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Algumas das cartas escritas no passado ainda são capazes de nos fazer chorar

<head></head><body>Talvez você não tenha vivido esta época, mas, antes da internet, as pessoas escreviam cartas umas para as outras. Às vezes só para contar o que fizeram durante o dia, mas em outros momentos, para declarar sentimentos muito profundos.Prepare o lencinho! Neste texto, reunimos algumas das cartas mais comoventes que já foram escritas.<h2>1. A carta de uma sobrevivente do Titanic</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/02/02104409458000.jpeg" alt="(Fonte: History Collection)">(Fonte: History Collection)Em 1912, o navio <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119582-7-fatos-essenciais-sobre-a-historia-do-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanic</a> afundou no oceano Atlântico, em uma história que se tornou mundialmente conhecida. Nellie Walcroft foi uma das sobreviventes e escreveu uma carta para sua amiga, Clara, contando o que havia acontecido naquele dia. Veja o que ela escreveu.“Minha querida Clara,Apenas uma linha ou duas apenas para que você saiba que estamos bastante seguros.&nbsp;Fico feliz em dizer que meu resfriado é o único efeito nocivo até agora.&nbsp;Ver aquele navio magnífico como um palácio flutuante afundar no mar foi um espetáculo terrível.Tínhamos 70 pés (cerca de 21 metros) para descer no barco e, quando estávamos descendo, o passageiro da terceira classe pulou. E nosso oficial, vendo nosso perigo, pulou no barco e atirou nos homens para evitar que nos inundassem. Quando quase no fundo, as cordas que baixavam os botes salva-vidas se recusaram a agir e eles tiveram que cortar a corda e nós caímos. Achei que era meu último minuto. Havia 59 em nosso barco. Depois que o navio afundou, você deveria ter ouvido os gritos daqueles pobres homens e mulheres. Eu nunca poderia descrevê-lo. Pareceu durar cerca de 2 horas – aquele terrível grito de ajuda…Depois que o navio afundou, tivemos que trocar nossos barcos para deixar nosso oficial voltar para o resgate e, quando entramos no barco, havia 4 homens mortos e um que estava surtando. Acho que o empurraram ao mar. Eu nunca mais o vi. Após 7 horas de remo, fomos apanhados pelo Carpathia. Gritamos de alegria quando vimos o navio. Eles nos levaram com cordas e nos deram conhaque puro.Havia 710 resgatados, então dormimos em mesas por 5 dias. Eles foram muito gentis conosco em todos os sentidos. O sofrimento era assustador. Tínhamos 35 mulheres que perderam seus maridos a bordo e pode-se imaginar a agonia dessas mulheres sem saber se seus maridos estavam vivos ou mortos e como ficamos felizes em ver Nova York".<h2>2. Cartas de amor durante a Segunda Guerra Mundial</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/02/02110315264001.jpg" alt="(Fonte: The Washington Post)">(Fonte: The Washington Post)Pauline Elliott trocou cartas com seu marido Frank, que estava lutando na Segunda Guerra Mundial. Ele foi morto no <a href="https://www.megacurioso.com.br/guerras/44525-70-anos-do-dia-d-que-definiu-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dia D, em 6 de junho de 1944</a>. Pauline guardou todas as cartas e a filha deles a redescobriu depois da morte da mãe. As cartas foram publicadas em uma revista e foram até citadas em um discurso de Bill Clinton. Confira algumas delas.“6 de maio de 1944Querida,Durante todo o dia tenho lutado contra o sentimento que vem me dominando ultimamente. Continuo pensando em casa e ansiando por casa da pior maneira. Todas as suas cartas de como minha filha está ficando linda a cada dia. A percepção de que estou perdendo todos esses meses e anos de seu crescimento formativo está realmente corroendo meu coração...Eu te amo. Frank.”"5 de junho de 1944Querido,Esta é uma linda noite de verão. Estou sentada à mesa da cozinha (sem perceber o barulho da geladeira) de onde, apenas levantando a cabeça e olhando pela janela, posso contemplar uma lua cheia verdadeiramente prateada. É lindo, querido – realmente lindo, e conseguiu me deixar muito sentimental. Eu tinha começado a pensar que estava ficando imune ao encantamento da lua. Tantas vezes eu olhei para ela sem você e para não enlouquecer disse a mim mesma: é bonito, sim – mas, e daí?Mas não é assim que realmente é, querido — a visão daquela lua brilhando lá em cima, a lua que brilha em você também, me enche de romance. E mesmo que seja apenas um sonho agora, é uma promessa de um futuro glorioso com alguém que eu amo mais do que a vida. A maldita lua velha continua brilhando para nós, querido – e mesmo que agora aumente aquela inevitável solidão, também aumenta minha confiança no futuro.Te amo de verdade."<h2>3. A carta de Oscar Wilde para seu amante</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/02/02110618677002.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O famoso escritor <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123070-4-provas-que-o-sexo-na-era-vitoriana-era-cheio-de-contradicoes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oscar Wilde</a> foi apaixonado por um homem chamado Lord Alfred “Bosie” Douglas. Só que a homossexualidade era ilegal na época, e eles tiveram que manter um relacionamento secreto.Quando o pai de Alfred descobriu, Oscar Wilde foi preso por quatro anos, e Alfred por dois. Lord Alfred resolveu romper o relacionamento com Oscar, que respondeu a ele nesta carta.“Há, eu sei, uma resposta para tudo o que eu disse a você, e é que você me amou: que durante todos aqueles dois anos e meio durante os quais o Destino estava tecendo em um padrão escarlate os fios de nossas vidas, você realmente me amou. Sim: eu sei que você fez. Não importa qual tenha sido sua conduta comigo, sempre senti que, no fundo, você realmente me amava.Embora eu visse com bastante clareza que minha posição no mundo da arte, o interesse que minha personalidade sempre despertou, meu dinheiro, o luxo em que vivia, as mil e uma coisas que compunham uma vida tão encantadora e tão maravilhosa, por mais improvável que fosse, eram, todos e cada um deles, elementos que o fascinavam e o faziam se agarrar a mim. No entanto, além de tudo isso, havia algo mais, alguma atração estranha para você. Você me amou muito mais do que amou qualquer outra pessoa.Mas você, como eu, teve uma terrível tragédia em sua vida, embora de caráter totalmente oposto ao meu. Quer aprender o que foi? Foi isso. Em você, o ódio sempre foi mais forte que o amor."<h2>4. A carta de Richard Burton para Elizabeth Taylor</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/02/02110841460006.jpg" alt="(Fonte: Bettmann/Getty Images)">(Fonte: Bettmann/Getty Images)O ator Richard Burton escreveu esta carta para sua ex-esposa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/moda/77891-roupas-de-elizabeth-taylor-vao-a-leilao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elizabeth Taylor</a>. Eles se conheceram nas gravações do filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121014-6-fatos-intrigantes-sobre-cleopatra-vii-a-ultima-farao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cleópatra</a>, largaram seus cônjuges e se casaram, mas acabaram rompendo. Esta foi a carta que ele escreveu lamentando o divórcio.“Eu mal posso acreditar, já que não estou acostumado com ninguém me deixando. Mas, reflexivamente, me pergunto por que ninguém fez isso antes. Tudo o que me importa — sendo honesto com Deus — é que você seja feliz, e não me importo muito com quem você encontrará a felicidade. Quero dizer, desde que ele seja um cara amigável e te trate bem e gentilmente. Se ele não o fizer, eu vou atacá-lo com um martelo.&nbsp;Meus olhos sempre estarão em você. Nunca se esqueça de suas estranhas virtudes. Nunca se esqueça que por baixo de sua voz estridente está uma notável SENHORA. Eu sei que eu sou um saco, e o fato de que você ficou comigo por tanto tempo é uma indicação de sua lealdade. Então sentirei sua falta com paixão e arrependimento selvagem."</body>

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As 4 cartas mais comoventes da história

Imagem de Irmãs Porter: a história das mulheres que inventaram o romance histórico no megacurioso

Jane e Anna Maria Porter são referidas como as criadoras do romance histórico. Mas pouca gente se lembra delas

Em 1814, as irm&atilde;s brit&acirc;nicas Jane e Anna Maria Porter experimentavam o auge da fama na <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">literatura</a>. Elas tinham quase 30 anos e moravam juntas. As escritoras haviam publicado 17 livros, v&aacute;rios deles sendo sucessos internacionais.
Jane e Anna Maria, as Misses Porter, carregam a fama de terem criado o romance hist&oacute;rico, um tipo de livro que cria narrativas dram&aacute;ticas a partir de eventos vindos de livros de hist&oacute;ria. Dentre estas obras, est&atilde;o Thaddeus of Warsaw (1803), de Jane, e The Hungarian Brothers (1807), de Anna Maria. Seus livros misturavam personagens reais e inventados e eram cobertos de uma boa dose de discursos morais.
<h2>O desaparecimento da fama das Misses Porter</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/31/hulton-archive-ap-getty-images-31183841115370.jpg" alt="Hulton Archive/AP/Getty Images" />Jane e Anna Maria Porter. (Fonte: Hulton Archive/AP/Getty Images)
Jane e Anna Maria viveram um contexto em que Napole&atilde;o amea&ccedil;ava dominar toda a Europa. N&atilde;o por acaso, seus romances falavam de liberdade e independ&ecirc;ncia, e eram ambientados em na&ccedil;&otilde;es amea&ccedil;adas. O pr&oacute;prio <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119827-o-inacreditavel-plano-de-salvar-napoleao-bonaparte-do-exilio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Napole&atilde;o</a> proibiu a publica&ccedil;&atilde;o dos romances de Jane na Fran&ccedil;a, imaginando que eles pudessem suscitar revoltas populares.
Se em 1814 as irm&atilde;s Porter viviam seu auge, elas nem imaginavam que logo sua fama come&ccedil;aria a minguar. Neste ano, elas chamavam muito mais a aten&ccedil;&atilde;o que escritoras que se tornariam muito mais famosas &ndash; como&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122002-jane-austen-6-fatos-surpreendentes-sobre-a-autora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jane Austen</a>, que lan&ccedil;ou neste mesmo ano&nbsp;Mansfield Park, que foi praticamente ignorado pela cr&iacute;tica e vendeu mal.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/20/20231312599013.jpg" alt="(Fonte: Etsy)" />(Fonte: Etsy)
Mas outro livro foi lan&ccedil;ado em 1814 chamou muita aten&ccedil;&atilde;o, Waverley or 'Tis Sixty Years Since era o tipo de romance que as irm&atilde;s produziam. Por&eacute;m, seu autor n&atilde;o era identificado (em pouco tempo, se descobriria que a autoria era do poeta escoc&ecirc;s <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/43144-estas-9-palavras-foram-inventadas-por-escritores-famosos-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sir Walter Scott</a>).
S&oacute; que Scott, que era um conhecido de inf&acirc;ncia das irm&atilde;s, nunca reconheceu a "d&iacute;vida" com elas, o que deixou as escritoras muito magoadas. Scott logo come&ccedil;aria a ofuscar Jane e Anna Maria tanto na fama quanto na reputa&ccedil;&atilde;o &ndash; elas come&ccedil;avam a perder o reconhecimento que tinham por inaugurar o romance hist&oacute;rico.
Ocorre que o g&ecirc;nero do romance, at&eacute; ent&atilde;o, era mais t&iacute;pico das mulheres, mas Sir Walter Scott come&ccedil;a a inverter esta reputa&ccedil;&atilde;o com os seus livros.&nbsp;
<h2>As irm&atilde;s Porter contra Sir Walter Scott</h2>
Scott e as irm&atilde;s Porter eram amigos h&aacute; pelo menos trinta anos. Ele j&aacute; era um poeta conhecido quando come&ccedil;ou a publicar <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122712-4-livros-que-provavelmente-foram-perdidos-para-sempre.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">romances hist&oacute;ricos</a>. E elas o acusavam &ndash; e a outros homens &ndash; de partir do universo criado por elas para gerar uma nova produ&ccedil;&atilde;o. &ldquo;&Eacute; monstruoso como esses poetas interpretam o vampiro com nossas obras. Uma hora ou outra, acho que serei provocada a dar ao p&uacute;blico a verdadeira genealogia desses assuntos", escreveu Jane em uma carta para Anna Maria.
<span data-fonte="(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornalistica/an-engraving-after-a-painting-by-sir-thomas-lawrence-foto-jornalistica/3300908" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/31/hulton-archive-getty-images-31184347168372.jpg" alt="Hulton Archive/Getty Images" />(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
Todas estas hist&oacute;rias sobre um suposto "roubo" ficaram registradas nas milhares de cartas que as irm&atilde;s trocavam, e que ficaram escondidas por quase 200 anos. Nestas cartas, Jane e Anna Maria revelam detalhes sobre este inc&ocirc;modo causado pelo sucesso de Walter Scott e a suspeita de que ele estivesse se dando melhor por ser homem.
Mas diferente do que pode parecer, as irm&atilde;s Porter eram bem informadas: elas sabiam que o mercado liter&aacute;rio funcionava tendo como base a imita&ccedil;&atilde;o. Mas como Scott nunca escreveu algum agradecimento pelo nicho que elas haviam criado, a reputa&ccedil;&atilde;o delas come&ccedil;ou a ruir.
Estas fascinantes cartas foram preservadas em bibliotecas espalhadas pelo mundo. A maior parte delas est&aacute; nos Estados Unidos. Recentemente, as irm&atilde;s ganharam uma biografia, chamada&nbsp;Sister Novelists: The Trailblazing Porter Sisters, Who Paved the Way for Austen and the Bront&euml;s, que conta as suas ricas vida e carreira que foram esquecidas.
Jane morreu em 1850, e Anna Maria em 1832. Al&eacute;m do suposto roubo de Scott, o per&iacute;odo de seu sucesso restante terminava logo depois, exatamente quando as irm&atilde;s Bront&euml; inauguravam o romance vitoriano. Talvez isso explique o motivo pelo qual as Bront&euml; s&atilde;o conhecidas como c&eacute;lebres irm&atilde;s escritoras e as Porter se tornaram praticamente esquecidas pela hist&oacute;ria.

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Irmãs Porter: a história das mulheres que inventaram o romance histórico

Imagem de Como era a vida das prostitutas de luxo no Renascimento? no megacurioso

Conheça a histórias das cortesãs de alta classe que viveram na Veneza renascentista

<head></head><body>Há uma frase antiga que diz que as profissionais do sexo levam uma "vida fácil". Bom, além de machista, esta é uma frase mentirosa. E as prostitutas que trabalhavam durante o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/111271-as-9-melhores-invencoes-do-genio-renascentista-leonardo-da-vinci.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">período renascentista</a> sabiam bem disso.Algumas cortesãs que viviam em Veneza, por exemplo, além de serem muito ricas, eram também reverenciadas como intelectuais. Isto porque elas tinham muitos atributos e precisavam estar preparadas para lidar com todo tipo de debate. Não por acaso, várias delas publicaram livros. Por conta disso, estas mulheres conquistavam a liberdade financeira e sexual e inspiravam as esposas dos nobres a imitar o seu estilo arrojado.<h2>Veneza, a capital das cortesãs no Renascimento</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28095003363040.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113628-como-veneza-foi-construida-sobre-agua-e-lama-na-idade-media.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Veneza</a> era uma das cidades mais ricas da Europa durante o século XVI. O comércio florescia, atraía gente de todo mundo e isso também estimulou o crescimento da prostituição, que se tornou legalizada e tributada.Os historiadores contam que, em 1509, havia 11.164 <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/45364-conheca-5-das-prostitutas-mais-famosas-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cortesãs</a> em Veneza. Há um cálculo apontando que uma em cada quatro mulheres trabalhava neste ramo. Claro que havia as prostitutas de "baixo escalão" (chamadas de cortigiane di lume, ou "cortesãs da luz"), que eram pobres e ganhavam pouco. Mas também existiam as muito famosas e ricas (chamadas de&nbsp;cortigiane oneeste, que quer dizer "cortesãs honestas"), que moravam em casas luxuosas e ajudavam a lançar modas que se espalhavam na sociedade.O contexto da legalização desta profissão tem razões históricas: no século XIV, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119673-6-fatos-para-entender-a-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Negra</a> havia dizimado a população de Veneza. Por consequência, até a igreja concordou que a prostituição fosse legalizada, pois isto, supostamente, diminuiria o número de ataques às mulheres.A consequência é que as cortesãs mais conhecidas tomaram lugar de destaque na sociedade, e foram pintadas por artistas renomados como Tintoretto e <a href="https://www.megacurioso.com.br/luxo/81886-especialistas-descobrem-novas-obras-de-caravaggio-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Caravaggio</a>. Em boa parte das vezes, elas eram modelos para que os pintores retratassem personagens bíblicas, como Santa Catarina, Maria Madalena e a Virgem Maria.<h2>Histórias de prostitutas renascentistas famosas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28100913145066.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Muitas destas cortesãs de Veneza entraram para a história. Tullia d'Aragona, por exemplo, morou em várias cidades, como Roma, Florença e Siena. Ela ganhou fama como autora e poetisa, e é considerada a primeira mulher a publicar um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121418-estrofe-na-poesia-e-na-musica-o-que-e-e-a-mesma-coisa-nas-duas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">poema épico</a>.Suas ligações com a alta aristocracia a salvou de muitos problemas. Ela foi acusada de infringir a lei que proibia que estas mulheres usassem roupas caras. Contudo, por possuir o apoio do duque e da duquesa de Florença, não foi punida.Outra cortesã célebre foi Veronica Franco. Ela era filha de outra cortesã e foi educada desde cedo para seguir este trabalho e com ele progredir na sociedade. Veronica publicou um livro de poesias e outro com uma coleção de suas cartas, que continha correspondências com o rei Henrique III da França e com o pintor Tintoretto.E nem todas as prostitutas eram solteiras. Tullia d'Aragona, por exemplo, casou-se em 1543, o que permitiu que ela não morasse no bairro destinado às cortesãs e não precisasse usar as roupas especiais que identificavam as prostitutas.</body>

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Como era a vida das prostitutas de luxo no Renascimento?

Imagem de Veja todo o esplendor da tumba de Tutankamon após 9 anos de restauração no megacurioso

A tumba do mais famoso faraó da História foi encontrada por arqueólogos há 100 anos; veja tudo o que aprendemos com essa grandiosa descoberta

H&aacute; 100 anos, uma das maiores descobertas da hist&oacute;ria da Arqueologia mudou o mundo: foi encontrada a tumba do fara&oacute; Tutanc&acirc;mon, uma das mais intactas j&aacute; acessadas pelos especialistas, o que ajudou muito na recria&ccedil;&atilde;o contempor&acirc;nea da sociedade do Egito Antigo.
Descoberta em 4 de novembro de 1922 pela equipe do egipt&oacute;logo Howard Carter, a tumba estava intacta, algo raro, pois muitos dos sarc&oacute;fagos e outros objetos de valor de outros fara&oacute;s eg&iacute;pcios foram saqueados em algum momento no passado. O local descoberto possu&iacute;a mais de 5 mil objetos e todo o esfor&ccedil;o em torno da conserva&ccedil;&atilde;o e do estudo da tumba gerou uma popularidade sem igual na &eacute;poca.&nbsp;Tutanc&acirc;mon herdou o trono do Egito por volta do ano 1332 a.C., quando tinha apenas 9 anos de idade, e faleceu prematuramente com apenas 19.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2019/02/04/04213422816402.jpg" alt="" />
Carter encontrou a c&acirc;mara mortu&aacute;ria de Tutanc&acirc;mon milagrosamente selada ap&oacute;s 3 mil anos &ndash; e, em seu interior, al&eacute;m da vasta variedade de artefatos, a m&uacute;mia do fara&oacute; dentro de 3 sarc&oacute;fagos (o &uacute;ltimo deles, feito de ouro).
<h2>Tumba VIP</h2>
A extraordin&aacute;ria descoberta foi t&atilde;o celebrada que n&atilde;o demorou para que &ldquo;Tut&rdquo; se transformasse em uma estrela da arqueologia e, no final da d&eacute;cada de 1980, sua tumba recebia em m&eacute;dia 4 mil visitantes por dia! E voc&ecirc; sabe o estrago que turistas &ndash; especialmente os mal-educados &ndash; podem fazer, n&atilde;o &eacute; mesmo?
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2019/02/04/04213746456404.jpg" alt="" />
(History/Getty Trust/J. Paul)
Pois &eacute;, al&eacute;m de danos propositais causados por alguns esp&iacute;ritos de porco &ndash; que fizeram rabiscos nas paredes da tumba &ndash;, a grande movimenta&ccedil;&atilde;o de pessoas resultou na transfer&ecirc;ncia de material particulado e sujeira do exterior para o interior da c&acirc;mara mortu&aacute;ria. Como se fosse pouco, a umidade dos corpos suarentos dos visitantes e o di&oacute;xido de carbono exalado por eles dentro do local s&oacute; contribu&iacute;ram para acelerar a deteriora&ccedil;&atilde;o da tumba e, ainda nos anos 1980, cientistas identificaram o que parecia ser uma grave prolifera&ccedil;&atilde;o de fungos pelas paredes da tumba. Repare nos pontinhos marrons na imagem abaixo:
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(BBC/Reuters)
<h2>Restaura&ccedil;&atilde;o minuciosa</h2>
Os trabalhos de restaura&ccedil;&atilde;o &ndash; conduzidos por especialistas do Instituto Getty de Conserva&ccedil;&atilde;o e do Minist&eacute;rio de Antiguidades do Egito &ndash; come&ccedil;aram em 2009 e, al&eacute;m de focarem na limpeza e recupera&ccedil;&atilde;o das pinturas das paredes da tumba, os peritos realizaram uma s&eacute;rie de estudos e tratamentos, ademais de implementar melhorias para que o local sofra um pouquinho menos com o fluxo de turistas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2019/02/04/04214015503406.jpg" alt="" />
(History/Getty Trust/J. Paul)
Os pesquisadores realizaram, por exemplo, testes qu&iacute;micos e exames de DNA em amostras dos tais fungos e compararam imagens atuais das paredes com as capturadas ap&oacute;s a tumba ser descoberta, e constataram que os pontinhos n&atilde;o eram causados por fungos, mas sim por micr&oacute;bios, e que a prolifera&ccedil;&atilde;o n&atilde;o s&oacute; n&atilde;o avan&ccedil;ou muito desde os anos 1920, como nem est&aacute; mais ativa. Ali&aacute;s, os pesquisadores suspeitam que os microrganismos podem ter se espalhado pelo local por conta da forma como Tut foi sepultado.
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(BBC/Reuters)
Enfim, como voc&ecirc; pode perceber nas imagens, os pontinhos marrons n&atilde;o foram removidos das paredes. Isso se deve ao fato de os micr&oacute;bios terem penetrado na superf&iacute;cie e, para n&atilde;o correr o risco de danificar as pinturas, os restauradores optaram por deixar as manchinhas como est&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2019/02/04/04214255785408.jpg" alt="" />
(History/Getty Trust/J. Paul)
Outra coisa: como a maior amea&ccedil;a &agrave; tumba ainda s&atilde;o os turistas &ndash; o local n&atilde;o foi fechado para visita&ccedil;&atilde;o durante os trabalhos e recebe entre 500 e mil pessoas ao dia &ndash;, para tentar frear os danos, os restauradores instalaram pain&eacute;is diante das paredes para evitar que a sujeira se acumule sobre as pinturas, e sistemas de ventila&ccedil;&atilde;o e filtragem do ar para prevenir os efeitos do p&oacute; e da umidade. Veja mais imagens do interior da tumba do fara&oacute;:
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(History/Getty Trust/J. Paul)
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2019/02/04/04214540613410.jpg" alt="" />
(BBC/AFP)
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(BBC/Reuters)
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2019/02/04/04214732066411.jpg" alt="" />
(BBC/AFP)

thumb-image-2024-02-29T14:04:00.310Z

100 anos da descoberta da tumba de Tutancâmon: saiba mais sobre o faraó

Imagem de Anacaona: a cacique que desafiou o domínio espanhol na Ilha de São Domingos no megacurioso

Lembrada como uma das fundadoras da Ilha de São Domingos, Anacaona se tornou cacique de duas tribos e foi vista como ameaça pelos espanhóis

<head></head><body>Anacaona é um dos nomes que representa a coragem e a resistência diante da colonização espanhola ocorrida no período das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121365-6-maneiras-pelas-quais-as-grandes-navegacoes-impactaram-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grandes Navegações</a>. Nascida na região que hoje corresponde ao Haiti, Anacaona era irmã de um dos chefes indígenas locais, aprendendo com ele e vendo, no decorrer de anos, o destino do povo taíno ficar na mão dos europeus.Antes de tudo, é necessário lembrar que assim como em outras regiões da América, a Ilha de São Domingos também abrigava diversos recursos cobiçados, como o ouro e outros recursos naturais, atraindo o interesse dos espanhóis assim que chegaram ao local em 1492. Inclusive, Anacaona teria recebido Cristóvão Colombo em uma de suas viagens que resultou no apossamento de vastas porções de terras na América.&nbsp;E se a princípio os povos nativos receberam e negociaram com os espanhóis sem suspeitar dos planos que a Coroa tinha para aquela região, chegando mesmo a desenvolver um relacionamento mais amistoso, em menos de um ano após o início da exploração da nova colônia as intenções já eram mais claras e já havia se estabelecido uma série de conflitos entre os indígenas e os espanhóis.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01133113878259.png" alt="Além de poetiza, Anacaona se tornou uma líder admirada e respeitada pelo povo taíno. (Fonte: Wikimedia)">Além de poetiza, Anacaona se tornou uma líder admirada e respeitada pelo povo taíno. (Fonte: Wikimedia)<h2>Enfraquecimento da resistência indígena</h2>Num desses episódios trágicos, Anacaona viu seu marido Caonabo, líder de uma das cinco maiores regiões, Maguana, ser capturado a mando de Cristóvão Colombo. Acusado de coordenar um ataque à colônia e enviado para a Espanha, ele acabou sendo vítima fatal de um naufrágio em 1496.Anacaona, então, teve de assumir seu posto. Mas a essa altura, o poder de resistência à influência espanhola já estava enfraquecido: em 1498, seu irmão Bohechío foi forçado a reconhecer a soberania da Coroa. Quatro anos depois, após sua morte, ela herdou sua posição de cacique da região de Jaragua, tornando-se a primeira mulher a liderar duas tribos.É importante lembrar que os ataques realizados aos nativos não consistiam apenas na exploração dos recursos naturais, mas também na imposição do pagamento de impostos destinados à Coroa, na escravidão desse povo e mesmo na recorrência de massacres.Assim como ocorreu em outras colônias na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117063-dez-povos-que-podem-ter-chegado-na-america-antes-de-colombo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">América</a>, os episódios mais violentos dizimaram a população indígena de forma impiedosa. Anacaona, ciente de tal fato, tentou estabelecer uma nova forma de resistência: ela acreditava que os embates realizados entre pequenos grupos tornavam ainda mais evidente a desvantagem para os indígenas, já que estes não tinham os mesmos recursos para lutar que os europeus.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01133829317267.png" alt="Anacaona se tornou cacique de Maguana e de Jaragua e foi vista como uma ameaça pelos espanhóis. (Fonte: Wikipedia)">Anacaona se tornou cacique de Maguana e de Jaragua e foi vista como uma ameaça pelos espanhóis. (Fonte: Wikipedia)<h2>Um ataque premeditado</h2>A existência de relacionamentos entre integrantes de ambos os grupos, mais frequente naquele momento, era um forte indício de que a integração entre os povos havia se fortalecido e que a pacificação poderia ser o caminho. No entanto, um novo episódio acabou por dar um desfecho fatal para a história de Anacaona e dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118510-conheca-5-curiosidades-sobre-as-linguas-indigenas-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">indígenas</a> nativos da ilha.Do ponto de vista espanhol, a figura de Anacaona era considerada uma ameaça, já que sua postura mais conciliatória foi interpretada como um mecanismo para promover o relacionamento entre os indígenas e os colonizadores para enfraquecer de forma menos evidente a influência do domínio europeu.E foi em meio a um encontro com um grupo de espanhóis que a líder viu um novo ataque impiedoso ocorrer sob o comando de Nicolau de Ovando. A reunião, que seria realizada para selar a paz entre os povos, na verdade, era uma armadilha para capturar os líderes indígenas e evitar que armassem qualquer tentativa de insurreição.&nbsp;Os caciques, junto de Anacaona, foram sumariamente executados. Enquanto eles foram queimados, a líder indígena foi julgada, condenada por traição e enforcada aos 29 anos. Sua figura, apesar de não aparecer representada nos livros de História como ocorre com os grandes colonizadores, ainda hoje é lembrada na história da Ilha de São Domingos, sendo considerada uma de suas fundadoras.</body>

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Anacaona: a cacique que desafiou o domínio espanhol na Ilha de São Domingos

Imagem de Choquequirao: a cidade "irmã" de Machu Picchu no megacurioso

As ruínas encantam pela sua extensão e oferecem um vislumbre da história da população inca que vivia no local

<head></head><body>Choquequirao, no Peru, é um dos locais relacionados à civilização inca que abriga uma vasta porção de obras que atenderam a diferentes finalidades, se constituindo como um sítio arqueológico repleto de estruturas feitas em pedra. Seu nome significa "berço de ouro" em quíchua, a língua indígena local.Apesar de não receber tantos visitantes quanto <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118367-machu-picchu-5-fatos-incriveis-sobre-a-cidade-peruana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Machu Picchu</a>, é uma região que conta não apenas com uma paisagem única, mas que oferece um vislumbre de como a civilização inca erguia estruturas e vivia no passado. Especialistas acreditam que os incas tenham construído o lugar entre os séculos XV e XVI.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/03/03161500258373.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Mas além da presença de moradias erguidas com dois andares, o sistema de agricultura é uma das construções que impressiona por sua complexidade, com aquedutos que levavam a água para maiores distâncias. Chamar o local de cidade arqueológica não é um exagero, portanto, e um olhar mais detalhado mostra isso.Situado a 3085 metros de altitude, Choquequirao é um assentamento que abriga 13 zonas organizadas para atender a diferentes finalidades, como áreas residenciais, com a presença de praças, oficinas, e armazéns, que são os maiores edifícios. As <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121860-ruinas-de-templo-dedicado-a-zeus-sao-descobertas-no-egito.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ruínas</a> também abrigam áreas destinadas à realização de rituais, que serviam para o culto a diversos elementos, como a terra, a água e a outras divindades.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/03/03161503448374.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Os espaços que eram reservados para os sacrifícios podem não ser tão grandes como em <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/100265-14-curiosidades-impressionantes-sobre-machu-picchu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Machu Picchu</a>, no entanto, o complexo na totalidade apresenta uma maior extensão. Não se sabe ao certo se eles teriam sido construídos para servir de oferta ao Deus do Sol e essa hipótese coexiste ao lado de vários outros mitos e suposições que dizem respeito da construção do Choquequeirao, conferindo um ar ainda mais intrigante ao local.Enquanto alguns de seus edifícios foram erguidos com quartzito, as paredes são compostas de pedra bruta. Há uma escadaria que fica completamente iluminada pelo sol no verão, sobretudo no período do solstício, sendo um destaque para os turistas. As famosas lhamas, vistas nas plataformas, também são um dos seus principais atrativos.&nbsp;<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/03/03161511526375.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Hoje, a geografia mostra o quanto o Choquequeirao foi coberto pela selva e, além disso, estima-se que apenas 30% de toda a área tenha sido revelada, o que significa que as colinas ainda escondem muita coisa.&nbsp;O acesso ao local, por sua vez, pode não parecer tão simples num primeiro momento, visto que exige uma caminhada com duração estimada de pelo menos dois dias e a estadia para os visitantes não oferece muito conforto.&nbsp;Mas para atender aos turistas, acampamentos podem ser encontrados a cerca de três horas de distância. Além disso, há em andamento a construção de um periférico que facilitará o acesso ao sítio arqueológico, o que pode contribuir com a chegada de mais turistas futuramente.</body>

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Choquequirao: a cidade 'irmã' de Machu Picchu

Imagem de Como o mito da Terra plana dura desde a Idade Média até hoje? no megacurioso

A noção da Terra redonda é um fato muito antigo destruído parcialmente por escritores que compartilharam relatos imprecisos

<head></head><body>Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/121347-5-refeicoes-bizarras-que-eram-normal-na-era-medieval.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Idade Média</a>, muitos europeus sucumbiram aos boatos e passaram a acreditar fervorosamente que a Terra era plana. Essas sugestões contrariavam teorias clássicas de meados do século VI a.C., quando nomes como Pitágoras, Aristóteles e Euclides escreviam sobre um planeta em formato esférico e provavam esses ideais por meio de observações e, obviamente, da matemática. Mas como o conceito da planicidade permaneceu até hoje?No auge do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119808-imperio-romano-so-1-a-cada-4-imperadores-morreram-de-causas-naturais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Romano</a>, cerca de 1,3 mil anos antes de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121795-6-fatos-desconhecidos-sobre-cristovao-colombo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cristóvão Colombo</a> (1451-1503) embarcar em suas aventuras pelos mares, a "Geografia" de Ptolomeu já havia considerado a Terra como um globo. Quando o navegador genovês decidiu partir da Espanha para a viagem pelo Oceano Atlântico, a volumosa obra grega era utilizada como base para sua referência de campo. Assim, ele acreditava que o planeta era redondo, mas queria apenas determinar a extensão de seus mares superficiais.Nessa época, o conhecimento Europeu estava no auge e chegou a superar o aprendizado adquirido em regiões como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121465-6-filosofias-da-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia Antiga</a> e o Islã medieval. Entre os ans 1200 e 1500, vários livros foram lançados e iniciaram discussões sobre a forma da Terra, incluindo o obrigatório em universidades, The Sphere, que permaneceu como referência na área mesmo 500 após sua primeira publicação.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/03/03135323713297.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)O fato é que é implausível pensar que alguém, durante a Idade Média na Europa, contava histórias sobre um planeta não esférico. Segundo o historiador Jeffrey Burton Russell, “nenhuma pessoa instruída na história da civilização ocidental a partir do século III a.C. acreditava que a Terra era plana”. Isso foi graças ao exponencial crescimento intelectual no continente e aos esforços realizados por filósofos e matemáticos da antiguidade, que utilizaram cálculos baseados no movimento do Sol, sombras e outras propriedades físicas para fundamentar suas teorias.O mito sobre uma suposta crença de Colombo na Terra Plana é recente e contraria não apenas todo o contexto da época, mas a própria lógica em que aristocratas se baseavam. Com isso, o explorador genovês pôde ser financiado pela realeza, para iniciar sua viagem, sem grandes questionamentos ou dúvidas de suas intenções. Então, como foi que essa lenda do <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116014-como-debater-com-um-terraplanista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terraplanismo</a> começou?<h2>Washington Irving e Antoinne-Jean Letronne</h2>Em 1828, Washington Irving, escritor e mestre contador de histórias, publicou The Life and Voyages of Christopher Columbus&nbsp;("A vida e viagens de Cristóvão Colombo" em tradução literal). Famoso por abordar contos sobre a vida do navegador, o autor teve inspirações em Alexander Hill Everett, ministro dos Estados Unidos na Espanha, que ofereceu um rico acervo de documentos sobre Colombo e impulsionou a criação de um texto biográfico.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/03/03135451572302.jpg" alt="(Fonte: Getty Images / Reprodução)">(Fonte: Getty Images / Reprodução)Extenso, o volume mesclou aspectos reais com ficção e acabou mencionando que Colombo afirmou, ao retornar de viagem, que a Terra não era realmente plana. Esse relato impreciso acabou enganando muitos leitores, que passaram a acreditar que o explorador viajou, de fato, para descobrir o formato do planeta. E com a ajuda de outro escritor, Antoine-Jean Letronne, o mito se perpetuou e foi encarado como uma crença comum, mesmo estando longe da verdade.No fim, mesmo preocupado sobre o fim de sua viagem, Colombo não provou se o planeta era redondo — sequer tinha essa intenção. Responsável por atravessar o oceano e mostrar que existia muita terra para além da Europa, o explorador mudou o curso da história humana. E algumas pessoas se aproveitaram disso.</body>

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Como o mito da Terra plana dura desde a Idade Média até hoje?

Imagem de Enem 2022: assuntos mais importantes para revisar antes da prova no megacurioso

Confira quais assuntos têm maior chance de aparecer na prova do Enem

<head></head><body>O final do ano está chegando, e junto com ele, a prova do&nbsp;Enem, que será aplicada nos dias 13 e 20 de novembro. Para driblar o frio na barriga e se sentir mais seguro, é importante investir na revisão, focando nos assuntos que costumam ser mais cobrados na hora da prova. Está em dúvida sobre quais seriam eles? Confira agora!<h2>Português</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28121700245214.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Manter a interpretação de texto afiada é uma dica que vai ser útil para todas as disciplinas, principalmente em português. Também há outros assuntos que costumam aparecer na prova do Enem, como variação linguística, processo de formação das palavras, funções da linguagem, pontuação e acentuação. Em literatura, aquela revisão sobre as principais características das escolas literárias também é superválida.<h2>História</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28122025101217.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Decorar datas não é o essencial, mas é importante ter uma noção bem definida dos principais eventos, dos seus contextos e desdobramentos. Em História do Brasil, vale a pena caprichar nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123145-6-tecnicas-de-anotacao-para-voce-lembrar-de-tudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anotações</a> sobre a crise do sistema colonial, império, período regencial, era Vargas e república. Em História Geral, além da Revolução Industrial e Crise de 1929, foco nos principais movimentos da Idade Contemporânea, como a Revolução Francesa, além da Primeira e Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria.&nbsp;<h2>Geografia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28122158853218.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)No Enem e mesmo em outros vestibulares, além de se ater a alguns conceitos, é essencial saber estabelecer relações entre os diferentes assuntos que caem na prova de geografia. Dentre os temas que aparecem, destaque para: população, urbanização, eixos migratórios, meio ambiente, e também alguns tópicos inseridos na geografia física, como vegetação, clima, relevo e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115394-estudo-pode-levar-a-revisao-da-teoria-da-tectonica-de-placas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tectônica de placas</a>. Compreender bem as características dos sistemas econômicos, como capitalismo, e ter noções das principais economias, países emergentes e blocos econômicos também vai fazer a diferença.<h2>Física</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28122617430222.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Na hora de estudar, o mais recomendado é caprichar na maratona de exercícios, se atentando também para as principais fórmulas da física. Elas até podem aparecer indicadas no enunciado das questões dos vestibulares, mas a chave é trabalhar para reduzir o tempo gasto para resolver cada questão, já que o Enem é uma prova bem extensa. Os temas mais cobrados e que merecem uma boa revisão são: mecânica, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121536-leis-de-newton-guia-pratico-de-suas-aplicacoes-no-cotidiano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Leis de Newton</a>, atrito, eletricidade, ondulatória, calorimetria e óptica.<h2>Biologia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28122759957223.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Resumir os conteúdos em tabelas é uma boa forma de memorizar e diferenciar conceitos importantes, já que é necessário dominar bem diferentes características e nomenclaturas. Em biologia, alguns tópicos costumam aparecer mais, como citologia, genética, evolução e biologia animal. Vale a pena revisar as etapas da fotossíntese e das famosas mitose e meiose! Sustentabilidade e conceitos de ecologia também são super importantes e podem aparecer mesmo na hora da redação do Enem.<h2>Química</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28122930186224.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)Por mais que a prova se atenha a situações e problemas relacionados ao dia a dia, em química, a prática de exercícios também é o grande diferencial, já que muitas das perguntas acabam se repetindo ao longo dos anos. Por isso, não deixe de dar uma olhada nas questões dos anos anteriores. Destaque para: propriedade da matéria, química orgânica, reações inorgânicas, termoquímica e soluções.<h2>Matemática</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28123102461225.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Se ater a assuntos considerados básicos também é importante, porque não raramente acabam sendo deixados de lado e acabam culminando em erro na hora da prova de matemática, o que não pode acontecer! Dentre os temas que mais aparecem no Enem, estão: conjuntos numéricos, regra de três, razão e proporção, equações de 1º e 2º graus, funções, estatística e geometria plana.&nbsp;<h2>Idiomas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28123246517228.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)De forma geral, possuir uma boa base de leitura e interpretação é o mais importante para resolver as questões, seja de inglês ou espanhol, já que muitas vezes a resposta das perguntas está no próprio material de leitura. Se atentar aos falsos cognatos e questões sobre vocabulário também é uma forma eficiente de se preparar para a prova.<h2>Filosofia e Sociologia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28123536461230.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)">(Fonte: Unsplash)Com uma vasta gama de assuntos dentro da&nbsp;filosofia e sociologia, pode ser uma boa investir em leituras mais direcionadas para determinados temas, como ética, cidadania, indústria e relação entre o homem e o trabalho.&nbsp;<h2>Redação</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/28/28124104458240.jpg" alt="(Fonte: Pexels)">(Fonte: Pexels)Não há uma fórmula mágica que ajude na hora de fazer a redação, mas sem sombra de dúvidas, há determinados assuntos que acabam tendo maior chance de aparecer em virtude dos acontecimentos relacionados ao ano em questão.&nbsp;Por exemplo: em 2022 o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122728-como-funciona-o-censo-e-para-que-ele-serve.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Censo</a> demográfico completa 150 anos de existência, aumentando tanto a chance de questões relacionadas aparecerem na prova de geografia quanto de surgir na redação. Em 2022 também se comemora os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121025-os-100-anos-da-semana-de-arte-moderna-de-1922.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">100 anos da Semana de Arte Moderna</a> e os <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122889-200-anos-da-independencia-do-brasil-toda-a-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">200 anos da Independência do Brasil</a>.Por isso, além de praticar muito a escrita, realizar a leitura de atualidades é fundamental para ampliar o repertório e evitar ser pego de surpresa por temas que você possui menor familiaridade. Ter alguns dados importantes guardados na memória, além de usar citações, também pode dar um diferencial no texto e tornar seus argumentos melhor embasados.</body>

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Enem 2022: assuntos mais importantes para revisar antes da prova

Imagem de Por que o racismo não é considerado uma doença mental? no megacurioso

Você acha que declarando o racismo como doença mental ajudaria a combatê-lo?

Em 25 de maio de 2020, o mundo foi sufocado com <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119470-simbolos-escravagistas-por-que-so-nos-importamos-com-os-dos-outros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">George Floyd,</a> um afro-americano de 45 anos assassinado por um policial branco que, por 8 minutos e 46 segundos, se manteve ajoelhado sobre o pesco&ccedil;o dele.
O crime, que aconteceu em Minneapolis, Estados Unidos, provocou um levante de indigna&ccedil;&atilde;o global, lan&ccedil;ando luz para a viol&ecirc;ncia policial motivada pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122761-racismo-ambiental-a-pratica-que-destroi-o-planeta-e-a-vida-das-minorias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">racismo</a> estrutural que devasta principalmente os bairros perif&eacute;ricos do pa&iacute;s desde o in&iacute;cio do s&eacute;culo XVIII. A organiza&ccedil;&atilde;o Mapping Police Violence, que monitora os tiroteios policiais, levantou que a pol&iacute;cia americana atirou e matou pelo menos 1.055 pessoas em 2021, das quais os negros configuram 27% das mortes, mostrando como o movimento Black Lives Matter, infelizmente, teve pouco efeito na coibi&ccedil;&atilde;o do problema.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01072446474002.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ano passado, Christopher A. Wray, diretor do Federal Bureau of Investigation (FBI), afirmou que a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119104-asa-earl-carter-o-supremacista-branco-que-virou-indigena.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">supremacia branca&nbsp;</a>dos EUA &eacute; um problema maior do que o jihadismo e enalteceu a necessidade de um projeto de lei para lidar com o aumento da viol&ecirc;ncia da extrema direita.
Visto que ofensas, ataques de todos os tipos e viol&ecirc;ncia racial aumentaram exponencialmente desde o crime envolvendo Floyd no pa&iacute;s, foi renovada a quest&atilde;o de saber se o&nbsp;racismo pode ser tratado como uma doen&ccedil;a mental.
<h2>Educando uma mente</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01072714648003.jpg" alt="(Fonte: Coursera/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Coursera/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com a morte de Floyd e o movimento Black Lives Matter, foi resgatado uma entrevista de 1992 da educadora Jane Elliot, conhecida por ensinar seus alunos sobre o preconceito, no programa The Oprah Winfrey Show, sugerindo que o racismo seria fruto de uma doen&ccedil;a mental.
&ldquo;O racismo &eacute; uma doen&ccedil;a mental. Se voc&ecirc; julga outras pessoas pela cor de sua pele, pela quantidade de um produto qu&iacute;mico em sua pele, voc&ecirc; tem um problema mental. Voc&ecirc; n&atilde;o est&aacute; lidando bem com a realidade&rdquo;, disse ela, sendo aplaudida efusivamente por membros da plateia do emblem&aacute;tico programa da televis&atilde;o norte-americana.
De l&aacute; para c&aacute;, as pesquisas no Google por "racismo &eacute; uma doen&ccedil;a mental?" atingiram um n&iacute;vel nunca visto nos &uacute;ltimos 10 anos, com o trecho da entrevista da educadora sendo postado incansavelmente nas redes sociais, especialmente no Twitter.
<iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/ms4NJx0wwXM?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Apesar de ser um sentimento que muitas pessoas compartilham sobre aqueles que odeiam outros indiv&iacute;duos apenas por sua etnia, a cren&ccedil;a de que o c&eacute;rebro dessa pessoa n&atilde;o est&aacute; funcionando de maneira correta n&atilde;o &eacute; o pensamento ideal para se ter sobre a estrutura e as origens do racismo na sociedade.
O poderio m&eacute;dico &eacute; o primeiro a se opor a essa compara&ccedil;&atilde;o e ressaltar o qu&atilde;o preocupante &eacute; disseminar esse tipo de ideia, sobretudo nos tempos virais da internet. Isso porque o racismo funciona, em linhas muito b&aacute;sicas, como uma escolha, enquanto os transtornos mentais, de depress&atilde;o a esquizofrenia, n&atilde;o s&atilde;o.&nbsp;
Chamar o racismo de doen&ccedil;a mental apenas deslegitima a hist&oacute;ria de como ele aconteceu no mundo, enquanto refor&ccedil;a o estigma ao redor das doen&ccedil;as mentais, aumentando a pr&aacute;tica de usar a linguagem da sa&uacute;de mental de maneira depreciativa.
<h2>Um estado de terror</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01073117028004.jpg" alt="(Fonte: PWHS/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PWHS/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de Elliot ter mencionado o racismo como doen&ccedil;a mental em 1990, esse impulso para defini-lo como tal veio de profissionais de sa&uacute;de mental, datando da d&eacute;cada de 1960, quando um grupo proeminente de psiquiatras negros solicitou &agrave; Associa&ccedil;&atilde;o Psiqui&aacute;trica Americana (APA) que adicionasse "intoler&acirc;ncia extrema" ao Manual Diagn&oacute;stico e Estat&iacute;stico de Transtornos Mentais, mais conhecido como DSM.
A peti&ccedil;&atilde;o foi rejeitada porque a APA enxergou o racismo como algo "muito comum" para ser considerado uma doen&ccedil;a. Al&eacute;m disso, para ser enquadrado como uma doen&ccedil;a, era preciso que desviasse do pensamento ou comportamento t&iacute;pico e causasse uma perturba&ccedil;&atilde;o e ang&uacute;stia na vida de um indiv&iacute;duo. A APA alegou que o racismo era t&atilde;o difundido que se tornava uma quest&atilde;o cultural, n&atilde;o uma psicopatologia.
No entanto, n&atilde;o era muito dif&iacute;cil entender o motivo de pessoas, como o psiquiatra negro Alvin Poussaint, n&atilde;o compreenderem como os brancos achavam comum o racismo.&nbsp;
&ldquo;Era algo que estava sempre presente e parecia um estado de terror. Eu senti que era como um dist&uacute;rbio mental, porque voc&ecirc; n&atilde;o conseguia argumentar com as pessoas sobre isso&rdquo;, concluiu ele, quando viajou &agrave; Jackson, no Mississippi, EUA, em 1965, para fornecer tratamento de sa&uacute;de mental aos trabalhadores e dessegregar os hospitais.
De maneira geral, entender o motivo de pessoas terem pensamentos t&atilde;o racistas ou mostrarem dificuldade em enxergar como esse preconceito n&atilde;o faz sentido, &eacute; necess&aacute;rio acompanhar a ideia de que o racismo existe em um espectro, que alcan&ccedil;a desde cren&ccedil;as racistas extremas e crimes de &oacute;dio, at&eacute; os preconceitos que todos os brancos precisam enfrentar. Del&iacute;rios envolvendo ra&ccedil;a tamb&eacute;m podem ser um sintoma de transtornos psic&oacute;ticos, e sua coloca&ccedil;&atilde;o no DSM n&atilde;o est&aacute; em debate nesse aspecto.
<h2>O que &eacute; bom e o que &eacute; justo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01073241645005.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Poussaint fazia uma distin&ccedil;&atilde;o clara entre o racismo cotidiano e o extremo, este que ele achava que deveria ser classificado como um <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/121452-conheca-6-transtornos-mentais-dos-mais-assustadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">transtorno mental</a>, porque significava que algu&eacute;m havia sido t&atilde;o consumido pelo &oacute;dio a ponto de querer matar. Para ele, isso estava al&eacute;m do normal.
&ldquo;Algumas pessoas que se op&otilde;em ao fato de ser chamado de transtorno mental dizem: &lsquo;Bem, &eacute; apenas um comportamento aprendido&rsquo;. &Eacute; um comportamento aprendido querer exterminar as pessoas por causa da cor da pele?&rdquo;, argumentou ele.
Desse modo, enquadrando o racismo como uma doen&ccedil;a mental empurraria o problema para os brancos, que deveriam reconhecer que h&aacute; algo de errado na maneira como eles pensam e sentem, aliviando os negros da sensa&ccedil;&atilde;o de que, se pudessem agir de maneira diferente, os brancos deixariam de ser racistas contra eles.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01073453262006.jpg" alt="(Fonte: The New Yorker/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New Yorker/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Professor de psiquiatria da Universidade Emory e coautor do livro Are Racists Crazy?, Sander Gilman diz que o desejo de considerar o racismo como uma doen&ccedil;a mental vem da vontade de coloc&aacute;-lo fora do escopo do comportamento humano t&iacute;pico, quando, na verdade, ele n&atilde;o est&aacute;.
Seria um belo argumento, segundo ele, porque significaria que pessoas normais nunca deveriam matar, por exemplo, pessoas em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121183-auschwitz-o-que-aconteceu-la-apos-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Auschwitz</a>, quando, na realidade, elas faziam isso de maneira regular. Eles haviam desumanizado tanto as v&iacute;timas que n&atilde;o as viam mais como seres humanos. Isso n&atilde;o era doen&ccedil;a mental, apenas o mau em sua pura forma, porque as pessoas podiam fazer escolhas.&nbsp;
Sander ressalta que, s&oacute; quando come&ccedil;amos a falar sobre atividade "normal", isso ent&atilde;o inclui atos ruins. Em outras palavras, o 'normal' n&atilde;o &eacute; sin&ocirc;nimo de "bom" ou "justo", ainda que desejamos que seja assim.
<h2>A ra&ccedil;a como distin&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01073604309007.jpg" alt="(Fonte: Ferris State University/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Ferris State University/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Oriundo de uma verdadeira constru&ccedil;&atilde;o social, o pr&oacute;prio termo &ldquo;ra&ccedil;a&rdquo; foi cunhado em um espectro de preconceito para descrever e categorizar pessoas em v&aacute;rios grupos sociais com base em caracter&iacute;sticas como cor da pele, caracter&iacute;sticas f&iacute;sicas e heredi&ecirc;ncia gen&eacute;tica.
O conceito de ra&ccedil;a como entendemos hoje, evoluiu com a forma&ccedil;&atilde;o dos Estados Unidos e sempre esteve ligado &agrave; evolu&ccedil;&atilde;o dos termos "branco" e "escravo", usados pelos europeus colonizadores nos idos anos de 1500. Eles foram os respons&aacute;veis por trazerem essas palavras para a Am&eacute;rica do Norte e, ainda que naquela &eacute;poca n&atilde;o carregassem o significado que t&ecirc;m hoje, adquiriram ideais diferentes atrav&eacute;s das necessidades da sociedade americana em desenvolvimento.
Fil&oacute;sofos e naturalistas do Iluminismo Europeu, baseado nas ideias do racioc&iacute;nio secular, estudo cient&iacute;fico, e racionalidade em oposi&ccedil;&atilde;o &agrave;s compreens&otilde;es religiosas baseadas na f&eacute; do mundo &ndash;, categorizaram o mundo de novo com cren&ccedil;as que evolu&iacute;ram a partir do final do s&eacute;culo XVII e floresceram ao longo do final do s&eacute;culo XVIII, argumentando que haviam leis naturais que governavam o mundo e os seres humanos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01073817883010.jpg" alt="(Fonte: Centro de Mem&oacute;ria Sindical/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Centro de Mem&oacute;ria Sindical/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os s&eacute;culos apresentaram uma falsa no&ccedil;&atilde;o de que os brancos eram mais inteligentes, capazes e humanos do que as pessoas n&atilde;o brancas, e isso passou a se tornar cada vez mais aceito, inclusive justificou a institui&ccedil;&atilde;o da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122417-a-escravidao-ainda-existe-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravid&atilde;o dos africanos</a>.
Foi s&oacute; em meados da d&eacute;cada de 1660, nas col&ocirc;nias americanas, que o termo "branco" foi colocado em oposi&ccedil;&atilde;o &agrave; "ra&ccedil;a" e "escravo", categorizando os colonos europeus como pessoas hierarquicamente acima daqueles que n&atilde;o se pareciam com eles.
As inven&ccedil;&otilde;es sociais conseguiram unir o branco atribu&iacute;do apenas ao anglo-sax&atilde;o e &agrave;s mulheres da elite que n&atilde;o tomavam sol, a um status de superioridade e poder; desapropriando e marginalizando os povos nativos e escravizando de maneira permanente ao longo de v&aacute;rias gera&ccedil;&otilde;es a maioria dos povos descendentes de africanos.
Assim, a cultura americana se desenvolveu como sociedade e economia tendo como base as ideias de ra&ccedil;a e racismo.
<h2>O problema da Am&eacute;rica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01074138618012.jpg" alt="(Fonte: Howard Law Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Howard Law Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s 6 de dezembro de 1865, depois que a 13&ordf; Emenda da Constitui&ccedil;&atilde;o Americana aboliu a escravid&atilde;o nos EUA, o racismo como o conhecemos, com base no &oacute;dio, apenas cresceu de maneira desenfreada, se instalando em todos os pilares da sociedade. Apesar de a lei ter coibido a pr&aacute;tica de cultivar pessoas negras como escravos, a<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119020-ruby-bridges-a-garotinha-que-enfrentou-a-segregacao-racial-dos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;segrega&ccedil;&atilde;o racial</a> que predominou na maior parte do sul americano atrav&eacute;s das Leis de Jim Crow, marginalizavam os negros a fim de mant&ecirc;-los no submundo da sociedade como se fossem selvagens.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01074337854013.jpg" alt="(Fonte: Post New Groups/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Post New Groups/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar dos progressos, a segrega&ccedil;&atilde;o permaneceu no pa&iacute;s at&eacute; o Movimento dos Direitos Civis acontecer, atingindo seu &aacute;pice na d&eacute;cada de 1960.
&ldquo;O racismo &eacute; um sistema de vantagem baseado na ra&ccedil;a. &Eacute; uma hierarquia. &Eacute; uma pandemia. O racismo est&aacute; t&atilde;o profundamente enraizado nas mentes dos EUA e na sociedade que &eacute; praticamente imposs&iacute;vel escapar dele&rdquo;, disse Steven O. Roberts, diretor do Laborat&oacute;rio de Conceitos Sociais, parte do departamento de psicologia, na Escola de Humanidades e Ci&ecirc;ncias da Universidade de Stanford.
Portanto, no final das contas, a pergunta que fica &eacute;: declarar o racismo como uma doen&ccedil;a tornaria o mundo um local menos racista ou s&oacute; faria dele pior?

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Por que o racismo não é considerado uma doença mental?

Imagem de Por que usamos "feira" no nome dos dias de semana? no megacurioso

Segundo historiadores, o termo tem origem no latim e passou a ser empregado em certas regiões por volta do ano 563

<head></head><body>Principalmente se você sabe falar mais de uma língua além do português, é bem capaz que em algum momento da sua vida você tenha se perguntado qual o motivo de nós usarmos o termo "feira" para finalizar todos os dias de semana, enquanto outras línguas têm termos mais simples e talvez mais efetivos que os nossos.Essa é uma pergunta bastante válida e curiosa, mas que possui uma boa explicação por trás. Para entendermos um pouco mais sobre como esse termo foi fazer parte da língua portuguesa, precisamos entender sobre sua origem no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122435-por-que-o-latim-e-uma-lingua-morta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">latim</a> e o significado que tudo isso tem nos dias de hoje. Veja só nos próximos parágrafos!<h2>Origem no latim</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01165253417364.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Se hoje usamos "feira" em todos os dias de <a href="https://www.megacurioso.com.br/cotidiano/102268-como-foi-definido-que-a-semana-teria-7-dias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">semana</a>, é porque esse termo vem do latim feria, que por sua vez queria dizer "dia de descanso". E é aqui que você se pergunta: se essa é a palavra usada para descanso, por que não usamos no final de semana em vez dos dias de semana? Para isso, precisamos voltar um pouco no tempo.A primeira vez que o termo "feira" passou a ser empregado foi em 563 d.C. após uma reunião feita pela Igreja Católica da cidade de Braga, em Portugal. Inclusive, essa explica o fato de somente a língua portuguesa aplicar essa terminologia para descrever seus dias de semana.&nbsp;Naquela época, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121702-como-o-cristianismo-transformou-curandeiras-em-bruxas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">bispo</a> Martinho de Braga decidiu que os nomes dos dias de semana usados até então, e que homenageavam deuses pagãos, deveriam mudar de uma vez por todas. Porém, a ordem do pontífice só valia para os dias da Semana Santa, período em que todo bom cristão deveria estar descansando. Acabou que o termo acabou sendo adotado para o ano inteiro, mas somente pelos portugueses.<h2>Relação com outras línguas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/01/01165255636365.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)Enquanto Portugal mudava sua maneira de interagir com os dias da semana, outras línguas "vizinhas" mantiveram um padrão até os dias de hoje. Nas línguas espanholas, francesas e italianas, os deuses continuam sendo a referência para os dias da semana, com exceção para os sábados e domingo.Sábado deriva do hebreu shabbat, que significa "dia de descanso dos judeus", enquanto o domingo também vem do latim Dies Dominicus, que pode ser lido como "Dia do Senhor". Veja abaixo o significado dos outros cinco dias que restam na semana nas outras línguas citadas anteriormente:<ul><li>Segunda-feira - Lunes / Lundi / Lunedi / Dia da Lua</li><li>Terça-feira - Martes / Mardi / Martedì / Dia de Marte</li><li>Quarta-feira - Miércoles / Mercredi / Mercoledì / Dia de Mercúrio</li><li>Quinta-feira - Jueves / Jeudi / Giovedì / Dia de Júpiter</li><li>Sexta-feira - Viernes / Vendredi / Venerdì / Dia de Vênus</li></ul>Desde 321 d.C., os calendários ocidentais começam a semana pelo domingo — regra estabelecida pelo imperador romano Constantino, quem também decidiu que as semanas teriam sete dias. O objetivo dessa decisão era justamente fazer uma referência à citação bíblica de que Deus criou o mundo em sete dias.&nbsp;</body>

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