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31/12/2021 às 02:00•2 min de leitura
A arte tumular, ou seja, a simbologia que você encontra nas lápides dos cemitérios, sempre visou retratar o sentimento que as famílias queriam perpetuar para cada ente querido. Quando o puritanismo era a religião predominante no século XVI na Inglaterra, eles se distanciaram muito das crenças e práticas da igreja católica romana.
Recusando-se a exibir os mesmos símbolos religiosos, eles criaram gravuras e desenhos mais alinhados com suas crenças, não atribuindo características humanas a seres espirituais, como Deus e anjos. Portanto, não há nenhuma dessas representações nos túmulos do século XVII, apenas a retratação de dramas e contextos familiares.
(Fonte: Wikiwand/Reprodução)
Esse símbolo foi criado com base na visão desolada e puritana da vida e da morte, considerado um dos primeiros símbolos que enfeitaram uma lápide. Posicionada no topo da pedra, a cabeça da morte é uma caveira simples com asas, cujo crânio representa a morte física, e as asas personificam a ressurreição espiritual. Por vezes, as asas eram substituídas por ossos cruzados e, em alguns casos, um crânio sem asas ou ossos era uma declaração de mortalidade.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Se ilustrada em um espaço ao lado da lápide, o objeto simbolizava que o falecido havia sofrido de morte súbita. Os escultores poderiam adicionar asas à ampulheta para ressaltar que o tempo voa, visto que ela significa a passagem e parada do tempo.
Os puritanos encaravam a morte e a natureza fugaz da vida com resignação, pois era uma realidade corriqueira em seu cotidiano, muito diferente das visões modernas. Eles não entendiam o propósito em combater a morte, visto que Deus estava no controle de todas as coisas e, se ela havia chegado, então significava um momento de inevitável partida.
(Fonte: Web Urbanist/Reprodução)
O Sol era o lado mais mundano dos puritanos, colocado na lápide para exemplificar a conexão terrena que tinham. Um sol nascente indicava a esperança da família de que o falecido ressuscitasse, enquanto o poente determinava que não havia esperança de retorno para a pobre alma.
(Fonte: JSTOR Daily/Reprodução)
Com três gestos possíveis, as mãos foram usadas para significar as visões espirituais dos que partiram. Uma mão apontando para cima significava que a família acreditava que os mortos subiriam ao céu, mas se estivesse apontada para baixo, indicava que a família estava clamando à Deus para "puxar" sua alma do inferno para o céu.
Já as mãos entrelaçadas em um aperto mostravam um simples adeus, sem nenhum pedido. Esse gesto, normalmente, era usado quando a família sabia que a morte se aproximava de alguém.