Saúde/bem-estar
19/10/2020 às 05:00•2 min de leitura
Segundo pesquisa liderada por Hojun Song, professor do departamento de Entemologia da Texas A&M University, e publicada na revista de ciências naturais Nature Communications, os animais da ordem Orthoptera, comumente conhecidos como grilos, possuem sistemas de comunicação para acasalar, evitar predadores e se locomover há cerca de 350 milhões de anos. Estes sistemas vem se desenvolvendo ao longo do tempo.
“Analisar os antigos métodos de comunicação (dos grilos) pode nos ajudar a entender como nós, humanos, nos comunicamos”, comentou Song.
Estudos apontam que os insetos surgiram na Terra há 400 milhões de anos. Eles já estavam relativamente evoluídos quando os dinossauros apareceram, 233 milhões de anos atrás, e eram muito maiores do que normalmente são hoje.
Em comparação com os insetos, o ser humano é uma espécie em sua infância. Os humanos começaram a se parecer com o que são hoje há pouco mais de 200 mil anos.
Cada espécie ouve e produz sons de forma única. Gafanhotos, por exemplo, “tem ouvidos no abdômen”, enquanto grilos se comunicam com as pernas e esperanças emitem sons em frequências de ultrassom!
Alguns grilos tem “dentes” microscópicos em suas asas, que são raspados para gerar o som de cricrilar que conhecemos.
A análise de um fóssil de grilo datado do período Triássico (250 a 199 milhões de anos atrás) mostrou que estes mecanismos nas asas já existiam naquela época.
Hojun Song acredita que, com o surgimento de novas espécies de animais, os ambientes se tornaram cada vez mais barulhentos, o que forçou os insetos a desenvolver seus mecanismos de comunicação.
“Novos tempos, padrões e frequências sonoras foram surgindo em espécies para que se destacassem das demais e atraíssem parceiros”, diz o pesquisador.
O alto nível de urbanização atualmente está influenciando a comunicação dos insetos, assim como dos humanos.
Sobre o futuro, Song acredita que “se nós compreendermos os mecanismos sonoros dos insetos (…), talvez poderemos desenvolver novas tecnologias para melhorar a acústica e a comunicação de toda a vida, das espécies Orthoptera aos humanos.”