Plantas com flores sobreviveram ao evento que matou os dinossauros

27/09/2023 às 11:002 min de leitura

O evento de extinção em massa que eliminou os dinossauros da Terra foi de intensa modificação no planeta. Estima-se que 75% de todos os animais do mundo tenham sido extintos nesse período. Já as plantas conseguiram se adaptar a esse apocalipse de forma mais ágil.

O pesquisador Jamie Thompson, da Universidade de Bath, no Reino Unido, explicou o motivo: as flores. As plantas que criam flores e frutos (angiospermas) conseguiram se reproduzir e preservar as suas linhagens.

Não é como se a vida para elas fosse fácil em meio ao caos que se instaurou no mundo, mas como muitos de seus processos de polinização poderiam ser feitos sem a interação de outros animais, como usando o vento, algumas conseguiram se dispersar pela Terra.

“Depois que a maioria das espécies da Terra foram extintas, as angiospermas aproveitaram a vantagem, semelhante à forma como os mamíferos assumiram o controle depois dos dinossauros, e agora praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente de plantas com flores”, disse Thompson em comunicado à imprensa.

Isso fez com que as plantas com flores se destacassem em nosso mundo. Hoje, das 400 mil espécies de plantas catalogadas, cerca de 300 mil espécies (75%), possuem flores, indicando a importância que esse mecanismo teve e tem para muitas espécies.

Como os cientistas chegaram a essa conclusão?

Fonte: Getty ImagesFonte: Getty Images

Analisar o passado das plantas não é tão fácil. Elas não deixam tantos rastros fossilizados, para trás, ao contrário dos animais, que deixam seus ossos. Encontrar um fóssil de uma flor, então, é algo quase impossível.

Por isso, os pesquisadores se debruçaram sobre o DNA das plantas que temos. Eles construíram árvores evolutivas dessas plantas, simulando os vegetais do passado, usando dados de cerca de 73 mil espécies de plantas com flores.

Depois, eles pegaram os dados iniciais e criaram modelos estatísticos para calcular o nascimento e a morte de cada espécie, descobrindo a data de extinção dessas plantas ao longo dos anos.

“Evidências do relógio molecular sugerem que a grande maioria das famílias de angiospermas existentes hoje existiam antes do evento de extinção em massa.  Espécies, incluindo os ancestrais das orquídeas, da magnólia e da hortelã, todas compartilhavam a Terra com os dinossauros”, diz o estudo.

O artigo ainda explica que muitas espécies de plantas com flores foram extintas com o passar dos anos, mas essa extinção ocorreu de maneira estável, ao contrário da extinção de muitos animais nesse período, que aconteceu de forma acelerada, como consequência dos graves eventos que ocorriam no planeta. “As análises revelaram taxas de extinção relativamente estáveis ao longo do tempo e nenhuma evidência de extinções em massa”

Portanto, não é exagero chamar aquela orquídea que está enfeitando o seu jardim de “sobrevivente”, pois ela é — e não só porque ela sobrevive, mesmo você se esquecendo de regá-la — mas porque os ancestrais dessa plantinha conseguiram continuar vivos, mesmo passando por um dos eventos mais catastróficos que o planeta já vivenciou.

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