Imagem de Hominídeos do passado brigavam por carcaças com outros animais no megacurioso

Segundo artigo científico, as populações de Homo erectus só sobreviveram porque disputavam os restos de comida de grandes felinos e outros predadores

<head></head><body>Quando imaginamos o passado da humanidade, ainda em períodos pré-históricos, é comum pensarmos em nossos ancestrais como grandes caçadores que conseguiam transformar feras gigantescas em refeições usando ferramentas rudimentares.A verdade é que nem sempre o passado dos hominídeos foi glorioso. Pesquisadores sugerem que o Homo erectus, espécie de hominídeo que viveu na Terra por milhões de anos, só teria conseguido sobreviver por ter um comportamento incomum: viver dos restos de outros animais.Sendo assim, em vez de grandes caçadores, esses hominídeos disputavam com animais carniceiros da época, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125648-o-ritual-de-acasalamento-peculiar-das-hienas-malhadas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hienas</a>-gigantes (Pachycrocuta brevirostris), as carcaças que os grandes felinos deixavam para trás. A hipótese foi publicada na revista Scientific Reports.“Este estudo mostra que os felídeos dentes-de-sabre deixavam carcaças ricas em recursos comestíveis e que os hominídeos eram capazes de competir com <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/42747-natureza-brutal-hienas-comem-zebra-gravida-ainda-viva-no-quenia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hienas</a>-gigantes por esses recursos. Os experimentos de simulação mostraram que manter um tamanho ideal de grupo é essencial para o sucesso da estratégia de eliminação dos hominídeos”, explica o artigo.<h2>Dentes dos felinos faziam com que eles desperdiçassem carne</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/06/06090447989047.jpg" alt="Ancestrais das hienas atuais viviam de carcaças, assim como hoje. (Fonte: Getty Images)">Ancestrais das hienas atuais viviam de carcaças, assim como hoje. (Fonte: Getty Images)O estudo considerou uma série de características de animais que viviam nessa época para concluir o comportamento necrófago dos hominídeos da época. Em primeiro lugar, os felinos eram os grandes caçadores desse período — e não os hominídeos. Isso já era sabido.Contudo, os dentes dos felinos tinham um formato que impossibilitava que esses animais limpassem totalmente as carcaças dos grandes mamíferos que abatiam. Um grande felino tiraria de uma caça cerca de um terço da energia que precisava para sobreviver. Isso o obrigava a voltar a caçar em aproximadamente uma semana.Quem se aproveitava desse comportamento eram os animais que aprenderam que os restos dos felinos eram grandes banquetes.<h2>Comida grátis, mas não tão fácil</h2>Os pesquisadores explicam que ainda que os felinos deixassem muita comida para trás, esse resto de caça não era consumido sem esforço. Uma série de animais disputava uma vaga nesse buffet. O estudo calculou se essas brigas seriam vantajosas para as espécies envolvidas e, de acordo com os cálculos, brigar pelas sobras era, sim, muito mais vantajoso do que caçar.Quanto mais felinos existiam no ecossistema, mais caças esses animais faziam, gerando mais carcaças. Desse modo, as populações de felinos cresciam e as de animais necrófagos, como as hienas e os hominídeos, cresciam junto.Agora, conforme o número de felinos caia, as populações de hienas também diminuíam — e o artigo sugere que os hominídeos também eram impactados pela falta de carcaças.Para vencer as hienas e conseguir comer, os hominídeos tiveram que se unir em grupos estratégicos. Esses grupos não poderiam ser tão pequenos a ponto de não amedrontarem as hienas-gigantes, que eram bem maiores do que as hienas atuais. No entanto, esses grupos não podiam ser muito grandes, caso contrário, a carcaça não seria suficiente.Resolver essa equação não foi algo simples e exigiu muita cooperação entre esses indivíduos, algo que pode ter moldado o futuro dessa espécie.</body>

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Hominídeos do passado brigavam por carcaças com outros animais

Imagem de Descoberta mostra que humanos construíam com madeira há 476 mil anos no megacurioso

A descoberta de peças interligadas com idades de quase meio milhão de anos mostra uma inesperada tecnologia anterior à evolução do Homo sapiens

<head></head><body>Um dos materiais de mais difícil detecção por arqueólogos, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127175-bastao-de-300-mil-anos-achado-na-alemanha-pode-ser-ferramenta-mais-antiga-da-europa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">artefatos de madeira foram localizados recentemente</a> por pesquisadores do Reino Unido às margens do rio Kalambo, na Zâmbia. Datada por luminescência em pelo menos 476 mil anos, a estrutura simples é feita por dois troncos cruzados, com um entalhe deliberadamente feito na parte superior para que ambos se encaixem em ângulos retos.&nbsp;No release do estudo, publicado recentemente na revista Nature, os pesquisadores explicaram que o achado constitui o exemplo mais antigo até hoje <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117636-16-provas-de-que-a-marcenaria-ainda-encanta-e-surpreende.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">de seres humanos construindo estruturas de madeira</a>. O mais surpreendente é que se trata de uma civilização anterior ao Homo sapiens desenvolvendo uma tecnologia impensável para a época.&nbsp;De acordo com o autor principal do estudo, Larry Barham, professor da Universidade de Liverpool, "a estrutura poderia ter sustentado uma passarela ou plataforma elevada acima do ambiente sazonalmente úmido". Essa plataforma de sustentação poderia ter servido a muitos propósitos, desde armazenamento de lenhas, ferramentas e alimentos, até base de uma cabana.&nbsp;<h2>As peças de madeira da cachoeira de Kalambo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02193852778435.jpg" alt="(Fonte: Barham, L. et al./Divulgação)">(Fonte: Barham, L. et al./Divulgação)Pesquisadores já haviam recuperado, durante as décadas de 1950 e 1960, peças da madeira antiga que pode ter sido moldada intencionalmente, na Cachoeira de Kalambo. No entanto, os arqueólogos da época não tiveram sucesso em datar com precisão os artefatos.&nbsp;As escavações só foram retomadas no mesmo local, para o estudo atual, em 2019. Em um sedimento próximo ao rio Kalambo, eles descobriram cinco objetos com sinais de modificação intencional: uma ponta afiada que se encaixava na ponta de um bastão, além de outros objetos que poderiam ter sido usados para escavar ou como cunha.&nbsp;Já no caso dos dois troncos da suposta estrutura de madeira, o de cima tem 1,4 metro de comprimento e pontas afiladas, enquanto o de baixo é um pouco maior (1,5 metro) e traz os entalhes escavados.<h2>Madeira preservada por meio milhão de anos</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Barham, L. et al.&nbsp;" data-fonte-url="https://media.springernature.com/full/springer-static/image/art%3A10.1038%2Fs41586-023-06557-9/MediaObjects/41586_2023_6557_Fig4_HTML.png?as=webp"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/10/02/02210125289452.jpg" alt="(Fonte: Barham, L. et al./Divulgação)">(Fonte: Barham, L. et al./Divulgação)Quando os colonizadores chegaram à região, em 1953, atraídos principalmente por <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118707-por-que-as-cataratas-de-vitoria-secaram-em-2019.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uma espetacular cacheira de 235 metros de altura</a>, perto da fronteira de Zâmbia com a Tanzânia, não tinham ideia de que o local podia ser um sítio arqueológico. A datação das madeiras, preservadas por um lençol freático permanente,&nbsp;foi feita de forma indireta, aplicando luminescência aos minerais na areia que rodeava os objetos."É extraordinário que a madeira tenha permanecido no lugar e intacta durante meio milhão de anos", afirmou à CNN o professor Geoff Duller, professor da Universidade de Aberystwyth, coautor do trabalho.&nbsp;Além disso, as descobertas contestam uma visão até então dominante de que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127347-homo-bodoensis-estudo-descobre-um-novo-ancestral-dos-humanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">os grupamentos hominídeos da Idade da Pedra</a> levavam vidas nômades, disse Duller. Além de exigir habilidades, ferramentas e planejamento, "o esforço envolvido sugere que os fabricantes permaneciam no local por longos períodos", conclui o estudo.&nbsp;</body>

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Descoberta mostra que humanos construíam com madeira há 476 mil anos

Imagem de Plantas com flores sobreviveram ao evento que matou os dinossauros no megacurioso

Estudo publicado na revista científica Biology Letters mostra como as plantas com flores conseguiram sobreviver ao mesmo evento que extinguiu os dinossauros

<head></head><body>O evento de extinção em massa que eliminou os dinossauros da Terra foi de intensa modificação no planeta. Estima-se que 75% de todos os animais do mundo tenham sido extintos nesse período. Já as plantas conseguiram se adaptar a esse apocalipse de forma mais ágil.O pesquisador Jamie Thompson, da Universidade de Bath, no Reino Unido, explicou o motivo: as flores. As <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/126955-as-6-flores-de-arvores-frutiferas-mais-belas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plantas que criam flores e frutos</a> (angiospermas) conseguiram se reproduzir e preservar as suas linhagens.Não é como se a vida para elas fosse fácil em meio ao caos que se instaurou no mundo, mas como muitos de seus processos de polinização poderiam ser feitos sem a interação de outros animais, como usando o vento, algumas conseguiram se dispersar pela Terra.“Depois que a maioria das espécies da Terra foram extintas, as angiospermas aproveitaram a vantagem, semelhante à forma como os mamíferos assumiram o controle depois dos dinossauros, e agora praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente de plantas com flores”, disse Thompson em comunicado à imprensa.Isso fez com que as plantas com flores se destacassem em nosso mundo. Hoje, das 400 mil espécies de plantas catalogadas, cerca de 300 mil espécies (75%), possuem flores, indicando a importância que esse mecanismo teve e tem para muitas espécies.<h2>Como os cientistas chegaram a essa conclusão?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/27/27133140978271.jpg" alt="Fonte: Getty Images">Fonte: Getty ImagesAnalisar o passado das plantas não é tão fácil. Elas não deixam tantos rastros fossilizados, para trás, ao contrário dos animais, que deixam seus ossos. Encontrar um fóssil de uma flor, então, é algo quase impossível.Por isso, os pesquisadores se debruçaram sobre o DNA das plantas que temos. Eles construíram árvores evolutivas dessas plantas, simulando os vegetais do passado, usando dados de cerca de 73 mil espécies de plantas com flores.Depois, eles pegaram os dados iniciais e criaram modelos estatísticos para calcular o nascimento e a morte de cada espécie, descobrindo a data de extinção dessas plantas ao longo dos anos.“Evidências do relógio molecular sugerem que a grande maioria das famílias de angiospermas existentes hoje existiam antes do evento de extinção em massa. &nbsp;Espécies, incluindo os ancestrais das orquídeas, da magnólia e da hortelã, todas compartilhavam a Terra com os dinossauros”, diz o estudo.O artigo ainda explica que muitas espécies de plantas com flores foram extintas com o passar dos anos, mas essa extinção ocorreu de maneira estável, ao contrário da extinção de muitos animais nesse período, que aconteceu de forma acelerada, como consequência dos graves eventos que ocorriam no planeta. “As análises revelaram taxas de extinção relativamente estáveis ao longo do tempo e nenhuma evidência de extinções em massa”Portanto, não é exagero chamar aquela orquídea que está enfeitando o seu jardim de “sobrevivente”, pois ela é — e não só porque ela sobrevive, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123806-7-plantas-com-flores-para-colorir-seu-lar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mesmo você se esquecendo de regá-la</a> — mas porque os ancestrais dessa plantinha conseguiram continuar vivos, mesmo passando por um dos eventos mais catastróficos que o planeta já vivenciou.</body>

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Plantas com flores sobreviveram ao evento que matou os dinossauros

Imagem de Por que os humanos são bons em correr longas distâncias? no megacurioso

A evolução explica porque somos preparados para correr vários quilômetros

<head></head><body>Há muito tempo, os seres humanos têm se dedicado ao esporte da corrida a distância. Seja como atividade física ou em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122874-a-bizarra-e-complicada-maratona-olimpica-de-1904.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maratona</a>, como corrida do Vale da Morte (217 quilômetros), há uma boa quantidade de indivíduos que se dedicam a aprimorar suas habilidades de correr mais, e mais longe.Acontece que poucos animais na natureza têm a capacidade de percorrer esse tipo de distância e sobreviver, fazendo com que os humanos se destaquem de outras espécies.<h2>Por que somos bons corredores?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/03/03203431174003.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A resposta pode estar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106149-o-que-acontece-com-o-cerebro-quando-o-coracao-de-uma-pessoa-para-de-bater.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fisiologia</a> do corpo humano. E há rastros históricos: um punhado de ossos encontrados na África Central em 2001 sugere que, há 7 milhões de anos, os nossos antepassados deixaram as árvores e começaram a viver no chão.Leia também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125495-lucy-a-ancestral-de-3-2-milhoes-de-anos-andava-ereta-e-tinha-pernas-capazes-de-escalar-arvores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lucy, a ancestral de 3,2 milhões de anos, andava ereta e tinha pernas capazes de escalar árvores</a>Obviamente, levou mais uns milhões de anos, mas por fim os primeiros hominídeos evoluíram e começaram a andar sobre dois pés. Tornar-nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108644-robo-japones-bipede-e-com-cabeca-voadora-sim-ele-e-real.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bípedes</a> é algo que nos trouxe mais altura para examinar a grama alta e descobrir alimentos em outros lugares. Mas, além disso, a característica permitiu algo importante: que pudéssemos percorrer o dobro da distância usando a mesma quantidade de energia.&nbsp;Correr, diferente do que pode parecer, é uma prática que envolve o corpo inteiro. Segundo Daniel Lieberman, biólogo evolucionista humano da Universidade de Harvard, nossos dedos dos pés se tornaram curtos justamente para não quebrarem durante a corrida. E nosso corpo é todo articulado e cheio de músculos para absorver a força que geramos quando estamos em velocidade. Ao contrário dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124010-ferramentas-de-50-mil-anos-descobertas-no-piaui-eram-de-macacos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">macacos</a>, nossa coluna vertebral é flexível para podermos torcer os quadris e os ombros, para assim podermos nos locomover sempre olhando para frente.<h2>Adaptações do corpo para a corrida</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/03/03203410050000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Há outras adaptações do corpo humano que possibilitam que tenhamos a capacidade de correr bastante. Entre as principais, está a forma com que dissipamos o corpo. Por termos corpos altos e eretos, possuímos uma superfície grande para resfriamento, o que é ajudado pelo nariz e pela boca. Nosso corpo sem pelos também auxilia à evaporação rápida do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111646-fatos-bizarros-envolvendo-suor-que-voce-deveria-saber.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">suor</a>.Estas mudanças fizeram com que pudéssemos evoluir para o comportamento de&nbsp;"caçadores persistentes": em vez de correr para perseguir a presa, os caçadores persistentes são aqueles que perseguem a vítima por quilômetros até que ela sucumba à exaustão. Este tipo de comportamento foi essencial durante os dias ou climas quentes, e nenhum outro animal foi capaz de fazer isso como os humanos.Com essa postura de caça, os seres humanos puderam guardar mais energia, o que "liberou" nossos cérebros para evoluírem e crescerem. Ao mesmo tempo, melhorou a nossa capacidade de procurar <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127114-6-alimentos-que-jamais-devem-ser-dados-a-um-cao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">alimentos</a>. O corpo mais adaptado também trouxe a chance que nosso cérebro tivesse a oportunidade de se concentrar em tarefas mais complexas.Hoje nós não precisamos mais percorrer grandes distâncias para conseguir nos alimentar, mas nosso corpo continua preparado para fazer isso. Por tudo isso, correr, além de ser um excelente exercício, é também uma prática que, no passado, garantiu a nossa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127118-o-que-acontece-com-uma-carcaca-de-elefante-na-natureza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sobrevivência</a>.</body>

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Por que os humanos são bons em correr longas distâncias?

Imagem de Extinção em massa matou 98,7% dos nossos antepassados, diz estudo no megacurioso

Estudo mostra que por muito pouco as espécies que deram origem à nossa não foram completamente extintas 

<head></head><body>Sempre que falamos no fim da espécie humana, pensamos no futuro, como se nossa espécie e seus ancestrais nunca tivessem lidado com o risco da extinção. Mas isso não é bem verdade.&nbsp;Recentemente, pesquisadores chineses publicaram uma descoberta importante sobre esse tema na revista científica Science. Há cerca de um milhão de anos, os antepassados do homem moderno viram sua população ser reduzida em 98,7%.&nbsp;Quase levando esses indivíduos à extinção, os cientistas estimam que a população de 100 mil caiu para apenas 1.280 espécimes reprodutoras.Se a redução tivesse sido maior, impedindo esses indivíduos de se reproduzirem, é possível que nós não estivéssemos aqui, uma vez que esses seres deram origem à nossa espécie. Esse declínio populacional durou aproximadamente 117 mil anos.&nbsp;Ademais, o estudo ainda explicaria o motivo pelo qual existe uma lacuna de fósseis africanos e euro-asiáticos, que seriam importantes para que pudéssemos entender o passado.<h2>Análise genética</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11170254149347.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Para traçar os resultados desse estudo, os pesquisadores fizeram uma ampla análise genética com 3.154 voluntários de diferentes etnias pelo mundo. Participaram 10 populações africanas e 40 populações de outros continentes.A análise contribuiu para a hipótese dessa diminuição significativa no número de antepassados, uma vez que em determinado momento, as análises pararam de divergir e passaram a convergir. Estima-se que 65,85% da variedade genética tenha sido perdida nesse período. &nbsp;Não é possível cravar quais foram as causas dessa redução populacional. Os cientistas levantam hipóteses sobre isso, com base naquilo que já sabem sobre o passado. No mesmo período em que o número de indivíduos diminuiu, o planeta lidava com grandes mudanças climáticas, mais especificamente com a glaciação, que fez com que as espécies do passado lidassem com <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120156-5-fatos-que-voce-provavelmente-nao-sabia-sobre-a-era-do-gelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">temperaturas absurdamente geladas</a>.Esse clima teve impacto na vegetação e consequentemente na oferta de água e comida. Isso pode ter contribuído para a queda populacional, pois os animais, incluindo nossos antepassados, levaram anos para se adequarem à nova realidade. Os pesquisadores ainda acreditam que essas populações só voltariam a crescer de forma acelerada após o domínio do fogo.<h2>Extinção em massa pode ter sido responsável pela evolução do nosso cérebro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/11/11170350196348.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A queda da variedade genética dos nossos antepassados pode ter contribuído para uma aceleração da evolução da nossa mente.“A descoberta abre um novo campo na evolução humana porque evoca muitas questões, tais como os locais onde estes indivíduos viveram, como superaram as mudanças climáticas catastróficas e se a seleção natural durante o gargalo acelerou a evolução do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124398-cerebros-humanos-vem-diminuindo-de-tamanho-ha-3-mil-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cérebro humano</a>”, diz o autor sênior Yi-Hsuan Pan, especialista em genômica evolutiva e funcional da East China Normal University (ECNU), em comunicado à imprensa.</body>

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Extinção em massa matou 98,7% dos nossos antepassados, diz estudo

Imagem de Homo Bodoensis: estudo descobre um novo ancestral dos humanos no megacurioso

Tendo em mente que a classificação das espécies ancestrais humanas desta época é controversa, uma nova pesquisa pode redesenhar a árvore genealógica humana

<head></head><body>Em uma nova tentativa de simplificar a confusa história da evolução humana, uma equipe internacional de pesquisadores apresentou a defesa da classificação de uma nova espécie de humano extinta: o Homo bodoensis, que seria um antepassado direto dos humanos modernos.Conforme relatado na revista&nbsp;Evolutionary Anthropology Issues News and Reviews, sua nova identificação é uma reavaliação dos fósseis existentes encontrados na África e na Eurásia que datam de 774 mil a 129 mil anos atrás. Esse é um período histórico importante, pois marca o surgimento da nossa própria espécie (Homo sapiens) e dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127302-abelhas-podem-ter-enganado-cientistas-sobre-neandertais.htm#:~:text=Entre%20os%20anos%20de%201950,todo%2C%20nove%20corpos%20foram%20encontrados." rel="noopener noreferrer" target="_blank">neandertais</a> (Homo neanderthalensis). Entenda mais sobre essa polêmica descoberta!<h2>Complexidade genealógica</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/06/06180926089510.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Neste período histórico, conhecido como Pelistoceno Médio, muitas das classificações de espécies são questionadas e contestadas no meio científico — o que fez com que o período fosse batizado de "confusão intermediária". Na compreensão atual da evolução humana, não existe muito bem uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123116-todos-as-pessoas-do-mundo-tem-um-antepassado-comum.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">árvore genealógica</a> organizada, mas uma jornada entrelaçada e bastante confusa, com lacunas enormes de conhecimento.Isso é especialmente verdade neste período, justo o que os investigadores deste último estudo esperam esclarecer. A equipe argumenta que muitos fósseis euro-asiáticos e africanos do Pleistoceno Médio foram anteriormente rotulados como Homo heidelbergensis — considerado por alguns como o ancestral comum mais recente entre os humanos modernos e os neandertais — ou Homo rhodesiensis, uma espécie muito semelhante a anteriormente citada.&nbsp;No novo estudo, contudo, a equipe apresentou a ideia de que a maioria desses fósseis poderia simplesmente ser definida como a espécie Homo bodoensis, o que simplificaria alguns rótulos redundantes. Além disso, o nome não leva em consideração outros hominídeos fósseis do Leste Asiático nessa época.<h2>Nova classificação</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ettore Mazza/Reprodução&nbsp;" data-fonte-url="https://assets.iflscience.com/assets/articleNo/70546/iImg/70457/illustration-of-two-homo-bodoensis-in-the-grass-by-a-river-one-crouching-and-one-with-their-hands-above-their-head-with-animals-s.webp"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/06/06181030098511.jpg" alt="(Fonte: Ettore Mazza/Reprodução)">(Fonte: Ettore Mazza/Reprodução)De acordo com a nova classificação traçada pelos pesquisadores, H. heidelbergensis e H. rhodesiensis serão efetivamente eliminados da árvore genealógica humana. Em vez disso, a nova espécie será usada para descrever a maioria dos humanos do Pleistoceno Médio da África, bem como alguns do sudeste da Europa. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124681-5-fosseis-impressionantes-que-foram-descobertos-por-acaso.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fósseis</a> restantes da Eurásia poderiam ser classificados como neandertais, afirma a equipe.A abordagem, logicamente, não é uma unanimidade entre pesquisadores. De todo modo, os cientistas argumentam que esse é um passo necessário para resolver a "confusão intermediária" e facilitar a comunicação sobre este momento importante na história dos hominídeos.&nbsp;“Falar sobre a evolução humana durante este período tornou-se impossível devido à falta de uma terminologia adequada que reconheça a variação geográfica humana”, destacou a principal autora do estudo e paleantropóloga da Universidade de Winnipeg, Mirjana Roksandic.&nbsp;Segundo ela, nomear uma nova espécie é um grande negócio, já que a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica permite mudanças de nome apenas sob regras estritamente definidas. Mesmo assim, os pesquisadores estão confiantes de que o novo rótulo permanecerá dessa forma por muito tempo, mas que sua sobrevivência dependerá do uso por outros cientistas dentro do meio acadêmico.</body>

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Homo Bodoensis: estudo descobre um novo ancestral dos humanos

Imagem de Por que só temos 10 dedos? no megacurioso

Seria possível que a evolução “devolvesse” alguns dedos perdidos ao longo das eras?

<head></head><body>É engraçado pensar que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121815-evolucao-humana-problemas-modernos-com-origem-no-passado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolução</a> nos deixou com somente dez <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124809-por-que-nossos-dedos-enrugam-na-agua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dedos</a> nas mãos e nos pés, não é mesmo? Às vezes, dá vontade de ter uns dedinhos a mais, seja para digitar mais rápido ou para segurar mais sacolas. Mas será que a gente poderia resgatar os <a href="https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/68318-o-que-o-comprimento-dos-dedos-das-maos-pode-revelar-sobre-os-homens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dedos</a> extras de volta?Os bichinhos de quatro membros do passado, chamados de tetrápodes, tinham dedos a mais. Alguns deles, como os do gênero Acanthostega, que viveu 360 milhões de anos atrás, chegavam a ter até 8 dedos em cada membro, algo conhecido como polidactilia. Só que, em um intervalo “curto” de 15 milhões de anos, os tetrápodes decidiram que 5 dedos por pé era o suficiente.Mas por que essa redução repentina em termos evolutivos? Além de evitar a necessidade de contar mais números regressivamente na virada do ano, pode ser que algumas mudanças nos membros e no ambiente tenham tido um papel nisso. Os cientistas acreditam que os tetrápodes do período Devoniano Superior preferiam o chão firme e desenvolveram ossos nas patas que tornavam a caminhada terrestre mais tranquila.&nbsp;Já os primeiros tetrápodes, como os Acanthostega e os Ichthyostega, tinham um osso em forma de L nos membros, que talvez atrapalhasse o seu caminhar na terra. Mas, se considerarmos que eles passavam mais tempo perto da água, faz sentido que eles não precisassem de pernas flexíveis naquele momento.E como a redução de dedos e mudança nos ossos aconteceu mais ou menos ao mesmo tempo, pode ser que ter menos dedos também tenha ajudado na adaptação à vida terrestre. Mas, por enquanto, isso é só uma ideia – os especialistas não têm muitas provas fósseis.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/30/30130923033180.png" alt="Com mais dedos, a contagem seria diferente. (Foto: Pixabay)">Com mais dedos, a contagem seria diferente. (Foto: Pixabay)<h2>Será que dá para ter dedos extras de volta?</h2>Agora, falando de nós seres humanos, será que um dia a gente poderia ter de volta nossas extremidades extras? A ciência diz que provavelmente não – pelo menos não por meio da evolução como conhecemos. Uma regra famosa da biologia, chamada Lei de Dollo, diz que, uma vez que um organismo perde uma característica complexa, é difícil ela voltar.Mas olha só: na vida real, estão aparecendo umas exceções a essa regra. Em 2017, cientistas acharam um lagarto que tinha conseguido de novo a habilidade de botar ovos. Só que eventos assim ainda são bem raros!Agora, se você não quer esperar na fila da evolução, teoricamente daria para mexer nos genes que ajudam a formar os dedos. Só que mexer nisso pode não ser uma boa ideia, afinal os genes influenciam muitas outras coisas do corpo. O risco de ganhar mais dedos e talvez uns chifres ou algo completamente inusitado permanece. Enquanto a evolução segue seu curso e os cientistas não dão um jeito de trazer de volta nossos dedos, dá para fazer muita coisa legal com nossos dez dedinhos, não acha?</body>

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Por que só temos 10 dedos?

Imagem de "Chimpanzomem": o bizarro híbrido de humano com chimpanzé existiu? no megacurioso

Cientista diz que experimento que cruzou as duas espécies teria ocorrido de forma 'bem-sucedida' há 100 anos

<head></head><body>Espécies <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118020-takin-dourado-o-hibrido-de-vaca-e-bode-que-mora-no-himalaia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">híbridas</a> são relativamente comuns. Elas são o resultado do cruzamento de duas outras espécies distintas, mas com semelhança genética suficiente para gerar um descendente vivo. Embora elas não costumem ocorrer de forma natural, artificialmente elas podem ser encontradas com bastante facilidade.Entre os casos mais comum estão a mula (cruzamento entre um jumento e uma égua) e as laranjas (pomelo com tangerina). Mas, às vezes, alguns cruzamentos mais curiosos também são realizados, como o ligre (<a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/42636-ligre-e-pumapardo-conheca-melhor-os-felinos-hibridos-que-existem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cruzamento entre um leão e uma tigresa</a>) e o chimpanzomem. É isso mesmo que você está imaginando. Este seria o nome de um suposto híbrido entre um chimpanzé e um humano.<h2>Um experimento bizarro</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/29/29021044041000.png" alt="Oliver foi um chimpanzé acusado de ser um híbrido por suas &quot;semelhanças&quot; com humanos. (Fonte: Wikimedia Commons)">Oliver foi um chimpanzé acusado de ser um híbrido por suas "semelhanças" com humanos. (Fonte: Wikimedia Commons)Embora pareça um tanto perturbadora, a ideia de um híbrido entre humano-chimpanzé já existe há séculos. Mas a primeira pessoa a propor esse cruzamento de maneira série foi o biólogo russo Ilya Ivanovich Ivanov. Ele havia comentado sobre a possibilidade em 1910 e na década seguinte teria fecundado uma chimpanzé fêmea com espermatozoides humanos, mas a gravidez não ocorreu. Ele chegou a iniciar um novo experimento, desta vez utilizando espermatozoides de chimpanzés para fecundar mulheres voluntárias, porém seu trabalho não foi bem aceito pelo governo soviético, que o exilou no Cazaquistão.Mas o caso que teria dado resultados positivos — ou algo próximo a isso — pode ter acontecido nos EUA. Segundo o psicólogo evolucionista Gordon G. Gallup Jr., uma pesquisa realizada no Yerkes National Primate Research Centre (primeiro centro de pesquisa de primatas dos Estados Unidos) na década de 1920, resultou em um híbrido humano-chimpanzé.Gallup disse que um ex-professor universitário lhe falou sobre o caso. “Eles inseminaram uma fêmea de chimpanzé com sêmen humano de um doador anônimo e a gravidez chegou ao final e resultou em um nascimento vivo. Porém, alguns dias — ou semanas — depois, eles começaram a considerar as questões morais e éticas e o bebê foi sacrificado”.Embora Gallup garanta que quem lhe contou a história seja um cientista com bastante credibilidade, não há nenhuma evidência que sugira que o experimento tenha ocorrido de fato.<h2>O que a genética diz?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/08/29/29021720200001.jpg" alt="Ligre, um híbrido resultado do cruzamento entre um leão e uma tigresa. (Fonte: GettyImages)">Ligre, um híbrido resultado do cruzamento entre um leão e uma tigresa. (Fonte: GettyImages)Humanos e chimpanzés começaram a se separar entre 4 e 7 milhões de anos atrás. Apesar desse tempo, nós compartilhamos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/126716-chimpanze-e-bonobo-quais-semelhancas-eles-possuem-com-o-ser-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quase 99% do DNA</a>. Isso significa que as duas espécies são muito próximas e que, na teoria, poderiam gerar um híbrido vivo.Nem mesmo a diferença entre o número de cromossomos — os humanos possuem um par a menos — impediria, já que existem diversos casos assim que resultam em descendentes. O cavalo de Przewalski, por exemplo, possui 33 pares de cromossomos e gera descendentes ao ser cruzado com um cavalo doméstico, que possui 32 pares.</body>

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'Chimpanzomem': o bizarro híbrido de humano com chimpanzé existiu?

Imagem de É possível que a evolução retorne a estágios anteriores? no megacurioso

Embora seja muito pouco provável que isso aconteça, características 'perdidas' podem retornar em casos bastante específicos

<head></head><body>A evolução é um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125679-por-que-nem-todo-macaco-nao-se-transformou-em-humano-na-evolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">processo natural</a>, que ocorre sem um objetivo específico e pode ser positiva ou negativa. Todos os seres vivos do planeta são resultado de milhares ou milhões de anos de evolução. Mas, e se ela caminhasse no sentido contrário? Seria possível que uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118054-10-partes-do-corpo-que-os-humanos-perderam-durante-a-evolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">característica que foi "perdida"</a> durante a evolução, retornasse em um estágio futuro?Por muito tempo acreditou-se que não. Porém, existem evidências que sugerem que isso já aconteceu, e mais de uma vez.<h2>A lei de Dollo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/04/04114557412125.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em 1893, o paleontólogo belga Louis Dollo desenvolveu um princípio para descrever a maneira como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125111-5-ideias-erradas-que-temos-sobre-a-evolucao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolução acontece</a>. Conhecido como lei da irreversibilidade da evolução — ou, simplesmente, lei de Dollo —, este princípio diz que a probabilidade de uma espécie retornar a um estágio evolutivo que foi perdido é tão baixa, que pode ser considerada desprezível.Na prática, isso significa que a evolução pode caminhar para tantos lados, que é praticamente impossível que uma característica perdida reapareça. Um exemplo clássico que ilustra isso é o processo evolutivo dos cetáceos. Mesmo tendo retornado à vida aquática, seu sistema respiratório não voltou a ser branquial, algo que seria mais eficiente para respirar embaixo d’água.A lei de Dollo muitas vezes é confundida como uma regra que diz que é impossível um estágio evolutivo que desapareceu, retorne milhões de anos no futuro. Porém, existem alguns casos que provam que por mais improvável que seja, às vezes um evento aleatório — como é o caso da evolução — pode acontecer mais de uma vez.<h2>Exceções à regra</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/04/04114709927127.jpg" alt="Aves como o faisão possuem asas com um osso que foi 'perdido' em ancestrais recentes, mas que estavam presentes nos dinossauros. (Fonte: GettyImages)">Aves como o faisão possuem asas com um osso que foi 'perdido' em ancestrais recentes, mas que estavam presentes nos dinossauros. (Fonte: GettyImages)Um exemplo bem conhecido é dos lagartos do gênero Liolaemus. Esse grupo de répteis são comuns em regiões frias e isso propiciou que eles evoluíssem para dar à luz filhotes vivos (ovovivíparos). Porém, os cientistas descobriram que quando algumas espécies de Liolaemus migraram para regiões mais quentes, elas começaram a botar ovos novamente (ovíparos).Porém, um réptil voltar a botar ovos não é, necessariamente, um retorno a um estágio evolutivo anterior. Na verdade, alguns biólogos consideram que se trata de uma consequência natural da evolução. Mas há outro exemplo que demonstra como uma característica pode retornar, contrariando a lei de Dollo.Um estudo interessante mostrou que um osso do pulso presente em ancestrais de aves, após milhões de anos ausente, surgiu novamente. Ele estava presente em alguns dinossauros que caminhavam sobre as quatro patas. Para suportar o peso, eles precisavam de pulsos fortes, que eram sustentados por um osso chamado de pisiforme.Durante o processo evolutivo que resultou nas aves modernas, alguns dinossauros começaram a andar em duas patas, e com o tempo o pisiforme desapareceu. Porém, existem algumas aves, como o faisão, cujo corpo evoluiu de modo que permitissem manter as asas juntas ao corpo. Para isso, foi necessário que elas se tornassem mais flexíveis, e isso aconteceu com o ressurgimento do osso pisiforme — que não é encontrado nos ancestrais mais recentes dessas aves.</body>

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É possível que a evolução retorne a estágios anteriores?

Imagem de Ancestral do humano teria vindo da Europa e não da África, sugere estudo controverso no megacurioso

Descoberta de fóssil publicada em novo estudo sugere que ancestral do ser-humano e outros primatas teria origem europeia, e não africana

<head></head><body>Há muito tempo é consenso que os&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125649-6-descobertas-que-mudam-muito-do-que-sabemos-sobre-o-passado-da-humanidade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ancestrais da humanidade</a>&nbsp;vieram da região que chamamos de continente africano. Porém, a história pode ser um pouco diferente: nossos parentes milenares podem ter surgido na Europa.Pelo menos é isto o que afirma um estudo recente, que revelou a descoberta de um esqueleto de primata que teria vivido na região da Anatólia, na&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121766-maior-cidade-subterranea-do-mundo-e-descoberta-na-turquia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Turquia</a>, área que faz fronteira com a Ásia, há cerca de 8,7 milhões de anos.<h2>Primata ancestral do ser-humano pode ter vindo da Europa</h2>A descoberta recente do esqueleto de um parente distante dos&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/108286-hominideos-ja-ocupavam-a-asia-ha-2-milhoes-de-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">hominídeos</a> — denominação dada ao grupo que inclui humanos, orangotangos, chimpanzés, gorilas e bonobos — na Turquia sugere que nossos mais longínquos ancestrais conhecidos não seriam originários da África, como se pensava até então. O estudo sugere que originalmente o primata teria vivido na região da Europa e migrado para o continente africano entre 7 milhões e 9 milhões de anos atrás.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Ayla Sevim-Erol/Universidade de Toronto&nbsp;" data-fonte-url="https://www.livescience.com/archaeology/human-and-ape-ancestors-arose-in-europe-not-in-africa-controversial-study-claims"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/01/01141532402048.jpg" alt="Escavação na Turquia encontrou nova espécie de primata que seria ancestral dos hominídeos como humanos e chimpanzés (Fonte: Ayla Sevim-Erol/Universidade de Toronto)">Escavação na Turquia encontrou nova espécie de primata que seria ancestral dos hominídeos como humanos e chimpanzés (Fonte: Ayla Sevim-Erol/Universidade de Toronto)Com a publicação da pesquisa, muitos cientistas agora parecem estar inclinados a acreditar que o ancestral original do ser-humano teria mesmo origem europeia, o que na verdade não desqualifica as informações conhecidas até então. Isto porque a nova espécie, batizada Anadoluvius turkae (em homenagem à Anatólia e à Turquia), seria na verdade o ancestral europeu do nosso ancestral africano.Falando ao Live Science, David Begun explicou um pouco mais sobre a descoberta do A. turkae. O paleoantropólogo da Universidade de Toronto e coautor do estudo afirmou que a espécie recém-descoberta seria um ancestral em comum dos hominídeos, e não um ancestral direto do ser-humano. Sendo assim, o que sabemos sobre a origem dos hominídeos na África não é de forma alguma desconsiderada.<h3>Ancestral do nosso ancestral</h3>Begun clarifica que, embora esta nova espécie de primata tenha sido descoberta na Europa, a maior parte da história da&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">evolução</a>&nbsp;do ser-humano deve mesmo ter ocorrido em território africano. "É muito mais provável que as linhagens dos chimpanzés e dos humanos tenham divergido entre si na África", afirmou o estudioso ao site.Sendo assim, o Anadoluvius turkae seria basicamente um ancestral do nosso ancestral. O fóssil encontrado pelo time de Begun estima que o primata pesaria entre 50 quilogramas e 60 kg, peso equivalente ao de um chimpanzé macho de grande porte.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;David Begun/Universidade de Toronto&nbsp;" data-fonte-url="https://www.livescience.com/archaeology/human-and-ape-ancestors-arose-in-europe-not-in-africa-controversial-study-claims"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/01/01141804077049.jpg" alt="Descoberta de fóssil de 8,7 milhões de anos na Turquia sugere que ancestrais dos hominídeos teria surgido na Europa (Fonte: David Begun/Universidade de Toronto)">Descoberta de fóssil de 8,7 milhões de anos na Turquia sugere que ancestrais dos hominídeos teria surgido na Europa (Fonte: David Begun/Universidade de Toronto)Apesar da publicação do estudo sugerir que o ancestral dos nossos parentes distantes tenha tido origem na Europa, nem toda a comunidade científica parece estar no mesmo barco. Também em conversa com o Live Science, o cientista Christopher Gilbert não descartou a possibilidade, mas também levantou outros questionamentos.Gilbert, paleoantropólogo na Faculdade Hunter da Univesidade de Nova York, levanta a possibilidade de que primatas podem ter migrado de uma região para a outra, mas que isto não necessariamente bate o martelo sobre sua real origem. Para ele, grandes primatas como A. turkae podem sim ter saído da Europa em direção à África, mas que o oposto também pode ter acontecido, com a espécie deixando o território africano em direção ao europeu.Mais estudos e pesquisas ainda serão necessários para que se chegue a um consenso, mas de qualquer forma a descoberta do Anadoluvius turkae é muito importante para que possamos entender melhor a origem e a história da humanidade no nosso planeta.</body>

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