Imagem de Caravana Donner: o caso de canibalismo em massa pela sobrevivência no megacurioso

Grupo de viajantes precisou ultrapassar limites em prol da sobrevivência

H&aacute; diferentes <a href="https://www.megacurioso.com.br/bizarro/71646-espante-se-com-outras-4-curiosidades-sinistras-sobre-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tipos de canibalismo</a>, como o ritual&iacute;stico, o sacrificial ou o de sobreviv&ecirc;ncia. O caso conhecido como &ldquo;o canibalismo da caravana Donner&rdquo; se encaixa nessa &uacute;ltima situa&ccedil;&atilde;o. Tudo aconteceu entre 1846 e 1847, quando dezenas de imigrantes ficaram isolados pela neve enquanto se dirigiam para a Calif&oacute;rnia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03101644037078.jpg" alt="Lago Donner (Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Lago Donner. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O grande erro</h2>
A caravana Donner consistia em uma expedi&ccedil;&atilde;o que partiu de Illinois com destino &agrave; Calif&oacute;rnia. Os irm&atilde;os Donner e outros l&iacute;deres da viagem decidiram seguir a trilha indicada por Lansford Hastings, ex-major dos confederados, tido como um excelente viajante. Por&eacute;m, ouvir o ex-militar foi um erro fatal. Mais tarde descobriram que Hastings era um guia inescrupuloso e que nem conhecia direito o caminho que havia indicado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03100431990060.jpg" alt="Parte da paisagem onde a caravana ficou isolada. O toco das &aacute;rvores mostra a que altura chegou a neve (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Parte da paisagem onde a caravana ficou isolada. O toco das &aacute;rvores mostra a que altura chegou a neve. (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A caravana contava com 87 pessoas, metade delas jovens que ainda nem tinham completado 18 anos. Tamb&eacute;m havia mulheres, crian&ccedil;as e at&eacute; gestantes. Desse n&uacute;mero, 41 pessoas morreram. Entretanto, &eacute; bem prov&aacute;vel que nenhum sobrevivente restasse para contar a hist&oacute;ria se alguns indiv&iacute;duos n&atilde;o tivessem ultrapassado o maior limite de todos: <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/116752-fome-e-odio-motivaram-canibalismo-japones-durante-a-2a-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">praticar o canibalismo</a>.
Na &eacute;poca, a caravana saiu do Missouri seguindo a rota do Oregon, que j&aacute; era conhecida e exigia algo entre quatro e seis meses de deslocamento. Para encurtar a viagem, escolheram a rota de Hastings, que fugia dos caminhos conhecidos e passava por Utah. N&atilde;o demorou muito para que a desola&ccedil;&atilde;o e as dificuldades encontradas no trajeto levassem &agrave; perda de carro&ccedil;as e de animais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03100238459058.jpg" alt="Mudan&ccedil;a de rota foi fatal para a caravana Donner" />Mudan&ccedil;a de rota foi fatal para a caravana Donner.
A caravana de migrantes conseguiu chegar a Serra Nevada nos primeiros dias de novembro. Contudo, foram atingidos por uma nevasca que caiu antes do tempo na parte mais alta das montanhas. Da&iacute; em diante o desespero seria constante, afinal, sem comida e sem ter como pedir ajuda a sa&iacute;da era <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104195-no-seculo-17-europeus-ricacos-comiam-cadaveres-buscando-curas-milagrosas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">preparar e comer a carne</a> dos companheiros mortos.
Uma equipe de resgate baseada na Calif&oacute;rnia at&eacute; tentou chegar ao local antes do fim de 1846, mas o primeiro contato s&oacute; foi poss&iacute;vel no m&ecirc;s de fevereiro de 1847.
Os irm&atilde;os Jacob e George Donner morreram. J&aacute; as fam&iacute;lias Breen e Reed, que tamb&eacute;m lideravam a caravana, conseguiram chegar ao destino. Entre os sobreviventes, nenhum tinha mais de 49 anos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/03/03095714130055.jpg" alt="James Reed (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />James Reed. (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)

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Caravana Donner: o caso de canibalismo em massa pela sobrevivência

Imagem de Monte Testácio: a colina de 2 mil anos formada por lixo romano no megacurioso

Marco incomum em Roma, o Monte Testácio, atualmente com 35 metros de altura, foi um importante aterro usado por 250 anos para depositar ânforas

Apesar dos in&uacute;meros cart&otilde;es-postais e dos cen&aacute;rios hist&oacute;ricos hospedados pela atual Roma (It&aacute;lia), uma s&eacute;rie de forma&ccedil;&otilde;es incomuns tamb&eacute;m faz parte do ber&ccedil;o da civiliza&ccedil;&atilde;o, trazendo lendas curiosas sobre h&aacute;bitos dos antigos povos. Um desses exemplos que exibem a variedade cultural da cidade &eacute; o estranho Monte Test&aacute;cio, colina artificial de 35 metros de altura que era um popular aterro h&aacute; 2 mil anos.
Entre os s&eacute;culos II a.C. e I a.C., fragmentos de cerca de 53 milh&otilde;es de &acirc;nforas romanas, nas quais o azeite de oliva era armazenado, come&ccedil;aram a se acumular em Rione XX Testaccio, um distrito na parte sul de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119499-a-muralha-de-adriano-o-marco-historico-romano-na-inglaterra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma</a>. Segundo especialistas, esses vasos eram desperdi&ccedil;ados por n&atilde;o apresentarem propriedades de reciclagem, aparentemente devido ao ac&uacute;mulo de &oacute;leo em sua superf&iacute;cie e &agrave; exala&ccedil;&atilde;o de um cheiro desagrad&aacute;vel. Assim, a forma&ccedil;&atilde;o da colina revela n&atilde;o somente detalhes sobre os h&aacute;bitos sustent&aacute;veis da popula&ccedil;&atilde;o romana, mas tamb&eacute;m informa&ccedil;&otilde;es relevantes sobre a economia da &eacute;poca.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/01/01195758383467.jpeg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em cerca de 250 anos, o Monte dei Cocci, como tamb&eacute;m &eacute; conhecida a &ldquo;montanha de entulhos&rdquo;, cobriu uma &aacute;rea de quase 20 mil m&sup2;, com um atual volume de 580.000 m&sup3; que foi reduzindo gradativamente com o tempo. O maior lix&atilde;o romano, que fica a uma curta dist&acirc;ncia da margem oriental do Tibre, foi resultado da chegada de in&uacute;meros navios transportadores aos portos da capital, trazendo &acirc;nforas com capacidade para at&eacute; 70 litros de &oacute;leo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/01/01195838461468.jpg" alt="(Fonte: Wikipedia / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Esses recipientes, ent&atilde;o, passavam por um processo de decanta&ccedil;&atilde;o e eram derramados em vasos menores e mais acess&iacute;veis para os consumidores e mercados. Assim, as &acirc;nforas originais eram quebradas e descartadas em camadas de pequenos detritos, em que eram empilhadas adequadamente para manter uma estrutura est&aacute;vel e, posteriormente, banhadas com calc&aacute;rio para neutralizar o forte <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116837-cientistas-querem-recriar-o-cheiro-da-europa-do-seculo-16.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cheiro</a> emanado, evitando tamb&eacute;m o ac&uacute;mulo de umidade.
<h2>Tituli Picti</h2>
Grande parte dos fragmentos de &acirc;nforas ainda tem&nbsp;tituli picti, inscri&ccedil;&otilde;es pintadas ou em relevo contendo informa&ccedil;&otilde;es sobre o peso do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/118295-navio-holandes-a-deriva-ameaca-afundar-e-derramar-400-t-de-oleo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&oacute;leo</a> no recipiente, nomes de pessoas que manusearam o material, dados registrados e o nome da prov&iacute;ncia onde os vasos foram abastecidos. Com isso, al&eacute;m de provar a extens&atilde;o do aparato mercantil romano, especialmente o trabalho do registro e supervis&atilde;o, os itens relatam um importante m&eacute;todo de distribui&ccedil;&atilde;o entre grupos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/01/01200025195471.jpg" alt="(Fonte: Pinterest / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo as inscri&ccedil;&otilde;es, os vasos estavam destinados a annona urbis (distribui&ccedil;&atilde;o entre os habitantes de Roma), annona militaris (distribui&ccedil;&atilde;o para o ex&eacute;rcito) e prefeito annonae (oficial de distribui&ccedil;&atilde;o de alimentos), e indicavam mercadorias oriundas da Espanha, L&iacute;bia e Tun&iacute;sia, que chegaram supostamente at&eacute; o s&eacute;culo III d.C., quando os cais da cidade foram transferidos para outro local e um novo modelo de &acirc;nfora foi introduzido.

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Monte Testácio: a colina de 2 mil anos formada por lixo romano

Imagem de Nova Zelândia criava depósitos de mantimentos para náufragos no megacurioso

Entre o final do século XIX e meados do século XX, o governo do país criou e manteve vários depósitos com mantimentos em suas ilhas

<head></head><body>Há alguns dias, o perfil <a href="https://twitter.com/philosopop" rel="noopener noreferrer" target="_blank">@philosopop</a> do Twitter compartilhou uma curiosidade muito inusitada: a Nova Zelândia construía depósitos com mantimentos em suas ilhas, para que barcos a deriva pudessem se manter até conseguir resgate. Eu não fazia ideia disso, fiquei bastante intrigado e fui saber mais sobre essa história para informar você, leitor do Mega.&nbsp;O que acontecia era o seguinte: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118796-10-curiosidades-sobre-a-nova-zelandia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova Zelândia</a> fica muito longe da Europa e bem ao sul do planeta, de modo que a rota marítima para fazer comércio com a ilha era complicadíssima. Era comum que navios tivessem problemas no caminho, especialmente porque a rota, na época, passava pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118566-antartica-ou-antartida-qual-o-nome-correto-do-continente-gelado.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oceano Antártico</a>. Aconteceram vários naufrágios em que algumas pessoas até sobreviviam ao acidente inicial, mas morriam antes de outro navio resgatá-las.&nbsp;Foi a partir desses casos que o governo da Nova Zelândia teve a ideia de deixar mantimentos nas ilhas — para que as pessoas pudessem viver até outro navio tirá-las de lá.&nbsp;<h2>Como eram os depósitos para náufragos?</h2>Os primeiros depósitos para náufragos nas ilhas da Nova Zelândia foram construídos nos anos 1860. Eram pequenas cabanas que guardavam comida em lata e biscoitos, equipamentos para pesca e armas para caça, remédios e roupas, entre outros itens que auxiliavam os náufragos a sobreviverem na ilha. Além disso, animais eram soltos nos locais para procriar — e, quem sabe, servir de alimento para quem passasse por lá.Em todas as ilhas, havia sinalização indicando onde procurar pelo depósito para <a href="https://www.megacurioso.com.br/feitos-absurdos/89237-naufrago-que-sobreviveu-a-mais-tempo-no-mar-e-processado-por-canibalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">náufragos</a>. Em outras ilhas, o governo não construiu o depósito completo, porém deixou ferramentas para os náufragos conseguirem navegar até a ilha onde essa estrutura maior estava. Foi assim que os sobreviventes do navio Derry Castle sobreviveram por quatro meses em 1887.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Governo da Nova Zelândia&nbsp;" data-fonte-url="https://www.doc.govt.nz/parks-and-recreation/places-to-go/southland/places/subantarctic-islands/auckland-islands/heritage-sites/stella-hut/"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08133752858203.jpeg" alt="Alguns depósitos eram pequenas cabanas, com mantimentos básicos (Imagem: Governo da Nova Zelândia)">Alguns depósitos eram pequenas cabanas, com mantimentos básicos (Imagem: Governo da Nova Zelândia)<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08134017983204.jpeg" alt="Outros eram casinhas um pouco maiores, com mais equipamentos (Imagem: Governo da Nova Zelândia)">Outros eram casinhas um pouco maiores, com mais equipamentos (Imagem: Governo da Nova Zelândia)<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08134030389205.jpeg" alt="As ilhas tinham sinalizações para ajudar os náufragos a encontrarem o depósito (Imagem: Governo da Nova Zelândia)">As ilhas tinham sinalizações para ajudar os náufragos a encontrarem o depósito (Imagem: Governo da Nova Zelândia)<h2>Depósitos eram mantidos pelo governo</h2>Além de construir os depósitos para náufragos, a Nova Zelândia fazia inspeções a cada seis meses pelas ilhas, para se certificar de que eles estavam em boas condições — e saber se não havia gente precisando de resgate, é claro. Para aproveitar a viagem, os navios de manutenção também levavam <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/112865-expedicao-cientifica-descobre-fossil-de-cobra-com-patas-traseiras.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">expedições científicas</a> às ilhas. Há até marcações nas cascas de árvores, para relembrar as datas de algumas dessas expedições.Entre as últimas décadas do século XIX e meados do século XX, pelo menos nove naufrágios tiveram sobreviventes por causa dos depósitos para náufragos da Nova Zelândia. A partir da década de 1930, o governo deixou de mantê-los abastecidos, já que a comunicação via rádio para pedir resgate estava mais desenvolvida e eles não eram mais necessários. Contudo, eles são preservados até hoje como registro histórico e ponto turístico.</body>

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Nova Zelândia criava depósitos de mantimentos para náufragos

Imagem de A fístula anal real que mudou a cara da medicina no megacurioso

Graças ao problema do rei, as cirurgias começaram a ser vistas como algo importante

Em janeiro de 1685, o "traseiro" de Luiz XIV ganhou destaque <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/69535-5-tratamentos-bizarros-que-a-medicina-antiga-considerava-como-eficazes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quando os m&eacute;dicos</a> respons&aacute;veis por sua sa&uacute;de notaram um leve incha&ccedil;o na regi&atilde;o anal. Em 18 de fevereiro, um abscesso se formou e, em 2 de maio, a situa&ccedil;&atilde;o do rei da Fran&ccedil;a piorou: uma desagrad&aacute;vel e dolorida f&iacute;stula apareceu.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02233224321001.jpg" alt="Luiz XIV (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Luiz XIV. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Claro, todo tipo de solu&ccedil;&atilde;o t&iacute;pica da &eacute;poca foi tentado, mas sangrias, lo&ccedil;&otilde;es, compress&otilde;es e enemas n&atilde;o surtiram efeito. O rei j&aacute; n&atilde;o podia cavalgar nem mesmo se sentar em seu trono ou em qualquer outro lugar sem sentir dor.
Al&eacute;m da f&iacute;stula, Luiz XIV ainda tinha que lidar com a higiene, ou melhor, com a falta dela. Na &eacute;poca, os cuidados pessoais nesse sentido eram quase inexistentes. At&eacute; a Igreja era contra tomar banho, j&aacute; que, segundo ela, a pr&aacute;tica poderia causar doen&ccedil;as, induzir ao sexo prom&iacute;scuo e levar &agrave; imoralidade.
<h2>Prel&uacute;dio da opera&ccedil;&atilde;o</h2>
A princ&iacute;pio, nenhum <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113848-a-era-da-dor-como-eram-feitas-as-cirurgias-no-seculo-xix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cirurgi&atilde;o quis se arriscar</a> colocando as m&atilde;os no popular Rei Sol sem antes ter treinado, mas a opera&ccedil;&atilde;o acabou sendo planejada e foram poucas as pessoas, fora os m&eacute;dicos do rei, que sabiam dela.
O respons&aacute;vel escolhido para a proeza foi o cirurgi&atilde;o-chefe do rei, Charles-Fran&ccedil;ois F&eacute;lix, que nunca tinha feito algo do tipo, mas acabou ganhando a permiss&atilde;o para experimentar/treinar.
A principal preocupa&ccedil;&atilde;o de Charles era com o instrumento. Ap&oacute;s suas pesquisas, ele desenvolveu um dispositivo que chamou de "bisturi real" (le bistouri royal). Tratava-se de uma longa e curva ferramenta de prata, agora em exibi&ccedil;&atilde;o no Museu de Hist&oacute;ria da Medicina em Paris.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02233550071006.jpg" alt="Charles-Fran&ccedil;ois F&eacute;lix (Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Charles-Fran&ccedil;ois F&eacute;lix (Fonte: Wikipedia/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A opera&ccedil;&atilde;o levou tr&ecirc;s horas para ser conclu&iacute;da e foi bem documentada. Pelo sucesso, Monsieur F&eacute;lix ganhou t&iacute;tulos, terras e dinheiro. Se deu muito bem e nunca mais pegou no famoso bisturi real.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02234145056007.jpg" alt="Bisturi criado por Charles (Fonte: Twitter/Cat&eacute;ter Doble Jota/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Bisturi criado por Charles. (Fonte: Twitter/Cat&eacute;ter Doble Jota/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Devido ao &ecirc;xito obtido com o tratamento cir&uacute;rgico da f&iacute;stula do rei, as opera&ccedil;&otilde;es passaram ser vistas com grande respeito pelos franceses. Naquela &eacute;poca, os m&eacute;dicos eram muito respeitados, por&eacute;m a pr&aacute;tica cir&uacute;rgica era vista com maus olhos.
Al&eacute;m disso, ajudou a impulsionar <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/40567-confira-uma-breve-historia-da-cirurgia-atraves-de-imagens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">estudos sobre cirurgias</a> e a Medicina em geral, tanto que m&eacute;dicos de outros pa&iacute;ses quiseram aprender com os m&eacute;dicos da Fran&ccedil;a. Para se ter ideia de como as opera&ccedil;&otilde;es passaram a ser respeitadas, basta saber que Luiz XV, neto do rei, abriu a Academia Real de Cirurgia, atualmente conhecida como Academia Nacional de Cirurgia.

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A fístula anal real que mudou a cara da Medicina

Imagem de Fronteiras: de onde vêm e o que porque existem? no megacurioso

Mesmo importantes, as fronteiras nem sempre foram necessárias

H&aacute; cerca de 10 mil anos, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119434-conheca-a-loucura-que-e-a-fronteira-entre-india-e-bangladesh.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&uacute;nicas fronteiras</a> que os seres humanos conheciam eram as naturais, como os rios, as montanhas ou uma floresta. Nessa &eacute;poca, a humanidade era ca&ccedil;adora-coletora, ou seja, obtinha os alimentos ca&ccedil;ando animais e coletando plantas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02101032833060.jpg" alt="(Fonte: Megatimes/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Megatimes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Esse foi um per&iacute;odo em que a quantidade de pessoas na terra era pequena. Al&eacute;m disso, com a enorme disponibilidade de recursos n&atilde;o havia muitos motivos para &ldquo;reivindicar&rdquo; e entrar em luta por um territ&oacute;rio.
<h2>Como surgiram as fronteiras</h2>
&Eacute; poss&iacute;vel dizer que o conceito de fronteira surge com base nas pr&oacute;prias necessidades humanas em seu processo evolutivo e de desenvolvimento social.
Desde o momento em que aprendeu agricultura ao in&iacute;cio da civiliza&ccedil;&atilde;o moderna, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/42749-conheca-15-fronteiras-interessantes-espalhadas-pelo-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">instinto territorial</a> muito semelhante ao notado em alguns animais esteve presente na humanidade. Algo parecido ao comportamento de uma matilha de lobos que defende seu territ&oacute;rio para que nenhum membro do grupo fique sem comida.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02101612974065.jpg" alt="(Fonte: Lithub/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Lithub/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar da parte instintiva, estabelecer fronteiras tamb&eacute;m tem a ver com a necessidade humana de criar sociedades. A nossa hist&oacute;ria &eacute; a hist&oacute;ria da migra&ccedil;&atilde;o. As civiliza&ccedil;&otilde;es mais pr&oacute;speras e sofisticadas surgiram onde o tr&aacute;fego humano era mais pesado. Como era de se esperar, muita gente em um mesmo lugar exigiria cuidados adicionais. A princ&iacute;pio, o objetivo era garantir recursos, mas com o tempo entra em cena o poder e a riqueza.
Ali&aacute;s, isso n&atilde;o diz respeito apenas a sociedades extintas h&aacute; milhares de anos. Alguns exemplos mais recentes s&atilde;o a conquista de povos, o tr&aacute;fico de escravizados e o controle colonial que se tornaram fatores importantes para o estabelecimento de fronteiras.
<h2>Necessidade psicol&oacute;gica</h2>
Para n&oacute;s, as fronteiras tamb&eacute;m tem um peso psicol&oacute;gico: elas nos permitem fazer parte de um grupo e de nos identificarmos com ele. Mas, ao mesmo tempo, nos separa daquilo que &eacute; desconhecido e do outro.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/02/02101916208069.jpeg" alt="(Fonte: Genaro Serv&iacute;n/ Pexels/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Genaro Serv&iacute;n/Pexels/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar dos benef&iacute;cios, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/105812-10-fronteiras-entre-paises-que-nunca-te-mostraram-nas-aulas-de-geografia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">conceito de fronteira</a> como um territ&oacute;rio permanente tem desvantagens. A principal delas &eacute; que atrasa e at&eacute; impede a resolu&ccedil;&atilde;o de conflitos, por transformar algo que deveria ser estrat&eacute;gico e pol&iacute;tico, em uma causa moral que inflama as paix&otilde;es dos envolvidos, dificultando ainda mais as rela&ccedil;&otilde;es entre os pa&iacute;ses.
Al&eacute;m disso, acaba atrapalhando ou impedindo o surgimento &ldquo;natural&rdquo; de novos Estados quando os antigos j&aacute; ca&iacute;ram ou est&atilde;o em crise. Um exemplo disso &eacute; a Somalil&acirc;ndia que declarou unilateralmente sua independ&ecirc;ncia em 1991 e, desde ent&atilde;o, passou a funcionar como um estado independente. Mesmo que at&eacute; hoje n&atilde;o tenha reconhecimento internacional e seja oficialmente parte da Som&aacute;lia.

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Fronteiras: de onde vêm e por que existem?

Imagem de 11 de setembro: ataque às Torres Gêmeas completa 20 anos no megacurioso

Atentado terrorista foi responsável pela queda dos dois arranha-céus do World Trade Center e deixou 2.996 mortos nos Estados Unidos

A manh&atilde; do dia 11 de setembro de 2001 entraria para a hist&oacute;ria da humanidade como uma das maiores trag&eacute;dias j&aacute; vistas pelo mundo todo. &Agrave;s 8h45 da manh&atilde; daquela ter&ccedil;a-feira, um avi&atilde;o Boeing 767 atingiria a Torre Norte do World Trade Center (WTC) com toda a for&ccedil;a e deixando o arranha-c&eacute;u em chamas.
O cen&aacute;rio, que j&aacute; era de completo p&acirc;nico, ficou ainda mais preocupante 18 minutos depois. Quando as c&acirc;meras internacionais j&aacute; estavam ligadas para relatar o acidente, outra aeronave de mesmo modelo se chocou contra a Torre Sul do conglomerado comercial &agrave;s 9h03. Tratava-se de um atentado terrorista que deixaria 2.996 mortos em solo norte-americano.
<h2>A origem das Torres G&ecirc;meas</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:World_Trade_Center_(New_York_City)#/media/File:World_Trade_Center_twin_towers,_under_construction,_New_York_City.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/10/10113104549134.jpg" alt="Torres G&ecirc;meas sendo constru&iacute;das. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Torres G&ecirc;meas sendo constru&iacute;das. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Inaugurado no dia 4 de abril de 1973, o WTC original foi um complexo de sete pr&eacute;dios na regi&atilde;o de Lower Manhattan, no cora&ccedil;&atilde;o de Nova York, constru&iacute;dos para uso comercial. Os dois edif&iacute;cios mais altos, apelidados de Torres G&ecirc;meas, tinham 110 andares e 417 metros de altura.
Na &eacute;poca da constru&ccedil;&atilde;o, foram considerados os dois pr&eacute;dios mais altos do mundo. O custo do projeto foi de US$ 400 milh&otilde;es, o equivalente a US$ 2,27 bilh&otilde;es com corre&ccedil;&otilde;es monet&aacute;rias em 2018. Com design moderno e constru&ccedil;&atilde;o em blocos, a estrutura do WTC foi feita para revolucionar a hist&oacute;ria dos arranha-c&eacute;us e demonstrar novas t&eacute;cnicas de engenharia.
Ao longo da hist&oacute;ria, os pr&eacute;dios passaram por alguns incidentes, como um inc&ecirc;ndio em 1975, um atentado a bomba em 1993 e um assalto a bomba em 1998. Entretanto, nenhum desses casos chegou nem perto da magnitude dos acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, quando um ataque terrorista deixou um rastro na hist&oacute;ria do pa&iacute;s.
<h2>Sequestro de aeronaves</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/10/10113008424133.jpeg" alt="Torres G&ecirc;meas em chamas no dia do atentado. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Torres G&ecirc;meas em chamas no dia do atentado. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na manh&atilde; daquele dia, 19 terroristas do grupo fundamentalista isl&acirc;mico Al-Qaeda sequestraram quatro avi&otilde;es comerciais de passageiros nos EUA. O plano era coordenar uma s&eacute;rie de ataques suicidas contra edif&iacute;cios simb&oacute;licos no cotidiano norte-americano: as Torres G&ecirc;meas, o pr&eacute;dio do <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/46846-conheca-9-fatos-curiosos-sobre-o-pentagono.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pent&aacute;gono</a> e potencialmente a sede do governo em Washington DC.
O voo 11 da American Airlines, com tripula&ccedil;&atilde;o de 11 membros e 76 passageiros, e o voo 175 da United Airlines, com tripula&ccedil;&atilde;o de nove membros e 51 passageiros, foram as aeronaves direcionadas at&eacute; os enormes arranha-c&eacute;us da regi&atilde;o de Wall Street, considerada um verdadeiro centro do capitalismo financeiro.
O impacto matou todos os passageiros a bordo e muitas das pessoas que trabalhavam nos edif&iacute;cios. As cenas de terror foram difundidas pela m&iacute;dia internacional e os dois pr&eacute;dios do WTC desmoronaram horas depois, destruindo boa parte da vizinhan&ccedil;a local e causando novas v&iacute;timas.
Os terroristas que assumiram controle do voo 77 da American Airlines tamb&eacute;m conseguiram chocar a aeronave contra o pr&eacute;dio do Pent&aacute;gono &mdash; que serve como sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O quarto e &uacute;ltimo avi&atilde;o, batizado de voo 93 da United Airlines, chocou-se no ch&atilde;o perto de Shanksville, na Pensilv&acirc;nia, ap&oacute;s os passageiros se rebelarem.
<h2>Queda das Torres G&ecirc;meas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/10/10112726565131.jpg" alt="Ru&iacute;nas das Torres G&ecirc;meas. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Ru&iacute;nas das Torres G&ecirc;meas. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Entre o colapso da primeira aeronave e a queda da Torre Norte foram 102 minutos de separa&ccedil;&atilde;o. &Agrave;s 10h28, o arranha-c&eacute;u desabou em impressionantes 11 segundos. A Torre Sul desabou em menos tempo. Ap&oacute;s 56 minutos resistindo &agrave;s chamas, o pr&eacute;dio colapsou em 9 segundos &agrave;s 9h59 do dia 11 de setembro.
De acordo com especialistas, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119869-11-de-setembro-como-a-ciencia-explica-a-queda-das-torres-gemeas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">queda das Torres G&ecirc;meas</a> se deu por uma combina&ccedil;&atilde;o fatal: os danos estruturais nos edif&iacute;cios e as chamas que tomavam conta do local. Com isso, as vigas de a&ccedil;o dos pr&eacute;dios foram retorcidas e as colunas de sustenta&ccedil;&atilde;o completamente prejudicadas. Os andares inferiores sofreram com o sobrepeso dos escombros e acabaram cedendo.
As cenas vivenciadas naquele dia foram verdadeiramente desesperadoras. Na tentativa de fugir do calor das chamas, algumas pessoas foram flagradas pulando pelas janelas dos pr&eacute;dios. Na &eacute;poca, diversas teorias da conspira&ccedil;&atilde;o surgiram para tentar explicar a queda de dois marcos arquitet&ocirc;nicos t&atilde;o imponentes &mdash; nenhuma delas comprovadas at&eacute; hoje.
<h2>Pol&iacute;tica norte-americana</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Death_of_Osama_bin_Laden#/media/File:Osama_Bin_Laden_marked_deceased_on_FBI_Ten_Most_Wanted_List_May_3_2011.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/10/10112613330129.jpg" alt="Site do FBI aponta a morte de Osama Bin Laden. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Site do FBI aponta a morte de Osama Bin Laden. (Fonte: Wikimedia Commons)
Nos atentados do dia 11 de setembro foi a primeira vez em que os Estados Unidos, uma pot&ecirc;ncia militar, se mostrou vulner&aacute;vel em seu pr&oacute;prio territ&oacute;rio. Naquela &eacute;poca, o pa&iacute;s era governado pelo presidente George W. Bush, eleito em 2000 ap&oacute;s uma acirrada disputa contra o democrata Al Gore &mdash; que incluiu uma pol&ecirc;mica contagem de votos na Fl&oacute;rida.
Em resposta aos ataques, o ex&eacute;rcito norte-americano invadiu o Afeganist&atilde;o, em 2001, e o Iraque, em 2003, dois pa&iacute;ses acusados de apoiar a Al-Qaeda. O Talib&atilde;, que na &eacute;poca comandava o Afeganist&atilde;o, era acusado de ajudar a esconder l&iacute;deres da organiza&ccedil;&atilde;o terrorista.
A principal figura procurada era <a href="https://www.megacurioso.com.br/teorias-da-conspiracao/42613-voce-sabe-por-que-as-fotos-de-osama-bin-laden-morto-nunca-foram-divulgadas-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Osama Bin Laden</a>, l&iacute;der do grupo e acusado de ser mentor dos acontecimentos de Nova York. Bin Laden s&oacute; seria capturado pelo comando norte-americano em 2011, na regi&atilde;o montanhosa perto de Islamabad, capital do Paquist&atilde;o. A morte foi anunciada em rede nacional por Barack Obama, ent&atilde;o presidente, e rendeu diversas comemora&ccedil;&otilde;es pelas ruas dos EUA.
De acordo com um comunicado divulgado pela Al Qaeda em 2002, os ataques teriam sido frutos da rela&ccedil;&atilde;o americana com o mundo &aacute;rabe, como a presen&ccedil;a de militares do pa&iacute;s na Ar&aacute;bia Saudita e o apoio a Israel.&nbsp;
<h2>Reflexo do 11 de setembro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/10/10112909190132.jpg" alt="Memorial ao 11 de setembro em Wall Street. (Fonte: Wikimedia Commons)" />Memorial ao 11 de setembro em Wall Street. (Fonte: Wikimedia Commons)
Atualmente, a regi&atilde;o do World Trade Center guarda um memorial para todas as v&iacute;timas do 11 de setembro, apenas uma das diversas homenagens espalhadas pelo pa&iacute;s. Apesar de ainda abrigar muitos escrit&oacute;rios comerciais, a regi&atilde;o foi transformada pelo turismo e completamente revitalizada.
Em 2014, o arranha-c&eacute;u One World Trade Center foi inaugurado para servir como edif&iacute;cio principal do novo complexo do WTC, com a antiga Torre Norte localizada ao sul. Com 541 m de altura, &eacute; o pr&eacute;dio mais alto dos EUA e um dos mais imponentes no mundo todo.
Os atentados terroristas criaram um verdadeiro impacto na maneira como os norte-americanos exercem a pol&iacute;tica internacional. Desde 2001, o governo americano fortaleceu suas ag&ecirc;ncias de intelig&ecirc;ncia e entrou em diversos embates no Oriente M&eacute;dio &mdash; de onde o mundo viu surgir o Estado Isl&acirc;mico como nova amea&ccedil;a.
O 11 de setembro deixou uma ferida aberta no cora&ccedil;&atilde;o de diversas fam&iacute;lias que perderam seus entes queridos nessa trag&eacute;dia e para sempre lembrar&atilde;o dessa data com enorme tristeza.&nbsp;

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11 de setembro: ataque às Torres Gêmeas completa 20 anos

Imagem de History estreia especiais sobre os 20 anos do 11 de setembro no megacurioso

Cinco novos documentários abordam as teorias conspiratórias, os quatro voos sequestrados pelos terroristas, a história das Torres Gêmeas, o ataque ao Pentágono e a caçada a Bin Laden

A partir de hoje (10), os canais History e History 2 v&atilde;o exibir programas especiais&nbsp;com depoimentos in&eacute;ditos e material exclusivo abordando as teorias conspirat&oacute;rias sobre os atentados nos Estados Unidos &mdash; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119877-11-de-setembro-ataque-as-torres-gemeas-completa-20-anos.htm" target="_blank">que completam 20 anos em 2021</a> &mdash;, os quatro voos sequestrados pelos terroristas, a hist&oacute;ria das Torres G&ecirc;meas, o ataque ao Pent&aacute;gono e a ca&ccedil;ada a Bin Laden.
Nessa importante data hist&oacute;rica, o History vai apresentar com exclusividade uma programa&ccedil;&atilde;o que re&uacute;ne sete horas de filmagens, dividida entre os 5 especiais que v&atilde;o ao ar nos dias 10 e 11 de setembro:
<h3>11/9: Teorias da Conspira&ccedil;&atilde;o &mdash; Sexta, 10/9, 20h15</h3>
O especial 11/9: Teorias da Conspira&ccedil;&atilde;o vai tratar das famosas teorias que surgiram em torno do acontecimento.&nbsp;Ser&aacute; que um m&iacute;ssil do governo atingiu o Pent&aacute;gono? As torres do World Trade Center poderiam ter sido derrubadas por uma s&eacute;rie de demoli&ccedil;&otilde;es patrocinadas pelo governo?&nbsp;Este especial mostra como essas teorias se consolidaram e com que rapidez se espalharam. S&atilde;o ouvidos aqueles que os promovem e os que os desafiam.
<h3>11/9: Os Quatro Voos Fatais &mdash; Sexta, 10/9, 22h</h3>
Focado nos quatro avi&otilde;es interceptados pelos terroristas na data do ataque e seus passageiros, esse programa&nbsp;detalha os &uacute;ltimos momentos dos voos por meio de impressionantes evid&ecirc;ncias documentais: grava&ccedil;&otilde;es de &aacute;udio, informa&ccedil;&otilde;es das caixas pretas, manifestos de voo, radar Doppler, &aacute;udios e v&iacute;deos de mem&oacute;rias das v&iacute;timas que documentaram o que sentiram naquele momento aterrorizante, al&eacute;m de v&iacute;deos feitos na terra
<h3>11/9: Ataque ao Pent&aacute;gono &mdash; S&aacute;bado, 11/9, 19h45</h3>
N&atilde;o foram apenas as Torres G&ecirc;meas que sofreram um ataque no 11 de setembro. Contada pelos homens e mulheres que a viveram, esta &eacute; a dram&aacute;tica hist&oacute;ria do que aconteceu dentro do mais famoso edif&iacute;cio militar do mundo, o Pent&aacute;gono, nos angustiantes minutos ap&oacute;s o impacto; um relato de testemunha ocular da trag&eacute;dia, hero&iacute;smo e sobreviv&ecirc;ncia no dia que transformou para sempre uma na&ccedil;&atilde;o.
<h3>World Trade Center: Antes e Depois da Queda&nbsp;&mdash; S&aacute;bado, 11/9, 20h40</h3>
World Trade Center: Antes e Depois da Queda&nbsp;&eacute; uma explora&ccedil;&atilde;o abrangente do maior projeto arquitet&ocirc;nico do s&eacute;culo XX. A busca para construir os edif&iacute;cios mais altos do mundo, duas torres de 10 milh&otilde;es de p&eacute;s quadrados, parecia incompreens&iacute;vel. Ainda assim, o sonho se tornou uma realidade poderosa.&nbsp;A segunda parte do especial investiga a "queda", analisa como os avi&otilde;es colidiram com as torres e como o projeto dos edif&iacute;cios se prestou tanto &agrave; salva&ccedil;&atilde;o quanto &agrave; destrui&ccedil;&atilde;o.
<h3>Ca&ccedil;ada a Bin Laden: A Miss&atilde;o Revelada&nbsp;&mdash; S&aacute;bado, 11/9, 22h20</h3>
Este document&aacute;rio oferece um relato abrangente da hist&oacute;ria, ligando pol&iacute;tica, intelig&ecirc;ncia e tomada de decis&otilde;es militares ap&oacute;s dez anos de esfor&ccedil;os para encontrar Osama Bin Laden, o homem respons&aacute;vel pelos ataques de 11 de setembro e l&iacute;der do grupo terrorista Al-Qaeda. Com acesso sem precedentes ao 9/11 Memorial &amp; Museum e &agrave; intelig&ecirc;ncia americana, o especial reflete como o presidente Barack Obama ordenou que um pequeno grupo de SEALs da Marinha invadisse um misterioso edif&iacute;cio paquistan&ecirc;s em Abbottabad, sem ter certeza de que Bin Laden estava l&aacute;.
<iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/OUcNKqbLhzk?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Al&eacute;m disso, os document&aacute;rios 102 minutos que mudaram o mundo, 11/9 C&oacute;digo Angel, Os &Uacute;ltimos Minutos do Voo 93, Dias que marcaram a hist&oacute;ria e ISIS: Terrorismo Extremo est&atilde;o dispon&iacute;veis no sistema de video on demand (VOD) do History 2.

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History estreia especiais sobre os 20 anos do 11 de setembro

Imagem de 6 coisas terríveis já feitas por governos pelo mundo no megacurioso

Ao longo da história, diversas vezes os seres humanos demonstraram ter um lado sombrio e realizaram atos imperdoáveis

A humanidade traz consigo uma experi&ecirc;ncia complexa. Ao mesmo tempo que os humanos j&aacute; se mostraram capazes de trabalharem em conjunto pelo bem maior de todos e pelo desenvolvimento da vida, n&atilde;o foram poucas as vezes em que j&aacute; demonstramos ser a criatura mais destrutiva encontrada na natureza.
Muitas vezes, essas a&ccedil;&otilde;es nocivas ao planeta e tamb&eacute;m a n&oacute;s mesmos s&atilde;o frutos de governos autorit&aacute;rios, genocidas e sem qualquer apre&ccedil;o pela vida da popula&ccedil;&atilde;o que comandam. Relembre seis casos de governos espalhados pelo mundo que tiveram atitudes terr&iacute;veis para a humanidade.
<h2>1. Genoc&iacute;dio cultural</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/05/05150705978000.jpg" alt="(Fonte: Helene Thiesen/BBC)" />(Fonte: Helene Thiesen/BBC)
Na d&eacute;cada de 1950, o governo da Dinamarca realizou um "experimento social" e raptou 22 crian&ccedil;as ind&iacute;genas da Groenl&acirc;ndia para analisar como eles se sairiam inseridos na cultura dinamarquesa. Aos jovens eram prometidos uma vida melhor para depois retornarem &agrave; sua terra natal como futuros l&iacute;deres de elite.
Essas crian&ccedil;as deveriam ser uma conex&atilde;o entre Copenhague e Nuuk, capital da Groenl&acirc;ndia. Arrancados dos bra&ccedil;os de seus pais, mais da metade das "cobaias" morreram antes de chegar na vida adulta.
<h2>2. Opera&ccedil;&atilde;o Searchlight</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/05/05151006744001.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Antes de 1971, Paquist&atilde;o e Bangladesh eram um &uacute;nico pa&iacute;s, mas com conflitos hist&oacute;ricos entre os povos. Com popula&ccedil;&atilde;o maior, Bangladesh conquistou sua independ&ecirc;ncia por meio de elei&ccedil;&otilde;es, o que resultou na a&ccedil;&atilde;o militar paquistanesa intitulada de Opera&ccedil;&atilde;o Searchlight.&nbsp;
Nesse per&iacute;odo, diversos intelectuais de Bangladesh foram presos e milhares de pessoas mortas &mdash; incluindo militares, estudantes ou qualquer um que apoiasse a causa separatista. Institui&ccedil;&otilde;es que ajudavam refugiados foram alvo de ataques, e v&aacute;rias pessoas foram estupradas. O conflito s&oacute; teve fim ap&oacute;s a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119696-quais-sao-as-maiores-rivalidades-entre-paises-vizinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&Iacute;ndia</a> decidir apoiar a guerra contra o Paquist&atilde;o.&nbsp;
<h2>3. Campos de concentra&ccedil;&atilde;o infantis</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bb/Children_in_the_Holocaust_concentration_camp_liberated_by_Red_Army.jpg/640px-Children_in_the_Holocaust_concentration_camp_liberated_by_Red_Army.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/05/05151421556002.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
A <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/45071-8-misterios-da-segunda-guerra-mundial-que-continuam-sem-resposta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> foi especialmente bruta para os ref&eacute;ns do governo nazista. Nessa &eacute;poca, a Cro&aacute;cia tinha um campo de concentra&ccedil;&atilde;o especializado em matar crian&ccedil;as. O campo de concentra&ccedil;&atilde;o de Sisak era o &uacute;nico no mundo s&oacute; para jovens e servia como forma de fortalecer os la&ccedil;os com as for&ccedil;as alem&atilde;s.
Estima-se que 6.693 crian&ccedil;as passaram por l&aacute;, das quais 1.630 morreram. Testemunhas relatam que os ustashes, militares croatas, "pegavam as crian&ccedil;as pelas pernas e esmagavam suas cabe&ccedil;as contra a parede".&nbsp;
<h2>4. Pris&otilde;es na Austr&aacute;lia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/05/05151811416003.jpg" alt="(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na Primeira e Segunda Guerra, a Austr&aacute;lia manteve <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/113186-aridos-e-omitidos-os-campos-de-concentracao-da-seca-no-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">campos de concentra&ccedil;&atilde;o</a> em Rottnest, uma ilha conhecida por ser lar para os Quokkas. Em geral, o lugar costumava servir de pris&atilde;o para as popula&ccedil;&otilde;es abor&iacute;genes, mas teve uma leve mudan&ccedil;a de fun&ccedil;&atilde;o com a chegada dos ocidentais em 1945.
Cidad&atilde;os australianos de origem italiana, japonesa ou alem&atilde; foram mantidos ref&eacute;ns nesses campos de concentra&ccedil;&atilde;o simplesmente por n&atilde;o serem considerados confi&aacute;veis pelo governo. Ao todo, mais de 7 mil pessoas ficaram presas durante a guerra.
<h2>5. Projeto Eldest Son</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/05/05152124244005.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Durante a Guerra do Vietn&atilde;, o governo norte-americano elaborou um plano para sabotar o armamento das for&ccedil;as inimigas. Com isso, todos os dep&oacute;sitos de muni&ccedil;&atilde;o no sudeste da &Aacute;sia foram preenchidos com rifles falsos ou balas explosivas. As cargas pareciam normais &agrave; vista, mas estavam prontas para detonar no primeiro disparo.
Dessa forma, qualquer vietnamita que tentasse atirar usando uma dessas muni&ccedil;&otilde;es estaria automaticamente colocando sua vida e de seus aliados em risco.&nbsp;
<h2>6. Operation Legacy</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/05/05152555229006.jpg" alt="(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Internet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Imp&eacute;rio Brit&acirc;nico tinha a fama de cometer uma s&eacute;rie de crimes contra as popula&ccedil;&otilde;es ind&iacute;genas de suas col&ocirc;nias, e tudo isso foi acobertado pelo projeto batizado de "Operation Legacy". Enquanto os brit&acirc;nicos perdiam for&ccedil;a e outros pa&iacute;ses iam obtendo independ&ecirc;ncia, o governo do Reino Unido decidiu realizar uma grande queima de arquivo para proteger as atrocidades cometidas por seus soldados.
Em vez de manter todos os documentos das opera&ccedil;&otilde;es para que esses indiv&iacute;duos fossem julgados pelas ex-col&ocirc;nias, todas as provas foram queimadas e deletadas da exist&ecirc;ncia para esconder o malfeito.&nbsp;

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6 atos terríveis já feitos por governos pelo mundo

Imagem de Em 1895, as pessoas temeram que livros transmitissem doenças no megacurioso

Porém, havia muito mais por trás desse medo repentino

Antes de l&iacute;deres ditadores temerem os livros, a popula&ccedil;&atilde;o fez isso primeiro.&nbsp;Em 12 de setembro de 1895, quando morreu de tuberculose um homem chamado Jessie Allan, bibliotec&aacute;rio na Biblioteca P&uacute;blica de Omaha (Nebraska, EUA), as pessoas come&ccedil;aram a cogitar a possibilidade de que o trabalhador tivesse encontrado seu fim porque algum livro teria transmitido a doen&ccedil;a a ele.
Chamado de "grande medo do livro", esse frenesi de que livros de bibliotecas pudessem espalhar doen&ccedil;as mortais foi totalmente esquecido no decorrer da hist&oacute;ria.
De acordo com a&nbsp;professora Annika Mann, autora de Reading Contagion: The Hazards of Reading in the Age of Point, o p&acirc;nico surgiu a partir do entendimento p&uacute;blico em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s causas de doen&ccedil;as, por exemplo no que se refere a germes. Isso aconteceu logo ap&oacute;s a divis&atilde;o do bacilo de Koch e foi em uma &eacute;poca na qual os Estados Unidos e a Gr&atilde;-Bretanha sofriam com epidemias de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118126-tuberculose-o-que-e-quais-sao-os-sintomas-ela-tem-cura.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tuberculose</a>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119438-a-controversa-origem-da-vacina-da-variola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">var&iacute;ola</a> e escarlatina.
Por&eacute;m, havia muito mais por tr&aacute;s desse medo repentino.
<h2>Histeria coletiva</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08161503005317.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A possibilidade de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/nojento/89391-voce-sabe-quais-bacterias-e-possivel-encontrar-em-livros-de-biblioteca.htm" target="_blank" title="Voc&ecirc; sabe quais bact&eacute;rias &eacute; poss&iacute;vel encontrar em livros de biblioteca?">livros contaminados</a> passando de m&atilde;o em m&atilde;o se tornou uma fonte significativa de ansiedade, tanto para as pessoas como para as bibliotecas p&uacute;blicas, que enfrentavam um momento significativo no pa&iacute;s: a ascens&atilde;o da dissemina&ccedil;&atilde;o de livros por meio de uma rede p&uacute;blica e compartilhada.
Al&eacute;m de contrair qualquer doen&ccedil;a apenas pelos res&iacute;duos infectados deixados na capa de um livro, tamb&eacute;m foi cultuada a ideia de que o simples ato de abri-lo trazia doen&ccedil;a pela inala&ccedil;&atilde;o da poeira que havia nos exemplares.
Tanto nos Estados Unidos (EUA) quanto na Gr&atilde;-Bretanha, "o grande medo do livro" atingiu seu &aacute;pice em 1879, quando v&aacute;rios m&eacute;dicos passaram a considerar os livros como potencial fonte de dissemina&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;as.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08161951068321.jpg" alt="(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na Gr&atilde;-Bretanha, a Lei de Sa&uacute;de P&uacute;blica de 1875 n&atilde;o proibia o empr&eacute;stimo de livros, mas previa que fossem banidos trapos de roupas de cama ou outros objetos que tivessem sido expostos &agrave; contamina&ccedil;&atilde;o. At&eacute; 1907, a lei foi atualizada para incluir explicitamente os livros como vetores de doen&ccedil;as infecciosas.
&ldquo;Se qualquer pessoa souber que est&aacute; sofrendo de uma doen&ccedil;a infecciosa, ela n&atilde;o deve pegar nenhum livro, usar ou fazer com que qualquer livro seja retirado para seu uso em qualquer biblioteca p&uacute;blica ou circulante&rdquo;, ficou previsto na Se&ccedil;&atilde;o 59 da Emenda das Leis de Sa&uacute;de P&uacute;blica da Gr&atilde;-Bretanha.
Nos EUA, no entanto, as legisla&ccedil;&otilde;es agiram apenas em &acirc;mbito estadual, afastando ainda mais as pessoas das bibliotecas.
<h2>O medo irracional</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08162231225324.png" alt="(Fonte: World Digital Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: World Digital Library/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Temendo que as bibliotecas definhassem at&eacute; <a href="https://www.megacurioso.com.br/literatura/37114-a-biblioteca-dos-livros-que-nunca-foram-escritos.htm" target="_blank" title="A biblioteca dos livros que nunca foram escritos">deixarem de existir</a>, os bibliotec&aacute;rios tiveram que inovar os m&eacute;todos de higieniza&ccedil;&atilde;o de livros. Eles tentaram mant&ecirc;-los em vapor de cristais de &aacute;cido carb&oacute;lico aquecido em um forno e esterilizaram-nos por meio de solu&ccedil;&atilde;o de formalde&iacute;do, ainda que fosse prejudicial &agrave; conserva&ccedil;&atilde;o dos livros.&nbsp;
Um estudo em Dresden, na Alemanha, revelou que as p&aacute;ginas de livros sujas geravam mais micr&oacute;bios ao serem esfregadas com os dedos molhados. Para provar isso, William R. Reinick exp&ocirc;s 40 cobaias a p&aacute;ginas de livros supostamente contaminadas. Segundo seus resultados, todas as pessoas morreram ap&oacute;s o teste.
Ent&atilde;o o frenesi adquiriu car&aacute;ter de fobia, sobretudo com a press&atilde;o que a m&iacute;dia fazia veiculando cada vez mais mat&eacute;rias que colocavam os livros como "fontes de cont&aacute;gio", mesmo que algumas delas, como a de 29 de junho de 1879 do&nbsp;Chicago Daily Tribune, tenha mencionado que as chances de contrair doen&ccedil;as a partir de livros eram muito pequenas &mdash; ainda que n&atilde;o pudessem ser totalmente descartadas.
J&aacute; o Ohio Democrat&nbsp;fez declara&ccedil;&otilde;es irrespons&aacute;veis, como dizer que a escarlatina foi espalhada pelas bibliotecas ao terem livros tirados delas para entreter os pacientes nos hospitais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/08/08162645334326.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The New York Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1900, em meio ao caos que a histeria coletiva causou, surgiu uma t&aacute;tica derradeira para frear qualquer transmiss&atilde;o: os livros infectados deveriam ser&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113374-o-que-foi-grande-queima-de-livros-feita-pelos-nazistas.htm" target="_blank" title="O que foi a grande queima de livros feita pelos nazistas?">queimados</a> e n&atilde;o devolvidos. Ent&atilde;o, assim foi feito nos EUA e na Gr&atilde;-Bretanha sob recomenda&ccedil;&otilde;es m&eacute;dicas.
Demorou para que as pessoas se questionassem do risco de cont&aacute;gio, se era real ou se n&atilde;o passava de um "efeito em manada". Os brit&acirc;nicos come&ccedil;aram a experimentar se perguntar disso conforme os m&eacute;dicos e os professores de higiene relatavam que n&atilde;o havia quase nenhuma possibilidade de contrair doen&ccedil;as por meio de um livro.
Para os historiadores, contudo, o que de fato aconteceu foi uma histeria coletiva em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; avers&atilde;o do conceito crescente da exist&ecirc;ncia de bibliotecas p&uacute;blicas. Tantos os americanos quanto brit&acirc;nicos temiam que esses locais facilitassem o acesso aos livros considerados "obscenos" ou "subversivos".&nbsp;
Al&eacute;m disso, os "oponentes do sistema de bibliotecas p&uacute;blicas", como denomina Mann, ajudaram a ati&ccedil;ar o medo do que os livros poderiam espalhar &mdash; mas que estava mais dentro deles do que fora de suas p&aacute;ginas.

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Em 1895, as pessoas temiam que livros transmitissem doenças

Imagem de Lavoisier: o químico revolucionário que foi guilhotinado no megacurioso

Lavoisier foi um experimentador meticuloso que revolucionou a química

Antoine-Laurent Lavoisier (1743-1794) foi o respons&aacute;vel por mudar para sempre os conceitos e a maneira como a qu&iacute;mica era praticada at&eacute; ent&atilde;o.
Aos 28 anos, j&aacute; tinha consolidado sua posi&ccedil;&atilde;o social e econ&ocirc;mica. Nascido em uma fam&iacute;lia pr&oacute;spera, ganhou ainda mais dinheiro comprando parte da General Farm, uma empresa privada que cobrava impostos para o governo.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Getty Images/BBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/12/29/antoine-lavoisier-o-quimico-revolucionario-que-foi-decapitado-gracas-a-disputa-cientifica.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/30/30001216688003.jpg" alt="O qu&iacute;mico e sua esposa" />O qu&iacute;mico e sua esposa.
Foi nessa &eacute;poca que se casou com Marie-Anne Pierrette Paulze, uma menina de 14 anos. Com o tempo, al&eacute;m de companheira, Anne se tornaria uma importante assistente e colega de trabalho de Lavoisier.
<h2>Revolu&ccedil;&atilde;o qu&iacute;mica</h2>
Em 1774, Joseph Priestley descobriu um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/99745-7-fatos-inusitados-sobre-o-gas-helio.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">novo g&aacute;s</a>. Unindo os estudos de Priestley e suas pr&oacute;prias an&aacute;lises, Lavoisier conseguiu demonstrar que o tal g&aacute;s era essencial para existir o processo de combust&atilde;o. Batizou a novidade de oxig&ecirc;nio.
Al&eacute;m disso, ele provou que o oxig&ecirc;nio era o g&aacute;s que respiramos e que fazia parte do ar atmosf&eacute;rico. Tamb&eacute;m concluiu que o ar atmosf&eacute;rico era composto de oxig&ecirc;nio misturado a outro g&aacute;s que n&atilde;o estava envolvido na combust&atilde;o. Hoje sabemos que ele se referia ao nitrog&ecirc;nio.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Getty Images/BBC/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/12/29/antoine-lavoisier-o-quimico-revolucionario-que-foi-decapitado-gracas-a-disputa-cientifica.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/30/30001415016005.jpg" alt="A composi&ccedil;&atilde;o d oxig&ecirc;nio intrigava Lavoisier" />A composi&ccedil;&atilde;o do oxig&ecirc;nio intrigava Lavoisier.
&Eacute; de Lavoisier o enunciado que diz &ldquo;Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma&rdquo;. A lei de conserva&ccedil;&atilde;o de massa disp&otilde;e que a massa dos produtos em uma rea&ccedil;&atilde;o &eacute; igual &agrave; massa dos reagentes, ou seja, nenhuma massa &eacute; perdida em uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/fisica-e-quimica/37428-7-reacoes-quimicas-que-voce-nao-pode-deixar-de-ver.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rea&ccedil;&atilde;o qu&iacute;mica</a>. J&aacute; em 1783 o qu&iacute;mico mostrou que duas partes de hidrog&ecirc;nio e uma de oxig&ecirc;nio era o que formava a composi&ccedil;&atilde;o da &aacute;gua.
Em 1789 ele apresentou o Tratado Elementar de Qu&iacute;mica, um guia que inclu&iacute;a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119750-quimica-facil-como-estudar-a-tabela-periodica-em-casa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank" style="background-color: transparent;">uma tabela com 55 elementos&nbsp;</a>acompanhados de seus nomes antigos e novos. A nova nomenclatura foi fundamental para deixar de lado a linguagem confusa e obscura usada. Por exemplo, o Vitriolo de V&ecirc;nus passou a ser chamado sulfato de cobre.
<h2>Para a guilhotina</h2>
A Revolu&ccedil;&atilde;o Francesa come&ccedil;ou no ano de 1789. Lavoisier at&eacute; tentou ficar distante do que estava acontecendo. Mas por trabalhar como cobrador de impostos e ter ganhado dinheiro com uma empresa do ramo, foi rotulado como traidor. Curiosamente, um ano ap&oacute;s cortar a cabe&ccedil;a do qu&iacute;mico, o governo franc&ecirc;s disse que as acusa&ccedil;&otilde;es que causaram sua morte eram falsas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;(Fonte: Acesse Piaui/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)&nbsp;" data-fonte-url="https://www.acessepiaui.com.br/ver_coluna2/2413/A-que-a-Revolucao-Francesa-e-a-guilhotina-ensinaram"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/30/30002712032007.jpg" alt="(Fonte: Acesse Piaui/ Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Acesse Piau&iacute;/Reprodu&ccedil;&atilde;o)

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