Imagem de É verdade que tudo vai se transformar em caranguejo um dia? no megacurioso

Memes divulgados nas mídias sociais trouxeram à tona um curioso fenômeno biológico sobre a evolução dos crustáceos decápodes


<p>Um interessante fenômeno biológico, a “carcinização”, na qual crustáceos decápodes passam por uma evolução convergente, se transformou em meme durante o isolamento social, a ponto de as pessoas começarem a acreditar que “tudo”, mais cedo ou mais tarde, vai se transformar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115827-conheca-o-bizarro-caranguejo-aranha-gigante.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">caranguejo</a>.</p>



<p>Antes de adquirir notoriedade na web, carcinização era só um daqueles conceitos chatos de Biologia, que temos que decorar para a prova do Enem. O termo descreve a evolução morfológica de decápodes adultos não-caranguejos (os Anomura) em “falsos caranguejos”, e foi desenvolvido pelo zoólogo inglês Borradaile em 1916.</p>



<p>Embora algumas brincadeiras sobre o conceito já tivessem rolado nas mídias, a coisa tomou forma em 1 de junho de 2020, quando o artista xkcd tuitou uma tirinha em quadrinhos sobre o fenômeno. A historinha ganhou mais de 210 retuítes e 1,6 mil curtidas nos primeiros seis meses. Veja abaixo:</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/21/21100434558089.jpg" alt="Fonte: xkcd/Twitter/Reprodução" /><figcaption>Fonte: xkcd/Twitter/Reprodução</figcaption></figure>



<h2>Nós, humanos, também iremos nos transformar em caranguejos?</h2>



<p>Apesar de uma tentativa de demonização das vacinas estar atualmente propagando nas mídias que podemos, eventualmente, nos transformar em jacarés, a possibilidade de os humanos evoluírem para caranguejos é muito remota, e não passa pela cabeça dos biólogos evolucionistas, a não ser como uma piada.</p>



<p>No entanto, uma real evolução para caranguejos é um fenômeno que já aconteceu, e vem acontecendo muitas vezes, na família dos crustáceos, onde uma criatura com jeito de lagosta ou um caranguejo-eremita acabam se achatando, assumindo uma forma redonda e até nos dando uma beliscada com as pinças se dermos bobeira.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/21/21102330795103.jpg" alt="Fonte: Seafood Hamper/Divulgação" /><figcaption>Fonte: Seafood Hamper/Divulgação</figcaption></figure>



<h2>Quem são os falsos caranguejos?</h2>



<p>O estranhamento sobre o fenômeno talvez ocorra menos pelas mudanças morfológicas e mais pela nossa concepção do que seja um “caranguejo”. Se a verbalização da palavra nos remete a um caranguejo-azul, ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-sinistros/21284-confira-os-10-maiores-bichos-aquaticos-ja-capturados.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">caranguejo-rei</a> (aquele grande e vermelho) ou ao chique caranguejo Dungeness, é importante saber que apenas dois destes são braquiúros, ou seja, caranguejos autênticos.</p>



<p>Os braquiúros são uma divisão na ordem dos decápodes que incluem, além dos caranguejos, os camarões, as lagostas e os lagostins. Porém, o caranguejo-rei, cuja imagem usamos para ilustrar matérias da espécie, não é da família; ele é um Anomura, ou caranguejo falso.</p>



<p>Em alguns aspectos, os caranguejos são como os grupos isolados das Ilhas Galápagos que encantaram Darwin, e eles <a href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&q=https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114185-sangue-de-caranguejo-ferradura-por-que-seu-litro-custa-us-15-mil.htm&sa=U&ved=2ahUKEwjM_ce-mN_tAhW3IbkGHQIVCogQFjAAegQIBhAC&usg=AOvVaw1lDwxdWtnmH8lt-DkQBkjO" target="_blank" rel="noopener noreferrer">não param de nos surpreender</a>.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:12.279Z

É verdade que tudo vai se transformar em caranguejo um dia?

Imagem de Aridez, e não apenas água, é essencial para o surgimento da vida no megacurioso

Água encontrada pelo sistema solar pode sustentar vida mas não, dar origem a ela


<p>Um elemento norteia a busca por vida fora da Terra: água líquida, capaz de sustentar vida como a conhecemos. Se ao longo das últimas décadas pesquisadores têm descoberto mais e mais indícios de que, afinal, nosso sistema solar é bem mais úmido do que sempre se pensou, a pergunta agora é quanta água é preciso para a vida surgir.</p>



<p>“Hidrogênio e oxigênio são os elementos mais comuns no Universo, então é fácil deduzir que a água é um dos principais constituintes de muitos corpos celestes”, disse <a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/156277-gelo-bizarro-compoe-interior-netuno-urano.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">em agosto</a> o físico Federico Grasselli, pesquisador da Escola Internacional de Estudos Avançados (SISSA).</p>



<p>Se antes a Terra era único membro do clube dos planetas oceânicos, agora as inscrições <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154495-via-lactea-cheia-mundos-oceanicos-dizem-cientistas.htm" target="_blank">estão abertas para outros integrantes</a> – os planetas anões <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/156085-ceres-teria-mar-agua-salgada-superficie.htm" target="_blank">Ceres</a> e <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/154464-plutao-ter-conservado-oceano-primordial.htm" target="_blank">Plutão</a>, assim como as luas de Júpiter <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/153207-esa-anuncia-evidencia-agua-europa-lua-jupiter.htm" target="_blank">Europa</a> e <a rel="noreferrer noopener" href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/176560-submarino-nasa-explorar-oceanos-da-maior-lua-saturno.htm" target="_blank">Encélado</a> já dão mostras de abrigar imensos oceanos de água sob suas crostas de gelo.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/13/13173906632002.jpg" alt="" /><figcaption>As áreas brilhantes em Ceres são depósitos de carbonato de sódio, levados à superfície pela água de um oceano subterrâneo</figcaption></figure>



<h2>Vida a seco</h2>



<p>Achar sinais de vida primitiva é o objetivo da missão a Marte que chegará ao planeta em menos de dois meses. Em 18 de fevereiro de 2021, a Mars 2020 da <a href="http://www.tecmundo.com.br/NASA" rel="noreferrer noopener" target="_blank">NASA</a> pousará o rover <a href="http://www.tecmundo.com.br/Perseverance" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Perseverance</a> no equador do planeta, dentro da cratera de Jezero, o leito seco do que foi um lago alimentado por rios há 3,5 bilhões de anos (Marte tinha um ciclo da água que sobreviveu no planeta por mais de cem mil anos).</p>



<p>A escolha partiu, em grande parte, por conta dos argumentos do bioquímico do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge John Sutherland, que afirma ter sido em águas rasas – e não em oceanos primitivos – que a vida surgiu na Terra e, possivelmente, em Marte.</p>



<figure class="mt-2 size-large is-resized"><img loading="lazy" src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/13/13175213017003.jpg" alt="" width="580" height="340" /><figcaption>A cratera Jezero, o antigo leito de um lago alimentado por rios</figcaption></figure>



<h2>Paradoxo da água</h2>



<p>O ponto principal de sua pesquisa é a resposta a um paradoxo que persiste há décadas: se a água decompõe o DNA e outras moléculas importantes, como este foi o meio em que as primeiras células surgiram? A resposta: ela estava não nos oceanos, mas em terra firme.</p>



<p>Sutherland levou adiante o resultado de estudos que, nos últimos anos, mostraram que as substâncias químicas essenciais ao surgimento da vida precisam existir em alta concentração e receber radiação ultravioleta do Sol para reagirem, além de um ambiente aquoso que não provoque sua diluição – um lugar onde a água eventualmente seque.</p>



<p>Mesmo a hipótese da vida primordial se formando em terra firme não ser uma unanimidade entre a comunidade científica, ela explica o paradoxo da água.</p>



<h2>Sopa primordial</h2>



<p>Em 1952, um experimento provou que expor a chamada sopa primordial (elementos químicos à base de carbono dissolvidos em água) ao calor e à eletricidade gera glicina, um aminoácido simples – o que fez surgir o paradoxo de como moléculas fundamentais da vida, como proteínas e ácidos nucleicos (a base do DNA) sobreviveram à água.</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Where Did Life Come From? (feat. PBS Space Time and Eons!)" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/_uAJY1mqtw4?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>As células resolveram o problema limitando a entrada da água em seu interior; se elas aprenderam a fazer isso, a vida provavelmente se formou onde a água esteve presente apenas de tempos em tempos.</p>



<p>A equipe de Sutherland, aquecendo suavemente elementos simples à base de carbono, submetendo-os à radiação ultravioleta e alternando umidade e aridez, produziu precursores de proteínas e lipídios e, em seguida, os blocos de construção do DNA – o que se considerava impossível de fazer. </p>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208250-aridez-nao-agua-essencial-surgimento-vida.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/208250-aridez-nao-agua-essencial-surgimento-vida.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Aridez, e não apenas água, é essencial para o surgimento da vida</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:11.516Z

Aridez, e não apenas água, é essencial para o surgimento da vida

Imagem de Estudo confirma Darwin: insetos desistem de voar por causa do vento no megacurioso

Ao perceber em suas pesquisas que vários insetos insulares renunciaram à capacidade de voar, Darwin afirmou que isso se devia ao vento


<p>Uma pesquisa publicada na última quarta-feira (9) na revista científica <em>Proceedings of The Royal Society B</em> conseguiu comprovar uma das hipóteses mais controversas de <a rel="noopener noreferrer" href="https://www.google.com/url?client=internal-element-cse&cx=004238318321071068280:rcwgwv4dsro&q=https://www.megacurioso.com.br/personalidades/42150-6-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-charles-darwin.htm&sa=U&ved=2ahUKEwje_sj7i8TtAhWAH7kGHZ3YDXAQFjAAegQIAxAC&usg=AOvVaw2KG7AJYd7nA_mHBG-hUFn6" target="_blank">Charles Darwin</a>: a de que animais voadores renunciavam à capacidade de voar quando habitam ilhas, devido ao risco de serem lançados no mar pelo vento.</p>



<p>O diretor do Royal Botanical Gardens, Joseph Hooker, considerado o melhor amigo de Darwin e um dos primeiros defensores da <a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/40008-8-fatos-que-voce-ainda-nao-sabia-sobre-a-evolucao-humana.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">evolução das espécies</a>, rejeitava essa explicação, argumentando que também os continentes <a href="https://www.megacurioso.com.br/fenomenos-da-natureza/43030-como-os-insetos-se-adaptam-para-sobreviver-ao-inverno.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">possuem insetos</a> que não voam. A partir da polêmica, muitos biólogos passaram a se alinhar com as teorias de Hooker.</p>



<p>Observando que as ilhas do Oceano Antártico (SOI’s) são locais submetidos a fortes ventos durante o ano inteiro, a estudante de doutorado da Monash University, Rachel Leihy, elegeu o local como a paisagem perfeita para testar a controvérsia Darwin-Hooker. As ilhas são tão pequenas que os fortes ventos existentes nos oceanos austrais, chamados Roaring Forties (Quarenta Rangentes), não encontram nenhum obstáculo no relevo.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/10/10154948030231.jpg" alt="Fonte: Wikipedia/Reprodução"/><figcaption>Fonte: Wikipedia/Reprodução</figcaption></figure>



<h2>Metodologia</h2>



<p>Os pesquisadores cruzaram inventários faunísticos abrangentes, informações morfológicas das espécies e variáveis ambientais de 28 SOI’s. O que se observou foi que a ausência de voo é excepcionalmente prevalente nas espécies de insetos insulares nativas (47%), percentual muito superior às espécies das ilhas árticas (8%), às introduzidas nas SOI’s (17%) e aos valores globais (5%).</p>



<p>Na pesquisa, Leihy relata que metade das espécies de insetos das ilhas pesquisadas não voa. “É extraordinário”, diz ela, encontrar “mariposas lá rastejando com asas pequenas demais para voar”. Além disso, a ausência de voo é mais comum nas ilhas onde a velocidade do vento é mais alta.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/12/10/10155250126233.jpg" alt="Fonte: Rachel Leihy/Divugação"/><figcaption>Ilha Macquarie, entre a Tasmânia e a Antártica, uma das SOI’s onde a pesquisa foi realizada devido á força do vento (Fonte: Rachel Leihy/Divugação)</figcaption></figure>



<p>Quando Darwin apresentou sua teoria abrangente da evolução no século XIX, foi muito contestado, até que, gradualmente, suas teses foram se provando convincentes, embora outras tenham permanecido controversas. A conclusão desta pesquisa é um dos casos em que, após 161 anos do lançamento de “A Origem das Espécies”, a ciência autentica uma das teorias darwinistas.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:11.361Z

Estudo confirma Darwin: insetos desistem de voar por causa do vento

Imagem de Cientistas descobrem planta capaz de se camuflar de humanos no megacurioso

Planta desenvolveu a capacidade de mudar de cor para manter-se viva após ser usada por 2 mil anos para a criação de medicamentos, aponta estudo


<p>O impacto do ser-humano sobre a natureza tem sido tão grande que até mesmo plantas desenvolveram a habilidade de se camuflar para fugir de nossas mãos. Ao menos é isso que aponta um novo estudo chinês a respeito da espécie <em>Fritillaria delavayi, </em>que por mais de 2 mil anos serviu de matéria-prima para o desenvolvimento de medicamentos no leste asiático.</p>



<p>Segundo o estudo, a planta que produz uma flor verde a cada cinco anos começou a amadurecer com cores mais sutis e pálidas na última década. Os pesquisadores acreditam que a perda do seu “brilho” pode ser parte do seu mecanismo de defesa para escapar da exploração humana.</p>



<h2>Camuflagem em plantas</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27030234500592.jpg" alt="(Fonte: Yang Niu)" /><figcaption>(Fonte: Yang Niu)</figcaption></figure>



<p>Em declaração oficial, o co-autor do estudo Yang Niu disse que os cientistas levaram em consideração a existência de animais <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/69683-5-animais-vegetarianos-que-gostam-muito-de-uma-carnificina.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">herbívoros</a> nas proximidades de onde a planta costuma nascer. Em outros casos de Fritillarias com capacidade de <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/45494-conheca-alguns-insetos-que-sao-mestres-da-camuflagem.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">camuflagem</a>, esse é um das principais condições que levam a evolução da espécie.</p>



<p>Porém, nenhuma criatura do tipo foi encontrada na região, levando os pesquisadores a acreditarem que o homem talvez seja a principal ameaça para essa erva em específico. As <em>Fritillaria delavayi</em> são características da região montanhosa de Hengduan, que divide território entre a China e o Nepal.</p>



<p>Conforme as crenças da cultura local, o seu bulbo possui propriedades adequadas para o tratamento de tosses e outras doenças respiratórias. De acordo com o estudo, quanto mais jovens são as populações dessas plantas, maiores as chances de terem desenvolvido uma coloração marrom-acinzentada para se camuflar com a área rochosa onde nascem.</p>



<h2>Áreas de exploração</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/11/27/27030301828593.jpg" alt="(Fonte: Yang Niu)" /><figcaption>(Fonte: Yang Niu)</figcaption></figure>



<p>Após entrevistarem os moradores de Hengduan, os pesquisadores chineses puderam determinar quais eram as áreas de maior exploração da <em>Fritillaria delavayi </em>e comparar a compatibilidade dessas regiões com os locais onde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/plantas-e-frutas/69772-planta-australiana-causa-tanta-dor-que-pode-levar-voce-a-loucura.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">planta</a> apresentava uma coloração menos esverdeada.</p>



<p>De acordo com o experimento, os espaços de maior colheita eram justamente onde a espécie apresentava uma aparência escurecida, sugerindo uma correlação entre sua coloração e a interferência humana no meio ambiente. </p>



<p>Para Martin Stevens, co-autor do documento, tudo indica que a humanidade tem causado o desenvolvimento de estratégias defensivas em diversas espécies de plantas e, surpreendentemente, ainda existem poucas pesquisas que abordem esse assunto urgente. </p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:09.265Z

Cientistas descobrem planta capaz de se camuflar de humanos

Imagem de 1º ser vivo terrestre tinha mais a ver com um animal do que se pensa no megacurioso

No novo estudo, os pesquisadores descobriram que o desenvolvimento de biofilmes bacterianos é comparável à embriogênese animal


<p>Uma pesquisa publicada recentemente na revista científica <em>Molecular Biologya and Evolution</em> mostra que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115174-raio-primordial-a-origem-da-eletricidade-da-vida-na-terra.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">vida primordial na Terra</a> pode ter sido muito mais parecida com um animal do que se pensava, e sugere que as as bactérias podem “se desenvolver” como um embrião.</p>



<p>Quando as bactérias se juntam, elas formam uma comunidade biológica altamente organizada e densamente compactada feita com uma gosma feita de açúcares, que confere proteção contra agressões externas, como falta de nutrientes, antibióticos ou algum antibactericida.&nbsp;</p>



<p>Ns segurança do<a href="https://www.megacurioso.com.br/virus-bacterias-e-protozoarios/42870-o-que-acontece-quando-levamos-bacterias-da-terra-para-o-espaco-.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">&nbsp;biofilme</a>, esses organismos minúsculos são muito poderosos e conseguem resistir às mudança ambientais, comunicar-se em longo alcance com células externas às suas comunidades, e até compartilhar uma espécie de memória coletiva, comportando-se como um organismo celular.</p>



<h2>A nova descoberta&nbsp;</h2>



<figure class="mt-2"><a class="fonte_imagem" href="https://cdn.mos.cms.futurecdn.net/knnXEnvpQJsZ8QtZnNCzV-1024-80.jpg.webp"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/23/23211337606008.webp" alt="Fonte: Momir Futo/Rudjer Bosko/Reprodução" /></a><figcaption>Biofilmes de<em>&nbsp;Bacillus</em> se assemelham a embriões (Fonte: Momir Futo/Rudjer Bosko/Reprodução)</figcaption></figure>



<p>O que a equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo geneticista evolucionista Momir Futo do Instituto Ruder Boškovic, na Croácia, descobriu foi que os biofilmes não apenas se comportam como um organismo celular, como também se desenvolvem como um.</p>



<p>A maioria das células da Terra se comporta como esses biofilmes. Eles podem ser compostos de várias espécies, e se comportam como seres multicelulares, com divisão do trabalho, morte celular programada e autorreconhecimento.</p>



<p>Para fazer essas observações, Futo e sua equipe pesquisaram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/112547-startup-americana-encontra-a-cura-para-a-ressaca.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer"><em>Bacillus subtilis</em></a> em forma de bastonete, uma bactéria saprófita comum encontrada no solo, em vacas e em seres humanos. Os pesquisadores acompanharam o seu desenvolvimento no biofilme, desde a poucas células iniciais até os dois meses de idade.</p>



<h2>Bactérias são organismos multicelulares</h2>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Bacillus Growth Mirrors Embryonic Development" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/Bsf3mQIawYI?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>Posteriormente, ao compararem os produtos dos genes da bactéria com os de outras em sua árvore genealógica, descobriram que os genes evolucionários mais jovens evoluíam conforme os pontos temporais do crescimento do biofilme, segundo o geneticista Tomislav Domazet-Lošo, da Universidade Católica da Croácia.</p>



<p>Para ele: &#8220;Isso significa que as bactérias são verdadeiros organismos multicelulares como nós&#8221;. Quando se considera que os fósseis mais antigos são biofilmes bacterianos, os pesquisadores sugerem que a primeira forma de vida foi multicelular, e não uma criatura unicelular como normalmente se acredita até hoje.</p>



<p>Uma vez que os biofilmes são responsáveis tanto por 80% das infecções microbianas como também pelo funcionamento das bactérias amigáveis, as descobertas deste estudo têm imensa importância para uma série de problemas médicos.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:05.817Z

1º ser vivo terrestre tinha mais a ver com um animal do que se pensa

Imagem de Qual foi a primeira espécie que os humanos levaram à extinção? no megacurioso

Animais de grande porte, como os parentes pré-históricos dos ursos, elefantes e antílopes são as mais prováveis respostas


<p>Muito antes das primeiras cidades, quando os nossos <a href="https://www.megacurioso.com.br/dinossauros-e-fosseis/36804-cientistas-descobrem-o-fossil-de-primata-mais-antigo-do-mundo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">antepassados</a> ainda apresentavam comportamento nômade e eventualmente migravam em busca de mais fontes de comida e água, os primeiros animais e plantas do planeta Terra foram levados à extinção devido à ação humana.</p>



<p>Segundo o pesquisador paleontólogo Julian Hume, do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, que estuda fósseis de animais extintos, a humanidade já estava exterminando a fauna há milhares de anos. “O verdadeiro problema começou quando nós, como humanos, começamos a migrar”, diz.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/17/17181553670249.png" alt="Paleontólogo analisa fóssil de um Dodô, extinto pelo ser humano há milhares de anos atras" /><figcaption>Paleontólogo analisa fóssil de um Dodô, extinto pelo ser humano há milhares de anos atrás.</figcaption></figure>



<p>Ele explica que as migrações dos neandertais, há cerca de 125 mil anos, foram o ponto de partida para o começo das extinções, já que o número de registros e fósseis aumentou em paralelo com a extinção de animais de grande porte, conhecidos como megafauna.</p>



<p>Já Felisa A. Smith, pesquisadora de biologia evolutiva pela Universidade do Novo México, EUA, que estuda como o tamanho do corpo dos animais mudou ao longo da história, completa que esse padrão regular de extinção começou depois que os hominídeos começaram a explorar além da África, onde teriam se desenvolvido nossos antepassados.</p>



<p>Smith é autora de um estudo chamado <em>Redução do tamanho corporal dos mamíferos no final do Quaternário,</em> publicado em 2018 pela revista <em>Science</em>. No estudo, ela explica que os registros dos fósseis analisados mostram que as espécies de grande porte (parentes pré-históricos de elefantes, ursos, antílopes e outras criaturas) foram os primeiros a desaparecerem da Terra.</p>



<p>“Havia uma coisa parecida com um tatu chamado gliptodonte, que era do tamanho de uma Kombi”, diz Smith. Os gliptodontes possuíam caudas pontiagudas que os tornavam animais letais. Eles desapareceram das Américas no final da última era glacial, há cerca de 12 mil anos, o que está diretamente relacionado à chegada dos humanos no local, explica a pesquisadora.</p>



<p>Os grandes animais da megafauna pré-histórica eram os mais propícios a sofrer extinção por conta do seu tamanho, o que significava a necessidade de consumir grandes quantidades de comida, além de serem criaturas com enorme poder de destruição — isso representava uma ameaça aos seres humanos, que tinham recém-chegado na região. Além disso, animais maiores não se reproduzem tão rápido quanto os menores.</p>



<h2>Os primeiros registros concretos</h2>



<p>De acordo com a <em>Live Science</em>, não há como determinar qual foi exatamente o primeiro animal a ser extinto da Terra. Até recentemente, antes dos estudos mais aprofundados sobre a ação dos seres humanos sobre a megafauna, o dodô era considerado o primeiro animal extinto por nós, o que é um equívoco.</p>



<p>O último dodô da Terra deu seu último suspiro ainda no final do século XVII, nas florestas das Ilhas Maurício, na costa leste da África. Eles encararam o fim da sua espécie de forma prematura por conta do comportamento de caça de exploradores europeus que chegaram às Ilhas Maurício cerca de 100 anos antes da extinção dos dodôs, pouco depois do ano 1500.</p>



<p>Até então, acreditava-se que o dodô era uma ave pouco adaptada às necessidades das ilhas onde se desenvolveram e isso seria uma justificativa para o fim precoce das criaturas. No entanto, o pesquisador Julian Hume produziu um modelo digitalizado em 3D do animal e concluiu que os dodôs eram, sim, muito bem adaptados à região onde cresceram.</p>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/17/17181109717248.png" alt="Modelo 3D do pesquisador Julian Hume" /><figcaption>Exemplo do modelo 3D do pesquisador Julian Hume.</figcaption></figure>



<p>Seu modelo 3D exibe um pássaro extremamente diferente, mais rápido, mais atlético e muito mais inteligente do que a cultura popular e os antigos registros nos fizeram acreditar. “[O dodô] não era nada parecido com essa coisa grande, gorda e volumosa, que ficava apenas andando por aí. Esta ave era superadaptada ao ambiente das Ilhas Maurício”, conclui Hume à <em>Live Science</em>, sacramentando a culpa do ser humano em sua extinção, que foi muito representativa de uma migração moderna, mas está longe de ter sido a primeira causada por nós.</p>


thumb-image-2024-02-29T14:05:04.868Z

Qual foi a primeira espécie que os humanos levaram à extinção?

Imagem de Grilo faz o mesmo barulho há mais de 300 milhões de anos no megacurioso

Pesquisa mostra que o grilo já se comunicava com seu "cricrilar" muito antes do humano começar a falar


<p>Segundo pesquisa liderada por Hojun Song, professor do departamento de Entemologia da Texas A&amp;M University, e publicada na revista de ciências naturais <em>Nature Communications</em>, os animais da ordem <em>Orthoptera</em>, comumente conhecidos como grilos, possuem sistemas de comunicação para acasalar, evitar predadores e se locomover há cerca de 350 milhões de anos. Estes sistemas vem se desenvolvendo ao longo do tempo.</p>



<p>&#8220;Analisar os antigos métodos de comunicação (dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114264-comer-insetos-pode-fazer-bem-para-a-saude-e-para-o-meio-ambiente.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">grilos</a>) pode nos ajudar a entender como nós, humanos, nos comunicamos&#8221;, comentou Song.</p>



<h2>Cronologia da Evolução na Terra</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/16/16143950922021.jpg" alt="(Fonte: Wiley Online Library / Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: Wiley Online Library / Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Estudos apontam que os insetos surgiram na Terra há 400 milhões de anos. Eles já estavam relativamente evoluídos quando os <a href="https://www.megacurioso.com.br/dinossauros-e-fosseis/98956-13-curiosidades-incriveis-sobre-dinossauros.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">dinossauros</a> apareceram, 233 milhões de anos atrás, e eram muito maiores do que normalmente são hoje.</p>



<p>Em comparação com os insetos, o ser humano é uma espécie em sua infância. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/40008-8-fatos-que-voce-ainda-nao-sabia-sobre-a-evolucao-humana.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">humanos</a> começaram a se parecer com o que são hoje há pouco mais de 200 mil anos.</p>



<h2>Mecanismos sonoros dos insetos</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/16/16145823155034.jpg" alt="(Fonte: encikAn - Shutterstock / Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: encikAn &#8211; Shutterstock / Reprodução)</figcaption></figure>



<p>Cada espécie ouve e produz sons de forma única. Gafanhotos, por exemplo, &#8220;tem ouvidos no abdômen&#8221;, enquanto grilos se comunicam com as pernas e esperanças emitem sons em frequências de ultrassom!</p>



<p>Alguns grilos tem &#8220;dentes&#8221; microscópicos em suas asas, que são raspados para gerar o som de cricrilar que conhecemos.</p>



<h2>Evolução da comunicação dos grilos</h2>



<figure class="mt-2"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/16/16150718678036.jpg" alt="(Fonte: PetrP / Fotolia / Reprodução)"/><figcaption>(Fonte: PetrP / Fotolia / Reprodução)</figcaption></figure>



<p>A análise de um fóssil de grilo datado do período Triássico (250 a 199 milhões de anos atrás) mostrou que estes mecanismos nas asas já existiam naquela época.</p>



<p>Hojun Song acredita que, com o surgimento de novas espécies de animais, os ambientes se tornaram cada vez mais barulhentos, o que forçou os insetos a desenvolver seus mecanismos de comunicação.</p>



<p>&#8220;Novos tempos, padrões e frequências sonoras foram surgindo em espécies para que se destacassem das demais e atraíssem parceiros&#8221;, diz o pesquisador.</p>



<h2>Adaptação ao ambiente urbano</h2>



<p>O alto nível de <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/99276-quando-surgiram-as-grandes-metropoles-do-mundo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">urbanização</a> atualmente está influenciando a comunicação dos insetos, assim como dos humanos.</p>



<p>Sobre o futuro, Song acredita que &#8220;se nós compreendermos os mecanismos sonoros dos insetos (&#8230;), talvez poderemos desenvolver novas tecnologias para melhorar a acústica e a comunicação de toda a vida, das espécies <em>Orthoptera </em>aos humanos.&#8221;</p>


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Grilo faz o mesmo barulho há mais de 300 milhões de anos

Imagem de Característica anatômica mostra evolução em andamento no ser humano no megacurioso

Detalhe no antebraço humano pode ser a prova definitiva de que um processo de lenta evolução ainda está ocorrendo


<p>Segundo estudo publicado no<em>&nbsp;Journal of Anatomy</em> no início de agosto deste ano, uma pequena característica no nosso antebraço pode indicar que ainda nos encontramos em uma lenta e constante evolução. Isso acontece pelo aparecimento da artéria mediana nos braços de algumas pessoas de forma cada vez mais comum.</p>



<p>Anteriormente, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116151-mulher-com-paralisia-escreve-livro-usando-apenas-os-olhos.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">artéria</a> mediana era o principal meio de transporte sanguíneo entre as estruturas do antebraço e da mão, conectando o nervo mediano cerebral à corrente de sangue, mas o desenvolvimento das artérias radial e ulnar praticamente levou esse canal a desaparecer no organismo, substituído pelos dois recém-formados. Porém, novos estudos sugerem que a mediana está voltando a aparecer de maneira cada vez mais frequente em indivíduos, já se formando em cerca de um terço da população.</p>



<p>“Desde o século XVIII, os anatomistas têm estudado a presença desta artéria em adultos e nossa análise mostra que esse número está claramente aumentando”, disse o autor do estudo, Dr. Teghan Lucas, da Universidade Flinders, Austrália. “A prevalência era de cerca de 10% nas pessoas nascidas em meados da década de 1880 contra 30% nas nascidas no final do século XX, então é um aumento significativo em um período bastante curto de tempo, no que diz respeito à <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116332-primatas-com-cerebros-maiores-nao-sao-mais-inteligentes-diz-estudo.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">evolução</a>.&#8221;</p>



<figure class="wp-block-embed-youtube wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
<iframe title="Forearm artery reveals humans evolving from changes in natural selection" width="1366" height="768" src="https://www.youtube.com/embed/zIb9mymN80o?feature=oembed" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen></iframe>
</div></figure>



<p>O estudo foi realizado com base em 78 cadáveres enviados para análises laboratoriais, sendo todos nascidos no século XX e descendentes de europeus. Do total, em 26 corpos foi encontrada a terceira artéria, apontando para um mecanismo anatômico que pode estar deixando de se tornar uma característica minoritária.</p>



<p>“Esse aumento pode ser resultado de mutações de genes envolvidos no desenvolvimento da artéria mediana ou de problemas de saúde das mães durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116322-alerta-de-fofura-conheca-o-panda-recem-nascido-num-zoo-dos-eua.htm" target="_blank" rel="noopener noreferrer">gravidez</a>, ou ambos na verdade. Se essa tendência continuar, a maioria das pessoas terá a artéria mediana do antebraço em 2100”, concluiu Teghan Lucas.</p>



<h2>Uma adaptação supostamente benéfica</h2>



<p>O reaparecimento da artéria mediana pode indicar uma alteração benéfica no sistema circulatório sanguíneo, já que ele poderá trabalhar juntamente com as atuais estruturas para aumentar o fluxo de sangue para o braço. Além disso, acredita-se que ela poderá ser utilizada em processos cirúrgicos como repositório para vasos danificados no corpo, restabelecendo a comunicação entre tecidos.</p>


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Característica anatômica mostra evolução em andamento no ser humano

Imagem de Herança neandertal aumenta a gravidade da covid-19 no megacurioso

Infectados que têm material genético desse ancestral correm risco 3 vezes maior de precisarem de ventilação mecânica


<p>Genes herdados de nossos ancestrais evolutivos podem ser a resposta para o fato de alguns indivíduos serem severamente afetados pelo Sars-CoV-19, o&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/coronavirus" rel="noreferrer noopener" target="_blank">coronavírus</a>&nbsp;responsável pela pandemia que paralisou o mundo. Segundo um estudo publicado na&nbsp;<em>Nature</em>, a forma mais grave da doença é frequentemente encontrada em portadores de variantes genéticas no cromossomo 3, uma área do nosso genoma quase idêntica à de um Neandertal de 50 mil anos do sul da França.</p>



<p>&#8220;É impressionante que essa herança nos traga consequências tão trágicas&#8221;, disse o geneticista evolucionário Svante Pääbo, líder da Unidade de Genômica Evolutiva Humana do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST).</p>



<p>Mesmo&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/153373-supercomputador-revela-neandertais-extintos.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">extinto há 40 mil anos</a>, o homem de Neandertal continuou vivo através de seu DNA. Cerca de 50% da população que hoje habita o sul da Ásia e 16% dos europeus carregam essa sequência genética depois que o humano moderno saiu do continente africano em direção à Ásia e à Europa,&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/150603-ancestrais-humanos-relacionaram-especie-desconhecida.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">encontrando Neandertais pelo caminho</a>.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f7f4aecef8de.gif" alt="" class="wp-image-123384"/></figure>



<h2>Risco 3 vezes maior</h2>



<p>&#8220;Essa herança genética aumenta em três vezes as chances de o infectado necessitar de ventilação mecânica ao contrair o vírus&#8221;, explica o antropólogo evolucionista Hugo Zeberg, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e principal autor do estudo. Foi nesse mesmo instituto que, em 2013, Pääbo anunciou o sequenciamento do genoma neandertal. Desde então, o geneticista tem rastreado os genes ancestrais pelo mundo.</p>



<p>A descoberta da influência dessas variantes na região do cromossomo 3 veio do trabalho da iniciativa internacional COVID-19 Host Genetics. O genoma de 3 mil infectados foi analisado; no grupo havia de assintomáticos a pacientes hospitalizados com a forma mais grave da covid-19.</p>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06200505804553.jpg" alt="Distribuição e prevalência (gráficos em pizza) das variantes genéticas de Neandertal."><em>Distribuição e prevalência (gráficos em pizza) das variantes genéticas de Neandertal.</em></p>



<h2>Direto do sul da França</h2>



<p>A região do cromossomo 3 compreende 49,4 mil pares de bases, e existem 13 variantes que aumentam a gravidade da infecção por Sars-CoV-19. O pior: essas variantes estão fortemente ligadas, então se uma pessoa tem uma é quase certo que tenha todas.</p>



<p>Dois Neandertais do sul da Sibéria e um&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/152709-conheca-maiores-conquistas-antropologia-ultima-decada.htm" rel="noreferrer noopener" target="_blank">Hominídeo de Denisova</a>&nbsp;não tinham essa região específica do cromossomo 3, mas um Neandertal do sul da França sim, e foi ele que passou a seus descendentes, e estes para o homem moderno, as variantes em um trecho tão longo de DNA.</p>



<p>Os pesquisadores ainda não sabem por que o gene neandertal está associado ao aumento do risco de infectados portadores dessa herança ancestral adoecerem mais gravemente. &#8220;Isso é algo que estamos investigando o mais rapidamente possível&#8221;, disse Pääbo.</p>



<h2>Variedade genômica</h2>



<p><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/06/06195949503552.jpg" alt="Um pequeno osso fossilizado do pé revelou boa parte do genoma neandertal."><em>Um pequeno osso fossilizado do pé revelou boa parte do genoma neandertal.</em></p>



<p>O homem de Neandertal deixou para o homem moderno uma herança genética que se expressa na variação fenotípica humana. Essas descobertas vieram dos estudos do projeto GTEx (Genotype-Tissue Expression ou Expressão do Genoma em Tecidos Humanos) desenvolvido desde 2010 nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) norte-americanos.</p>



<p>Segundo os pesquisadores do projeto, conservamos 25% do DNA neandertal, e essa parte ancestral contribui para a complexidade do genoma humano moderno e para a diversidade entre as populações. &#8220;A hibridação entre seres humanos modernos não foi apenas algo que aconteceu há 50 mil anos e com a qual não precisamos mais nos preocupar. Essas pequenas partes de DNA aqui e ali, nossas relíquias neandertais, continuam a influenciar a expressão de nossos genes de forma ubíqua e importante&#8221;, disse o biólogo evolucionário Joshua Akey, da Universidade de Princeton.</p>



<figure class="mt-2 size-large"><img loading="lazy" width="1" height="1" src="https://mega.ibxk.com.br/sites/2/2020/10/5f7f4aed01d7e.gif" alt="" class="wp-image-123385"/></figure>



<p><a href="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204909-heranca-neandertal-aumenta-gravidade-covid-19.htm" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/ciencia/204909-heranca-neandertal-aumenta-gravidade-covid-19.htm" target="_blank" rel="noreferrer noopener">Herança neandertal aumenta a gravidade da covid-19</a> via <a href="https://www.tecmundo.com.br/" data-type="URL" data-id="https://www.tecmundo.com.br/" target="_blank" rel="noreferrer noopener">TecMundo</a></p>


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Herança neandertal aumenta a gravidade da covid-19

Imagem de Primatas com cérebros maiores não são mais inteligentes, diz estudo no megacurioso

Uma recente pesquisa com lêmures pode reaquecer o antigo debate sobre a relação do tamanho do cérebro com a inteligência. Após diversos testes, os an


<p>Uma recente pesquisa com lêmures pode reaquecer o antigo debate sobre a relação do tamanho do cérebro com a inteligência. Após diversos testes, os <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais">animais</a> superaram os primatas maiores em certas tarefas cognitivas – mesmo com o cérebro 200 vezes menor.</p>



<p>Desenvolvido pelo Centro Alemão de Primatas e publicado na revista científica <em>PeerJ</em>, o experimento analisou o nível de intelecto dos lêmures. Para isso, eles realizaram uma bateria de exames de cognição primata e obtiveram resultados surpreendentes.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/05144953731314.jpg" alt="Lêmures trazem traços de ancestrais símios." /><figcaption>Lêmures trazem traços de ancestrais dos símios.</figcaption></figure></div>



<p>Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/107057-8-fatos-incriveis-sobre-lemures.htm">lêmures</a> se separaram da linhagem principal dos símios há cerca de 60 milhões de anos. Contudo, eles ainda trazem várias características dos ancestrais e fornecem um modelo vivo para as origens das capacidades cognitivas das espécies modernas.</p>



<p>Assim, durante o estudo, as três espécies analisadas conseguiram pontuações equivalentes aos grandes primatas (chimpanzés, orangotangos e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115168-especie-de-gorila-mais-rara-do-mundo-e-vista-em-reuniao-de-familia.htm">gorilas</a>). Por exemplo, eles se destacaram em testes sobre aprendizagem social e comunicação.</p>



<p>Como dito, até mesmo animais com encéfalos 200 vezes menor do que os grandes símios tiveram um excelente desempenho nos experimentos. Por outro lado, eles não conseguiram superar os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112595-macacos-sao-melhores-em-resolver-problemas-que-humanos-diz-estudo.htm">macacos</a> em tarefas de domínio físico e memória espacial.</p>



<div class="mt-2"><figure class="aligncenter"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2020/10/05/05145053606316.jpg" alt="Em relação ao aspecto físico, os lêmures não superam os gorilas.." /><figcaption>Em relação ao domínio físico, os lêmures não superam os gorilas.</figcaption></figure></div>



<h2>Quebrando antigas hipóteses</h2>



<p>A recente pesquisa dos cientistas alemães derruba o antigo conceito de “Inteligência Geral”. Segundo a hipótese, seres com grandes cérebros possuem maior capacidade de memorização e rápido aprendizado.</p>



<p>No passado, a teoria foi utilizada como argumento sobre por que humanos são mais inteligentes do que outros animais. Isso acontece pois nosso <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/108942-11-dicas-simples-para-melhorar-o-funcionamento-do-seu-cerebro.htm">cérebro</a> é maior em relação ao tamanho do nosso corpo.</p>



<p>Então, como conclui o estudo alemão, a nova descoberta revela que o tamanho do encéfalo não está totalmente ligado com as habilidades cognitivas. Ao mesmo tempo, ele traz novas ideias sobre a evolução das capacidades dos símios.</p>



<p>“Com o nosso estudo, mostramos que as habilidades cognitivas não podem ser generalizadas, mas que as espécies diferem em aptidões intelectivas específicas de domínio”, esclarece a autora do estudo, Claudia Fichtel.</p>


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