Ciência
14/04/2022 às 09:41•2 min de leitura
Quando pensamos no Cristianismo, o primeiro nome que vem à mente, é claro, é o de Cristo, visto como o fundador desta religião. Jesus, no entanto, era judeu, e seguiu os preceitos desta doutrina de fé até a morte.
Embora não haja registros que Jesus tenha orientado seus apóstolos de forma clara a difundir seus ensinamentos pelo mundo, foi isso o que aconteceu. Eles percorreram o mundo e fundaram, de forma gradual, uma nova religião, a que se chamou de Cristianismo. Neste texto, explicamos como se deu este processo.
(Fonte: O São Paulo)
Como já foi dito, Jesus - assim como os seus seguidores mais próximos, os apóstolos - era judeu. Ele passou a ser chamado de "Cristo" (uma palavra grega que poderia ser traduzida como "messias" ou "ungido") depois de sua morte. No entanto, o judaísmo não o reconheceu como sua autoridade máxima.
Com a morte de Jesus Cristo, seus apóstolos se separaram e passaram a espalhar a sua mensagem a partir de igrejas primitivas. Pedro assumiu a liderança entre eles, por cerca de 15 anos. No ano 48 d.C., os líderes dos cristãos se reuniram no Concílio de Jerusalém e começaram a estabelecer algumas regras à religião, como o batismo como uma marca da conversão ao Cristianismo, sem a necessidade da circuncisão (que era uma exigência no judaísmo).
Os apóstolos seguiram em sua jornada rumo à difusão dos preceitos de Cristo pelo mundo. Paulo, por exemplo, foi para a Grécia, Chipre, Malta, Turquia e Tiro (atual Líbano). Tomé pregou na Ásia. Bartolomeu foi para a Etiópia, Mesopotâmia e Armênia.
No entanto, eles eram perseguidos em suas pregações, e a maioria deles foi executado em diferentes lugares do mundo. Por mais que os apóstolos acabassem morrendo por seu esforço em difundir a sua fé, sua palavra foi se espalhando e os cristãos foram se proliferando, até se tornarem a maioria no Império Romano.
No ano de 313 d.C., o imperador Constantino, o primeiro governador cristão do Império Romano, foi o responsável por garantir a liberdade de culto não apenas aos seguidores de sua religião, mas também para todas as outras. Constantino, inclusive, convocou o primeiro concílio de bispos cristãos para discutir a santidade de Jesus Cristo.
Há historiadores, contudo, que duvidam que Constantino fosse de fato cristão, uma vez que ele nunca frequentou missas nem outros atos religiosos, além de ter sido ser batizado apenas no fim de sua vida. Para eles, o imperador romano teria se associado ao Cristianismo por motivos políticos.
(Fonte: Canção Nova)
Por mais que Jesus tenha pregado durante toda a sua vida, ele não deixou nenhum registro escrito. No entanto, era preciso ter um documento que organizasse e regesse a religião cristã a partir de seus preceitos e das falas de seu fundador — no caso, o próprio Cristo, ainda que a religião só fosse começar a ser organizada depois de sua morte.
A Bíblia não tem a autoria de uma única pessoa. Na verdade, especialistas em estudos das religiões estimam que a produção e a reunião de todos os textos que compõem a Bíblia ocorreu durante um período que durou mais ou menos mil anos, na janela temporal que ia de 10 a.C. até o século II da era cristã.
No entanto, não há total clareza de quem escreveu cada trecho contido nos capítulos da Bíblia — mesmo os que estão sob o nome dos apóstolos. Há evidências, por exemplo, de que uma boa parte das Cartas de Paulo não tenham sido elaboradas realmente por Paulo.
De todo modo, a questão da autoria da Bíblia, na tradição judaico-cristã, é complexa, uma vez que se entende que o trabalho da escrita deste livro não é exatamente humano, mas sim obra da inspiração divina. “Acredita-se que esses textos não são apenas fruto da atividade criativa de quem os escreveu, mas também de uma ação de Deus, como prega ainda hoje a tradição católica", declarou o monge dom João Evangelista Kovas, do Mosteiro de São Bento, para a revista Superinteressante.