Imagem de Existe alguma menção ao dízimo na Bíblia? no megacurioso

Já parou para pensar de onde veio a ideia do pagamento periódico às instituições católicas?

<head></head><body>De acordo com o Dicionário Bíblico de Smith, um dízimo, religiosamente falando, corresponde à proporção de propriedade destinada aos usos religiosos nos tempos antigos. O pagamento, doação ou devolução dos dízimos, como alguns preferem, é encontrado no texto bíblico antes mesmo da nomeação dos levitas, homens da tribo de Levi escolhidos por Deus para guiar o povo na adoração e cuidar dos templos.A primeira menção ao dízimo na Bíblia ocorreu na passagem em que Abraão deu um décimo dos despojos conquistados em uma guerra ao rei-sacerdote de Salém, Melquisedeque (Gn 14:18-20). Neste caso, não foi uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104485-5-fatos-para-entender-o-protestantismo-ao-redor-do-mundo-nos-dias-atuais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imposição religiosa</a>, mas sim uma ação espontânea de Abraão.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/14/14153728691392.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)<h2>Por que as igrejas pedem o dízimo?</h2>A maioria das denominações religiosas, protestantes ou católicas, faz questão de ressaltar que o dízimo é uma forma prática de demonstrar a confiança em Deus, com a vida e as finanças. Mas como Deus não precisa do nosso dinheiro, o dízimo é, basicamente, para o benefício de quem o entrega, pois ao sacrificar parte de sua renda a pessoa aprende a confiar na divindade para o que der e vier.Sendo assim, a principal finalidade dessa prática é atender as necessidades dos pastores, padres e sacerdotes, além de ajudar na manutenção e <a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/45161-voce-sabe-qual-e-a-maior-igreja-catolica-do-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trabalhos da igreja local</a> que, por sua vez, deveria auxiliar outras pessoas. Para os religiosos, a doação do dízimo encoraja o surgimento de um espírito generoso e grato.<h2>As polêmicas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/14/14153731675393.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/Reprodução)O dízimo é um tema bastante controverso e capaz de arruinar qualquer conversa de jantar. De um lado, estão os que defendem a sua obrigatoriedade com base em uma série de passagens bíblicas, ressaltando como Deus recompensa o dizimista.Do outro, estão os que dizem que, além de não ser obrigatório, chega a ser imoral em vários casos, como exigir o dízimo de quem mal tem o que comer prometendo que “Deus devolverá tudo em dobro”. Os que são contra também se baseiam nos textos bíblicos. Para eles, a morte e ressurreição de Jesus constitui uma nova aliança com a humanidade, superior àquela feita por Deus apenas com o povo de Israel.Além disso, não existe menção à quantia do dízimo em nenhum lugar do Novo Testamento, no sentido de ser 10% de tudo o que ganham. Porém, destaca o direito de quem ministra receber um sustento (1Co.9:14) e a responsabilidade das instituições religiosas em cuidar de necessitados, doentes e pobres.Embora existissem outras pequenas finalidades ao dízimo no Antigo Testamento, a principal era manter o templo funcionando e ajudar no sustento dos sacerdotes, já que estes se dedicavam exclusivamente a Deus.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/14/14153734753394.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock/Reprodução)">(Fonte: Shutterstock/Reprodução)Por isso, aqueles contras também observam que os tempos mudaram. Hoje, por exemplo, a maioria dos líderes religiosos pode trabalhar, ter empresas, fazer faculdade, investir no mercado, etc. Ou seja, o propósito de ajudar a quem só se dedicava a Deus e ao templo perde o sentido.Existe ainda um ponto mais complexo: muitas igrejas recebem grande assistência dos governos e entidades privadas, algumas até são registradas e funcionam como uma empresa tradicional, com direito aos seus próprios bancos. Logo, não precisam ser mantidas por pessoas comuns.Tem quem defenda que o dízimo deveria ser transformado em caridade, seja construindo casas para os féis necessitados, pagando tratamentos de doença ou transformado em sestas básicas. Mas nem sempre isso acontece.Em Mateus 23:23, Jesus manifesta-se contrário a focar e dar tanto peso às regras do dízimo sem prestar atenção naquilo que é importante para a fé, de fato, como compaixão e justiça para com os nossos semelhantes.</body>

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Existe alguma menção ao dízimo na Bíblia?

Imagem de Titanic: quantas pessoas morreram no acidente? no megacurioso

Aprofunde-se nos números do trágico acidente que matou dois terços da tripulação do RMS Titanic em 1912

<head></head><body>O dia 15 de abril de 1912 ficou marcado por ser a data de um dos acidentes mais trágicos e marcantes da história da humanidade. O naufrágio do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120549-como-o-titanic-foi-acidentalmente-encontrado-durante-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">RMS Titanic</a> no Oceano Atlântico Norte deixou diversas vítimas para trás nas profundezas geladas da água. Porém, quantas pessoas exatamente morreram naquele dia?Na manhã do acidente, cerca de 1,5 mil pessoas morreram enquanto a gigante embarcação afundava. No geral, muitos passageiros ricos acabaram falecendo com o naufrágio, mas a parcela mais afetada foi de longe os da terceira classe. Portanto, vamos nos aprofundar nesses números e entender mais sobre essa história.<h2>As mortes do Titanic</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/14/14183512954589.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)">(Fonte: Shutterstock)O impacto do RMS Titanic contra o iceberg no Oceano Atlântico Norte aconteceu às 23h40, enquanto se direcionava a Nova York. Foram necessárias 2 horas e 40 minutos para que o navio afundasse por completo nas águas geladas. Das 2.240 pessoas que estavam a bordo, mais de dois terços acabou sucumbindo devido ao acidente.De acordo com a contagem oficial do comitê dos EUA que investigou o <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/55534-21-fatos-curiosos-sobre-o-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">naufrágio</a> do Titanic, o número total de mortes foi de 1.517 pessoas. Dentro desse número, 832 eram passageiros e 685 eram tripulantes. Estudos indicam que 76% da tripulação morreu durante o naufrágio, incluindo todos os 35 engenheiros que morreram enquanto mantinham as luzes do navio acesas e seus rádios funcionando.&nbsp;O capitão do Titanic, Edward Smith, também afundou com a embarcação após supostamente ter agradecido aos seus subordinados pelo trabalho feito e os liberado de suas funções. O restante dos mortos teria falecido enquanto aguardava ajuda no frio congelante do mar.<h2>Mortes por classe</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/06/06191550804417.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Desde que foi lançado ao mar, o Titanic sempre esteve mal preparado para casos de acidente. O navio, que era considerado "inafundável", tinha apenas 20 botes salva-vidas disponíveis — embora pudesse transportar com segurança até 64. Embora esse tenha sido um fator que contribuiu para o aumento de vítimas, a separação dos mortos por classe mostra uma diferença discrepante social.Os ingressos para andar no Titanic na primeira classe custavam cerca de 30 libras (US$ 4 mil nos dias atuais), 12 libras (US$ 1,6 mil nos dias atuais) para a segunda classe, e 3 a 8 libras (cerca de US$ 415 a US$ 1,1 mil) para a terceira classe. De acordo com os números, 62% dos passageiros da primeira classe <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120330-5-relatos-tragicos-de-pessoas-que-sobreviveram-ao-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sobreviveram</a>.Porém, os números só pioram para quem não teve a oportunidade de desfrutar as mesmas extravagâncias dos mais riscos. Em comparação, 43% dos passageiros da segunda classe sobreviveram e apenas 25% dos passageiros da terceira classe saíram vivos do acidente. A maior explicação para esse índice de mortes é porque os passageiros de ingressos mais baratos precisavam andar mais para chegar até os botes.Além disso, as leis de imigração exigiam que muitos deles ficassem abaixo do convés. Em números gerais, mulheres e crianças tiveram mais chance de sobrevivência entre todas as classes, com 70% saindo intactos do naufrágio. Dos homens, por outro lado, apenas 19% conseguiu sair com vida.&nbsp;</body>

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Titanic: quantas pessoas morreram no acidente?

Imagem de O mistério que envolve a morte do ditador Josef Stálin no megacurioso

Quase 70 anos após sua morte, teorias levantam suspeitas sobre a real causa de seu falecimento

Em 5 de mar&ccedil;o de 1953, o ditador e l&iacute;der sovi&eacute;tico Josef St&aacute;lin teve sua morte anunciada, em decorr&ecirc;ncia de um acidente vascular cerebral causado por grave doen&ccedil;a. A informa&ccedil;&atilde;o partiu do pr&oacute;prio governo local, emitido por porta-vozes do Kremlin. Entretanto, 69 anos depois, as causas que envolvem seu falecimento ainda s&atilde;o envoltas em mist&eacute;rio.
Existem pessoas, entre elas historiadores, que duvidam da vers&atilde;o oficial. Uma das teorias levantadas defende que o ditador tenha sido envenenado por um ou mais de seus conselheiros, em uma a&ccedil;&atilde;o orquestrada para desmantelar as pol&iacute;ticas conduzidas por <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120308-as-atrocidades-cometidas-por-josef-stalin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">St&aacute;lin</a>, ou at&eacute; mesmo implementar uma reforma na Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica.
<h2>Filme reacendeu o debate sobre a morte de St&aacute;lin</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodu&ccedil;&atilde;o/NYT&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2018/03/09/arts/09deathofstalin/09deathofstalin-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/05/05084044463032.jpg" alt="(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/NYT)" />(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/NYT)
Lan&ccedil;ado em 2017, A Morte de St&aacute;lin reacendeu o debate sobre o que haveria ocorrido que levou &agrave; morte do l&iacute;der sovi&eacute;tico. Isso porque o diretor Armando Iannucci, com grande trajet&oacute;ria em s&aacute;tiras pol&iacute;ticas, deixa de lado o realismo ao lan&ccedil;ar seu olhar aos bastidores da morte do l&iacute;der da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/120813-uniao-sovietica-veja-5-motivos-que-levaram-a-potencia-ao-fim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica</a>. O filme n&atilde;o se prop&otilde;e a discutir causas e a raz&atilde;o de seu falecimento, &eacute; verdade, mas d&aacute; um olhar corrosivo sobre a sucess&atilde;o do morto.
Isso permitiu que a antiga hist&oacute;ria da confiss&atilde;o feita por Nikita Khrushchov retornasse aos holofotes. De acordo com o historiador Guenn&aacute;di Kostirtchenko, Khrushchov, que assumiu a URSS com a morte de St&aacute;lin, haveria dito a uma jornalista francesa que a morte do ditador foi motivada por uma grande press&atilde;o de altos funcion&aacute;rios sovi&eacute;ticos.
Insatisfeitos com os planos de Josef St&aacute;lin de deportar judeus sovi&eacute;ticos para a Sib&eacute;ria, o alto comissariado teria se rebelado contra ele. Como o governo que se seguiu &agrave; morte de Josef St&aacute;lin promoveu pol&iacute;ticas que visaram refazer projetos do antigo ditador, desmoronando o legado que havia deixado, essas teorias ganharam for&ccedil;a.
<h2>Como foi a morte oficial</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodu&ccedil;&atilde;o/Aventuras na Hist&oacute;ria&nbsp;" data-fonte-url="https://aventurasnahistoria.uol.com.br/media/uploads/bundesarchiv_bild_183-18686-0001_rostock_trauermarsch_zum_tode_stalins.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/05/05090938671061.jpg" alt="(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Aventuras na Hist&oacute;ria)" />(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Aventuras na Hist&oacute;ria)
O que nos contam os livros de Hist&oacute;ria &eacute; que, no dia 2 de mar&ccedil;o, o ditador n&atilde;o fez nenhum contato com seus conselheiros ou integrantes do governo. Como n&atilde;o chamou seus funcion&aacute;rios ao longo do dia, descobriram no fim da noite que havia ca&iacute;do no ch&atilde;o. Foi encontrado ca&iacute;do em uma po&ccedil;a de urina.
Foi carregado at&eacute; um sof&aacute; e coberto, mas, ao inv&eacute;s de chamarem um m&eacute;dico, ligaram para seus conselheiros, j&aacute; pela madrugada. Relatos dos presentes d&atilde;o contam que, ao chegar &agrave; resid&ecirc;ncia, n&atilde;o teriam visto St&aacute;lin. Acreditam que estava dormindo e n&atilde;o queriam ver sua f&uacute;ria por ter sido encontrado nas condi&ccedil;&otilde;es em que foi.
No dia seguinte, como ainda n&atilde;o havia acordado, seus conselheiros chamaram m&eacute;dicos, os quais fizeram uma s&eacute;rie de tratamentos, mas sem que ele tornasse a acordar. Por volta das nove horas e cinquenta minutos da noite de 5 de mar&ccedil;o, a morte do l&iacute;der <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121139-6-historias-comoventes-dos-caes-espaciais-sovieticos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sovi&eacute;tico</a> foi confirmada, sendo a causa apontada um AVC.
<h2>As tr&ecirc;s teorias sobre a morte do l&iacute;der sovi&eacute;tico</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/05/05100100623098.jpg" alt="(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/All That's Interesting)" />(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/All That's Interesting)
Uma das teorias para a morte do l&iacute;der sovi&eacute;tico, narrada pelo escritor Ili&aacute; Ehrenburg ao fil&oacute;sofo Jean-Paul Sartre, afirma que St&aacute;lin teve um AVC em meio &agrave; humilha&ccedil;&atilde;o sofrida no "Compl&ocirc; dos m&eacute;dicos", uma oposi&ccedil;&atilde;o ao ex&iacute;lio de judeus sovi&eacute;ticos. Conspiradores haveriam amea&ccedil;ado tomar o Kremlin, o que teria levado o ditador a passar mal e falecer posteriormente.
A segunda teoria envolve o futuro l&iacute;der Nikita Khrushchov, que teria planejado seu assassinato. Historiadores como Aleksandr Duguin acreditam que Khrushchov tenha conduzido uma conspira&ccedil;&atilde;o que assassinou St&aacute;lin, para, dessa forma, retir&aacute;-lo do poder e mudar os rumos do pa&iacute;s.
A &uacute;ltima teoria, presente no livro do historiador Nikolai Dobryukha, Como St&aacute;lin foi Morto, defende que Lavrentiy Beria, chefe da pol&iacute;cia secreta, teria envenenado o comandante sovi&eacute;tico usando um veneno raro. Beria teria dito que salvou a todos os oficiais sovi&eacute;ticos do temido ditador. A tese ganha for&ccedil;a quando se lembra que ele foi preso e condenado &agrave; morte.

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O mistério que envolve a morte do ditador Josef Stálin

Imagem de Como os seguidores de Jesus fundaram o Cristianismo? no megacurioso

Entenda como os apóstolos e outros personagens célebres da história participaram da difusão da fé cristã

<head></head><body>Quando pensamos no <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120665-perseguicao-e-morte-a-vida-dos-cristaos-durante-o-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cristianismo</a>, o primeiro nome que vem à mente, é claro, é o de Cristo, visto como o fundador desta religião. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116852-arqueologos-descobrem-possivel-local-onde-jesus-operou-um-milagre.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jesus</a>, no entanto, era judeu, e seguiu os preceitos desta doutrina de fé até a morte.Embora não haja registros que Jesus tenha orientado seus <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117640-osso-atribuido-ao-apostolo-tiago-o-menor-nao-e-dele-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">apóstolos</a> de forma clara a difundir seus ensinamentos pelo mundo, foi isso o que aconteceu. Eles percorreram o mundo e fundaram, de forma gradual, uma nova religião, a que se chamou de Cristianismo. Neste texto, explicamos como se deu este processo.<h2>Como os apóstolos difundiram o Cristianismo?</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31122003910210.jpg" alt="(Fonte: O São Paulo)">(Fonte: O São Paulo)Como já foi dito, Jesus - assim como os seus seguidores mais próximos, os apóstolos - era judeu. Ele passou a ser chamado de "Cristo" (uma palavra grega que poderia ser traduzida como "messias" ou "ungido") &nbsp;depois de sua morte. No entanto, o judaísmo não o reconheceu como sua autoridade máxima.Com a morte de Jesus Cristo, seus apóstolos se separaram e passaram a espalhar a sua mensagem a partir de igrejas primitivas. Pedro assumiu a liderança entre eles, por cerca de 15 anos. No ano 48 d.C., os líderes dos cristãos se reuniram no Concílio de Jerusalém e começaram a estabelecer algumas regras à religião, como o batismo como uma marca da conversão ao Cristianismo, sem a necessidade da circuncisão (que era uma exigência no judaísmo).Os apóstolos seguiram em sua jornada rumo à difusão dos preceitos de Cristo pelo mundo. Paulo, por exemplo, foi para a Grécia, Chipre, Malta, Turquia e Tiro (atual Líbano). Tomé pregou na Ásia. Bartolomeu foi para a Etiópia, Mesopotâmia e Armênia.No entanto, eles eram perseguidos em suas pregações, e a maioria deles foi executado em diferentes lugares do mundo. Por mais que os apóstolos acabassem morrendo por seu esforço em difundir a sua fé, sua palavra foi se espalhando e os cristãos foram se proliferando, até se tornarem a maioria no Império Romano.No ano de 313 d.C., o <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/102253-voce-sabia-que-roma-nem-sempre-foi-a-capital-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imperador Constantino</a>, o primeiro governador cristão do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119808-imperio-romano-so-1-a-cada-4-imperadores-morreram-de-causas-naturais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Império Romano</a>, foi o responsável por garantir a liberdade de culto não apenas aos seguidores de sua religião, mas também para todas as outras. Constantino, inclusive, convocou o primeiro concílio de bispos cristãos para discutir a santidade de Jesus Cristo.Há historiadores, contudo, que duvidam que Constantino fosse de fato cristão, uma vez que ele nunca frequentou missas nem outros atos religiosos, além de ter sido ser batizado apenas no fim de sua vida. Para eles, o imperador romano teria se associado ao Cristianismo por motivos políticos.<h2>O surgimento da Bíblia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31122150019213.jpg" alt="(Fonte: Canção Nova)">(Fonte: Canção Nova)Por mais que Jesus tenha pregado durante toda a sua vida, ele não deixou nenhum registro escrito. No entanto, era preciso ter um documento que organizasse e regesse a religião cristã a partir de seus preceitos e das falas de seu fundador — no caso, o próprio Cristo, ainda que a religião só fosse começar a ser organizada depois de sua morte.A Bíblia não tem a autoria de uma única pessoa. Na verdade, especialistas em estudos das religiões estimam que a produção e a reunião de todos os textos que compõem a Bíblia ocorreu durante um período que durou mais ou menos mil anos, na janela temporal que ia de 10 a.C. até o século II da era cristã.No entanto, não há total clareza de quem escreveu cada trecho contido nos capítulos da Bíblia — mesmo os que estão sob o nome dos apóstolos. Há evidências, por exemplo, de que uma boa parte das Cartas de Paulo não tenham sido elaboradas realmente por Paulo.De todo modo, a questão da autoria da Bíblia, na tradição judaico-cristã, é complexa, uma vez que se entende que o trabalho da escrita deste livro não é exatamente humano, mas sim obra da inspiração divina. “Acredita-se que esses textos não são apenas fruto da atividade criativa de quem os escreveu, mas também de uma ação de Deus, como prega ainda hoje a tradição católica", declarou o monge dom João Evangelista Kovas, do Mosteiro de São Bento, para a revista Superinteressante.</body>

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Como os seguidores de Jesus fundaram o Cristianismo?

Imagem de Salvador Escravista: as descobertas do mapa da escravidão baiano no megacurioso

Iniciativa de historiadores, projeto revisa papel de indivíduos envolvidos com a escravidão na Bahia e no Brasil

<head></head><body>Primeira capital do Brasil, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118181-salvador-471-anos-10-curiosidades-sobre-a-capital-da-bahia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Salvador</a> é um centro cultural de imensa importância histórica. Para revisitar esse passado e dar uma voz à população negra, pesquisadores criaram o <a href="https://www.salvadorescravista.com/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Salvador Escravista</a>, site que pretende ampliar a compreensão do papel de diferentes indivíduos no desenvolvimento de uma sociedade marcada por desigualdade e racismo.Desta maneira, os historiadores envolvidos com a iniciativa pretendem mapear a cidade atrás de homenagens controversas, homenagens reparadoras e lugares esquecidos da história local, onde episódios importantes para a população negra ocorreram e não recebem devida atenção.Em entrevista à BBC News Brasil, Felipe Azevedo e Souza, integrante do Programa de Pós-Graduação em História da UFBA e um dos idealizadores do projeto, afirmou que a Salvador Escravista não quer somente sugerir a mudança de nomes de ruas. "O que queremos é um debate maior sobre políticas públicas voltadas à memória da cidade, que sejam mais democráticas e plurais", pontuou. Conheça algumas das histórias levantadas pela iniciativa.<h2>O traficante de escravos que originou culto do Senhor do Bonfim</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/02/02172655918017.jpg" alt="(Fonte: Reprodução/Brasil Escola)">(Fonte: Reprodução/Brasil Escola)Nascido em Portugal, Teodósio Rodrigues de Faria foi capitão de navio mercante. Estabeleceu-se em Salvador até 1757, ano de sua morte. Nada se conhece sobre sua vida anterior a 1735, ano que chegou ao Brasil, e o que se sabe possui relação com sua devoção ao Senhor do Bonfim, de quem levou para a capital baiana uma imagem.Sua devoção e o dinheiro que investiu na igreja lhe renderam destaque na irmandade do Senhor do Bonfim. Foi enterrado dentro da igreja, um dos principais cartões postais da cidade. Ele também dá nome à praça em frente da igreja e a uma rua nas proximidades. Mas a pesquisa da Salvador Escravista mostrou foi que Teodósio atuou intensamente no tráfico de africanos, detalhe geralmente omitido sobre ele.<h2>Elevador Lacerda foi erguido com dinheiro do comércio ilegal de africanos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/02/02173930716020.jpg" alt="(Fonte: Reprodução/Prefeitura de Salvador)">(Fonte: Reprodução/Prefeitura de Salvador)Outro importante ponto turístico da capital, o Elevador Lacerda foi inaugurado em 1873, com o objetivo de ligar as partes alta e baixa da capital da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118083-bahia-5-curiosidades-de-um-dos-estados-mais-historicos-do-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Bahia</a>. Construído com o nome de Elevador Hidráulico da Conceição, mudou de nome em 1896, para homenagear seu idealizador.De acordo com os historiadores do Salvador Escravista, a obra não teria sido realizada sem a riqueza acumulada pelo pai de Lacerda no tráfico ilegal de africanos, inclusiva após a proibição por lei.De acordo com a historiadora Silvana Andrade dos Santos, em entrevista à BBC, Lacerda Pai era sócio em embarcações utilizadas em fretamentos para viagens negreiras à África no final da década de 1830, portanto, depois da proibição definida em 1831. O lucro obtido foi utilizado em muitas obras no estado, além da educação dos filhos.<h2>Barão de Cotegipe foi opositor à abolição</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodução/Conhecimento Científico&nbsp;" data-fonte-url="https://t5z6q4c2.rocketcdn.me/wp-content/uploads/2021/04/barao-de-cotegipe-quem-foi-historia-e-oposicao-ao-abolicionismo-960x521.png"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/02/02180841078024.jpg" alt="(Fonte: Reprodução/Conhecimento Científico)">(Fonte: Reprodução/Conhecimento Científico)Conhecido como figura relevante em todo o país, nome de ruas em cidades de vários estados e até marca de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118483-qual-e-a-origem-e-a-historia-do-chimarrao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">erva mate</a>, João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe, foi um dos principais antagonistas da princesa Isabel na questão da abolição.Segundo a Salvador Escravista, o barão foi o escravocrata mais poderoso do período final do Império, tomando medidas em prol da perpetuação da escravidão. Entre as medidas defendidas por Cotegipe, propôs a lei dos Sexagenários e foi contra o fim da pena de açoite aos escravizados.Durante a regência da princesa Isabel, tornou-se presidente do Conselho de Ministros, uma espécie de primeiro-ministro, e comandou a forte e violenta repressão às manifestações pela abolição. Pressionado, chegou a renunciar a seu cargo, mas voltou ao Senado para votar contra a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118715-lei-aurea-entenda-como-foi-a-abolicao-da-escravatura-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lei Áurea</a>, em 1888.</body>

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Salvador Escravista: as descobertas do mapa da escravidão baiano

Imagem de O famoso cavalo de Troia realmente existiu? no megacurioso

Até hoje existe um debate imenso sobre sua existência

<head></head><body>Certamente você está familiarizado com a lendária e notória história do cavalo de Troia. Em meados de 1250 a.C., Ulisses teria mandado construir um cavalo de madeira oco para que se escondesse com vários soldados para conseguir penetrar as muralhas da cidade de Troia após os gregos fingirem que desistiram da guerra em 9 anos de conflito.A história foi descrita nos poemas épicos A Ilíada e A Odisseia, de Homero, autor imortalizado na dramaturgia clássica tamanha foi a épica construção e seu propósito engenhoso.Mas será que o cavalo grego realmente existiu?<h2>A verdade por trás da história</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31193935897686.jpg" alt="(Fonte: The New Yorker/Reprodução)">(Fonte: The New Yorker/Reprodução)Entre os historiadores, é praticamente unânime que o cavalo de Troia não passe de um mito. Entre toda a ficção descrita nos poemas, em que todos os personagens principais eram fictícios (Helena, Aquiles, Heitor, Ulisses, Agamenon etc.), ou pelo menos muito embelezados, é muito provável que o cavalo de Troia seja uma alegoria para como os gregos realmente atravessaram as paredes.Alguns historiadores acreditam que a metáfora do cavalo pode ter surgido de uma máquina de cerco, e que os gregos derrubaram as paredes da cidade à moda antiga, visto que era muito comum naquela época usar esse tipo de dispositivo e atribuir nomes de animais a eles. Além disso, muitas máquinas eram envoltas em pele molhada de cavalo para evitar que fossem incendiadas, como deixou claro em 2014 o Dr. Armand D’Angour, da Universidade de Oxford.Ainda que o cavalo possa não ter sido real, é praticamente comprovado que Troia existiu, muito embora sua guerra de 10 anos e o cerco sanguinário que pode ter causado a morte de 95 mil pessoas, não.Identificado pela primeira vez como Troia na década de 1870, pelo arqueólogo alemão Heinrich Schlienmann, o sítio arqueológico de Hisarlik fica no topo de um grande monte a oeste da Turquia e contém os restos de pelo menos 10 cidades.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;ThoughtCo.&nbsp;" data-fonte-url="https://www.thoughtco.com/thmb/DGbyvVl0YfIBr5yhlDdxU_ft9aU=/768x432/smart/filters:no_upscale()/TrojanHorse-56aa9eb53df78cf772b456f5.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/31/31200512796696.jpg" alt="(Fonte: ThoughtCo./Reprodução)">(Fonte: ThoughtCo./Reprodução)Outro arqueólogo alemão, Manfred Korfmann, na década de 1990, apontou que Troia foi construída, destruída e reconstruída por várias vezes, deixando ainda mais claro como era uma grande fortaleza.Em agosto de 2021, arqueólogos turcos encontraram dezenas de pedaços de madeira datados de milhares de anos nas colinas de Hisarlik, se convencendo que teriam encontrado os restos do próprio cavalo de Troia.Contudo, isso não foi suficiente para mudar a percepção da maioria dos historiadores: o cavalo de Troia continua sendo uma metáfora histórica, mas seu caráter segue tão convicto popularmente quanto a existência de uma Rose Dewitt Bukater e um Jack Dawson a bordo do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119582-7-fatos-essenciais-sobre-a-historia-do-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">RMS Titanic</a>.</body>

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O famoso cavalo de Troia realmente existiu?

Imagem de Adaga de Tutancâmon foi feita com componentes extraterrestres no megacurioso

Com 30 s&eacute;culos, o Egito Antigo se tornou a civiliza&ccedil;&atilde;o mais antiga da Hist&oacute;ria, desde sua unifica&ccedil;&atilde;o em meados de 3100 a.C. &agrave; conquista por Alexandre, o Grande, em 332 a.C.
Seus milhares de artefatos, m&uacute;mias, tumbas, documentos e ru&iacute;nas, mesmo massivamente analisados e estudados, ainda n&atilde;o foram suficientes para que os arque&oacute;logos consigam desvendar todos os mist&eacute;rios que a antiga civiliza&ccedil;&atilde;o guardava.
Um exemplo disso &eacute; a adaga descoberta com o Rei Tutanc&acirc;mon. A tumba do fara&oacute; foi escavada em 4 de novembro de 1922 pela equipe do egipt&oacute;logo brit&acirc;nico Howard Carter, no Vale dos Reis, Egito. Tutanc&acirc;mon foi um dos governadores mais proeminentes do Egito Antigo, tendo liderado de 1332 a.C. at&eacute; sua morte, em 1323 a.C.
Assim que morreu, seu corpo foi mumificado sob o processo mais rico e avan&ccedil;ado que existia na &eacute;poca e enterrado em uma tumba recheada de joias, obras de arte e tesouros. Ao serem descobertos, se tornaram patrim&ocirc;nio da humanidade ap&oacute;s ficarem escondidas por mais de 3 mil anos sob as areias movedi&ccedil;as do deserto.
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121334-6-mitos-sobre-o-egito-antigo-que-voce-provavelmente-acredita.htm" target="_blank">6 mitos sobre o Egito Antigo que voc&ecirc; provavelmente acredita</a>
<h2>A adaga milenar &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30131517389254.jpg" alt="(Fonte: Apic/Getty Images)" />(Fonte: Apic/Getty Images)
Entre os 5 mil itens encontrados na tumba do fara&oacute;, enterrada bem ao lado de seus restos mortais, estava uma adaga feita de ferro de meteorito. O choque dos pesquisadores foi imediato, tanto porque a l&acirc;mina n&atilde;o havia enferrujado, quanto porque aquele tipo de trabalho em metal era considerado extremamente raro no Antigo Egito. A sua origem se tornou um mist&eacute;rio imediato.
Para fazer uma an&aacute;lise completa da adaga, foi utilizado uma t&eacute;cnica n&atilde;o invasiva de raios X para confirmar a composi&ccedil;&atilde;o do ferro sem danific&aacute;-lo. O estudo publicado na revista Meteoritics and Planetary Science mostrou que o punho de ouro da adaga foi trabalhado usando um material adesivo conhecido como gesso de cal, usado apenas por artes&otilde;es de outras partes do mundo na mesma &eacute;poca, e no Egito somente muitos anos ap&oacute;s a morte do fara&oacute;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30131629733255.jpg" alt="(Fonte: DR/Guardian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: DR/Guardian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estima-se que a adaga de Tutanc&acirc;mon foi feita usando de uma t&eacute;cnica de baixa temperatura, submetida a -950 &deg;C, o que segundo os pesquisadores indicaria sua origem estrangeira, vindo, provavelmente, de Mitanni, na Anat&oacute;lia. Isso condiz com os registros de que Amnehotep III, av&ocirc; de Tutanc&acirc;mon, foi presenteado pelo rei de Mitani com uma adaga de cabo de ouro. Portanto, a adaga n&atilde;o foi fabricada no Egito.
<h2>De outro mundo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30131823077257.jpg" alt="(Fonte: Tomoko Arai at.al/Chiba Institute of Technology)" />(Fonte: Tomoko Arai at.al/Chiba Institute of Technology)
&ldquo;O ferro meteor&iacute;tico &eacute; claramente indicado pela presen&ccedil;a de uma alta porcentagem de n&iacute;quel&rdquo;, disse Daniela Comelli, principal autora do estudo. Essa presen&ccedil;a de ferro, n&iacute;quel e cobalto sugere fortemente uma origem extraterrestre. Quando comparado a um dos meteoritos que ca&iacute;ram no raio de 2 mil quil&ocirc;metros ao redor da costa do Mar Vermelho do Egito, a 240 km a oeste de Alexandria, os mesmos produtos est&atilde;o presentes em sua composi&ccedil;&atilde;o.
Objetos vindos do c&eacute;u j&aacute; tinham grande import&acirc;ncia para os eg&iacute;pcios, que os usavam em artefatos cerimoniais porque j&aacute; sabiam de seu &iacute;ndice de raridade. O trabalho meticuloso e alta qualidade de fabrica&ccedil;&atilde;o da l&acirc;mina s&oacute; mostra como os povos daquela &eacute;poca tinham um dom&iacute;nio absoluto sobre o ferro.
Atualmente, a adaga de 3,3 mil anos de Tutanc&acirc;mon pode ser vista no Museu Eg&iacute;pcio, no Cairo.

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Adaga de Tutancâmon foi feita com componentes extraterrestres

Imagem de Varas de Deus: a arma mortal projetada para ser lançada do espaço no megacurioso

Os Estados Unidos não nomearam o dispositivo à toa, acredite

O nome forte com sentido b&iacute;blico, praticamente armaged&ocirc;nico, n&atilde;o foi escolhido &agrave; toa, inclusive foi o objetivo da For&ccedil;a A&eacute;rea dos Estados Unidos. A iniciativa surgiu de indaga&ccedil;&otilde;es bizarras, como quando se perguntaram o que aconteceria se atingissem a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120471-e-se-uma-bomba-nuclear-fosse-detonada-na-lua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lua com uma bomba nuclear</a> &mdash; justamente o tipo de pergunta dantesca que quase sempre colocou a pot&ecirc;ncia &agrave; frente no campo de guerra.
E se fosse poss&iacute;vel, sempre que necess&aacute;rio, enviar um grande objeto para o espa&ccedil;o, faz&ecirc;-lo orbitar a Terra e jog&aacute;-lo de volta &agrave; superf&iacute;cie em uma velocidade que resultaria no impacto e poder de uma bomba nuclear, sem radia&ccedil;&atilde;o, transformando o inimigo em uma imensa cratera?
Em plena <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a>, em meados de 1950, em um dos per&iacute;odos de maior temor da pot&ecirc;ncia americana ap&oacute;s a cat&aacute;strofe provocada em&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119302-taramae-e-matsuo-duas-sobreviventes-de-hiroshima-e-nagasaki.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hiroshima e Nagasaki</a>, essa ideia foi fomentada pelo especialista em armas espaciais Jerry Pournelle, enquanto trabalhava no ramo de opera&ccedil;&otilde;es da Boeing.
Seu sistema de armas apelidado "Thor", apesar de parecer meio insano, foi analisado com muita seriedade pela For&ccedil;a A&eacute;rea americana.
<h2>O "poder de Deus"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30215723432614.jpg" alt="(Fonte: DS/Tasmanian Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: DS/Tasmanian Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119953-como-foi-decidido-o-fim-da-corrida-espacial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fim da Corrida Espacial&nbsp;</a>e a ratifica&ccedil;&atilde;o do Tratado do Espa&ccedil;o Exterior, em 1967, o conceito do Projeto Thor come&ccedil;ou a ser desenvolvido durante a Guerra da Coreia e do Vietn&atilde;, quando os americanos fizeram uso em larga escala dos chamados "bombardeamentos cin&eacute;ticos" por meio da bomba&nbsp;Lazy Dog.
Os dispositivos eram proj&eacute;teis cin&eacute;ticos em forma de bomba convencional com cerca de 50 cent&iacute;metros de di&acirc;metro e 44 mil&iacute;metros de comprimento, equipados com aletas (superf&iacute;cies que se estendem de um objeto com a finalidade de aumentar sua troca t&eacute;rmica com o ambiente a partir de trocas de calor por convec&ccedil;&atilde;o). Podendo atingir uma velocidade de 800 km/h, os proj&eacute;teis penetravam at&eacute; 22 cent&iacute;metros de concreto ap&oacute;s serem lan&ccedil;ados a quase mil metros de um avi&atilde;o, causando o mesmo efeito que uma metralhadora disparada na vertical &mdash; um conceito similar ao dos proj&eacute;teis flechette usados desde a<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119035-pesadelo-a-vida-nas-trincheiras-durante-a-1-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Primeira Guerra Mundial</a>.
A parte "boa" &eacute; que os bombardeamentos cin&eacute;ticos n&atilde;o carregavam explosivos. O proj&eacute;til apenas ganhava velocidade e energia, que seria gasta no impacto, ap&oacute;s lan&ccedil;ado. O conceito era o mesmo que atirar muni&ccedil;&otilde;es com as m&atilde;os em um alvo.
<h2>A arma mortal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30215809963615.jpg" alt="(Fonte: Kerbal Space Program Forum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Kerbal Space Program Forum/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Contudo, em vez de pequenos proj&eacute;teis, o Projeto Thor desenvolveria um grande proj&eacute;til de 6 metros de comprimento, 30 cent&iacute;metros de di&acirc;metro, com feixe de hastes de tungst&ecirc;nio do tamanho de postes de telefone, que seria lan&ccedil;ado em &oacute;rbita para atingir uma velocidade at&eacute; 10 vezes maior que a velocidade do som.
Essas "Varas de Deus", como foram nomeadas, penetrariam centenas de metros na terra, destruindo qualquer bunker em locais secretos subterr&acirc;neos. Al&eacute;m disso, o impacto de uma vara provocaria uma explos&atilde;o equivalente &agrave; magnitude de uma arma nuclear, levando apenas 15 minutos para destruir seu alvo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/30/30215854791616.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Estima-se que o custo do empreendimento n&atilde;o sairia por menos que US$ 230 milh&otilde;es por haste lan&ccedil;ada ao espa&ccedil;o, o que era algo inimagin&aacute;vel para o per&iacute;odo da Guerra Fria. Tempos depois, o governo de George Bush considerou revisitar as Varas de Deus, principalmente ap&oacute;s os ataques de <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121350-3-situacoes-problematicas-criadas-apos-o-11-de-setembro-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">11 de setembro</a>.
As Varas de Deus foram consideradas imprevis&iacute;veis demais para serem colocadas em pr&aacute;tica, al&eacute;m de caras. A arma era complicada em v&aacute;rios aspectos t&eacute;cnicos, como no aquecimento atmosf&eacute;rico quando reentrasse na &oacute;rbita da Terra, podendo derreter componentes n&atilde;o tungst&ecirc;nio do dispositivo.
Ainda assim, as armas hipers&ocirc;nicas n&atilde;o foram descartadas como o "futuro da guerra global", e n&atilde;o h&aacute; d&uacute;vidas que o Projeto Thor possa ser revisitado novamente, dessa vez de maneira mais decisiva.

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Varas de Deus: a arma mortal projetada para ser lançada do espaço

Imagem de Campo de concentração: uma história muito anterior a Auschwitz no megacurioso

O uso de campos de concentração começou séculos antes da Alemanha nazista; e, infelizmente, é uma prática utilizada até hoje

As atrocidades cometidas nos campos de concentra&ccedil;&atilde;o&nbsp;nazistas,&nbsp;em especial nos de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121183-auschwitz-o-que-aconteceu-la-apos-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Auschwitz</a>, est&atilde;o eternizadas na hist&oacute;ria. No entanto, bem antes daquelas cenas lament&aacute;veis, a humanidade j&aacute; havia experienciado projetos de deten&ccedil;&atilde;o de grupos civis sem direito a julgamento.
S&atilde;o muitas as hist&oacute;rias de pessoas presas que sofreram viol&ecirc;ncia, tortura e todos os tipos poss&iacute;veis de abuso e acabaram morrendo por n&atilde;o suportar a brutalidade de viver em um campo de concentra&ccedil;&atilde;o &mdash; at&eacute; porque o destino delas j&aacute; estava tra&ccedil;ado quando foram presas e levadas para esses locais.
Do Brasil Imp&eacute;rio, passando pela R&uacute;ssia e por Cuba at&eacute; chegar aos Estados Unidos, esse terr&iacute;vel m&eacute;todo de deten&ccedil;&atilde;o de civis e militares, infelizmente, j&aacute; foi a "solu&ccedil;&atilde;o extrema" em per&iacute;odos de guerra e at&eacute; como conten&ccedil;&atilde;o de fluxos migrat&oacute;rios.
<h2>As origens</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodu&ccedil;&atilde;o/Cultura Colectiva&nbsp;" data-fonte-url="https://culturacolectiva-cultura-colectiva-prod.cdn.arcpublishing.com/resizer/O9j2wi5uQDiKScspXJiLVTtyQeA=/1024x768/filters:format(jpg):quality(70)/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/culturacolectiva/3OZFOV7AS5ET3EAP4MSBCAAMUY.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/03/03185603460048.jpg" alt="(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Cultura Colectiva)" />(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Cultura Colectiva)
O primeiro registro de interna&ccedil;&atilde;o civil da hist&oacute;ria foi na d&eacute;cada de 1830, mas o termo em ingl&ecirc;s para campo de concentra&ccedil;&atilde;o foi utilizado pela primeira vez para se referir aos reconcentrados, campos criados por militares espanh&oacute;is para confinar revoltosos de Cuba durante a Guerra dos Dez Anos (1868-1878).
Posteriormente, os Estados Unidos foram respons&aacute;veis por replicar a proposta durante a Guerra Filipino-Americana (1899-1902). A partir de ent&atilde;o, os campos de concentra&ccedil;&atilde;o tiveram seu uso expandido por diferentes na&ccedil;&otilde;es ao longo do s&eacute;culo XX.
Dois dos mais emblem&aacute;ticos foram o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120308-as-atrocidades-cometidas-por-josef-stalin.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gulag</a>, internamento conduzido por sovi&eacute;ticos entre 1918 e 1991, e os campos de concentra&ccedil;&atilde;o nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. O per&iacute;odo p&oacute;s-guerra, no entanto, manteve o uso indiscriminado do sistema, em especial em pa&iacute;ses africanos como o Qu&ecirc;nia, durante a Revolta dos Mau-Mau (1952-1960), e no Chile, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
<h2>Usos modernos</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodu&ccedil;&atilde;o/CBC&nbsp;" data-fonte-url="https://i.cbc.ca/1.5188942.1569531701!/fileImage/httpImage/image.jpg_gen/derivatives/original_1180/muslims-camps-china.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/03/03193155729050.jpg" alt="(Fonte: Thomas Peter/Reuters)" />(Fonte: Thomas Peter/Reuters)
Por mais inimagin&aacute;veis que possam ser, os horrores de um campo de concentra&ccedil;&atilde;o seguem acontecendo em pleno s&eacute;culo XXI, ainda que rebatizados para desassociar a imagem das atrocidades remetidas ao termo.
Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 50 mil imigrantes est&atilde;o presos em instala&ccedil;&otilde;es ao longo de toda a fronteira sul do pa&iacute;s. Ainda que as pessoas ali n&atilde;o estejam prestes a ser exterminadas nem sendo obrigadas a trabalhar, elas est&atilde;o presas, submetidas a maus-tratos (como frio e falta de alimenta&ccedil;&atilde;o) e, no caso de crian&ccedil;as, separadas dos pais &mdash; principalmente durante o governo do ex-presidente <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117393-relembre-16-das-cenas-mais-ridiculas-do-mandato-de-donald-trump.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Donald Trump</a> (2017-2021).
Na China, documentos vazados em 2019 revelaram que mais de 1,8 milh&atilde;o de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117407-jianmei-feng-foi-forcada-pelo-governo-da-china-a-abortar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">uigures</a>, mu&ccedil;ulmanos que residem na regi&atilde;o aut&ocirc;noma de Xinjiang, no noroeste do pa&iacute;s, estavam detidos pelo governo chin&ecirc;s em instala&ccedil;&otilde;es conhecidas como "centros de treinamento vocacional". Pesquisadores apontam essa como a maior interna&ccedil;&atilde;o de uma minoria etnorreligiosa desde o Holocausto.
<h2>O Brasil tamb&eacute;m tem campos de concentra&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/04/03/03202149395051.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113186-aridos-e-omitidos-os-campos-de-concentracao-da-seca-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grande Seca</a>, no s&eacute;culo XIX, uma grave crise humanit&aacute;ria se instalou no Nordeste, em especial no Cear&aacute;. Para confinar pessoas que fugiam das secas, o governo brasileiro criou sete campos de concentra&ccedil;&atilde;o, conhecidos como currais do governo. A ideia era impedir que os retirantes chegassem &agrave;s grandes cidades e evitar uma nova crise social e econ&ocirc;mica.
No per&iacute;odo em que o Brasil participou da Segunda Guerra Mundial, o governo tamb&eacute;m montou campos de concentra&ccedil;&atilde;o para confinar alem&atilde;es, italianos e japoneses. Foram criados 12 locais do g&ecirc;nero em S&atilde;o Paulo, no Paran&aacute;, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, em Pernambuco e no Par&aacute;.
Na Granja do Canguiri, na grande Curitiba (PR), imigrantes japoneses foram separados dos filhos, exibidos como se estivessem em um zool&oacute;gico humano e obrigados a trabalhar. Em Recife (PE), funcion&aacute;rios das Casas Pernambucanas foram levados a um campo de concentra&ccedil;&atilde;o porque os donos tinham origem germ&acirc;nica.

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Campo de concentração: uma história muito anterior a Auschwitz

Imagem de Vera Gedroits: a princesa que revolucionou a medicina de guerra no megacurioso

Se os estudos da médica não tivessem sido perdidos ou ignorados por tanto tempo, a medicina poderia ter salvado milhares de pessoas durante as guerras do século XX

<head></head><body>Você provavelmente já ouviu falar na Guerra Russo-Japonesa e na <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117620-revolucao-russa-fatos-mais-marcantes-do-periodo.htm#:~:text=O%20conflito%20armado%20entre%20o,combates%20ter%20cessado%20em%201921." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Revolução Russa</a>, mas é improvável que tenha escutado sobre a princesa Vera Gedroits, uma descendente da realeza lituana. Seu nome se perdeu no oceano da História, bem como todo o seu esforço e talento que transformou para sempre a medicina da guerra.Isso aconteceu, em parte, pelos mistérios que envolvem sua vida, a começar pela data e local de seu nascimento. Em muitos artigos e matérias é apontado que a mulher nasceu em 1876, na Rússia, e em outros, que esse registro é falso e que ela teria nascido realmente 6 anos antes em Kiev, na atual Ucrânia. Um dado contradiz o outro e fica difícil saber qual deles está correto, sobretudo devido às conspirações de que o governo russo teria reivindicado sua nacionalidade para exaltá-la como uma mártir da nação.De família real abastada, filha de Daria Konstantinovna Mikhau e Ignatiy Ignatievich Gedroits, ela foi educada em casa durante sua infância, ingressando em uma escola apenas para fazer o equivalente ao Ensino Médio. Foi ainda na mais tenra idade, aos 16 anos, que Gedroits acabou presa pela primeira vez por participar de atividades revolucionárias de uma facção de esquerda. Após ser solta, ela fugiu de casa para Lausanne, na Suíça, onde deu início à sua carreira em medicina na Universidade de Lausanne.<h2>A trajetória de uma heroína</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27232833413020.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)Gedroits se destacou também por ter sido uma das poucas mulheres que estudaram medicina no país, entre o final de 1800 e início de 1900, visto que não era comum alunas ingressarem no curso superior naquela época. Com notas quase perfeitas, ela tirou o diploma de doutora em Medicina e Cirurgia.Em 1901, após trabalhar como estagiária, ela voltou para a Rússia, oficialmente dando início à sua carreira na Fábrica de Cimento Maltsov, no distrito de Zhizdrinsky. Atendendo em sua maioria trabalhadores industriais que sofriam com as insalubres condições de trabalho, Gedroits realizou 248 operações, incluindo amputações e fixação de ossos quebrados, com índice de fatalidade mínimo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27232943194021.jpg" alt="(Fonte: News18/Reprodução)">(Fonte: News18/Reprodução)Ela também causou uma revolução no local por instalar equipamentos muito tecnológicos de fisioterapia e máquinas de raio-X, visando montar uma fábrica hospitalar para atender aquelas pessoas em situação de penúria.Em 1904, com o estopim da Guerra Russo-Japonesa, um presságio do quão mortal poderia ser um conflito antes que chegasse a miserável <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, a princesa médica se ofereceu à Cruz Vermelha para o trabalho.<h2>Mudando a História</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27233017663022.jpg" alt="(Fonte: Terra/Reprodução)">(Fonte: Terra/Reprodução)Em setembro do mesmo ano, Gedroits montou um hospital de campanha em uma pequena vila perto de Mukden, atual Shenyang, na China, onde sua equipe tratou de uma imensa variedade de ferimentos causados pela guerra, muitos envolvendo projéteis de bala e fragmentos.Os diários resgatados dela com todas as informações que armazenou de suas conclusões médicas foram imprescindíveis principalmente durante a Primeira Guerra Mundial, um dos momentos científicos de maior agrura, principalmente por detalhar o percurso de destruição de muitas armas ao penetrar no corpo humano. Gedroits documentou 700 casos de lesões em membros, dos quais 143 foram no tórax e 61 no abdômen.Ela deu ênfase nos casos de operações abdominais, muito necessárias durante a Primeira Guerra, e na maneira como os médicos poderiam fazer isso a tempo de socorrer a vítima. Gedroits fez um guia detalhado sobre as laparotomias e suas vantagens, como os anestésicos deveriam ser usados e o tempo de análise de uma ferida abdominal — que deveria ser no máximo de 3 horas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/27/27233111445023.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)No entanto, de acordo com Steven Heys, diretor da escola de medicina da Universidade de Aberdeen, pelo fato de muita coisa não ter sido documentada ou considerada, a medicina perdeu uma grande oportunidade de salvar milhares de vidas entre 1914 e 1919.Com o fim da guerra, Gedroits até tentou trabalhar na família real russa como cirurgiã do hospital do palácio Tsarskoye Selo, mas não se deu muito bem naquele cenário. Ela enfrentou outra guerra, foi ferida, se tornou poetisa e trabalhou até sua morte, em março de 1932.Um artigo publicado em 2007 na revista Clinical and Investigative Medicine&nbsp;lamentou o fato de que o mundo parece ter se esquecido de Vera Gedroits, considerando ela "um exemplo clássico de como o conhecimento benéfico pode se perder no tempo".</body>

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