Imagem de 'Black december': o ataque ambiental cometido pelo governo sul-africano no megacurioso

Em 1957, o governo achou que a melhor maneira de parar ataques de tubarões era bombardeando o oceano

Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116498-maior-tubarao-ja-existente-tinha-18-metros-e-45-toneladas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tubar&otilde;es</a> est&atilde;o entre os predadores aqu&aacute;ticos mais temidos do mundo, sobretudo pelos seres humanos. Apesar de voc&ecirc; ter uma chance em 3,7 milh&otilde;es em ser morto por um &mdash; o que significa que &eacute; mais prov&aacute;vel morrer durante uma queda &mdash;, isso n&atilde;o diminuiu a periculosidade de um ataque. Afinal, as chances de se afogar no processo s&atilde;o bem relevantes.
Conforme um levantamento do American Ocean, para cada 100 milh&otilde;es de tubar&otilde;es mortos a cada ano, entre 6 e 8 pessoas morrem em decorr&ecirc;ncia a um ataque do animal. O International Shark Attack File (ISAF) confirmou 73 mordidas n&atilde;o provocadas de tubar&otilde;es (quando ocorre no habitat natural do animal, sem provoca&ccedil;&atilde;o humana) em 2021, sendo que os Estados Unidos lideraram o ranking com 47 ataques n&atilde;o provocados, sendo a Fl&oacute;rida o estado onde ocorrem mais incidentes.
Hoje, as praias pelo mundo, inclusive no Brasil, onde h&aacute; uma concentra&ccedil;&atilde;o maior de tubar&otilde;es s&atilde;o monitoradas e possuem avisos espalhados para alertar os banhistas sobre os perigos de entrar na &aacute;gua. Fora isso, os animais n&atilde;o causam muitos problemas, mas j&aacute; houve um epis&oacute;dio na hist&oacute;ria denominado black december ("dezembro negro" em tradu&ccedil;&atilde;o livre), quando o governo sul-africano bombardeou o oceano na tentativa de frear ataques de tubar&otilde;es.
<h2>O ciclo de v&iacute;timas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12132953443219.jpg" alt="(Fonte: Sony Alpha Universe/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Sony Alpha Universe/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O problema come&ccedil;ou quando Robert Wherley, de 16 anos, foi atacado por um tubar&atilde;o enquanto praticava bodyboard nos arredores de Durban, uma cidade sul-africana ao longo da costa de Kwazulu-Natal, na tarde de 18 de dezembro de 1957. O ferimento foi t&atilde;o extenso que custou a perna esquerda do jovem.
Apesar do teor dram&aacute;tico do acontecimento, a princ&iacute;pio, ele n&atilde;o gerou muito alarde. Afinal, esse tipo de incidente fazia parte das cr&ocirc;nicas di&aacute;rias da costa ensolarada sul-africana. Dois dias depois, por&eacute;m, quando Allan Green, de 15 anos, foi mortalmente atacado enquanto simplesmente caminhava pela &aacute;gua, isso despertou um inc&ocirc;modo nas pessoas; e o n&iacute;vel de preocupa&ccedil;&atilde;o aumentou vertiginosamente quando Vernon James Berry foi morto na praia de Margate logo em seguida.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12133242208230.jpg" alt="(Fonte: The Mercury News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Mercury News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tr&ecirc;s ataques, incluindo duas mortes, em uma semana n&atilde;o podia ser considerado algo comum da costa. O p&acirc;nico cresceu entre as pessoas, mas nem mesmo a sensa&ccedil;&atilde;o de alerta impediu que outra vida quase fosse levada, dessa vez de Donald Webster, na praia de Port Edward. O jovem saiu vivo gra&ccedil;as a um milagre ap&oacute;s levar uma mordida de um tubar&atilde;o na cabe&ccedil;a e no pesco&ccedil;o.
A ideia do "dezembro negro", como o tino de uma mar&eacute; de acontecimentos ruins, se instalou em uma &eacute;poca de sol que deveria ser marcada por divers&atilde;o, f&eacute;rias e felicidade ao longo do para&iacute;so subtropical.
Com os ataques amea&ccedil;ando todos esses aspectos, incluindo o turismo, essencial para economia local, o governo decidiu intervir com uma s&eacute;rie de solu&ccedil;&otilde;es n&atilde;o muito convencionais.
<h2>A consequ&ecirc;ncia de um erro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12133335224231.jpg" alt="(Fonte: Save Our Seas Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Save Our Seas Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O ent&atilde;o caminhar lento da ci&ecirc;ncia impediu que medidas mais seguras, tanto para as pessoas quanto para os animais &mdash; afinal, eles estavam em seu habitat &mdash; fossem tomadas, sobretudo com o capitalismo sendo, como sempre, o centro das aten&ccedil;&otilde;es.
A falta de conhecimento fez com que o governo equipasse com rifles os salva-vidas e os instru&iacute;sse a atirar em qualquer sombra assustadora que vissem pelas &aacute;guas cristalinas. Quando isso n&atilde;o funcionou &mdash; por motivos &oacute;bvios &mdash;, bombardear os tubar&otilde;es com carga de profundidade foi a segunda op&ccedil;&atilde;o. Contudo, em vez de atingir os tubar&otilde;es, o bombardeio tirou a vida de centenas de cardumes, cujos cad&aacute;veres flutuaram at&eacute; &agrave;s praias, atraindo mais tubar&otilde;es.
Enquanto o governo perdia tempo com ideias est&uacute;pidas e mirabolantes, os animais continuavam almo&ccedil;ando e jantando os banhistas com cada vez mais frequ&ecirc;ncia e ferocidade. Na &eacute;poca, as autoridades n&atilde;o conseguiram explicar o fen&ocirc;meno, mas os estudos modernos indicaram que os <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/114076-no-coracao-do-mar-a-incrivel-historia-do-navio-essex.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navios baleeiros</a> que operavam nas proximidades da costa foram um dos fatores para atrair os tubar&otilde;es, devido &agrave; quantidade de sangue de baleia que vazava para as &aacute;guas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/12/12133426212232.jpg" alt="(Fonte: Save Our Seas Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Save Our Seas Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m disso, a temporada at&iacute;pica de chuvas que atingiu o litoral, inundando rios e riachos no entorno do Oceano &Iacute;ndico, criou um terreno ideal de ca&ccedil;a para os grandes tubar&otilde;es-brancos. A &aacute;gua turva erguida pelas chuvas se torna propicia para que os animais se escondam para que suas presas n&atilde;o saibam de sua presen&ccedil;a.
A ideia final e bem-sucedida escolhida pelo governo &mdash; apesar de ser um extenso problema atualmente &mdash; foi a rede de tubar&atilde;o. Uma vez que o bem-estar animal era o menos considerado naquele tempo, foi organizada uma s&eacute;rie de assassinatos aqu&aacute;ticos de centenas de tubar&otilde;es juvenis, diminuindo os ataques ao longo da costa. Depois disso, apenas dois incidentes ocorreram em tr&ecirc;s meses.
No final das contas, a comunidade cient&iacute;fica aprendeu muito sobre os tubar&otilde;es a partir de 1957 e tamb&eacute;m sobre o que estavam fazendo &mdash; talvez.

thumb-image-2024-02-29T14:06:35.243Z

'Black december': o ataque ambiental cometido pelo governo sul-africano

Imagem de Formigas em fase de pupa produzem "leite", aponta pesquisa no megacurioso

Espécies de formigas de cinco subfamílias trocam substâncias semelhantes ao leite

<head></head><body>Você sabia que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120228-como-as-formigas-sabem-onde-esta-o-acucar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">formigas</a> possuem um parentesco muito próximo com as vespas e abelhas, especialmente nas características da cintura fina que segmenta o corpo desses insetos? Mas não é sobre a anatomia das formigas que vamos falar neste artigo e, sim, sobre uma recente e incrível descoberta científica envolvendo esses animais.As formigas estão por aí em mais de 12 mil espécies de diversas cores. Por muitos séculos, os seres humanos gastaram seu tempo estudando as suas colônias que, convenhamos, é algo fascinante. Mas, apesar de todo o esforço nas pesquisas envolvendo as atividades das formigas, os cientistas quase nunca se concentravam na fase de pupa desses insetos. Esse é o estágio em que elas se transformam de larvas em formigas adultas.E foi exatamente nessa etapa tão desconsiderada nas pesquisas que os cientistas fizeram uma das descobertas mais legais sobre esses insetos nos últimos anos: as formigas produzem uma substância nutritiva semelhante ao leite.<h2>O que diz a pesquisa</h2>Pelo bem da verdade, essa foi a primeira vez que estudiosos conseguiram observar as formigas secretando uma espécie de fluido que lembra muito o leite e tem como finalidade ajudar na nutrição das outras formigas integrantes da colônia.Conforme consta na pesquisa divulgada por meio da revista Nature no final de novembro, enquanto pupas, as <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123044-terra-tem-20-quadrilhoes-de-formigas-diz-estudo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">formigas produzem uma substância cheia de nutrientes</a> que é ingerida tanto por larvas quanto por formigas adultas.A pesquisa também revelou que as larvas, assim que eclodem, têm uma extrema necessidade de consumir esse fluido leitoso, pois, sem ele, elas não cresceriam e muito menos se desenvolveriam bem — por exemplo, poderiam ficar atrofiadas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/07/07230410513454.jpg" alt="(Fonte: Andre Moura/ Pexels/ Reprodução)">(Fonte: Andre Moura/ Pexels/ Reprodução)Outro aspecto importante sobre a produção desse fluido é que se ele não for consumido pelas larvas e pelas formigas adultas, ele acaba por se acumular, sendo contaminado por fungos. Como consequência direta disso, as pupas morreriam.Orli Snir, biólogo da Universidade Rockefeller e autor dessa pesquisa, contou: “Identificamos um mecanismo que une a colônia, ligando as formigas nos estágios de desenvolvimento — adultos, larvas e pupas — em uma entidade coerente, o superorganismo”.De qualquer maneira, tal descoberta sobre a produção de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121468-6-coisas-incriveis-que-as-formigas-fazem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">“leite” nutritivo por formigas&nbsp;</a>é algo, realmente, incrível, não somente pela descoberta, mas também porque foi identificado um novo tipo de transferência social não notado até então.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:34.773Z

Formigas em fase de pupa produzem 'leite', aponta pesquisa

Imagem de Ilha no Atlântico Sul é repleta de lixo do mundo todo no megacurioso

Na rota do lixo mundial, ela vem sendo ocupada por milhares de pedaços de plástico provenientes de todos os lugares do mundo

<head></head><body>Já não é novidade para ninguém que, nos últimos séculos, a quantidade de lixo desenfreada que estamos produzindo é absurda. Alguns rios e lagos, inclusive, são conhecidos como depósitos de lixos à céu aberto. Já nos oceanos ao redor do mundo, além do despejo de esgoto, petróleo, óleos combustíveis e outros dejetos provenientes dos navios e da economia marítima, as pessoas descartam qualquer tipo de sujeira nas areias.Seria ruim o suficiente se esse lixo só ficasse por ali, não é mesmo? Mas ele também se desloca para os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/123532-os-detritos-espaciais-estao-destruindo-os-oceanos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mares</a>, afetando os animais marinhos e obrigando-os a viver num “mar de lixo”. Além de, claro, afetar diretamente o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122860-meio-ambiente-5-problemas-serios-que-ameacam-o-planeta.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">equilíbrio da natureza e do meio ambiente</a>. Infelizmente, evitar que a poluição se alastre mundo à fora está em última lugar na vida de milhões de pessoas.Assim como o descaso da população com a multiplicação sem precedentes da poluição, existem algumas localizações que acabam sendo deixadas de lado pelo resto do mundo, e são raramente lembradas pela imprensa ou pelos líderes mundiais, por exemplo. Entretanto, essa realidade é modificada quando um desses lugares se torna rota do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122023-lixo-rejeitado-em-bases-militares-sovieticas-revela-coisas-incriveis.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">lixo&nbsp;</a>mundial que flutua pelas correntes oceânicas. Esse, infelizmente, é o caso da Ilha da Ascensão, que depois de anos esquecida, virou notícia recentemente por ser habitada pelo lixo gerado pelas mais de 8 bilhões de pessoas ao redor do mundo.<h2 style="text-align: justify;">História da ilha</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/13/13174811790484.jpg" alt="(Fonte: Alice Chamberlain | ZSL)">(Fonte: Alice Chamberlain | ZSL)Localizada no Oceano Atlântico, no meio do caminho entre o Brasil e a Angola, a Ilha da Ascensão recebeu esse nome quando foi redescoberta justamente no Dia da Ascensão, pelo Grande, o César do Oriente, o Leão dos Mares, o Terribil&nbsp;e o Marte Português – &nbsp;Afonso de Albuquerque. Antes, havia sido encontrada – sem querer – por João da Nova, em 1501. Entretanto, naquela época, os portugueses não estavam tão interessados em invadir o lugar, visto que o comércio com o Oriente era mais importante naquele momento.Ascensão foi ocupada, durante muito tempo, por aves marinhas e tartarugas que viajavam milhões de quilômetros, a partir do Brasil, para procriar. Os primeiros humanos só foram habitar a Ilha em 1815, quando a Marinha Real Britânica montou ali um acampamento para vigiar Napoleão Bonaparte, que estava exilado a quase 1,3 mil quilômetros a sudeste da Ilha da Ascensão. Depois disso, o local ganhou importância geopolítica e abriga até uma base área da Força Real Britânica.Atualmente, o local possui pouco mais de mil habitantes – a maior parte da população são os funcionários da base e suas famílias –, com uma área total de 88 km², fazendo parte do território britânico Agora, como uma Ilha tão importante geopoliticamente, e sendo habitada por várias famílias, pode ter virado um depósito gigante de lixo? A gente te explica!<h2 style="text-align: justify;">A poluição do mundo todo que vem pelo mar&nbsp;</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/13/13202312479043.jpg" alt="(Fonte: Reprodução)">(Fonte: Reprodução)De acordo com reportagem produzida pela BBC, o lixo encontrado no litoral da Ilha veio de países como África do Sul, China e Japão. Uma equipe ambientalistas e pesquisadores da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), passou cinco semanas avaliando o tamanho da poluição no local, e qual a gravidade da situação. Eles chegaram a conclusão de que mais de 900 espécies da vida marítima estão ameaçadas pela poluição encontrada no local. É o caso da ave fragata, do caranguejo terrestre e de milhares de espécies de aves, peixes, <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122170-como-o-plastico-esta-matando-as-tartarugas-marinhas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tartarugas&nbsp;</a>e até tubarões.Foram mais de 7 mil pedaços de plásticos encontrados na costa sudoeste da Ilha durante a expedição de pesquisadores da ZSL. Segundo a bióloga marinha Fiona Llewellyn, os animais estão ingerindo e ficando enroscados em grandes pedaços de plástico, causando dano à saúde dos mesmos. "Os tipos de plásticos mais comuns encontrados no local são garrafas, pedaços de plástico rígido que se romperam, equipamentos de pesca e pontas de cigarro", completa.Um agravante da situação, é que a maior parte do lixo se encontra encalhado em penhascos que são perigosos e difíceis de alcançar, o que acaba dificultando o processo de limpeza.A equipe de conservação ambientalista da Sociedade Zoológica de Londres juntou esforços para uma campanha de combate a poluição plástica do local, em conjunto com o governo da Ilha de Ascensão, o governo da Ilha de Santa Helena, a Universidade de Exeter e a Universidade Nelson Mandela. O projeto terá duração de três anos, e consistirá em identificar as garrafas plásticas, avaliar as suas datas de validade e entender quando, como e onde elas podem ter entrado no mar.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:34.559Z

Ilha no Atlântico Sul é repleta de lixo do mundo todo

Imagem de Restos de tigre-da-tasmânia são encontrados após 86 anos no megacurioso

Último exemplar da espécie morreu em zoológico na Austrália em 1936 e seu corpo permaneceu perdido desde então

<head></head><body>Os restos mortais do último tigre-da-tasmânia conhecido no mundo, o qual era chamado de "Benjamin" e foi considerado perdido por décadas, foram redescobertos recentemente em um armário de um museu na Austrália. O animal havia morrido no zoológico de Beaumaris, em Hobart, na noite de 7 de setembro de 1936 e seu corpo foi descartado em sequência.Após uma análise minuciosa, pesquisadores perceberam que seu <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/108849-voce-ja-viu-como-e-o-esqueleto-de-um-ourico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esqueleto</a> tinha entrado para a coleção do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia (TMAG) naquele mesmo ano, mas não foi devidamente catalogado. Após 86 anos de espera, o mistério foi finalmente resolvido. Conheça mais sobre esse caso!<h2>Anos de busca</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/07/07182920434385.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)De acordo com o relato fornecido pelo pesquisador Robert Paddle, diversos curadores passaram anos procurando pelos restos mortais do tigre-da-tasmânia sem ter nenhum sucesso. Segundo as primeiras análises feitas, nenhum material de tilacino — gênero da espécie — datado de 1936 constava nos registros na coleção zoológica. Logo, assumiu-se que seu corpo tinha sido descartado.No entanto, investigações mais recentes feitas por Paddle e por Kathryn Medlock, curadora de vertebrados do TMAG, revelaram que os restos mortais do último espécime de tigre-da-tasmânia conhecidos estavam dentro do museu, dando fim a um mistério que se prolongou por gerações.Medlock afirmou que descobriu o relatório de um taxidermista que não foi publicado no relatório anual do museu entre 1936 e 1947, o qual mencionava um tilacino entre a lista de espécimes trabalhados. Então, os pesquisadores tiveram que revisar todas as peles e esqueletos existentes na coleção do TMAG para conectar as pontas do caso. Como o animal havia sido preparado por um taxidermista, ele acabou sendo listado como um "espécie de educação" em vez de um "espécie de pesquisa", gerando uma enorme confusão.<h2>Exibição no museu</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/07/07183002261386.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em sua fala, Paddle afirmou que o tilacino em questão era uma fêmea idosa que havia sido capturada pelo caçador Elias Churchill no sul da Tasmânia e vendida ao zoológico em maio de 1936. Na época, a venda não foi registrada ou divulgada pela instituição porque a captura desse tipo de animal em terra já era considerada ilegal, o que poderia acarretar uma multa para Churchill.O tigre-da-tasmânia viveu apenas alguns meses no local. Após sua morte, seu corpo foi transferido para o TMAG. Sua pele foi involuntariamente usada no passado para ensinar aos alunos sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122846-7-fatos-incriveis-sobre-o-demonio-da-tasmania.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">marsupiais</a>. Segundo Paddle, a redescoberta desse animal acaba com a teoria de que o último espécime era um macho muito fotografado e filmado, muitas vezes referido como "Benjamin". &nbsp;Durante a época da colonização europeia na <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/123681-australia-ocidental-a-regiao-que-e-um-pesadelo-para-navegadores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Austrália</a>, recompensas foram colocadas nos tilacinos, descritos como criaturas noturnas e tímidas, por conta das preocupações de que essa espécie atacava o gado na Tasmânia. Após os recentes achados, a pele e o esqueleto do último tigre-da-tasmânia conhecido foram colocados em exibição pública no museu, onde os visitantes poderão apreciá-lo após 86 anos de espera.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:33.935Z

Restos de tigre-da-tasmânia são encontrados após 86 anos

Imagem de Hempcrete: concreto de cânhamo é novo aliado na construção civil no megacurioso

Material utiliza uma mistura de cânhamo e concreto, e oferece uma alternativa mais sustentável para a construção de casas

Construir uma casa requer diversos materiais, entre eles o <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/42541-voce-sabe-qual-e-a-diferenca-entre-cimento-e-concreto-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">concreto</a>. O mercado oferece algumas opções para uso, e entre elas há uma que vem se popularizando por conta de sua composição: o hempcrete.Hempcrete é uma mistura das palavras hemp e concrete, que significam "cânhamo" e "<a href="https://www.megacurioso.com.br/marte/89381-cientistas-descobrem-metodo-simples-para-fazer-concreto-em-marte.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">concreto</a>" em inglês, respectivamente. Para sua produção, é necessário utilizar a parte interna do caule da planta misturada com cal e água, oferecendo uma opção mais sustentável e capaz de fornecer isolamento natural contra calor e água — além de ser à prova de fogo.<h2>Construções mais amigas da natureza e baratas</h2>Esse material orgânico também é eficiente e econômico. Um detalhe curioso é que seu uso não é tão recente quanto muitos imaginam, tendo em vista que, no século VI, já era possível encontrar o hempcrete em pilares de pontes na França.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/2jEWmM5dKnc" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Outra vantagem no que diz respeito ao uso desse material na construção é a preservação dos ambientes. Pelo fato de ser livre de toxinas, o hempcrete não sofre com o ataque de mofo ou de pragas, por exemplo.Caso esteja curioso, vale mencionar que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/novos-materiais/36298-tecnologia-brasileira-revoluciona-fabricacao-de-cimento.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">concreto</a> tradicional libera grandes quantidades de carbono na atmosfera em seu processo de fabricação. Já o substituto derivado do cânhamo, em contrapartida, absorve o carbono ao longo de sua vida — mais do que o emitido durante a fabricação do hempcrete.<h2>Benefícios do hempcrete</h2>Para quem se pergunta sobre a vantagem de utilizar o concreto de cânhamo na construção, confira algumas de suas características a seguir:<ul><li>Natural e atóxico;</li><li>Nenhuma emissão de gases venenosos;</li><li>Não utiliza solventes;</li><li>Resistente a mofo e pragas;</li><li>Respirável;</li><li>Excelente controle de umidade;</li><li>Durável;</li><li>Sustentável;</li><li>Resistência ao fogo;</li><li>Ótimo isolante;</li><li>Forte;</li><li>Leve;</li><li>Carbono negativo.</li></ul><h2>Aliados na popularização</h2>Para ajudar a tornar o uso do hempcrete ainda mais difundido, empresas que foram inspiradas pelo falecido Dr. Prem Jain (considerado pai da construção sustentável na Índia) trabalham em conjunto com governos locais para cultivar a planta e criar protótipos de estruturas que possam ser usadas de maneira ampla nos vários setores da construção.

thumb-image-2024-02-29T14:06:33.653Z

Hempcrete: concreto de cânhamo é novo aliado na construção civil

Imagem de Ninhos artificiais estão salvando pinguins africanos do calor no megacurioso

Ninhos de cerâmica foram criados na África do Sul para proteger aves do aumento das temperaturas

<head></head><body>O <a href="https://www.megacurioso.com.br/aquecimento-global/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aumento das temperaturas</a> ao redor do globo é um problema debatido há algum tempo, e todos os habitantes do nosso planeta já podem sentir os reflexos disso. Neste grupo, podemos citar os <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/102425-no-dia-do-pinguim-saiba-25-fatos-interessantes-sobre-esses-bichinhos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pinguins africanos</a>, que precisaram da ajuda dos cientistas para escapar do calor excessivo.Observando o comportamento das aves ao longo do tempo, era possível ver que no passado esses <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106213-voce-soube-que-uma-imensa-colonia-de-pinguins-foi-descoberta-do-espaco.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pinguins</a> costumavam depositar seus ovos em tocas escavadas em camadas de seu próprio excremento, conhecido como guano. Porém, a partir do século XIX esse material passou a ser recolhido por comerciantes e enviado para o Reino Unido como fertilizante, forçando os animais a deixarem seus ovos ao ar livre.Entretanto, em tempos recentes o aumento do calor apareceu para atrapalhar tudo. Shaun Welman, uma zoóloga da Universidade Nelson Mandela, chegou a ver pinguins com olhos fechados, bicos abertos e cabeças caídas no forte calor do meio-dia lutando para proteger seus ovos — o que é um perigo, tendo em vista que eles evoluíram para reter calor na água gelada, e essa condição os superaquece facilmente.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/12/04/04224514994009.jpg" alt="Ninhos de cerâmica são os novos aliados na preservação dos pinguins africanos em sua luta contra o calor. (Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodução)">Ninhos de cerâmica são os novos aliados na preservação dos pinguins africanos em sua luta contra o calor. (Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodução)<h2>Ajuda humana</h2>Com esse cenário, o time liderado por Welman passou a investir na criação de ninhos de cerâmica para as aves, oferecendo um ambiente ainda mais frio que o visto nas tocas de guano e, consequentemente, ajudando na preservação dos ovos para a manutenção da espécie (que passou de três milhões para algo em torno de 48 mil pinguins africanos).Para se ter uma ideia, nos últimos quatro anos foram mais de 1.500 ninhos feitos à mão em cinco colônias de pinguins, incluindo nessa relação Bird Island, área que abriga quase metade dos pinguins africanos que ainda restam no mundo."Encontrar soluções eficazes de conservação é vital, dada a situação terrível da população de pinguins africanos", ressaltou Welman.&nbsp;Vale dizer, entretanto, que os pinguins africanos ainda enfrentam outro problema: a pesca predatória de anchovas e sardinhas, que são as presas preferidas das aves.&nbsp;Para ajudar a reverter esse cenário, cientistas e conservacionistas estão pressionando o governo sul-africano a fechar a pesca comercial em torno de seis colônias de reprodução de pinguins africanos até que as populações consigam se recuperar.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:33.610Z

Ninhos artificiais estão salvando pinguins africanos do calor

Imagem de Pulsos elétricos evitam a pesca acidental de tubarões e arraias no megacurioso

O equipamento recém-apresentado pode ajudar a proteger espécies ameaçadas de extinção

<head></head><body>Um pequeno dispositivo capaz de emitir pulsos elétricos, que fica preso em equipamentos de pesca, pode ajudar a reduzir as capturas acidentais de tubarões em mais de 90%, preservando também as arraias. A tecnologia, batizada de SharkGuard, foi apresentada em um estudo publicado na revista Current Biology, na segunda-feira (21).Desenvolvido por cientistas da Universidade de Exeter, no Reino Unido, o aparelho tem o tamanho e o formato de uma pilha AA. Colocado na linha de anzol, próximo à isca, ou preso a redes de pesca, ele gera pequenos pulsos de eletricidade a cada dois segundos.Essa carga elétrica é o suficiente para causar desconforto em <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120294-estudo-diz-que-tubaroes-atacam-seres-humanos-por-engano-entenda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tubarões</a>, arraias e outros animais marinhos. Isso acontece porque tais espécies possuem eletrorreceptores na região do nariz e da boca, chamados de “ampolas de&nbsp;Lorenzini”, que detectam as mais sutis mudanças nos campos elétricos subaquáticos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/24/24103234309091.jpg" alt="O SharkGuard pode ser acoplado à linha do anzol. (Fonte: Fishtek Marine/Divulgação)">O SharkGuard pode ser acoplado à linha do anzol. (Fonte: Fishtek Marine/Divulgação)De acordo com o professor da universidade britânica, Phil Doherty, a ação do SharkGuard “sobrecarrega os sentidos” dos tubarões e arraias. A reação imediata dos animais é nadar para longe dos pulsos elétricos, evitando a captura acidental, como mostraram os testes da tecnologia.<h2>Salvando espécies ameaçadas de extinção</h2>A cada ano, estima-se que 100 milhões de tubarões e arraias são mortos como resultado da captura acidental na indústria pesqueira global, afetando algumas espécies em risco de extinção. A presença desses animais tem diminuído consideravelmente nas últimas décadas, devido à atividade humana.O dispositivo surgiu com a missão de reduzir esses números, se mostrando eficaz nos testes. Para verificar o funcionamento do SharkGuard, a empresa Fishtek Marine equipou dois <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121212-6-navios-desconhecidos-que-afundaram-na-primeira-viagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">navios de pesca</a> com a tecnologia — as embarcações também levaram os equipamentos convencionais.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/9kslBc3bFfc" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Quando se aproximavam dos anzóis, os tubarões mordiam a isca e acabavam pescados acidentalmente, pois não eram o alvo dos pescadores. Mas esta ação raramente acontecia se o dispositivo estivesse presente, assim como no caso das arraias, reduzindo a pesca por engano.Conforme a pesquisa, o uso do dispositivo que emite pulsos elétricos diminuiu a captura acidental de tubarões-azuis em 91%, quando comparado ao uso do equipamento convencional. Já no caso das arraias, a redução foi um pouco menor, chegando a 71%.<h2>Facilitando a pesca do atum</h2>Além de contribuir para a recuperação da população de tubarões e arraias nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122354-vida-nas-profundezas-5-fatos-incriveis-sobre-o-mar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oceanos</a>, o SharkGuard pode facilitar a captura do peixe que é o principal alvo dos pescadores, o atum. Aparentemente, ele não é afetado pelos pulsos elétricos do dispositivo cilíndrico, apesar de as taxas de captura desta espécie terem sido baixas durante o estudo.O resultado mostra que a tecnologia ainda precisa ser melhor desenvolvida, mesmo contribuindo para a preservação de espécies ameaçadas. Outro ponto que merece atenção é a duração da bateria do dispositivo, com os responsáveis pelo projeto pensando em trocar o componente por um modelo carregado por indução, mais eficiente.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:33.528Z

Pulsos elétricos evitam a pesca acidental de tubarões e arraias

Imagem de Atlantropa: o ambicioso projeto que pretendia drenar o Mediterrâneo no megacurioso

Proposto por um arquiteto alemão, o projeto visava juntar a Europa com a África em um único continente

<head></head><body>Na década de 1920, o arquiteto alemão Herman Sörgel elaborou um projeto inusitado e bastante ambicioso. Prevendo que a Europa iria passar por um problema de superpopulação, ele pensou em construir uma série de represas no Mar Mediterrâneo para drená-lo e abaixar o nível da água.De acordo com Sörgel, isso iria aumentar a área da Europa e da África a ponto de quase transformá-los em uma coisa só: a Atlantropa. Porém, poucas pessoas levaram a sério a ideia, que nunca passou de um plano megalomaníaco.<h2>A Atlantropa</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/29/29041041435000.png" alt="Mapa com as represas que serviriam para diminuir o nível do Mar Mediterrâneo. (Fonte: Deutsches Museum)">Mapa com as represas que serviriam para diminuir o nível do Mar Mediterrâneo. (Fonte: Deutsches Museum)Com o fim da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/117623-conheca-a-historia-da-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial</a>, a Alemanha passou por um processo de divisão territorial, além de ser obrigada a pagar os altos custos que os países inimigos tiveram com o conflito. Esse cenário é considerado um dos principais elementos que influenciaram o surgimento do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/121119-o-experimento-nazista-que-raptava-criancas-em-busca-da-raca-superior.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazismo</a> e que, anos mais tarde, daria origem à Segunda Guerra Mundial.&nbsp;Sabendo desse ambiente delicado e belicoso, Sörgel pensou que seria possível ampliar o território europeu com um projeto ousado. A Atlantropa seria uma tentativa de garantir que os países do continente tivessem mais terras cultiváveis e habitáveis, drenando o Mar Mediterrâneo.A ideia era construir uma hidrelétrica gigantesca — que faria Itaipu parecer uma miniatura. Ela seria erguida no Estreito de Gibraltar, e seria a represa principal de uma série de outras barragens que seriam feitas no Estreito de Dardanelos, no Canal de Suez e entre a Sicília e a Tunísia.O que Sörgel pretendia com isso, era diminuir cerca de 200 metros o nível do Mar Mediterrâneo, ampliando as áreas da Europa e da África, aproximando ambos os continentes, além de gerar uma quantidade gigantesca de energia elétrica. Sörgel acreditava que, caso desse certo, seu projeto iria garantir a paz no continente europeu, uma vez que geraria empregos tanto para a construção das represas, quanto para a produção de alimento nas áreas drenadas.<h2>Criando um problema maior ainda</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/29/29075203042000.jpg" alt="Herman Sörgel. (Fonte: Wikimedia Commons)">Herman Sörgel. (Fonte: Wikimedia Commons)Além de inviável financeiramente — a Europa vivia um cenário de crise econômica com o fim da Primeira Guerra e o projeto foi estimado para levar 100 anos para ficar pronto —, a Atlantropa se sustentava em uma ideia bastante complicada. Ela seria uma solução para o continente europeu apenas.Sörgel não estava interessado em favorecer também a África. Em outras palavras, seu plano serviria para dar início a uma nova era colonialismo no continente.&nbsp;Além disso, nenhum dos países banhados pelo Mediterrâneo se interessou em ter seu território ampliado às custas de perder o acesso ao mar. Para esses países, seria como perder uma parte das suas próprias história e cultura, além de dificultar o acesso marítimo a outros países.Com tantas dificuldades e benefícios que só seriam usufruídos em um tempo muito longo, o projeto chamou a atenção de poucas pessoas. E nesse período, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122408-se-hitler-era-do-terceiro-reich-qual-eram-os-outros-dois.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Alemanha foi dominada pelo nazismo</a>. Quando a Segunda Guerra começou, Sörgel não teve nenhuma opção além de colocar seu plano ambicioso de lado.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:33.369Z

Atlantropa: o ambicioso projeto que pretendia drenar o Mediterrâneo

Imagem de Nova espécie de coruja é descoberta, mas já pode estar em perigo no megacurioso

Pesquisadores identificaram animal pelo seu canto único, semelhante ao de alguns insetos

<head></head><body>Um grupo de pesquisadores identificou uma nova <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais/75612-24-especies-de-corujas-que-vao-te-impressionar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">espécie de coruja</a> no arquipélago africano da República Democrática de São Tomé e Príncipe. O animal foi registrado pela primeira vez em 2016, mas acredita-se que sua existência é conhecida desde 1928.Depois de alguns estudos mais aprofundados, a equipe verificou que havia diferenças o suficiente para considerá-la uma nova espécie. Porém, mesmo recém-descoberto, o animal pode ser classificado como “criticamente em perigo” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).<h2>A nova espécie</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/30/30223306268002.jpg" alt="Detalhes da nova espécie de coruja. (Fonte: ZooKeys)">Detalhes da nova espécie de coruja. (Fonte: ZooKeys)Existem diversos itens que precisam ser considerados, antes de sugerir uma nova espécie de ser vivo. Muitas vezes, animais que são fisicamente muito diferentes podem ser geneticamente o mesmo e vice-versa. Por isso, é relativamente comum que novas espécies sejam sugeridas no meio científico.Foi isso que aconteceu com um grupo de corujas encontradas na Ilha de Príncipe, na República Democrática de São Tomé e Príncipe. O animal, que já era conhecido na região, pertence a um grupo grande e bastante diverso de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114992-voce-sabia-que-corujas-tambem-dormem-de-brucos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corujas</a>, conhecido como Otus. Porém, com um estudo que considerou a morfologia, cor e padrão da plumagem, vocalizações e genética, foi possível classificar que se tratava de fato uma nova espécie.&nbsp;Otus é o nome genérico dado a um grupo de pequenas <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/113328-coruja-obesa-e-resgatada-apos-nao-conseguir-mais-voar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corujas</a>, comumente chamadas de corujas-do-mato. Elas são encontradas na Eurásia e na África, e o grupo possui espécies bastante conhecidas.Uma das características que ajudou a equipe a reconhecer a espécie como única foi a sua vocalização. Essas corujas emitem um piado curto e repetido, em um ritmo rápido de cerca de uma nota por segundo. É um ruído bastante semelhante ao de alguns insetos e ele costuma ser emitido em duetos, principalmente após o anoitecer.<h2>Dando nome às corujas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/30/30225825655000.png" alt="Ceciliano do Bom Jesus, o Bikegila. (Fonte: Martim Melo)">Ceciliano do Bom Jesus, o Bikegila. (Fonte: Martim Melo)Após se identificada, o animal recebeu o nome científico Otus bikegila. Ele homenageia o guarda do Parque Natural do Obô, Ceciliano do Bom Jesus, cujo apelido é Bikegila. Os pesquisadores afirmaram que sem a contribuição do guarda, a descoberta não teria sido possível. O nome popular da coruja é mocho-do-príncipe.Esta é a oitava espécie conhecida de ave endêmica na Ilhe de Príncipe. Por se tratar de uma ilha de apenas 139 km², há uma preocupação especial na conservação do local — o mesmo vale para as ilhas vizinhas de São Tomé e Ano-Bom, está última pertencente à Guiné Equatorial.A equipe também realizou um levantamento em toda a Ilha de Príncipe para determinar a distribuição e dimensão populacional da nova espécie. Eles descobriram que os animais são encontrados apenas na parte desabitada do sul da ilha, ocupando uma área de cerca de 15 km².Por se tratar de uma extensão muito pequena e ser o único local do mundo onde a espécie é encontrada, a equipe sugeriu que a espécie seja classificada como “criticamente em perigo” —o nível de ameaça mais alto da IUCN. A organização ainda está avaliando esta recomendação.</body>

thumb-image-2024-02-29T14:06:33.165Z

Nova espécie de coruja é descoberta, mas já pode estar em perigo

Imagem de Ave supostamente extinta é vista pela primeira vez em 140 anos no megacurioso

Registrado em Papua-Nova Guiné, o pombo-faisão-de-nuca-preta tinha sido documentado em 1882

<head></head><body>O pombo-faisão-de-nuca-preta, um pássaro que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122188-5-especies-de-animais-que-ressuscitaram-da-extincao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">se acreditava estar extinto</a>, teve imagens registradas pela primeira vez em 140 anos. A ave raríssima foi filmada e fotografada por cientistas americanos, em setembro, na floresta da Ilha Fergusson, em Papua-Nova Guiné.Com nome científico de&nbsp;Otidiphaps insularis, a espécie nativa do país localizado na Oceania não era documentada desde 1882. Ela foi observada pela primeira e única vez naquele longínquo ano do século XIX e, desde então, nunca mais foi encontrada, levando os pesquisadores a considerá-la extinta.Mas o seu visual diferente vinha chamando a atenção de moradores da ilha, nos últimos tempos, que apelidaram a ave de “auwo”. Os rumores sobre o pássaro correram o mundo, até que cientistas do Cornell Lab of Ornithology, dos Estados Unidos, resolveram ir até lá conferir o bicho de perto.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/25/25014911822002.jpg" alt="A ave tem um visual exótico. (Fonte: American Bird Conservancy/Divulgação)">A ave tem um visual exótico. (Fonte: American Bird Conservancy/Divulgação)A equipe liderada pelo pesquisador da instituição americana, Jordan Boersma, precisou realizar duas expedições à ilha. Somente na segunda vez eles conseguiram localizar o pombo-faisão-de-nuca-preta, mas a princípio não sabiam que se tratava de uma ave que não era avistada há 140 anos.<h2>Dificuldades para encontrá-la</h2>Contando com o auxílio de especialistas do Museu Nacional de Papua-Nova Guiné e da American Bird Conservancy, Boersma e sua equipe tiveram que enfrentar uma série de obstáculos para observar o <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117869-passaro-meio-macho-meio-femea-e-fotografado-nos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pássaro raro</a>, incluindo os atrasos causados pela pandemia. O primeiro passo foi encontrar alguém que tinha visto a ave nos últimos anos.Após alguns dias de busca, eles acharam o caçador Augustin Gregory, responsável por indicar a direção correta. A etapa seguinte foi a montagem de 12 armadilhas fotográficas, posicionadas em locais estratégicos do Monte Kilkerran, na parte mais alta da Ilha Fergusson.<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/5Efd3eAK1N4" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Mesmo com as câmeras posicionadas, não foi nada fácil registrar imagens do pombo-faisão-de-nuca-preta. Segundo o chefe da expedição, os vídeos e fotos da ave supostamente extinta só foram feitos dois dias antes da data na qual o equipamento seria desmontado.“Depois de um mês de busca, ver aquelas primeiras fotos do pombo-faisão foi como encontrar um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/109094-unicornios-realmente-existiram-e-viveram-com-nossos-antepassados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">unicórnio</a>. É o tipo de momento com o qual você sonha toda a sua vida como conservacionista e observador de pássaros”, celebrou o diretor da American Bird Conservancy, John C. Mittermeier, colíder da expedição.<h2>Espécie ameaçada</h2>Como a ave passou 140 anos “desaparecida”, os ornitólogos&nbsp;têm poucas informações a respeito dela. Contando com uma cauda larga e comprimida na lateral, assim como os outros pombos-faisão, essa espécie é um&nbsp;pombo grande que vive no solo, conforme a descrição feita pelos pesquisadores.Os especialistas acreditam que a população dela seja pequena e esteja diminuindo. Para mudar o quadro, há planos de realizar uma nova expedição à ilha com o objetivo de conhecer melhor o animal e o ambiente em que ele vive, além de iniciar uma campanha para salvar a espécie da extinção.</body>

Meio ambiente

Novidades