Estilo de vida
06/12/2022 às 11:00•2 min de leitura
O aumento das temperaturas ao redor do globo é um problema debatido há algum tempo, e todos os habitantes do nosso planeta já podem sentir os reflexos disso. Neste grupo, podemos citar os pinguins africanos, que precisaram da ajuda dos cientistas para escapar do calor excessivo.
Observando o comportamento das aves ao longo do tempo, era possível ver que no passado esses pinguins costumavam depositar seus ovos em tocas escavadas em camadas de seu próprio excremento, conhecido como guano. Porém, a partir do século XIX esse material passou a ser recolhido por comerciantes e enviado para o Reino Unido como fertilizante, forçando os animais a deixarem seus ovos ao ar livre.
Entretanto, em tempos recentes o aumento do calor apareceu para atrapalhar tudo. Shaun Welman, uma zoóloga da Universidade Nelson Mandela, chegou a ver pinguins com olhos fechados, bicos abertos e cabeças caídas no forte calor do meio-dia lutando para proteger seus ovos — o que é um perigo, tendo em vista que eles evoluíram para reter calor na água gelada, e essa condição os superaquece facilmente.
Ninhos de cerâmica são os novos aliados na preservação dos pinguins africanos em sua luta contra o calor. (Fonte: Smithsonian Magazine/Reprodução)
Com esse cenário, o time liderado por Welman passou a investir na criação de ninhos de cerâmica para as aves, oferecendo um ambiente ainda mais frio que o visto nas tocas de guano e, consequentemente, ajudando na preservação dos ovos para a manutenção da espécie (que passou de três milhões para algo em torno de 48 mil pinguins africanos).
Para se ter uma ideia, nos últimos quatro anos foram mais de 1.500 ninhos feitos à mão em cinco colônias de pinguins, incluindo nessa relação Bird Island, área que abriga quase metade dos pinguins africanos que ainda restam no mundo.
"Encontrar soluções eficazes de conservação é vital, dada a situação terrível da população de pinguins africanos", ressaltou Welman.
Vale dizer, entretanto, que os pinguins africanos ainda enfrentam outro problema: a pesca predatória de anchovas e sardinhas, que são as presas preferidas das aves.
Para ajudar a reverter esse cenário, cientistas e conservacionistas estão pressionando o governo sul-africano a fechar a pesca comercial em torno de seis colônias de reprodução de pinguins africanos até que as populações consigam se recuperar.