Imagem de 'Dambusters': as bombas saltadoras de Barnes Wallis no megacurioso

Usando uma técnica inovadora, os britânicos esperavam atingir um dos principais alvos nazistas: as represas

<head></head><body>Quando o Ministério da Aeronáutica britânica descobriu o industrializado Vale do Ruhr como um potencial alvo de enfraquecimento do Eixo, os nazistas já sabiam que suas represas representavam um chamariz para os olhos inimigos. Além de fornecer energia hidrelétrica e água pura para a produção de aço, também eram fonte de água potável e para o sistema de transporte local. Qualquer dano a essas represas significaria a derrocada da força de vontade alemã de lutar, e o poder e o esforço de guerrilha de<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119235-operacao-greif-a-ultima-tentativa-de-hitler-vencer-a-guerra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Adolf Hitler</a>.Sendo assim, o Terceiro Reich estabeleceu uma rede de torpedos na frente das estruturas para protegê-las. Para que bombas grandes fossem eficazes seria necessário um grau de precisão que o Comando de Bombardeiros da RAF não era capaz de alcançar com o alvo protegido. Um ataque único que causasse grande estrago poderia ser suficiente, porém eles não possuíam uma arma com aquela capacidade de destruição.Foi então que o engenheiro e inventor Barnes Wallis, designer-chefe assistente da empresa Vickers, que produzia artefatos militares na Inglaterra, começou a desenvolver o que chamou de "bomba saltadora". Wallis descobriu que se a carga de 4 toneladas explodisse exatamente na parede da represa, a uma profundidade de aproximadamente 9 metros, a água agiria a seu favor ao concentrar a explosão e direcionar a força dela para a represa.<h2>A estratégia de Barnes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03143841549000.jpg" alt="Barnes Wallis. (Fonte: Surrey Live/Reprodução)">Barnes Wallis. (Fonte: Surrey Live/Reprodução)Assim nasceu a Operação Chastise, conduzida pela RAF e realizada pelo Esquadrão 617. As bombas cilíndricas seriam lançadas na transversal a uma velocidade de 320 km/h, de uma altura de 45,78 metros, chocando com a superfície da água e saltando sobre ela, evitando as redes de proteção até que conseguissem colidir com a parede da represa e afundar na lama, enfim explodindo graças a uma espoleta hidrostática.O cálculo de Wallis era tão específico que as bombas seriam lançadas a uma rotação inversa que ajudaria no efeito de salto no espelho d'água, visto que o giro proporcionaria uma espécie de "levitação" através do Efeito Magnus, indo contra a ação da gravidade e garantindo que atingisse a água suavemente, impedindo sua explosão prematura.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03143917986001.jpg" alt="(Fonte: Geograph/Reprodução)">(Fonte: Geograph/Reprodução)Após os testes em água, o esquadrão da RAF com 19 bombardeiros Lancaster voou até a represa de Möhne (a primeira entre as três que seriam atacadas) na madrugada de 17 de maio de 1943, e lançaram a bomba a cerca de 800 metros da parede da barragem.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/03/03144052781002.png" alt="(Fonte: Dovechina/Reprodução)">(Fonte: Dovechina/Reprodução)Apesar de não terem destruído todas as represas que planejavam naquele dia, a missão foi considerada um sucesso, acarretando várias perdas de vidas e causando dezenas de avarias para os alemães.&nbsp;Além da genialidade de Wallis como engenheiro ter sido exaltada, a Operação Chastise mostrou para a opinião pública as "vantagens" de atacar o inimigo, ainda mais em uma época em que qualquer vitória deveria ser celebrada.O Esquadrão 617 se tornou referência do Comando de Bombardeiros no cenário da <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.</body>

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'Dambusters': as bombas saltadoras de Barnes Wallis

Imagem de Batalha das Toninhas: o fracasso brasileiro na Primeira Guerra no megacurioso

Com passagem curta no conflito armado, Marinha brasileira realizou ação desastrosa lutando junto à Entente no Mediterrâneo

<head></head><body>Após ter dois navios transportadores de café do Porto de Santos explodidos por submarinos alemães em abril de 1917, o Brasil se viu obrigado a entrar na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a> ao lado dos Estados Unidos pela Tríplice Entente — encabeçada por Rússia, França e Reino Unido.O ato foi enxergado como uma declaração de guerra da Tríplice Aliança, comandada pelas forças alemãs, ao Brasil. Sem muita tradição de guerras intercontinentais, a Marinha brasileira foi convocada a lutar no Mediterrâneo, onde protagonizou um dos seus únicos e marcantes confrontos durante o conflito armado: a Batalha das Toninhas.<h2>Brasil na Primeira Guerra</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07091948500027.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi bastante curta, durando apenas alguns meses entre 1917 e 1918. Venceslau Brás, então presidente do Brasil, optou por muito tempo manter a neutralidade, mas viu esse cenário ficando mais improvável com o passar dos acontecimentos recentes envolvendo as embarcações nacionais.Quando o conflito estourou em 1914, os países da América do Sul tentaram se manter distantes. Porém, como tinham economia altamente atrelada às atividades de países europeus, acabaram tendo que tomar lado em algum momento. E tudo começou por uma disputa comercial no Oceano Atlântico.Durante o período de guerra, a Inglaterra decidiu bloquear o litoral da Alemanha para transações. Para revidar, os alemães decidiram atacar não só embarcações de países pertencentes à Entente como também de nações neutras — incluindo quatro navios brasileiros.Durante a Conferência Interaliada em Paris, em 1917, ficou definido qual seria a participação do Brasil na Primeira Guerra, que deveria contribuir para o auxílio médico de soldados do grupo e participar de missões de monitoramento e ataque a submarinos e minas em alto mar.<h2>Marinha brasileira</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07091856485026.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Como maneira de dar suporte aos seus aliados, o Brasil enviou uma frota de navios ao outro lado do Atlântico, onde o comandante do cruzador Bahia, Fernando Frotin, recebeu ordens de navegar pelo norte de Dacar e adentrar a orla do Mediterrâneo. Essa região era conhecida por ser o coração da guerra e, portanto, extremamente perigosa.A embarcação brasileira foi alertada pelos britânicos para permanecer atenta, visto que os submarinos alemães já haviam afundado o HMS Britannia, navio britânico que era encarregado de acompanhar a frota brasileira durante essa viagem. Ao entrarem no estreito de Gibraltar, uma movimentação estranha foi percebida em volta da embarcação.Sem tecnologia que auxiliasse na detecção de inimigos, os brasileiros acreditaram terem visto algo semelhante ao periscópio de um submarino rival. Alertado da presença de alemães, Frotin deu ordens para que todos abrissem fogo contra as entidades e eliminassem qualquer tipo de ameaça.Foi então que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119201-marinha-real-travou-guerra-para-acabar-com-trafico-de-escravos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marinha</a> notou o enorme erro que havia cometido e a participação brasileira na Primeira Guerra ficou marcada por um gigante fracasso e erro de percepção.<h2>Ataque às cegas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07092036186028.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Quando o bombardeio acabou, a animação pela tentativa de derrotar um rival em alto mar foi substituída por um silêncio constrangedor. Algo estava errado. A Marinha havia percebido que algo teria saído errado em sua operação no Mediterrâneo. Por fim, não existia qualquer tipo de submarino alemão pelos arredores.&nbsp;Quando o fogo cessou, grandes quantidades de sangue passaram a subir e se dissolver na água salgada. Na realidade, os canhões do Bahia atingiram um cardume de <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/102906-pescadores-encontram-uma-toninha-com-duas-cabecas-no-litoral-da-holanda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">toninhas</a> — parentes próximos dos golfinhos — e eliminaram 46 espécimes. O desastre já estava feito e todo o ataque acabou sendo em vão.&nbsp;Os animais, que só estavam rodeando inocentemente os navios que circulavam pela região, acabaram sendo confundidos com outras embarcações e terminaram cruelmente mortos. Até os dias hoje, é possível ver grupos de toninhas nadando pelas mesmas regiões do Mediterrâneo.Ironicamente, esse erro foi batizado de "Batalha das Toninhas" e visto como motivo de piada por muitos anos quanto a participação das forças armadas brasileiras na guerra. O navio Bahia seguiu inteiro até o final da Primeira Guerra e só foi afundar mesmo em 1945, vítima de um acidente com a munição interna da embarcação.<h2>Acidentes de guerra</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://pt.wikipedia.org/wiki/Toninha-comum#/media/Ficheiro:Ecomare_-_bruinvis_Michael_in_2015_(bruinvis-michael2015-9313-sw).jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/07/07092133420029.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Por mais piada que a Batalha das Toninhas tenha se tornado no imaginário coletivo da população brasileira, o acidente envolvendo a Marinha nacional esteve longe de ser algo completamente inusitado na história de conflitos armados e relacionado à incompetência de nossas forças armadas.&nbsp;Em primeiro lugar, os navios brasileiros não haviam ido para a guerra para destruir submarinos alemães e por isso não estavam preparados para tal feito. Sem sonar ou qualquer tecnologia de detecção, o encarregado por monitorar os arredores era um vigia da frota.Com tempo de ação pequeno, a única coisa a ser feita era atacar e depois esperar o resultado. Na época, a Marinha chegou a ser muito questionada. Entretanto, vale ressaltar que até mesmo a Marinha Real Inglesa — que já estava equipada com tecnologia de ponta — cometeu o mesmo erro em 1982, quando confundiu duas baleias com submarinos argentinos na Guerra das Malvinas.&nbsp;</body>

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Batalha das Toninhas: o fracasso brasileiro na Primeira Guerra

Imagem de 'Envenenar o poço': a tática de guerra usada pelo Estado Islâmico no megacurioso

A prática usada desde o século XVI representa um temor para os hidrologistas atualmente

<head></head><body>Acredita-se que a expressão poison the well, ("envenenar o poço"), muito usada na língua inglesa e que significa "causar danos à reputação ou credibilidade de alguém, ou algo, especialmente por meio da divulgação de informações falsas ou negativas", tenha se originado no século XIV, quando os povos judaicos foram acusados de causar doenças por envenenarem os poços de água, causando a morte de centenas de habitantes. Na verdade, aquele era o primeiro indício da avassaladora <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116610-poveglia-a-ilha-que-tem-50-do-solo-composto-de-cinzas-humanas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bubônica</a>, e não tinha em nada a ver com os judeus.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02080130268004.jpg" alt="(Fonte: Jewish Review of Books/Reprodução)">(Fonte: Jewish Review of Books/Reprodução)No entanto, não foram só os povos étnicos que sofreram ataques. Na Bélgica e na França houve centenas de casos de pessoas leprosas que foram queimadas vivas após serem acusadas de envenenar nascentes e riachos. Segundo seus algozes, eles teriam sido vítimas da "corrupção judaica".&nbsp;Por medo de envenenamento, ao longo de 100 anos, os judeus foram proibidos de consumir alimentos e bebidas destinados aos cristãos.Já no século XVI, os holandeses costumavam estourar diques para impedir que os exércitos estrangeiros avançassem por suas terras, e foi essa tática de guerrilha que firmou a expressão "envenenar o poço".<h2>O uso como arma</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02080319782005.jpg" alt="(Fonte: Slate/Reprodução)">(Fonte: Slate/Reprodução)Atualmente, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/98753-camera-de-insurgente-registra-a-acao-de-rebeldes-do-estado-islamico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Estado Islâmico&nbsp;</a>(ISIS) tem usado essa tática contra civis que não cedem apoio à invasão de alguma cidade, fazendo disso uma arma potencial de guerra. Tanto em rios, poços e lagos, os terroristas despejam veneno para que as pessoas sejam forçadas a se curvar perante seus gostos.Em 2014, na aldeia Sheikh Romi, a leste da cidade de Snune, o ISIS obstruiu um poço com óleo e jogou diversos escombros de metal na água. Em pouco tempo, um distrito agrícola exuberante foi reduzido a um deserto inóspito de poeira e prados ressecados.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02080636779006.jpg" alt="(Fonte: Newsweek/Reprodução)">(Fonte: Newsweek/Reprodução)“O valor fundamental da água para a vida a torna um alvo atraente durante um conflito”, disse Peter Gleick, cientista e especialista em água do Pacific Institute, na Califórnia. Ele ressalta que essa manobra é uma violação dos direitos humanos, mas que nunca impediu que não fosse usado em locais em guerra.Era 2450 a.C, e as cidades de Lagash e Umma ficavam na atual região sul do Iraque, quando o rei de Lagash, Eannatum, teria cortado o acesso a alguns canais de água durante um conflito contra Umma, condenando a cidade a uma aridez eterna.<h2>Preocupações futuras</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02080835137007.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Existem relatos de que o imperador romano Frederick Barbarossa, no século XII, lançou cadáveres humanos em poços durante uma campanha para conquistar a Itália em 1155, classificando seu ato na história como uma das primeiras forças de guerra biológica.Em 1187, Nácer Saladino, o grande chefe militar curdo muçulmano, privou os exércitos dos cruzados do acesso à água na Terra Santa, causando a derrota deles em Hattin. Ele também teria enchido de areia os poços dos cristãos locais como punição por cooperarem com seus inimigos.Durante a Operação Alberich, quase no fim da<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Primeira Guerra Mundial</a>, conforme o exército alemão foi recuando para uma linha de defesa no norte da França, eles foram sujando poços, escavando estradas e derrubando árvores para plantar minas terrestres ao longo do caminho.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/07/02/02080928762008.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, em 1942, a Alemanha de<a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Adolf Hitler&nbsp;</a>destruiu colheitas e propriedades no norte da Grécia. “O local foi transformado em uma zona morta”, escreveu Mark Mazower, autor do livro Inside Hitler’s Greece: The Experience of Occupation. Com a retirada da dominação das tropas do Eixo, várias aldeias nunca mais se recuperaram com seus poços sujos com cadáveres de animais.Na modernidade, em 1988, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117554-saddam-hussein-cometeu-o-roubo-a-banco-do-seculo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Saddam Hussein</a> liderou o movimento de envenenamento de poços no Curdistão, incluindo o tenebroso ataque químico aerotransportado lançado sobre a cidade de Halabja.Com a contínua prática, os hidrologistas temem uma destruição irreversível de poços de água em alguns locais nos próximos anos. “Estamos fazendo uma análise dos dados agora na cronologia do conflito e, mesmo deixando de lado as questões da qualidade dos dados ao longo do tempo, há tendências muito claras de aumento de ataques a locais com água e aumento do uso de água como arma", apontou Gleick. "Eu acho que isso reflete a pressão crescente sobre a água em todo o mundo”.</body>

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'Envenenar o poço': a tática de guerra usada pelo Estado Islâmico

Imagem de Marinha Real travou guerra para acabar com tráfico de escravos no megacurioso

Em 1807, o Esquadrão da África Ocidental foi considerado um exemplo de combate à escravidão

Em 1807, a Marinha Real Brit&acirc;nica estabeleceu o Esquadr&atilde;o da &Aacute;frica Ocidental, depois que o Parlamento da Gr&atilde;-Bretanha aboliu o com&eacute;rcio de escravos, com o intuito de eliminar de vez os traficantes de escravos que existiam no Atl&acirc;ntico.
Com base em Portsmouth, na Inglaterra, a opera&ccedil;&atilde;o come&ccedil;ou com 2 pequenos navios, sendo uma fragata de 32 canh&otilde;es HMS Solebay e o navio de brigadeiro da classe Cruizer HMS &ndash; visto que as atribui&ccedil;&otilde;es antiescravistas n&atilde;o eram prioridades para a Marinha, que tamb&eacute;m estava envolvida nas Guerras Napole&ocirc;nicas.
Com a vit&oacute;ria brit&acirc;nica contra os franceses, em 1915, a Marinha conseguiu investir mais recursos em sua opera&ccedil;&atilde;o antiescravista. Foi designado um esquadr&atilde;o inteiro para a tarefa, que consistiu em 1 sexto de toda a frota da Marinha Real e de fuzileiros navais para policiar as &aacute;guas da &Aacute;frica Ocidental.
<h2>A grande limpeza</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/25/25180849709403.png" alt="(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
No entanto, trabalhar no Esquadr&atilde;o da &Aacute;frica significava quase uma senten&ccedil;a de morte, visto que naquela &eacute;poca o pa&iacute;s era apelidado de "o t&uacute;mulo do homem branco", devido aos confrontos violentos com escravos e nativos.
Ainda &eacute; imposs&iacute;vel estimar quantos homens do esquadr&atilde;o morreram na &Aacute;frica Ocidental, seja por confrontos diretos , seja pelas doen&ccedil;as. Todo o sacrif&iacute;cio foi feito para livrar os escravos das atrocidades que eram submetidos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/25/25181015536406.jpg" alt="(Fonte: Geopolitica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Geopolitica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nos navios negreiros, morriam cerca de 10 a 12 pessoas diariamente, todas em grilh&otilde;es como se fossem animais. Para que n&atilde;o tivessem a embarca&ccedil;&atilde;o apreendida, era comum que muitos traficantes jogassem sua "carga humana" no oceano quando viam um dos navios da Marinha Real se aproximando.
Enquanto isso, a sociedade brit&acirc;nica acompanhava as hist&oacute;rias de liberta&ccedil;&atilde;o dos escravos pela Marinha com orgulho, incentivando outros pa&iacute;ses a seguir o exemplo &ndash; apesar de toda a desgra&ccedil;a e morte envolvidas.&nbsp;
Estima-se que, entre 1808 e 1860, o Esquadr&atilde;o da &Aacute;frica Ocidental tenha capturado mais de 1,6 mil navios de tr&aacute;fico de escravos, bem como libertado mais de 150 mil africanos.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Guardian&nbsp;" data-fonte-url="https://i.guim.co.uk/img/media/b4fc31283c50edff0257655251f4aab9e0ddafb7/0_1795_3322_1992/master/3322.jpg?width=1200&amp;height=900&amp;quality=85&amp;auto=format&amp;fit=crop&amp;s=e0b2a4f4cba23871dff40adfdc4585e0"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/25/25181200081408.jpg" alt="(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Guardian/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda que o Esquadr&atilde;o n&atilde;o tenha sido capaz de eliminar o com&eacute;rcio por conta pr&oacute;pria, tendo que estabelecer o Tratado de Webster-Ashburton, em 1842, que garantia a ajuda dos Estados Unidos, o simples fato de existir e ser levado a s&eacute;rio pelas autoridades j&aacute; foi o suficiente para impedir a continua&ccedil;&atilde;o da pr&aacute;tica.

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Marinha Real travou guerra para acabar com tráfico de escravos

Imagem de Operação Greif: a última tentativa de Hitler vencer a Guerra no megacurioso

Para isso, ele passou por cima de tudo, chegando a sacrificar os próprios soldados

Em 1944, nos est&aacute;gios finais da<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Segunda Guerra Mundial</a>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a> orquestrou mais uma de suas <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/115756-o-homem-que-comecou-a-guerra-o-incidente-de-gleiwitz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">opera&ccedil;&otilde;es de bandeira falsa&nbsp;</a>em meio &agrave; Batalha de Ardenas, uma contraofensiva alem&atilde; na B&eacute;lgica.
Seu objetivo era reunir o suficiente de suas tropas para derrubar as linhas de defesa das for&ccedil;as Aliadas, destruindo as pontes ao longo do Rio Mosa, dep&oacute;sitos de muni&ccedil;&atilde;o e combust&iacute;vel no territ&oacute;rio Aliado, bloqueando estradas com avisos falsos, removendo avisos de campo minado, invertendo placas de tr&acirc;nsito, cortando fios de telefone e esta&ccedil;&otilde;es de r&aacute;dio para dificultar a comunica&ccedil;&atilde;o.&nbsp;Tudo o que pudesse sabotar o inimigo, enquanto era repassado ordens falsas &agrave;s unidades dos Estados Unidos.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Onedio&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTpluSawjkcrwsz9U2pn5fQzLoPY5DCfKZLmq19pw6HU7rR2QeOg8F3ZwmNLP5VG0hL9gUZwtz9LA0&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29151031815260.jpg" alt="Otto Skorzeny. (Fonte: Onedio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Otto Skorzeny. (Fonte: Onedio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para isso, ele precisava pegar os brit&acirc;nicos e americanos de surpresa, portanto tornou o plano mais confidencial da &eacute;poca da guerra. Nem mesmo os oficiais alem&atilde;es sabiam, o que s&oacute; diminu&iacute;a ainda mais as chances de dar certo.
Em outubro daquele ano, Hitler contou seu plano apenas para Otto Skorzeny, que era considerado o "t&iacute;pico nazista do mal" e um verdadeiro "cachorro sujo".&nbsp;Era exatamente o que Hitler precisava para manter seu segredo bem guardado.
<h2>A opera&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29151217017261.jpeg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Skorzeny treinou pequenos grupos de comandos alem&atilde;es para serem enviados atr&aacute;s das linhas Aliadas usando uniforme e ve&iacute;culos americanos. Fazer isso transcendia os limites da guerra convencional e tamb&eacute;m violava o c&oacute;digo da Conven&ccedil;&atilde;o de Genebra, principalmente quando Skorzeny ordenou que os comandantes dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116259-hoeryong-e-os-bizarros-campos-de-concentracao-da-coreia-do-norte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de prisioneiros</a> despissem os americanos no meio do inverno.
O que os dois homens estavam fazendo era considerado um massacre &agrave; pr&oacute;pria tropa, visto que a conven&ccedil;&atilde;o declarava que os soldados capturados atr&aacute;s das linhas inimigas vestindo uniformes inimigos perderiam seus direitos e poderiam ser executados. Por&eacute;m, Skorzeny estava disposto a tudo para vencer a guerra, e a intitulada Opera&ccedil;&atilde;o Greif era a melhor alternativa deles.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29151333641263.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os soldados passaram por um treinamento pesado, estudando duas horas por dia para aprimorar o ingl&ecirc;s, assistindo a filmes e notici&aacute;rios para entender o sotaque americano, bem como aprender g&iacute;rias e express&otilde;es idiom&aacute;ticas. Eles foram ensinados a seguir os costumes americanos, como "comer com o garfo ap&oacute;s largar a faca" e "bater o cigarro no ma&ccedil;o &agrave; maneira americana".
No final das contas, dos 2,5 mil homens recrutados por Skorzeny, apenas 400 falavam ingl&ecirc;s coloquial e 10 eram fluentes, o que determinou o fracasso dessa parte da opera&ccedil;&atilde;o. Para piorar, os 1,5 mil capacetes americanos e uniformes fornecidos eram brit&acirc;nicos, poloneses ou russos e tinham manchas de sangue ou marcas de prisioneiros de guerra.
<h2>A trag&eacute;dia declarada</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29193958455403.jpg" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda assim, em 16 de dezembro de 1944, Hitler seguiu com o plano. Enquanto os infiltrados instauravam o caos, os 250 mil soldados alem&atilde;es avan&ccedil;aram contra as tropas Aliadas totalmente desprevenidas, mas a felicidade dos nazistas durou pouco.
No segundo dia, a pol&iacute;cia militar americana interceptou um jipe de soldados disfar&ccedil;ados que n&atilde;o conseguiram sustentar a farsa com seus sotaques americanos fajutos. O ve&iacute;culo foi revistado, e os policiais descobriram armamentos com emblemas de su&aacute;stica. Sob interrogat&oacute;rio, os homens entregaram a Opera&ccedil;&atilde;o Greif.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29194143595404.jpg" alt="(Fonte: AgoraVox/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: AgoraVox/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As tropas Aliadas reagiram com for&ccedil;a total e massacraram os nazistas, incluindo os prisioneiros infiltrados que foram fuzilados um a um conforme eram identificados. A opera&ccedil;&atilde;o de Hitler e Skorzeny nunca conseguiu destruir uma ponte, como eles esperavam.
Em janeiro de 1945, ap&oacute;s a retirada da 150&ordf; Brigada Panzer, a Batalha das Ardenas teve fim, marcando a derrota avassaladora da &uacute;ltima ofensiva da hist&oacute;ria travada pela Alemanha nazista.

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Operação Greif: a última tentativa de Hitler vencer a Guerra

Imagem de Fragging: o ato de matar os próprios companheiros de guerra no megacurioso

A prática ficou conhecida durante a Guerra do Vietnã e é marcada pelo sentimento de revolta

Em meio &agrave; sangrenta e longa <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/110989-agente-laranja-usado-durante-a-guerra-do-vietna-ainda-gera-contaminacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra do Vietn&atilde;</a>, que come&ccedil;ou em 1 de novembro de 1955 e terminou em 30 de abril de 1975, o fragging ("fragmenta&ccedil;&atilde;o" em portugu&ecirc;s) surgiu como uma maneira de mostrar de que maneira os soldados, principalmente os americanos, estavam se sentindo: cansados, abandonados e injusti&ccedil;ados em um conflito que parecia n&atilde;o ter fim.
O nome foi cunhado da granada de fragmenta&ccedil;&atilde;o, que poderia matar um oficial sem deixar nenhum rastro, visto que o proj&eacute;til era destru&iacute;do com todas as impress&otilde;es digitais. Al&eacute;m disso, essas granadas individuais tamb&eacute;m n&atilde;o recebiam n&uacute;meros de s&eacute;rie exclusivos, impedindo que fosse descoberto de qual esquadr&atilde;o e indiv&iacute;duo a granada pertencia.
As granadas eram lan&ccedil;adas sobre tendas ou roladas para debaixo das camas de um oficial enquanto ele estivesse dormindo. Os vietcongues tamb&eacute;m usaram a t&aacute;tica, mas contra os pr&oacute;prios norte-americanos, que ficaram sem saber de onde vinha o ataque.
<h2>Um motivo para o fim</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29150427585246.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A pr&aacute;tica do fragging era mais comum no Ex&eacute;rcito e no Corpo de Fuzileiros Navais, j&aacute; que a Marinha e a For&ccedil;a A&eacute;rea tinham menos acesso &agrave;s granadas e armas do que os demais. &Eacute; poss&iacute;vel que os soldados come&ccedil;aram esse movimento amotinado de retalia&ccedil;&atilde;o ap&oacute;s a Ofensiva do Tet, entre janeiro e fevereiro de 1968, quando a Guerra do Vietn&atilde; se tornou ainda mais impopular nos Estados Unidos.
Ao longo do conflito, houve 800 atos de fragging documentados, embora historiadores trabalhem com a possibilidade de que mais de mil tenham acontecido. Os arquivos do Ex&eacute;rcito dos EUA relataram 305 incidentes entre 1969 e 1970, em contraste com o c&aacute;lculo feito pelos autores Richard A. Gabriel e Paul L. Savage, indicando que o fragging causou 86 mortes e deixou 715 militares feridos, em sua maioria oficiais e sargentos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29150552725249.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em seu livro,&nbsp;Fragging: Por que os Soldados dos EUA Atacaram Seus Oficiais no Vietn&atilde;, o historiador George Lepre ressaltou que o ato foi um dos motivos pelos quais os Estados Unidos perdeu a guerra. Os soldados n&atilde;o enxergavam nenhum prop&oacute;sito no conflito, principalmente porque faziam parte de um sistema compuls&oacute;rio de recrutamento.
Em 1973, o Ex&eacute;rcito mudou o processo de alistamento militar para algo volunt&aacute;rio, pensando que um ex&eacute;rcito composto inteiramente de soldados que desejavam se dedicar a sua p&aacute;tria elevaria a moral, o apoio e a disciplina. Eles combinaram isso com os processos de triagem r&iacute;gidos para separar os viciados e os psicologicamente estressados.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Ofy&nbsp;" data-fonte-url="https://lh3.googleusercontent.com/proxy/Z9k6fQNYu7QsFE2f-m0L2EpPWfGRKWuAqflyYP2HXmmN_r7OAYKns8nkstpA0p-4OpvOGwgyeiVQcXy4z80373BperI1zLmz8NBnyE4SQAiA4HIAzPOAXLm5zmnQeS5i2BUubzjMtfnB1q_cbi_AOVGwnh00HpTwh77_3kU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29150703755254.jpg" alt="(Fonte: The Ofy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Ofy/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de a "epidemia" de fragging ter acabado com a implementa&ccedil;&atilde;o desses m&eacute;todos, a pr&aacute;tica continua a existir, com incidentes documentados nas guerras do Afeganist&atilde;o e do Iraque.

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Fragging: o ato de matar os próprios companheiros de guerra

Imagem de Os horrores do bombardeio mortal de Tóquio em 1945 no megacurioso

Mais de 130 mil pessoas morreram naquela madrugada de 10 de março

<head></head><body>O bombardeio aéreo mais mortal de toda a nossa história foi intitulado de Operação Capela pelas Forças Aéreas dos Estados Unidos (USAAF), enquanto o governo japonês chamou de o Grande Ataque Aéreo de Tóquio, responsável por transformar a cidade no maior inferno na Terra.O governo norte-americano elaborou uma lista de alvos para paralisar Tóquio, construindo bases nas principais ilhas do Japão. Eles usaram Tinian e Guam para construir bombardeiros B-29 para lançar bombas fora do alcance dos canhões antiaéreos.&nbsp;Em uma época que Tóquio era uma cidade composta por casas de madeira, a estratégia do general Curtis LeMay era lançar as bombas incendiárias sobre os civis para garantir a destruição máxima.<h2>O inferno de Tóquio</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29173504722350.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)Na madrugada de 10 de março de 1945, por volta de 1h30, os bombardeiros de guerra dos EUA lançaram 2 mil toneladas de bombas incendiárias em Tóquio durante dois dias, o equivalente a 500 mil bombas.Quando as sirenes tocaram, os habitantes que tiveram a chance de acordar vivos se depararam com um inferno na Terra. Em alguns lugares da cidade, as temperaturas atingiram mais de 1.800 °C, com ventos superaquecidos que se transformaram em tornados, carregando casas, animais e pessoas ao longo das ruas.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2020/09/06/world/06ww2i-saotome-2/merlin_169074903_9809b31e-9ea6-4182-8085-90b85e836a37-mobileMasterAt3x.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29173624939351.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)Antes que amanhecesse, o governo norte-americano havia incinerado 80 mil civis japoneses. No dia seguinte, a pilha de mortos já havia atingido 130 mil, em meio a mais de 1 milhão de pessoas desabrigadas e milhares feridas. Mais tarde, entre 6 e 9 de agosto daquele ano, mais 166 mil pessoas morreriam em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/115482-bomba-de-hiroshima-completa-75-anos-e-ameaca-nuclear-ainda-assombra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima</a> e 80 mil em Nagasaki pelas bombas nucleares Little Boy&nbsp;e Fat Man.De abril até maio, mais de 61 quilômetros do território de Tóquio foi reduzido a cinzas. De acordo com o piloto Robert Bigelow, era possível ver a cortina de fumaça de até 240 quilômetros de distância.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Sciences Po&nbsp;" data-fonte-url="https://www.sciencespo.fr/mass-violence-war-massacre-resistance/sites/sciencespo.fr.mass-violence-war-massacre-resistance/files/5-b6f13.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29174207232352.jpg" alt="(Fonte: Sciences Po/Reprodução)">(Fonte: Sciences Po/Reprodução)“Criamos um inferno além da imaginação mais selvagem de Dante”, escreveu o piloto do B-29, referindo-se ao ataque que marcou o início da desumanização do ser humano.Sobre a calamidade, Kantaro Suzuki, então Primeiro-ministro do Japão, declarou: "Nós, os súditos, estamos furiosos com os atos americanos. Eu, por meio deste, determino firmemente com o resto das 100 milhões de pessoas desta nação a esmagar o inimigo arrogante, cujos atos são imperdoáveis aos olhos do céu e dos homens".</body>

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Os horrores do bombardeio mortal de Tóquio em 1945

Imagem de Caso Dred Scott: a decisão que impulsionou a Guerra Civil Americana no megacurioso

O caso foi definido como a 'maior baixeza judicial da história dos tribunais'

Dred Scott foi um homem negro que j&aacute; nasceu escravizado, em meados de 1795, no condado de Southampton, Virg&iacute;nia. Ele chegou a morar com John Emerson, seu propriet&aacute;rio, em Illinois e Wisconsin, que na &eacute;poca eram estados livres da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119138-gordon-a-chocante-fotografia-que-expos-a-escravidao-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o</a>.
Em 1843, depois que Emerson morreu, Scott entrou com uma a&ccedil;&atilde;o judicial em seu nome e de sua esposa no Tribunal do Missouri para obter sua liberdade. No entanto, o juiz negou a liberdade dele e pediu um novo julgamento, o que s&oacute; fez o caso ser ouvido por mais tr&ecirc;s tribunais diferentes at&eacute; que fosse para a Suprema Corte de Washington, em um processo de 10 anos de espera.
Em 6 de mar&ccedil;o de 1857, a decis&atilde;o do Chefe de Justi&ccedil;a Roger B. Taney negou a liberdade a Dred Scott, causando uma das maiores revolu&ccedil;&otilde;es do s&eacute;culo XIX nos Estados Unidos, e que impactaria diretamente no contexto da Guerra Civil Americana e na presid&ecirc;ncia de <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116398-suposta-ultima-foto-de-abraham-lincoln-vivo-surge-em-documentario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Abraham Lincoln</a>&nbsp;quatro anos depois.
<h2>A revolta</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29171446330337.jpeg" alt="Dred Scott. (Fonte: Sutori/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Dred Scott. (Fonte: Sutori/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Taney deixou claro que os escravizados n&atilde;o eram cidad&atilde;os do pa&iacute;s, portanto n&atilde;o tinham direito de processar nos tribunais federais.
&ldquo;Existem duas cl&aacute;usulas na Constitui&ccedil;&atilde;o que apontam direta e especificamente para a ra&ccedil;a negra como uma classe separada de pessoas, mostrando que eles n&atilde;o s&atilde;o considerados parte do povo ou cidad&atilde;os do governo&rdquo;, argumentou Taney.
O Chefe de Justi&ccedil;a tamb&eacute;m deixou claro que o Congresso n&atilde;o tinha autoridade para proibir a escravid&atilde;o nos territ&oacute;rios federais da Uni&atilde;o, declarando que o Compromisso de Missouri de 1820 que regulamentava essa decis&atilde;o era inconstitucional, visto que o Congresso n&atilde;o tinha autoridade para proibir a escravid&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/29/29171648469339.jpg" alt="Roger B. Taney. (Fonte: Britannica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Roger B. Taney. (Fonte: Britannica/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em uma &eacute;poca em que a maioria dos ju&iacute;zes da Suprema Corte vinha de estados pr&oacute;-escravid&atilde;o, o veredicto foi totalmente unilateral, sendo um motivo a ser celebrado pela sociedade do sul escravista. Os cidad&atilde;os dos estados do norte e os abolicionistas ficaram revoltados com o endossamento &agrave; escravid&atilde;o, inclusive Abraham Lincoln, cujos debates sobre o tema levou o rec&eacute;m-formado Partido Republicano a uma for&ccedil;a nacional que culminou na divis&atilde;o do Partido Democrata durante as elei&ccedil;&otilde;es presidenciais de 1860.
O poder crescente dos republicanos com o maior apoio dos estados do norte, causou o medo do sul de que a escravid&atilde;o acabaria, dando impulso para o in&iacute;cio da Guerra Civil.
O caso Dred Scott vs. Sandford, foi definido como "a maior baixeza judicial da hist&oacute;ria dos tribunais", como declarou o republicano Charles Sumner. Scott morreu em 1858, e um ano depois a sua fam&iacute;lia ganhou liberdade.
O fim da Guerra Civil serviu para estabelecer a 13&ordf; e a 14&ordf; Emenda Constitucional, que anularam de vez a decis&atilde;o de Taney no caso de Dred Scott.

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Caso Dred Scott: a decisão que impulsionou a Guerra Civil Americana

Imagem de Túnel Winterberg: onde soldados foram soterrados na Primeira Guerra no megacurioso

Escavadores encontraram o túnel com os restos mortais de 273 soldados negligenciados pelo governo até hoje

<head></head><body>Por volta de 4 ou 5 de maio de 1917, em meio a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, 275 soldados alemães da R.I.R 111 de Württemberg ficaram presos no túnel Winterberg, localizado na montanha de Craonne (Aisne, França), na frente de batalha de Chemin des Dames da Segunda Batalha de Aisne.O túnel, um buraco de 300 metros de comprimento e 20 metros de profundidade, era usado para abastecer a primeira linha de frente com homens, artilharia e munições. Quando as duas entradas desabaram pelo bombardeio dos franceses, os soldados alemães pertencentes ao 111º Regimento de Infantaria da Reserva de Baden, entraram em colapso nervoso. No ápice do desespero, muitos se suicidaram no mesmo dia, deixando seus cadáveres para que seus companheiros se alimentassem deles.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/24/24180805921431.jpg" alt="(Fonte: BBC/Reprodução)">(Fonte: BBC/Reprodução)Sem perspectivas de salvação ou qualquer suprimento, a maioria morreu de sede e apenas dois foram salvos uma semana depois. Segundo o The Irish Times, nem as autoridades francesas ou alemãs demonstraram esforços para localizar o túnel de Winterberg e os cadáveres dos homens sepultados nele para retorná-los para suas famílias.Em 2009, o historiador amador Alain Malinowski e seu filho Pierre, encontraram o túnel através de um mapa antigo e decidiram procurar pelo local de entrada.<h2>Anos de negligência</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/24/24180929185433.jpeg" alt="(Fonte: LCI/Reprodução)">(Fonte: LCI/Reprodução)Mais uma vez, apesar de todo o alarde que a movimentação de pai e filho causou na mídia, o governo não demonstrou nenhum interesse.Em 2020, cerca de 104 anos depois que os soldados foram deixados para morrer, os Malinowski começaram a cavar sozinhos a entrada do túnel, após 11 anos à procura do local exato.Pai e filho escavaram centenas de latas de ração do Exército, máscaras de gás, duas metralhadoras, um rifle, baionetas, um sino e os restos mortais de dois soldados. Eles contataram as autoridades regionais para informar sobre o achado, porém 10 meses se passaram e eles não obtiveram nenhuma resposta. Então eles resolveram acionar a mídia.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/24/24181039481435.png" alt="(Fonte: BBC/Reprodução)">(Fonte: BBC/Reprodução)Com isso, o sobrevivente Karl Fisser entrou em contato para falar sobre o desastre esquecido: “Todo mundo estava pedindo água, mas foi em vão. Alguns deliraram sobre resgate, outros por água. Um camarada deitou-se no chão ao meu lado e grasnou para que alguém atirasse nele”, relatou Fisser.A dupla de escavadores obrigou os oficiais franceses e alemães a considerar publicamente a escavação dos restos mortais dos soldados, sendo que eles já rastrearam os descendentes de 9 homens que morreram no túnel de Winterberg.Pierre Malinowski espera que as autoridades deem aos combatentes um enterro adequado após anos de negligência. Ele também tem esperança de que tudo o que for encontrado com os cadáveres se torne a maior reserva de material humano da Primeira Guerra de todos os tempos.No final das contas, não é para menos que os alemães costumam chamar a Primeira Guerra Mundial de “a guerra esquecida”.</body>

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Túnel Winterberg: onde soldados foram soterrados na Primeira Guerra

Imagem de 6888º Batalhão: a unidade de mulheres negras na 2ª Guerra Mundial no megacurioso

Em meio à segregação racial, elas fizeram história

Em 1944, os Estados Unidos se encontrou em meio a escassez de soldados capazes de gerenciar de maneira adequada o serviço postal do Exército americano no exterior, desmantelando pelo caos da<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118129-criancas-lobo-os-orfaos-quase-esquecidos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Segunda Guerra Mundial.</a>Com a pressão dos jornais negros e da educadora Mary McLeod Bethune, pedindo por apoio da ex-primeira-dama Eleanor Roosevelt por um papel para as mulheres negras na guerra, o Corpo do Exército Feminino (WAC) – uma das divisões das Forças Armadas dos Estados Unidos – estabeleceu o 6888º Batalhão do Diretório Postal Central, comandado por Charity Adams.A tropa de 850 mulheres afro-americanas, entre as milhares que se inscreveram para o trabalho, receberam treinamento básico na Geórgia antes de serem enviadas para Birmingham, na Inglaterra. A unidade 6888 foi responsável por classificar e entregar meses de correspondência acumulada para cerca de 7 milhões de soldados americanos que lutavam na frente de batalha europeia.<h2>A revolução das cartas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/24/24175643695418.jpg" alt="(Fonte: Our Heritage Magazine/Repodução)">(Fonte: Our Heritage Magazine/Repodução)De fevereiro de 1945 a março de 1946, esse batalhão de mulheres compilaram os pacotes distribuídos em armazéns na Inglaterra e na França, tendo também a delicada tarefa de censurar as cartas que pudessem conter informações confidenciais de guerra, de modo que não ferisse a moral dos soldados interferindo no que estava escrito ou no que eles leriam.No entanto, o 6888º batalhão fez mais do que uma contribuição essencial para o cenário da Segunda Guerra Mundial, ele representou uma mudança nos papéis raciais e de gênero nas Forças Armadas. Essas mulheres negras enfrentaram a discriminação que havia na própria WAC, que negou milhares de inscrições de negras em centros de recrutamento pelo país.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/24/24175808256419.jpg" alt="(Fonte: Newsroom/Reprodução)">(Fonte: Newsroom/Reprodução)Para as 6.500 mulheres afro-americanas que entraram para a corporação, a experiência foi o convívio em pelotões, alojamentos, refeitórios e instalações recreativas de maneira segregada – sendo que foram encorajadas a se inscreverem sob a promessa de que não seriam discriminadas. Todas elas entraram através de um sistema de cotas em que o número de negros nunca poderia exceder 10% da instituição.<ul><li><a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/402699-cupom-amazon-com-ate-80-off.htm?ab=true&amp;" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Garanta os melhores livros sobre as grandes guerras com desconto aplicando o cupom Amazon!</a><a rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;</a></li></ul>O maior contingente negro em uma era de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119020-ruby-bridges-a-garotinha-que-enfrentou-a-segregacao-racial-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">segregação racial</a> na América, o batalhão encontrou uma realidade muito diferente quando chegou em Birmingham – apesar de trabalharem 24 horas, investigando endereços em milhares de cartões de identificação com número de série complexos. As mulheres negras sempre eram convidadas pelos moradores do bairro para tomarem chá, almoçar e conversar para aliviar o estresse do trabalho.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2020/09/06/multimedia/24ww2-6888Battalion-07/24ww2-6888Battalion-07-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/06/24/24180006927423.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)"><span class="img-fc desc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2020/09/06/multimedia/24ww2-6888Battalion-07/24ww2-6888Battalion-07-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale">(Fonte: The New York Times/Reprodução)A missão do 6888º batalhão terminou em março de 1946, em Paris, depois que foram distribuídas as correspondências de todos os soldados. Para aquelas 850 mulheres negras, era importante que milhares de pessoas ouvissem de seus entes queridos, mas era ainda mais importante que elas não falhassem.“Elas sabiam que se uma delas falhassem, então todos os negros falhariam perante a sociedade. Os batalhões negros carregavam o peso de que seu papel na guerra era sobre algo muito maior do que eles”, disse Gregory S. Cooke, historiador da Universidade Drexel, em seu documentário Guerreiras Invisiveis: As mulheres afro-americanas na Segunda Guerra Mundial.

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