Atlantropa: o ambicioso projeto que pretendia drenar o Mediterrâneo

02/12/2022 às 13:002 min de leitura

Na década de 1920, o arquiteto alemão Herman Sörgel elaborou um projeto inusitado e bastante ambicioso. Prevendo que a Europa iria passar por um problema de superpopulação, ele pensou em construir uma série de represas no Mar Mediterrâneo para drená-lo e abaixar o nível da água.

De acordo com Sörgel, isso iria aumentar a área da Europa e da África a ponto de quase transformá-los em uma coisa só: a Atlantropa. Porém, poucas pessoas levaram a sério a ideia, que nunca passou de um plano megalomaníaco.

A Atlantropa

Mapa com as represas que serviriam para diminuir o nível do Mar Mediterrâneo. (Fonte: Deutsches Museum)Mapa com as represas que serviriam para diminuir o nível do Mar Mediterrâneo. (Fonte: Deutsches Museum)

Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha passou por um processo de divisão territorial, além de ser obrigada a pagar os altos custos que os países inimigos tiveram com o conflito. Esse cenário é considerado um dos principais elementos que influenciaram o surgimento do nazismo e que, anos mais tarde, daria origem à Segunda Guerra Mundial. 

Sabendo desse ambiente delicado e belicoso, Sörgel pensou que seria possível ampliar o território europeu com um projeto ousado. A Atlantropa seria uma tentativa de garantir que os países do continente tivessem mais terras cultiváveis e habitáveis, drenando o Mar Mediterrâneo.

A ideia era construir uma hidrelétrica gigantesca — que faria Itaipu parecer uma miniatura. Ela seria erguida no Estreito de Gibraltar, e seria a represa principal de uma série de outras barragens que seriam feitas no Estreito de Dardanelos, no Canal de Suez e entre a Sicília e a Tunísia.

O que Sörgel pretendia com isso, era diminuir cerca de 200 metros o nível do Mar Mediterrâneo, ampliando as áreas da Europa e da África, aproximando ambos os continentes, além de gerar uma quantidade gigantesca de energia elétrica. Sörgel acreditava que, caso desse certo, seu projeto iria garantir a paz no continente europeu, uma vez que geraria empregos tanto para a construção das represas, quanto para a produção de alimento nas áreas drenadas.

Criando um problema maior ainda

Herman Sörgel. (Fonte: Wikimedia Commons)Herman Sörgel. (Fonte: Wikimedia Commons)

Além de inviável financeiramente — a Europa vivia um cenário de crise econômica com o fim da Primeira Guerra e o projeto foi estimado para levar 100 anos para ficar pronto —, a Atlantropa se sustentava em uma ideia bastante complicada. Ela seria uma solução para o continente europeu apenas.

Sörgel não estava interessado em favorecer também a África. Em outras palavras, seu plano serviria para dar início a uma nova era colonialismo no continente. 

Além disso, nenhum dos países banhados pelo Mediterrâneo se interessou em ter seu território ampliado às custas de perder o acesso ao mar. Para esses países, seria como perder uma parte das suas próprias história e cultura, além de dificultar o acesso marítimo a outros países.

Com tantas dificuldades e benefícios que só seriam usufruídos em um tempo muito longo, o projeto chamou a atenção de poucas pessoas. E nesse período, a Alemanha foi dominada pelo nazismo. Quando a Segunda Guerra começou, Sörgel não teve nenhuma opção além de colocar seu plano ambicioso de lado.

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