Ciência
15/04/2022 às 11:00•2 min de leitura
Em 5 de março de 1953, o ditador e líder soviético Josef Stálin teve sua morte anunciada, em decorrência de um acidente vascular cerebral causado por grave doença. A informação partiu do próprio governo local, emitido por porta-vozes do Kremlin. Entretanto, 69 anos depois, as causas que envolvem seu falecimento ainda são envoltas em mistério.
Existem pessoas, entre elas historiadores, que duvidam da versão oficial. Uma das teorias levantadas defende que o ditador tenha sido envenenado por um ou mais de seus conselheiros, em uma ação orquestrada para desmantelar as políticas conduzidas por Stálin, ou até mesmo implementar uma reforma na União Soviética.
(Fonte: Reprodução/NYT)
Lançado em 2017, A Morte de Stálin reacendeu o debate sobre o que haveria ocorrido que levou à morte do líder soviético. Isso porque o diretor Armando Iannucci, com grande trajetória em sátiras políticas, deixa de lado o realismo ao lançar seu olhar aos bastidores da morte do líder da União Soviética. O filme não se propõe a discutir causas e a razão de seu falecimento, é verdade, mas dá um olhar corrosivo sobre a sucessão do morto.
Isso permitiu que a antiga história da confissão feita por Nikita Khrushchov retornasse aos holofotes. De acordo com o historiador Guennádi Kostirtchenko, Khrushchov, que assumiu a URSS com a morte de Stálin, haveria dito a uma jornalista francesa que a morte do ditador foi motivada por uma grande pressão de altos funcionários soviéticos.
Insatisfeitos com os planos de Josef Stálin de deportar judeus soviéticos para a Sibéria, o alto comissariado teria se rebelado contra ele. Como o governo que se seguiu à morte de Josef Stálin promoveu políticas que visaram refazer projetos do antigo ditador, desmoronando o legado que havia deixado, essas teorias ganharam força.
(Fonte: Reprodução/Aventuras na História)
O que nos contam os livros de História é que, no dia 2 de março, o ditador não fez nenhum contato com seus conselheiros ou integrantes do governo. Como não chamou seus funcionários ao longo do dia, descobriram no fim da noite que havia caído no chão. Foi encontrado caído em uma poça de urina.
Foi carregado até um sofá e coberto, mas, ao invés de chamarem um médico, ligaram para seus conselheiros, já pela madrugada. Relatos dos presentes dão contam que, ao chegar à residência, não teriam visto Stálin. Acreditam que estava dormindo e não queriam ver sua fúria por ter sido encontrado nas condições em que foi.
No dia seguinte, como ainda não havia acordado, seus conselheiros chamaram médicos, os quais fizeram uma série de tratamentos, mas sem que ele tornasse a acordar. Por volta das nove horas e cinquenta minutos da noite de 5 de março, a morte do líder soviético foi confirmada, sendo a causa apontada um AVC.
(Fonte: Reprodução/All That's Interesting)
Uma das teorias para a morte do líder soviético, narrada pelo escritor Iliá Ehrenburg ao filósofo Jean-Paul Sartre, afirma que Stálin teve um AVC em meio à humilhação sofrida no "Complô dos médicos", uma oposição ao exílio de judeus soviéticos. Conspiradores haveriam ameaçado tomar o Kremlin, o que teria levado o ditador a passar mal e falecer posteriormente.
A segunda teoria envolve o futuro líder Nikita Khrushchov, que teria planejado seu assassinato. Historiadores como Aleksandr Duguin acreditam que Khrushchov tenha conduzido uma conspiração que assassinou Stálin, para, dessa forma, retirá-lo do poder e mudar os rumos do país.
A última teoria, presente no livro do historiador Nikolai Dobryukha, Como Stálin foi Morto, defende que Lavrentiy Beria, chefe da polícia secreta, teria envenenado o comandante soviético usando um veneno raro. Beria teria dito que salvou a todos os oficiais soviéticos do temido ditador. A tese ganha força quando se lembra que ele foi preso e condenado à morte.