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A escravidão moderna tem algumas diferenças em relação à escravidão pré-Lei Áurea, inclusive sua proibição por lei

Toda vez que uma matéria sobre trabalhadores resgatados de situações degradantes começa a circular, nós lemos e ouvimos o termo "<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124460-entendendo-o-trabalho-analogo-a-escravidao-no-brasil-de-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trabalho análogo à escravidão</a>". Com isso, surge uma dúvida muito relevante: se as pessoas estavam trabalhando de forma forçada, sem receber um salário, por que não chamar isso, simplesmente, de "escravidão"?Na realidade, existem motivos para tipificar esse crime como "trabalho análogo à escravidão" e não somente "trabalho escravo". O principal deles é a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel em 1888, <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118715-lei-aurea-entenda-como-foi-a-abolicao-da-escravatura-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">após décadas de luta dos movimentos abolicionistas</a>.&nbsp;<h2>Afinal, o que é a escravidão?&nbsp;</h2>Acreditar que trabalho não pago é sinônimo de escravidão é um erro comum. Mas, como o historiador Fernando Horta explicou recentemente em suas redes sociais, as tipologias das formas de trabalho precisam ser compreendidas historicamente.&nbsp;Ao longo da história humana, diversas formas de trabalho sem salário existiram e continuam existindo, sem que todas elas configurem escravidão. O trabalho voluntário ou doméstico, por exemplo, não têm remuneração e não configuram escravidão. Por outro lado, alguns escravos recebiam pagamentos por seu trabalho, inclusive aqui no Brasil.&nbsp;Os escravos "tacheiros", que eram responsáveis por partes importantes da produção de açúcar, recebiam pagamento quando faziam um bom trabalho. Em outras fazendas, os escravos tinham direito de plantar em pedaços de terra e vender o produto nas cidades, ficando com a grana.Acontece que, além de trabalhar sem salário e forçadamente, os escravos eram propriedade de seus senhores. Eles não eram cidadãos por conta própria, com direitos, mas sim um "bem" — que uma pessoa possuía e poderia tratar como quisesse. Tudo permitido por lei.Em jornais anteriores a 1888 era comum ver escravos sendo anunciados como mercadorias: falando dos dentes, braços, capacidade de trabalho. E os escravos podiam ser vendidos ou herdados, pois eram coisas e não pessoas. Eles também não podiam escolher seu trabalho, trocar de emprego ou reclamar dos maus tratos, pois eram propriedade de seus donos.É claro que o processo de desumanização e agressões sofrido pela população negra no Brasil foi muito além disso. Mas isso só era possível porque a lei permitia que alguns seres humanos fossem propriedade de outros. Essa é a principal característica da escravidão: propriedade.<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/124287-chico-rei-o-rei-do-congo-que-foi-escravizado-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chico Rei: o rei do Congo que foi escravizado no Brasil</a></li></ul><h2>A escravidão moderna é diferente</h2>Podemos debater os defeitos das leis abolicionistas no Brasil — afinal, elas geraram diversos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123107-favelizacao-um-fenomeno-impulsionado-pela-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">outros problemas para a população negra</a>, que foi jogada à própria sorte, sem compensações pelos séculos de exploração. Mas para esse artigo, o que realmente importa é que a Lei Áurea não permite mais que uma pessoa tenha outro ser humano como propriedade.No caso dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124460-entendendo-o-trabalho-analogo-a-escravidao-no-brasil-de-2023.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">das vinícolas do Rio Grande do Sul</a>, revelado em fevereiro de 2023, as empresas não poderiam vender ou repassar as pessoas como herança. Na verdade, elas nem poderiam fazer nada do que fizeram, para começo de conversa... É por isso que elas serão investigadas e poderão sofrer consequências legais.&nbsp;É fato que as pessoas foram expostas à condições degradantes e absurdas — trabalho forçado e exaustivo, sem devido salário, com torturas e ameaças. Porém, como não existe propriedade e respaldo legal às ações, o termo mais correto é "trabalho análogo à escravidão". Na prática, a condição é a de um escravo, mas há diferenças conceituais importantes.É claro que essa conceituação não faz nenhuma notícia de trabalho análogo à escravidão ser menos absurda. A ideia, aqui, é apenas explicar o porquê desse termo, que pode ser curioso para muitas pessoas que acompanham as notícias.&nbsp;

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Por que se usa o termo 'trabalho análogo à escravidão'?

Imagem de Entendendo o trabalho análogo à escravidão no Brasil de 2023 no megacurioso

Ainda que a escravidão tenha sido abolida em 1888, brasileiros ainda são resgatados de trabalhos análogos à escravidão nos dias atuais

<head></head><body>De tempos em tempos, as notícias sobre trabalho análogo à escravidão — mais de um século depois da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118715-lei-aurea-entenda-como-foi-a-abolicao-da-escravatura-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei Áurea</a> — dominam as manchetes e deixam muitas pessoas chocadas. No fim de fevereiro de 2023, outro caso foi registrado: <a href="https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2023/02/27/trabalhadores-resgatados-em-situacao-de-escravidao-no-rs-o-que-se-sabe-e-o-que-falta-saber.ghtml" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cerca de 200 pessoas foram resgatadas</a> em tais condições, em vinícolas de Bento Gonçalves, na serra gaúcha.Os trabalhadores eram contratados por uma empresa terceirizada, que mantinha contrato com várias vinícolas da região para fornecer mão-de-obra durante a colheita da uva.&nbsp;Alguns dos homens resgatados foram entrevistados pelo G1 e contaram que foram recrutados na Bahia, com promessas de bons salários para um emprego de dois meses no Rio Grande do Sul. Mas, ao chegar, já encontraram condições bem piores que as prometidas: os alojamentos eram sujos e mal iluminados, além de não ter itens básicos, como lençóis e talheres.Todos os itens, inclusive alimentos, precisavam ser comprados de um mercadinho próximo ao alojamento — fazendo com que os trabalhadores contraíssem dívidas com a empresa. E se os homens falassem em ir embora, eram ameaçados com essas dívidas, além de não terem dinheiro para voltar para a Bahia.&nbsp;<h2>Trabalho análogo à escravidão, com condições degradantes</h2>A escravidão moderna é diferente daquela que era legalizada até 1888. Pode-se dizer que ela é disfarçada, uma vez que são prometidos salários aos trabalhadores — porém esses ganhos são corroídos pelas dívidas que as empresas criam para os escravizados. Além disso, existem ameaças e trabalhos forçados, muito além das jornadas permitidas por lei.O artigo 149 do Código Penal Brasileiro define que o trabalho análogo à escravidão:"É caracterizado pela submissão de alguém a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou seu preposto."Isso tudo foi observado no caso de Bento Gonçalves de acordo com apurações do G1: os 200 homens trabalhavam das 5h da manhã às 20h, de domingo a sexta-feira, sem descansos e sob forte ameaça, caso fizessem qualquer reclamação. A restrição à circulação e a impossibilidade de quebrar o contrato é outra característica do trabalho análogo à escravidão, nesse caso.Ou seja, criam-se condições degradantes dentro desse suposto contrato de trabalho para que, na prática, essas pessoas sejam mantidas como escravas — trabalhando muito sem receber.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/28/28211241340659.jpg" alt="Fonte: Repositório de imagens NZN">Fonte: Repositório de imagens NZN<h2>De quem é a culpa do trabalho análogo à escravidão?</h2>As vinícolas Salton, Aurora e Garibaldi — ligadas ao caso de trabalho análogo à escravidão em Bento Gonçalves — emitiram notas se justificando e se eximindo de culpa. Em resumo, as três empresas disseram que desconheciam as condições dos trabalhadores e não concordam com essas práticas criminosas.&nbsp;Ainda assim, as vinícolas podem ser responsabilizadas pela justiça e obrigadas a indenizar os trabalhadores escravizados. Elas também foram suspensas da Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), até segunda ordem.Essa lógica de terceirização da responsabilidade é uma das causas da escravidão moderna, segundo especialistas no tema. A maioria dos trabalhos análogos à escravidão acontece em propriedades rurais ou oficinas, que são contratadas por fornecedores, que são contratadas pelas empresas... — são muitas "camadas". Em busca dos lucros, os últimos elos da corrente acabam abrindo margem para o trabalho escravo na ponta.Tantas camadas de terceirização também facilita para as empresas se eximirem de culpa — e dificulta para os consumidores que querem boicotar essas marcas de suas compras. Isso tudo resulta ainda na impunidade de quem lucra com o trabalho escravo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/28/28211424961665.jpg" alt="Fonte: Repositório de imagens NZN">Fonte: Repositório de imagens NZN<h2>Os mitos e crenças que perpetuam a escravidão moderna</h2>Outra justificativa para esse problema é a falta de políticas públicas de educação. Tanto para que as pessoas pobres não sejam "presa fácil" para esses recrutadores, quanto para que eles saibam de seus direitos e possam lutar por eles.&nbsp;No caso de Bento Gonçalves, outros lados do problema ficaram evidentes. Uma entidade que representa o empresariado local <a href="https://veja.abril.com.br/coluna/radar-economico/vinicolas-culpam-programas-sociais-por-acusacao-de-trabalho-escravo/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">justificou a situação</a> pela "falta de mão de obra" e afirmou haver pessoas que não querem trabalhar por causa dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124061-o-que-e-o-auxilio-reclusao-e-como-funciona-esse-beneficio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">programas assistenciais do governo</a>.Essa justificativa encontra eco na fala xenofóbica de um vereador de Caxias do Sul, noticiada em 28 de fevereiro. Segundo ele, as vinícolas da região não deveriam contratar "esse pessoal lá de cima", pois eles seriam "preguiçosos" e tais denúncias de trabalho análogo à escravidão seriam um exagero. Ele diz, ainda, que contratar argentinos seria muito melhor, já que eles são limpos e "agradecem pelo emprego".Essa oposição entre "preguiçosos" e "trabalhadores", sempre com viés racista e xenofóbico, pode ser relacionada à própria cultura da imigração europeia. Vinícolas como a Salton foram fundadas por famílias de origem italiana — e, frequentemente, nós ouvimos que os imigrantes italianos prosperaram no Brasil com "o suor de seu trabalho".<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/28/28211200788657.jpg" alt="Fonte: Repositório de imagens NZN">Fonte: Repositório de imagens NZN<ul><li>Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123107-favelizacao-um-fenomeno-impulsionado-pela-escravidao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Favelização: um fenômeno impulsionado pela escravidão</a></li></ul>A historiadora Carla Menegat explica que os italianos não chegaram na serra gaúcha sem condições, como muitos defendem. De fato, eram regiões que recebiam menos atenção do estado que as capitais, mas os italianos chegavam lá com direito de usufruir das terras com ótimas condições de compra. Em muitos casos, homens negros livres ou os indígenas eram removidos dessas terras para cedê-las aos italianos.Nesse contexto, esse mito do "esforço próprio" é mais uma ferramenta utilizada para colocar os supostos "preguiçosos" em oposição aos "trabalhadores que prosperaram" — e tentar justificar essa exploração de uns pelos outros.&nbsp;No fim das contas, os trabalhadores baianos queriam trabalhar. Mas em condições adequadas e não análogas à escravidão.</body>

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Entendendo o trabalho análogo à escravidão no Brasil de 2023

Imagem de Maior roubo de obras de arte da história brasileira faz 17 anos  no megacurioso

Ocorrido em fevereiro de 2006, roubo ao Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, gerou prejuízos estimados em US$ 50 milhões

<head></head><body>Em 24 de fevereiro de 2006, quatro homens invadiriam o Museu da Chácara do Céu, no Rio de Janeiro, para roubar pinturas de valores inestimáveis. Com um prejuízo estimado em US$ 50 milhões (cerca de R$ 260 milhões, em cotação atual), o assalto se tornaria o maior golpe contra <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123731-6-obras-de-arte-que-foram-perdidas-ao-longo-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">obras de arte</a> da história brasileira, em um evento que não terminaria bem para o acervo pertencente à Fundação Raymundo Ottoni de Castro Maya.Pertencente ao Ministério da Cultura, a chácara de 25.000 metros quadrados que abriga o museu foi alvo de um oportunismo durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113408-carnaval-saiba-tudo-sobre-a-mais-brasileira-das-festas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Carnaval</a> de 2006. Enquanto o bloco das Carmelitas passava pela região e chamava a atenção de multidões, uma gangue atravessou o sistema de segurança do local, fez nove reféns e roubou obras de renomados artistas internacionais. Porém, apesar da magnitude do crime envolvendo o patrimônio histórico, as autoridades fizeram pouco caso.Segundo registros policiais, os bandidos levaram as telas "Marine", de Monet, "Dois balcões", de Dalí, "Jardim de Luxemburgo", de Matisse, e "A Dança", de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118069-pablo-picasso-a-vida-e-a-morte-de-um-dos-fundadores-do-cubismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Picasso</a>. Além disso, o livro "Toros", também uma composição do mestre espanhol, teria sido capturado junto dos outros projetos. Indícios apontaram que houve um furto logo em seguida — durante a fuga —, mas investigadores não chegaram a conclusões sobre quem teria sido o autor.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/24/24132236673540.jpg" alt="(Fonte: O Globo / Reprodução)">(Fonte: O Globo / Reprodução)Na época, o motorista da Kombi foi preso, enquanto dois funcionários do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), trabalhadores internos do museu, foram intimados ao lado dos seis vigilantes terceirizados. Roberto Rodrigues, o segurança que teria sido agredido com uma coronhada pelos bandidos, não compareceu ao chamado as autoridades.<h2>O descaso das autoridades</h2>Com dificuldades institucionais, o inquérito teria ignorado possíveis interrogatórios com três dos visitantes mantidos reféns, bem como informações sobre a análise das digitais recolhidas na cena do crime. Curiosamente, o descaso teria sido semelhante ao que houve em 1989, quando as mesmas obras de Matisse e de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117643-necrofilia-estupro-e-violencia-o-lado-sombrio-de-salvador-dali.htm#:~:text=Por%20anos%2C%20Dalí%20comparou%20seu,ao%20dia%20diante%20do%20espelho." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dalí</a> foram roubadas, apesar de terem sido posteriormente recuperadas. Além disso, o comunicado inicialmente enviado pela Polícia Federal listou apenas três obras roubadas, em vez das cinco confirmadas pela curadoria.O roubo à Cháchara do Céu jamais foi solucionado e acabou caindo no esquecimento. Anos depois, parte da obra “A Dança” foi encontrada numa fogueira no morro dos Prazeres, no Rio de Janeiro. “Jardim de Luxemburgo”, de Matisse, chegou a ser anunciado num site de leilões em Belarus, país do Leste Europeu, por um lance mínimo de US$ 13 milhões."Durante um grande evento, os esforços estão concentrados em um lugar. O cobertor é curto e os roubos são mais comuns. O roubo de arte alimenta uma série de outros crimes, ele não é nada secundário. Em escândalos recentes no Brasil, foram apreendidas centenas de obras de arte, mas a arte não é tratada como parte do crime", conclui a jornalista Cristina Tardáguila, autora do livro investigativo A Arte do Descaso.</body>

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Maior roubo de obras de arte da história brasileira faz 17 anos 

Imagem de Guantánamo: 120 anos de domínio dos EUA na baía cubana no megacurioso

Saiba mais sobre a região dominada há mais de um século pelo país norte-americano, onde foi construída uma prisão cheia de histórias de maus-tratos e tortura

No come&ccedil;o dos anos 2000, o mundo ficou chocado quando terroristas atacaram os Estados Unidos, derrubando as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119877-11-de-setembro-ataque-as-torres-gemeas-completa-20-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Torres G&ecirc;meas do World Trade Center</a> e at&eacute; mesmo tentando destruir o Pent&aacute;gono.
Em resposta a estes terr&iacute;veis crimes, o governo do pa&iacute;s norte-americano bolou uma estrat&eacute;gia tamb&eacute;m terr&iacute;vel: a constru&ccedil;&atilde;o do Campo de Deten&ccedil;&atilde;o da Ba&iacute;a de Guant&aacute;namo, uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/policia/40041-conheca-5-dos-piores-presidios-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pris&atilde;o</a> onde as leis dos EUA n&atilde;o t&ecirc;m nenhuma validade.
<h2>O inferno de Guant&aacute;namo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/23/a-23153842017077.jpg" alt="a" />O campo de Sandoval, em Guant&aacute;namo, na &eacute;poca da Guerra Hispano-Americana. (Fonte: Getty Images)
A hist&oacute;ria da pris&atilde;o, tamb&eacute;m conhecida simplesmente como Guant&aacute;namo, GTMO ou Gitmo, est&aacute; baseada em um dom&iacute;nio de 120 anos dos Estados Unidos sobre uma ba&iacute;a na ponta sudeste da ilha cubana.
Exatamente em 23 de fevereiro de 1903, com o fim da guerra entre os EUA e a Espanha, os norte-americanos libertaram Cuba do controle espanhol exigindo para si o acesso &agrave; &aacute;rea da Ba&iacute;a de Guant&aacute;namo. Assim, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119173-5-fatos-sobre-cuba-entenda-como-funciona-a-ilha-socialista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cuba</a> permanecia sendo um pa&iacute;s soberano, mas devia ceder aos EUA aquele pequeno territ&oacute;rio.
Tudo foi acertado em um contrato, o Acordo de Arrendamento de 1903, sem data de validade, assinado nesse fevereiro de 1903 com uma segunda parte sendo firmada cinco meses depois. Segundo ele, a rec&eacute;m-independente Rep&uacute;blica de Cuba cederia a ba&iacute;a de Guant&aacute;namo para a constru&ccedil;&atilde;o de esta&ccedil;&otilde;es navais dos EUA e definiria as fronteiras e outros usos do territ&oacute;rio, al&eacute;m de um valor de "aluguel" pela ocupa&ccedil;&atilde;o: 2 mil d&oacute;lares em moedas de ouro anualmente.
Um novo tratado, esse de 1934, refor&ccedil;ou o arrendamento de Guant&aacute;namo e atualizou o valor anual pago pela ocupa&ccedil;&atilde;o para US$ 4.083, o que nunca mais foi corrigido. Ap&oacute;s a Revolu&ccedil;&atilde;o Cubana de 1959, o governo de Fidel Castro passou a pedir a devolu&ccedil;&atilde;o do territ&oacute;rio, o que nunca aconteceu. Cuba nunca mais aceitou receber o valor &mdash; simb&oacute;lico, nessa altura &mdash; pago pelos EUA.
<h2>120 anos de opress&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/23/a-23153924690079.jpg" alt="a" />Mapa de Cuba com a ba&iacute;a de Guant&aacute;namo. (Fonte: Getty Images)
Como apontou o historiador Jos&eacute; S&aacute;nchez Guerra durante o Encontro Te&oacute;rico: 120 Anos da Presen&ccedil;a Militar Ianque em Guant&aacute;namo, residentes da regi&atilde;o ainda hoje demonstram resist&ecirc;ncia aos 120 anos de ocupa&ccedil;&atilde;o estadunidense e t&ecirc;m tal comportamento como parte de sua pr&oacute;pria identidade.
Segundo o Granma &mdash; o jornal oficial do Comit&ecirc; Central do Partido Comunista Cubano &mdash;, o encontro, que aconteceu na Universidade de Ci&ecirc;ncias M&eacute;dicas de Guant&aacute;namo, reuniu professores, pesquisadores de ci&ecirc;ncias sociais e estudantes para discutir os danos causados pelo dom&iacute;nio dos EUA sobre aquela regi&atilde;o.
Dentre algumas observa&ccedil;&otilde;es, os participantes apontaram que os Estados Unidos n&atilde;o constru&iacute;ram na ba&iacute;a de Guant&aacute;namo apenas uma base naval, mas, tamb&eacute;m, uma pris&atilde;o ilegal. Al&eacute;m disso, tamb&eacute;m foram ressaltados os impactos que a atua&ccedil;&atilde;o norte-americana no local vem causando problemas &agrave; fauna e &agrave; flora da regi&atilde;o.

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Guantánamo: 120 anos de domínio dos EUA na baía cubana

Imagem de Pablo Neruda morreu envenenado, sugere análise forense no megacurioso

Especialistas internacionais chegaram à conclusão após analisar os restos mortais do poeta chileno

<head></head><body>A misteriosa morte do poeta Pablo Neruda, em 1973, teria sido causada por <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123244-3-teorias-sobre-as-misteriosas-mortes-de-empresarios-russos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">envenenamento</a> e não pelas complicações relacionadas ao câncer de próstata, como informado oficialmente no atestado de óbito dele. É o que sugere um novo relatório forense, cujos resultados foram revelados na última quarta-feira (15).Conduzida por especialistas do Canadá, Dinamarca e Chile, a investigação toxicológica compreendeu a análise dos restos mortais de Neruda e concluiu que o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 1971 foi envenenado. A informação foi divulgada pelo sobrinho do escritor, Rodolfo Reyes, que teve acesso ao documento.Os investigadores forenses analisaram ossos e dentes em busca de quaisquer assinaturas químicas de venenos, toxinas ou outros tipos de sinais. Durante os testes, eles encontraram altos níveis de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/39488-cientistas-encontram-a-substancia-mais-mortal-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Clostridium botulinum</a> na região da boca do famoso opositor da ditadura chilena.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/18/18174507299029.jpg" alt="Pablo Neruda. (Fonte: Wikimedia Commons)">Pablo Neruda. (Fonte: Wikimedia Commons)Esta neurotoxina, associada ao botulismo, é conhecida por causar a paralisia dos músculos e do sistema nervoso, podendo eventualmente levar à morte. O corpo de Neruda foi exumado há 10 anos, por ordem judicial, após uma denúncia de que o poeta havia sido assassinado.<h2>Infecção intencional ou acidental?</h2>Com a divulgação do relatório, foi levantada a hipótese de que a bactéria causadora do botulismo teria ido parar no corpo do poeta chileno após a sua morte. No entanto, especialistas britânicos e dinamarqueses, que não participaram da análise, descartaram a possibilidade de contato acidental dos restos mortais com a toxina.Os participantes do estudo mais recente também afirmaram que o envenenamento foi intencional, ou seja, a bactéria foi injetada no corpo de Neruda. A possibilidade de infecção bacteriana já havia sido mencionada em uma investigação divulgada em 2017, que no entanto não soube determinar se a fonte era endógena ou exógena.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/18/18175254764033.jpg" alt="Restos mortais de Neruda em Isla Negra, no Chile. (Fonte: Wikimedia Commons)">Restos mortais de Neruda em Isla Negra, no Chile. (Fonte: Wikimedia Commons)Suspeitas sobre a possibilidade de envenenamento de Pablo Neruda existem há décadas, apesar de provas forenses nunca terem sido encontradas, pelo menos até então. A família do escritor acredita que ele tenha sido infectado em uma ação de militares chilenos ligados ao general <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119666-como-o-governo-militar-brasileiro-apoiou-o-golpe-de-pinochet-no-chile.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Augusto Pinochet</a>.Pinochet comandou o golpe militar que depôs o presidente do Chile, Salvador Allende, de quem o poeta e diplomata era amigo. A morte de Neruda ocorreu 12 dias após a instauração da ditadura no país, em setembro de 1973, período em que já estava gravemente doente.<h2>Investigação criminal</h2>Com a divulgação do relatório que detalha o envenenamento de Pablo Neruda, familiares querem a abertura de investigação criminal sobre a morte do poeta, pedido também feito pelo Partido Comunista do Chile. Os resultados da análise forense já chegaram à justiça local.Segundo a juíza Paola Plaza, os documentos serão analisados pelo tribunal antes que seja dada qualquer resposta a respeito da possibilidade de abertura da investigação criminal. A magistrada não disse quando divulgará as próximas atualizações do caso.</body>

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Pablo Neruda morreu envenenado, sugere análise forense

Imagem de A empresa que vendia cadáveres ilegais para testes militares nos EUA no megacurioso

Tudo isso acontecia sem o consentimento dos familiares, em um esquema milionário que envolveu até o Exército norte-americano

Entre os s&eacute;culos XVIII e XIX, a Europa testemunhou um movimento que devastou os cemit&eacute;rios: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113660-a-industria-de-roubo-de-corpos-do-seculo-xviii-e-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pr&aacute;tica de roubo de corpos</a>. Por muito tempo, o que hoje &eacute; considerado um crime, foi tido como algo comum, mas necess&aacute;rio, considerando os avan&ccedil;os vorazes da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/124169-as-5-farsas-medicas-mais-bizarras-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">medicina</a>.
Em meio aos ladr&otilde;es comuns que costumavam violar os t&uacute;mulos para roubar joias, dinheiro e outros bens, se espalhou rapidamente uma ind&uacute;stria de criminosos especializados em violar essas sepulturas para roubar o pr&oacute;prio cad&aacute;ver, com o patroc&iacute;nio das grandes universidades da &eacute;poca. Tudo para que o corpo fosse usado no campo m&eacute;dico para ensino dos alunos e an&aacute;lise da anatomia humana.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01152537194333.jpg" alt="(Fonte: The National Archives UK/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The National Archives UK/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Hoje em dia, um corpo s&oacute; pode ser utilizado se, em vida, a pessoa oferec&ecirc;-lo de bom grado &agrave; pesquisa cient&iacute;fica ap&oacute;s a morte ou se os familiares assim desejarem. Isso &eacute; chamado de intermedia&ccedil;&atilde;o corporal. N&atilde;o &eacute; como a doa&ccedil;&atilde;o de &oacute;rg&atilde;os, mas sim quando um corpo inteiro &eacute; doado e pode ser usado para fins educacionais ou de pesquisa.
Em 2014, um esquema criminoso despertou p&acirc;nico nas pessoas que optam por contribuir para a ci&ecirc;ncia. Cad&aacute;veres doados ao Centro de Recursos Biol&oacute;gicos (CRB) foram vendidos para serem usados em testes militares sem o consentimento dos doadores.
<h2>Um esquema s&oacute;rdido</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01152637651336.jpg" alt="Stephen Gore. (Fonte: Maricopa County Sheriff's Office/AP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Stephen Gore. (Fonte: Maricopa County Sheriff's Office/AP/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estabelecido em Phoenix, no Arizona, o CRB era propriedade de Stephen Gore e tinha o objetivo de receber os cad&aacute;veres de pessoas que quisessem&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116779-zhan-wenlian-a-primeira-mulher-da-china-em-criopreservacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">doar seu corpo &agrave; ci&ecirc;ncia</a>. Foi assim quando Jim Stauffer decidiu doar o corpo de sua m&atilde;e, Dorris. Ele chegou a preencher uma extensa papelada que, inclusive, proibia que o corpo dela fosse usado em qualquer tipo de experimento n&atilde;o m&eacute;dico.
No entanto, isso n&atilde;o impediu que a organiza&ccedil;&atilde;o vendesse o cad&aacute;ver para os militares do Ex&eacute;rcito dos EUA explodirem em testes de impacto de bombas nas estradas, devolvendo para a fam&iacute;lia Stauffer nada mais do que as cinzas da m&atilde;o da mulher.
H&aacute; anos o CRB vendia cad&aacute;veres e partes de corpos sem o consentimento ou conhecimento das fam&iacute;lias da pessoa falecida. A empresa chegava a lucrar em m&eacute;dia mais de US$ 5 mil com um corpo vendido, sendo que apenas um torso poderia sair por US$ 3 mil.
O com&eacute;rcio acelerado que Gore fazia dos corpos, impulsionado pelo alto poder de compra do governo norte-americano, fez a sua ind&uacute;stria se expandir tamb&eacute;m para quando os cad&aacute;veres n&atilde;o morreram em condi&ccedil;&otilde;es saud&aacute;veis.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01154622846367.jpg" alt="(Fonte: KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No aeroporto de Detroit, em Michigan, os carregadores de bagagem da companhia a&eacute;rea Delta Airlines entraram em contato com a pol&iacute;cia ao detectarem dois refrigeradores vazando flu&iacute;dos. Ao chegar no local, as autoridades descobriram 8 cabe&ccedil;as decepadas, uma das quais a per&iacute;cia alegou pertencer a uma pessoa que morreu de sepse bacteriana e pneumonia por aspira&ccedil;&atilde;o.
O endere&ccedil;o nos refrigeradores levou os agentes do FBI a Arthur Rathburn, um corretor de corpos que trabalhava para Gore. Foi assim que os federais abriram uma investiga&ccedil;&atilde;o para apurar o neg&oacute;cio perverso e altamente lucrativo do empres&aacute;rio.
<h2>Lucrando com o luto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01154656851370.jpg" alt="(Fonte: 12News/KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: 12News/KPNX/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ao longo da opera&ccedil;&atilde;o, os agentes se depararam com verdadeiras montanhas de partes de cad&aacute;veres sem identifica&ccedil;&atilde;o nas instala&ccedil;&otilde;es da CRB. Segundo uma mat&eacute;ria da ABC Arizona, havia baldes de cabe&ccedil;as e membros em meio a congeladores cheios de p&ecirc;nis armazenados.
Foi nesse contexto triste e perturbador que as fam&iacute;lias que doaram corpos para o centro de Gore descobriram o que estava acontecendo. O Ex&eacute;rcito se pronunciou alegando que n&atilde;o fazia ideia que os cad&aacute;veres estavam sendo comercializados sem consentimento dos doadores, e salientou que fazem o uso de corpos vivos h&aacute; anos para aprimorar tecnologias militares &mdash; uma vez que manequins de testes n&atilde;o retratam com precis&atilde;o as feridas causadas por impactos e explos&otilde;es.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/02/01/01154851566372.jpg" alt="(Fonte: American Security Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: American Security Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Ex&eacute;rcito identificou 34 corpos envolvidos no experimento de explos&atilde;o, usados sem permiss&atilde;o dos doadores, com formul&aacute;rios de consentimento que n&atilde;o foram revisados de maneira consistente ou diferentes daqueles submetidos aos doadores e entes queridos.
&ldquo;O Ex&eacute;rcito foi t&atilde;o v&iacute;tima das pr&aacute;ticas comerciais do CRB&rdquo;, disse Randu Coates, um engenheiro civil da institui&ccedil;&atilde;o, &agrave;&nbsp;BBC. Desde que o caso veio a p&uacute;blico, a taxa de submiss&atilde;o de corpos &agrave; ci&ecirc;ncia nos EUA diminuiu drasticamente.

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A empresa que vendia cadáveres ilegais para testes militares nos EUA

Imagem de As 5 farsas médicas mais bizarras da história no megacurioso

De doenças com sintomas estranhos a bizarrices genéticas, os mentirosos já inventaram todo tipo de farsa envolvendo a medicina

<head></head><body>Infelizmente, a pandemia de covid-19 foi terreno fértil para a disseminação de farsas médicas e <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123449-como-a-finlandia-tem-lutado-contra-as-fake-news.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fake news</a> que brincavam com a saúde das pessoas: remédios e receitas caseiras sem eficácia contra o vírus, teorias conspiratórias sobre a origem da doença e por aí vai...&nbsp;Contudo, a invenção de histórias mirabolantes envolvendo a medicina começou bem antes da pandemia. Na verdade, faz séculos que farsas médicas bizarras circulam de boca em boca, por veículos de comunicação e, agora, pela internet. Confira algumas das mais curiosas.&nbsp;<ul><li><a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leia outros artigos sobre Medicina e Psicologia no Mega Curioso</a></li></ul><h2>1. Epidemia de desmaios na televisão</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/gFrRvMmMA7c" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Não é só na <a href="https://www.megacurioso.com.br/televisao/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">televisão</a> brasileira que temos programas sensacionalistas.&nbsp;Nos Estados Unidos, um desses programas era o Phil Donahue Show, que falava sobre vários assuntos polêmicos na sociedade. Numa tarde de 1985, o assunto era idosos homossexuais — e algumas pessoas na plateia começaram a desmaiar.&nbsp;Tudo começou com uma mulher capotando enquanto dava sua opinião para o apresentador, seguida por mais sete pessoas na plateia. Donahue cogitou que as altas temperaturas dentro do estúdio ou as luzes poderiam ser as responsáveis pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/102473-entenda-por-que-algumas-cabras-desmaiam-de-susto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">desmaios</a>.&nbsp;Na verdade, tudo não passava de uma armação de um grupo que queria protestar contra o sensacionalismo na TV. O nome do grupo era "Fight Against Idiotic Neurotic Television" — ou "Luta Contra a Televisão Idiota e Neurótica". A sigla, FAINT, significa exatamente "desmaio".&nbsp;<h2>2. A vila dos centenários</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/26/26150415074337.jpg" alt="Fonte: Shutterstock">Fonte: ShutterstockNotícias envolvendo "<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118828-as-5-pessoas-que-viveram-por-mais-tempo-comprovadamente.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">as pessoas mais velhas do mundo</a>" sempre chamam atenção. Afinal, nós queremos saber como elas conseguiram chegar aos 100 ou 110 anos — e ainda com saúde, em alguns casos. Imagine, então, descobrir que há uma vila com centenas dessas pessoas.&nbsp;Foi dessa forma que Vilcabamba, no Equador, atraiu os cientistas e o noticiário internacional, na década de 1970. Dizia-se que era comum passar dos 100 anos por lá e existiam pessoas chegando até aos 134! Até a prestigiada revista National Geographic publicou um artigo sobre a cidade — mas ninguém conseguia descobrir porque as pessoas lá viviam tanto.&nbsp;O frenesi em torno de Vilcabamba só teve fim em 1978, quando dois cientistas estadunidenses fizeram uma pesquisa na cidade e descobriram que a super-longevidade não passava de mito. Nenhuma pessoa em Vilcabamba tinha mais de 100 anos: a idade média dos "centenários" era 86. E um homem que dizia ter 127, na verdade tinha 91.&nbsp;É bastante? Sim. Mas bem menos do que a farsa apontava.&nbsp;<h2>3. Os óculos Vision-Dieter</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/26/26121444343166.jpeg" alt="Imagem: Reprodução">Imagem: ReproduçãoSe usar óculos emagrecesse, eu, que os uso desde criancinha, nunca teria engordado. Mas, por algum motivo, muita gente nos Estados Unidos acreditou na promessa dos óculos Vision-Dieter. A ideia era que, modificando as cores, os óculos fariam as comidas parecerem menos atrativas. Comendo menos, você emagreceria.&nbsp;Não demorou muito para a Food and Drug Administration, espécie de Anvisa dos EUA, tirar os óculos Vision-Dieter de circulação. Mas, até hoje, as pessoas inventam <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/117445-os-verdadeiros-motivos-pelos-quais-voce-nao-consegue-emagrecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">todo tipo de farsa sobre emagrecimento</a>.<h2>4. O cachorro-humano</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/26/26122612157186.jpeg" alt="Fonte: LiveScience/Reprodução">Fonte: LiveScience/ReproduçãoEmbora existam alguns exemplos de híbridos entre espécies na natureza, eles só acontecem entre animais semelhantes, <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/42636-ligre-e-pumapardo-conheca-melhor-os-felinos-hibridos-que-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como felinos</a> ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120619-entenda-porque-os-jumentos-correm-o-risco-de-desaparecer-em-2022.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equídeos</a>. Além de impossível, a reprodução entre um cachorro e um humano seria, no mínimo, antiética. &nbsp;Ainda assim, uma história como essa circulou há alguns anos. Dizia-se que pesquisadores de Israel estavam estudando o cruzamento de humanos com cães da raça labrador. Eles teriam descoberto que isso não era impossível ao encontrar os restos mortais desse híbrido em uma cova rasa. Então, já que isso tinha ocorrido na natureza, eles iriam reproduzir em laboratório.O texto era acompanhado pela imagem acima — uma fêmea meio humana, meio cachorro (ou porco) amamentando seus filhotes. Porém, a história não passava de farsa e a imagem era de uma escultura da artista Patricia Piccinini.<h2>5. Vacina causa autismo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/26/26150417481338.jpg" alt="Fonte: Shutterstock">Fonte: ShutterstockPara terminar, uma fake news na qual muita gente ainda acredita... Tudo começou em 1998, quando o médico britânico Andrew Wakefield publicou um artigo afirmando que 12 crianças tinham desenvolvido autismo e doenças no intestino, após tomarem <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121839-vacina-como-descobrimos-a-imunizacao-contra-doencas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacinas</a> contra sarampo.&nbsp;Já em 2000, o respeitado periódico Lancet, que publicou o artigo de Wakefield, revelou que essas pesquisas eram totalmente falsas. Depois disso, o homem foi considerado inapto para exercer a profissão, pelo Conselho Geral de Medicina do Reino Unido. Mesmo desmentida, a pesquisa falsa ainda circula por aí.</body>

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As 5 farsas médicas mais bizarras da história

Imagem de 6 fatores para entender o incêndio da Boate Kiss no megacurioso

Veja 6 fatores que contribuíram para a tragédia que tirou a vida de 242 jovens no Rio Grande do Sul em janeiro de 2013

<head></head><body>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/90590-3-anos-da-boate-kiss-conheca-outras-7-tragedias-em-casas-noturnas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">incêndio da Boate Kiss</a>, que completa 10 anos nesta sexta-feira (27), aconteceu na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, tirando a vida de 242 jovens e ferindo outras 636 pessoas.&nbsp;Mesmo hoje, uma década após o ocorrido, ainda é difícil assimilar a sequência de erros e desleixos que tirou a vida de tantas pessoas. O que realmente aconteceu no local? Por que tanta gente acabou morrendo? A verdade é que foram vários os fatores que levaram a tamanha <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116423-johnstown-inundacao-foi-uma-das-piores-tragedias-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tragédia</a>.Por volta das 2h da manhã do dia 27 de janeiro de 2013, centenas de pessoas visitavam a Boate Kiss e seriam vítimas do que seria o segundo maior&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118373-edificio-andraus-a-maior-tragedia-antes-do-incendio-no-joelma.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">incêndio</a>&nbsp;da história do Brasil em número de vítimas. Diversos fatores e eventos isolados, quando somados naquela madrugada, resultaram na tragédia que comoveu o Brasil dez anos atrás.<h2>1. Superlotação</h2>Embora tivesse capacidade máxima de aproximadamente 600 pessoas, no fatídico dia a boate abrigava quase 1000 pessoas. Essa determinação de lotação máxima não existe à toa, sendo uma medida de segurança para evitar problemas como ocorrido naquela madrugada.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/26/26154951342377.jpg" alt="Familiares e moradores prestaram homenagens às vítimas em frente à Boate Kiss">Familiares e moradores prestaram homenagens às vítimas em frente à Boate Kiss<h2>2. Isolamento acústico inflamável</h2>Como toda casa de show, a Boate Kiss contava com um sistema de isolamento acústico. O problema é que o material usado no isolamento era inflamável, necessitando cuidados especiais em relação ao uso de quaisquer equipamentos ou elementos que pudessem criar potenciais incêndios.<h2>3. Uso indevido de artefato pirotécnico</h2>Com a casa cheia, bem acima do limite da lotação máxima, por volta das 2h30 da manhã, um membro da banda Gurizada Fandangueira acendeu um "sputnik", um artefato pirotécnico indicado para uso externo que não poderia de forma alguma ser usado no local. As faíscas do artefato atingiram o material do isolamento acústico, que era inflamável, e foi aí que o fogo começou.<h2>4. Sistema de segurança falho</h2>As primeiras tentativas de apagar as chamas falharam, já que extintores e o&nbsp;equipamento de segurança contra incêndios não funcionaram como deveriam. Sem alarme ou sistemas de hidrantes para apagar o fogo, o incêndio rapidamente tomou o teto da casa e se alastrou por boa parte da extensão da Boate Kiss.<h2>5. Despreparo</h2>Com o caos começando a se formar, correria e gritaria tomaram conta do local. Sem muita comunicação entre a equipe, relatos informam que inicialmente os seguranças acharam que a agitação se tratava de uma briga. Posteriormente eles teriam tentado impedir os jovens de sair do local, exigindo o comprovante de pagamento da comanda de consumo para liberar as catracas na porta.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/26/26155109235381.jpg" alt="Bombeiros precisaram abrir buracos na parede para ajudar vítimas a escapar do incêndio">Bombeiros precisaram abrir buracos na parede para ajudar vítimas a escapar do incêndio<h2>6. Uma única saída</h2>A boate não era bem ventilada e&nbsp;contava com apenas uma porta de entrada e saída. Com o material do isolamento acústico queimando rápido e expelindo a espessa <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/114800-o-grande-smog-que-matou-milhares-de-pessoas-em-londres.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fumaça</a> que além de tóxica dificultava a visão, muitos visitantes simplesmente não conseguiam achar a saída. Dezenas de jovens morreram presos e asfixiados nos banheiros da Boate Kiss, tendo confundido as portas com a saída da casa de shows.A dificuldade para entrar no local era tamanha que os bombeiros precisaram abrir um buraco em uma das paredes externas para permitir que mais gente conseguisse sair da boate. Ainda assim, 242 pessoas acabaram morrendo asfixiadas ou pisoteadas no local.<h3>Andamento do processo</h3>Quase uma década após o ocorrido, ninguém ainda foi responsabilizado. Dois sócios da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, e dois membros da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, chegaram a ser acusados de homicídio e condenados em 2021. Porém, eles foram soltos quando o Tribunal de Justiça do Estado anulou a sentença, alegando descumprimento de regras na formação do Conselho de Sentença.Responsável por conduzir as investigações do caso, Sandro Luís Meinerz, o delegado regional de Santa Maria, lamenta a demora para que os responsáveis sejam responsabilizados pelos crimes. "Estamos fechando agora, no dia 27, dez anos dessa absurda tragédia e, infelizmente, nenhuma resposta final desse processo foi dada para sociedade e, principalmente, para os pais e familiares dessas vítimas que morreram, fora aquelas que ficaram sequeladas," afirmou Meinerz.</body>

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6 fatores para entender o incêndio da Boate Kiss

Imagem de A primeira fotografia de uma execução por cadeira elétrica no megacurioso

Fotografia tirada ilegalmente resultou em um espectro de horror

<head></head><body>Para muitas pessoas, a noite do dia 12 de janeiro de 1928 era apenas mais uma noite qualquer. Mas, para Ruth Snyder, uma dona de casa de Long Island era o seu fim. A mulher foi <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121332-7-fatos-sobre-a-guilhotina-que-voce-nao-conhecia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">eletrocutada na prisão de Sing Sing</a>, Nova York. O motivo? Ela assassinou seu marido, Albert Snyder. Com ela, Judd Gray, também seguia para a câmara da morte. Gray foi amante e cúmplice de Ruth.Essas execuções são consideradas por historiadores jornalísticos como o clímax de um dos casos de assassinato mais sensacionalistas ocorridos na década de 1920. A coisa toda tomou proporções gigantescas graças a guerra intensa entre a mídia envolvendo os tabloides de Nova York. A batalha para ver quem teria exclusividade ultrapassou todos os limites possíveis, atingindo novos patamares de mau gosto, para evitar termos piores.<h2>A imagem espectral de uma morte</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Smithsonian Mag/ Tom Howard / NY Daily News Archive/ Getty Images/ Reprodução)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.smithsonianmag.com/history/how-a-new-york-tabloid-captured-the-first-photograph-of-an-execution-by-the-electric-chair-180981432/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/15/15121305085004.jpg" alt="Execução de Snyder. (Fonte: Smithsonian Mag/ Tom Howard / NY Daily News Archive/ Getty Images/ Reprodução)">Execução de Snyder. (Fonte: Smithsonian Mag/ Tom Howard / NY Daily News Archive/ Getty Images/ Reprodução)O responsável pela primeira foto de uma execução em cadeira elétrica foi o jornalista Tom Howard, que conseguiu passar pela segurança da prisão Sing Sing com uma câmera escondida. Howard, na época, prestava serviços para o tabloide Daily News.O jornal estava tão ansioso em conseguir a imagem que “contrabandeou” a câmera para dentro da sala de execução amarrada ao tornozelo do jornalista. A imagem registrada por Tom estava na primeira capa do dia seguinte do Daily News com Ruth Snyder tendo a corrente elétrica atravessando seu corpo enquanto permanecia amarrada. A manchete trazia apenas uma única palavra: morta!<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Smithsonian Mag/ Tom Howard / NY Daily News Archive/ Getty Images/ Reprodução)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.smithsonianmag.com/history/how-a-new-york-tabloid-captured-the-first-photograph-of-an-execution-by-the-electric-chair-180981432/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/15/15121430739005.jpg" alt="(Fonte: Smithsonian Mag/ Tom Howard / NY Daily News Archive/ Getty Images/ Reprodução)">(Fonte: Smithsonian Mag/ Tom Howard / NY Daily News Archive/ Getty Images/ Reprodução)Embora ilícita e repulsiva, a fotografia é considerada uma das mais importantes do fotojornalismo criminal.Marco Conelli, detetive aposentado do Departamento de Polícia de Nova York e um expert no tema, comentou certa vez que a “A foto da eletrocussão de Snyder&nbsp;continua sendo uma das peças mais horríveis do fotojornalismo – uma imagem que deixa o espectador com a sensação de que não deveria estar vendo isso. Seu fator de choque duradouro vem daquele momento em que, visível a olho nu, a vida está deixando seu corpo.”<h2>Ruth Snider</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Smithsonian Mag/ Bettman/ Getty Images)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.smithsonianmag.com/history/how-a-new-york-tabloid-captured-the-first-photograph-of-an-execution-by-the-electric-chair-180981432/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/15/15121153301003.jpg" alt="Ruth Snyder. (Fonte: Smithsonian Mag/ Bettman/ Getty Images)">Ruth Snyder. (Fonte: Smithsonian Mag/ Bettman/ Getty Images)Não poderíamos deixar de comentar sobre a personagem principal de tudo isso: Ruth Snyder. Nascida em 1983, ela deixou os estudos de lado ao se formar na oitava série. Conseguiu um emprego em uma companhia telefônica enquanto se dedicava a um curso de administração à noite.Ruth conheceu seu marido e futura vítima enquanto trabalhava como secretária da revista Motor Boating. Albert Snyder era 13 anos mais velho que ela. O casamento ocorreu poucos meses após ambos se conhecerem.A vida financeira dos dois melhorou e até se mudaram para casas maiores. Mas os planos de Ruth tinham mais a ver com sucesso pessoal do que com um casamento precoce.Ruth era amante da diversão e muito sociável. Seu marido, era o oposto. Queria mais filhos e sempre fazia comparações entre ela e suas outras esposas, mais “sérias”.No meio das tensões dentro de casa, Ruth conhece Judd Gray, com quem manteve um relacionamento de 18 meses. Embora não se saiba exatamente quem foi o responsável por planejar o assassinato, sabe-se que ele ocorreu nas primeiras horas do 20 de março de 1927, pouco após Ruth e Albert voltarem de uma festa.<h2>O crime</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/20/20152047794240.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)Judd Gray, embriagado, invadiu o quarto de Albert enquanto ele dormia e tentou matá-lo golpeando sua cabeça com um peso. O primeiro golpe apenas acordou Albert, que lutou. Incapaz de continuar, Gray pediu ajuda para Snyder, que entrou na sala e terminou o assassinato,&nbsp;esmagando o crânio de Albert.Eles então cloroformizaram e estrangularam Albert com um fio antes de chamar a polícia. Snyder mentiu para as autoridades, dizendo ter sido atacada por um intruso de cor morena, mas acabou confessando e apontando Gray como o responsável.A imprensa da época tratou Snyder com desprezo, a chamando de "esposa demônio", "mulher de mármore" e "Ruthless Ruth". O New York Post a considerou uma "mulher de cara dura", "exagerada" e em busca de "poder e autoridade", definições que refletiam, claramente, o clima sexista da época.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:38.564Z

A primeira fotografia de uma execução por cadeira elétrica

Imagem de A história do Falsificador Espanhol e suas forjas 'perfeitas'  no megacurioso

Famoso por recriar obras da era medieval, falsificador teria feito uma fortuna vendendo pinturas falsas tão boas que pareciam verdadeiras

<head></head><body>No finalzinho do século XIX e começo do século XX, um certo indivíduo parece ter feito uma fortuna vendendo obras de arte. Até aí tudo bem, sabemos que pinturas podem mesmo ser artigos bastante valiosos. O problema é que, neste caso, o pintor comercializava&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121759-5-falsificacoes-de-obras-de-arte-que-eram-na-verdade-originais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">falsificações de pinturas</a>&nbsp;medievais.Agora, duas folhas de pergaminho que teriam sido obra do agora famoso "Falsificador Espanhol" estão sendo expostas ao público brasileiro em São Paulo, na Casa Museu Ema Klabin.<h2>A história do Falsificador Espanhol</h2>Com pinturas e manuscritos expostos em diversos museus em todo o mundo — em muitos casos provavelmente sem nem ao menos saberem se tratar de falsificações —, o Falsificador Espanhol foi descoberto por Belle da Costa Greene (1879-1950), uma antiga diretora da Biblioteca Morgan, em Nova York. Após receber uma proposta de venda do quadro Noivado de Santa Úrsula, do pintor espanhol Jorge Inglés e datado do século XV.Após minuciosa investigação, Greene percebeu que a pintura era na verdade uma falsificação. Ela identificou diversos aspectos na pintura forjada que a levaram a crer ser o trabalho de um falsificador bastante específico, a quem ela apelidou de "Falsificador Espanhol" por ter sido pego falsificando a obra de Inglés, que realmente era natural da <a href="https://www.megacurioso.com.br/proxima-parada/42163-proxima-parada-espanha-conheca-um-pouco-mais-sobre-a-terra-do-flamenco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Espanha</a>. Apesar do apelido, até hoje não se sabe a verdadeira nacionalidade do pintor responsável por forjar diversas obras e mais obras famosas décadas e décadas atrás.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/13/13174228908406.jpg" alt="Reprodução parcial de pintura do Falsificador Espanhol encontrada na Casa Museu Ema Klabin">Reprodução parcial de pintura do Falsificador Espanhol encontrada na Casa Museu Ema KlabinApesar de suas pinturas serem bastante fieis às originais, o pintor tinha algumas manias que entregavam suas falsificações. Quando forjava obras, ele costumava adicionar alguns traços comuns às suas pinturas falsas, mas totalmente incomuns à época em que os originais foram produzidos, na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120995-conheca-6-leis-ridiculas-da-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>.Ainda hoje, pinturas atribuídas ao Falsificador Espanhol continuam sendo vendidas a somatórios bastante expressivos. Como citou o pessoal da BBC, uma folha de pergaminho pintada pelo forjador chegou a ser&nbsp;vendida por um total de 3.750 libras (cerca de R$ 24 mil) em dezembro de 2020.<h3>Obras no Brasil</h3>Aqui no nosso país, dois exemplares de forjas do famoso (e curiosamente ao mesmo tempo desconhecido) Falsificador Espanhol foram de alguma forma parar nas mãos da empresária e colecionadora brasileira Ema Klabin, falecida em 1994.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/01/13/13173708000403.jpg" alt="Partituras foram identificadas como forjas pintadas pelo Falsificador Espanhol">Partituras foram identificadas como forjas pintadas pelo Falsificador EspanholAs duas peças, hoje expostas na Casa Museu Ema Klabin, foram descobertas por Paulo de Freitas Costa, curador da entidade e mestre em Artes pela Universidade de São Paulo (USP). Quando encontrou os pergaminhos, Costa foi indicado a procurar a Biblioteca Morgan, nos EUA, que atestou o que já se imaginava: as obras eram mesmo de autoria do Falsificador Espanhol.Segundo o curador, as peças teriam sido compradas em São Paulo no ano de 1975, mas a assinatura no recibo impossibilita a identificação do vendedor. "É difícil a gente saber se a dona Ema sabia ou não que eram falsificações," afirma Costa.</body>

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