo.

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Quando acidentes de trens se tornaram um entretenimento perigoso

Imagem de O significado de 4 símbolos impressos em lápides do século XVI no megacurioso

A arte tumular, ou seja, a simbologia que voc&ecirc; encontra nas l&aacute;pides dos cemit&eacute;rios, sempre visou retratar o sentimento que as fam&iacute;lias queriam perpetuar para cada ente querido. Quando o puritanismo era a religi&atilde;o predominante no s&eacute;culo XVI na Inglaterra, eles se distanciaram muito das cren&ccedil;as e pr&aacute;ticas da igreja cat&oacute;lica romana.
Recusando-se a exibir os mesmos s&iacute;mbolos religiosos, eles criaram gravuras e desenhos mais alinhados com suas cren&ccedil;as, n&atilde;o atribuindo caracter&iacute;sticas humanas a seres espirituais, como Deus e anjos. Portanto, n&atilde;o h&aacute; nenhuma dessas representa&ccedil;&otilde;es nos t&uacute;mulos do s&eacute;culo XVII, apenas a retrata&ccedil;&atilde;o de dramas e contextos familiares.
<h2 class="uk-text-justify">A cabe&ccedil;a da morte</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikiwand&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTaAyviKgfafTUWUXTubbD2eAmObxfXvRTbjwDUJ657xxekNmeE1CgFRj8xa0VZQE5JYyU&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16095558985081.jpg" alt="(Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikiwand/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Esse s&iacute;mbolo foi criado com base na vis&atilde;o desolada e puritana da vida e da morte, considerado um dos primeiros s&iacute;mbolos que enfeitaram uma l&aacute;pide. Posicionada no topo da pedra, a cabe&ccedil;a da morte &eacute; uma caveira simples com asas, cujo cr&acirc;nio representa a morte f&iacute;sica, e as asas personificam a ressurrei&ccedil;&atilde;o espiritual.&nbsp;Por vezes, as asas eram substitu&iacute;das por ossos cruzados e, em alguns casos, um cr&acirc;nio sem asas ou ossos era uma declara&ccedil;&atilde;o de mortalidade.
<h2 class="uk-text-justify">A ampulheta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16095644783082.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Se ilustrada em um espa&ccedil;o ao lado da l&aacute;pide, o objeto simbolizava que o falecido havia sofrido de morte s&uacute;bita. Os escultores poderiam adicionar asas &agrave; ampulheta para ressaltar que o tempo voa, visto que ela significa a passagem e parada do tempo.
Os puritanos encaravam a morte e a natureza fugaz da vida com resigna&ccedil;&atilde;o, pois era uma realidade corriqueira em seu cotidiano, muito diferente das vis&otilde;es modernas. Eles n&atilde;o entendiam o prop&oacute;sito em combater a morte, visto que Deus estava no controle de todas as coisas e, se ela havia chegado, ent&atilde;o significava um momento de inevit&aacute;vel partida.
<h2 class="uk-text-justify">O Sol &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16095733736084.jpg" alt="(Fonte: Web Urbanist/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Web Urbanist/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Sol era o lado mais mundano dos puritanos, colocado na l&aacute;pide para exemplificar a conex&atilde;o terrena que tinham.&nbsp;Um sol nascente indicava a esperan&ccedil;a da fam&iacute;lia de que o falecido ressuscitasse, enquanto o poente determinava que n&atilde;o havia esperan&ccedil;a de retorno para a pobre alma.
<h2 class="uk-text-justify">As m&atilde;os</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16095851033087.jpg" alt="(Fonte: JSTOR Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: JSTOR Daily/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com tr&ecirc;s gestos poss&iacute;veis, as m&atilde;os foram usadas para significar as vis&otilde;es espirituais dos que partiram. Uma m&atilde;o apontando para cima significava que a fam&iacute;lia acreditava que os mortos subiriam ao c&eacute;u, mas se estivesse apontada para baixo, indicava que a fam&iacute;lia estava clamando &agrave; Deus para "puxar" sua alma do inferno para o c&eacute;u.
J&aacute; as m&atilde;os entrela&ccedil;adas em um aperto mostravam um simples adeus, sem nenhum pedido. Esse gesto, normalmente, era usado quando a fam&iacute;lia sabia que a morte se aproximava de algu&eacute;m.

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O significado de 4 símbolos impressos em lápides do século XVI

Imagem de O "pânico do papel higiênico" é mais antigo do que você imagina no megacurioso

Em 1973, os Estados Unidos esgotaram o produto das prateleiras por puro medo

Em mar&ccedil;o de 2020, quando a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS) mudou seus &iacute;ndices de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119916-como-as-pandemias-impulsionaram-o-crescimento-de-megacorporacoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epidemia</a> do novo <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120521-omicron-tudo-o-que-sabemos-sobre-a-variante-da-covid-19.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">coronav&iacute;rus</a> para situa&ccedil;&atilde;o de pandemia, sugerindo que governos do mundo todo instaurassem medidas de seguran&ccedil;a para conter a dissemina&ccedil;&atilde;o do v&iacute;rus, como os famosos lockdowns, um dos primeiros produtos que geraram brigas e esgotaram das prateleiras dos mercados na Espanha, nos Estados Unidos, em Hong Kong, em Londres e at&eacute; na Austr&aacute;lia foi o papel higi&ecirc;nico.
Os notici&aacute;rios e a internet foram bombardeados com imagens de pessoas carregando carrinhos de supermercado lotados com o produto, entre brigas e discuss&otilde;es por posse dos rolos. De onde vem essa obsess&atilde;o?
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16094342431061.jpg" alt="(Fonte: The Economic Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Economic Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De acordo com David Coral, presidente da ag&ecirc;ncia BBDO, esse comportamento tem a ver com fatores psicol&oacute;gicos, visto que o produto higi&ecirc;nico d&aacute; uma sensa&ccedil;&atilde;o de seguran&ccedil;a, o que tamb&eacute;m est&aacute; ligado ao medo de perder algo ou ficar de fora (FOMO: Fear of Missing Out).
&ldquo;&Eacute; o medo do que acontecer&aacute; se eu n&atilde;o tiver o que os outros t&ecirc;m. Nesse caso, o papel higi&ecirc;nico, porque, se voc&ecirc; v&ecirc; que as pessoas est&atilde;o comprando, pensa que &eacute; por alguma raz&atilde;o necess&aacute;ria e, nesse tipo de comportamento, s&oacute; demonstra que somos greg&aacute;rios&rdquo;, explicou Coral em uma mat&eacute;ria do&nbsp;El Pa&iacute;s.
Contudo, esse t&iacute;pico comportamento de p&acirc;nico de consumo (panic buying) com rela&ccedil;&atilde;o a um produto j&aacute; aconteceu outra vez, em 1973, quando o comediante Johnny Carson incentivou uma como&ccedil;&atilde;o em massa.
<h2 class="uk-text-justify">Despertando o medo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16094616884065.jpg" alt="Johnny Carson. (Fonte: Waldina/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Johnny Carson. (Fonte: Waldina/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tudo aconteceu quando o comediante, vencedor de 6 pr&ecirc;mios Emmy, leu um recorte de jornal sobre uma poss&iacute;vel escassez de papel higi&ecirc;nico durante o mon&oacute;logo de abertura de seu programa noturno The Tonight Show para mais de 20 milh&otilde;es de telespectadores.
Um congressista republicano da &eacute;poca, chamado Harold V. Froelich, havia divulgado um comunicado &agrave; imprensa alertando o p&uacute;blico sobre essa falta do produto em alguns meses. Ele ressaltou que n&atilde;o era motivo para que as pessoas fizessem piadas sobre isso, mas sim um problema que afetaria diretamente a vida de todos os americanos. No entanto, o senso de humor de Carson falou mais alto, e ele trouxe a nota exatamente para fazer piada sobre o assunto &mdash; mas o tiro saiu pela culatra.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16094742057067.jpg" alt="(Fonte: Artworks/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Artworks/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A segunda metade do s&eacute;culo XX j&aacute; era marcada pela escassez, principalmente devido aos transtornos e horrores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119223-fragging-o-ato-de-matar-os-proprios-companheiros-de-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietn&atilde;</a>, a instabilidade do petr&oacute;leo e outros aspectos econ&ocirc;micos, ent&atilde;o a sociedade americana vivia sempre em tens&atilde;o com rela&ccedil;&atilde;o a tudo.
O medo e a imin&ecirc;ncia de escassez se tornaram ainda mais fortes com a transmiss&atilde;o de imagens da Scott Paper Company &mdash; uma das dez maiores produtoras de papel higi&ecirc;nico no pa&iacute;s &mdash; dobrando a linha de produ&ccedil;&atilde;o, alimentando a m&aacute; interpreta&ccedil;&atilde;o das pessoas.
<h2 class="uk-text-justify">O p&acirc;nico</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16095139968073.jpg" alt="(Fonte: Anos Dourados/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Anos Dourados/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O resultado foi milh&otilde;es de americanos desesperados invadindo supermercados e lojas de conveni&ecirc;ncia locais por todo o pa&iacute;s para comprar o m&aacute;ximo que pudesse carregar do produto. Em entrevista ao The New York Times, um consumidor disse que, ap&oacute;s ouvir o notici&aacute;rio, ele comprou 15 fardos de rolos. Outra mulher come&ccedil;ou a pedir que os convidados de uma festa de anivers&aacute;rio que planejava trouxessem um rolo de papel higi&ecirc;nico como passe.
O frenesi durou alguns meses, esgotando o produto das prateleiras e causando problemas para as empresas que n&atilde;o haviam-se preparado para suprir a demanda e acabaram perdendo dinheiro.
Carson recebeu grande parte da culpa por alimentar o mito da escassez do produto, tendo que apresentar um pedido de desculpas formal aos telespectadores &mdash; muito embora n&atilde;o fosse totalmente o culpado.

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