Artes/cultura
07/12/2022 às 12:59•2 min de leitura
Os restos mortais do último tigre-da-tasmânia conhecido no mundo, o qual era chamado de "Benjamin" e foi considerado perdido por décadas, foram redescobertos recentemente em um armário de um museu na Austrália. O animal havia morrido no zoológico de Beaumaris, em Hobart, na noite de 7 de setembro de 1936 e seu corpo foi descartado em sequência.
Após uma análise minuciosa, pesquisadores perceberam que seu esqueleto tinha entrado para a coleção do Museu e Galeria de Arte da Tasmânia (TMAG) naquele mesmo ano, mas não foi devidamente catalogado. Após 86 anos de espera, o mistério foi finalmente resolvido. Conheça mais sobre esse caso!
(Fonte: Wikimedia Commons)
De acordo com o relato fornecido pelo pesquisador Robert Paddle, diversos curadores passaram anos procurando pelos restos mortais do tigre-da-tasmânia sem ter nenhum sucesso. Segundo as primeiras análises feitas, nenhum material de tilacino — gênero da espécie — datado de 1936 constava nos registros na coleção zoológica. Logo, assumiu-se que seu corpo tinha sido descartado.
No entanto, investigações mais recentes feitas por Paddle e por Kathryn Medlock, curadora de vertebrados do TMAG, revelaram que os restos mortais do último espécime de tigre-da-tasmânia conhecidos estavam dentro do museu, dando fim a um mistério que se prolongou por gerações.
Medlock afirmou que descobriu o relatório de um taxidermista que não foi publicado no relatório anual do museu entre 1936 e 1947, o qual mencionava um tilacino entre a lista de espécimes trabalhados. Então, os pesquisadores tiveram que revisar todas as peles e esqueletos existentes na coleção do TMAG para conectar as pontas do caso. Como o animal havia sido preparado por um taxidermista, ele acabou sendo listado como um "espécie de educação" em vez de um "espécie de pesquisa", gerando uma enorme confusão.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em sua fala, Paddle afirmou que o tilacino em questão era uma fêmea idosa que havia sido capturada pelo caçador Elias Churchill no sul da Tasmânia e vendida ao zoológico em maio de 1936. Na época, a venda não foi registrada ou divulgada pela instituição porque a captura desse tipo de animal em terra já era considerada ilegal, o que poderia acarretar uma multa para Churchill.
O tigre-da-tasmânia viveu apenas alguns meses no local. Após sua morte, seu corpo foi transferido para o TMAG. Sua pele foi involuntariamente usada no passado para ensinar aos alunos sobre marsupiais. Segundo Paddle, a redescoberta desse animal acaba com a teoria de que o último espécime era um macho muito fotografado e filmado, muitas vezes referido como "Benjamin".
Durante a época da colonização europeia na Austrália, recompensas foram colocadas nos tilacinos, descritos como criaturas noturnas e tímidas, por conta das preocupações de que essa espécie atacava o gado na Tasmânia. Após os recentes achados, a pele e o esqueleto do último tigre-da-tasmânia conhecido foram colocados em exibição pública no museu, onde os visitantes poderão apreciá-lo após 86 anos de espera.