Imagem de Tênis: como o esporte considerado da "elite social" mudou a moda no megacurioso

Aposto que você já vestiu uma polo ou camisa com colarinho aberto

<head></head><body>Antes de ser considerado vulgar, agressivo e até barulhento, o tênis foi considerado um esporte jogado apenas pelos ricos. E se ainda é visto como tal, é devido aos clubes privados, os mesmos onde o esporte se popularizou entre a classe do Upper East Side, na Nova York de 1950.Afinal, não havia nenhum clube daquela época que abrigasse outros esportes populares, como futebol e basquete, para que os adultos ou jovens ricos jogassem, apenas golfe e o tênis, em meio a restaurantes cinco estrelas, bares, saunas, jacuzzis e salões de baile.O tênis enfrenta problemas com sua identidade social desde o século XII, na França, quando era chamado de "jeu de paume" e jogado pela realeza europeia, até ser convertido em "tênis de grama" pela Grã-Bretanha e conectado ao estilo de vida da classe alta.<h2>Transformando o mundo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/23/23171349319444.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodução)">(Fonte: Pinterest/Reprodução)O esporte chegou na América do Norte em Staten Island (Nova York) em meados de 1872, se espalhando rapidamente por todo o país por seu estilo elitista, encontrando seu auge na década de 1970. O tênis se tornou um estilo de vida assim que o famoso tenista René Lacoste (1904–1996) introduziu uma camisa de malha de algodão de manga curta que permitia mais amplitude de movimentos durante as competições.Logo após isso, vieram os shorts brancos do tenista britânico Henry Austin, em um traje menos formal ainda. Com a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, adotando um design mais contemporâneo, vieram as saias plissadas, cardigãs e camisas polos. Foi assim que tudo começou a mudar.E se hoje você desfila com sua camisa polo e camisas com gola dobrada é graças ao que Lacoste decidiu fazer. A moda virou de cabeça para baixo e esse visual se tornou um fenômeno no mundo do tênis, se estendendo para outros esportes, como polo e golfe.<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The New York Times&nbsp;" data-fonte-url="https://static01.nyt.com/images/2021/10/10/obituaries/10Patty-obit2/08Patty2-02-articleLarge.jpg?quality=75&amp;auto=webp&amp;disable=upscale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/23/23171456054449.jpg" alt="(Fonte: The New York Times/Reprodução)">(Fonte: The New York Times/Reprodução)A palavra “engomadinho”, do termo em inglês “stuffed”, surgiu com a leva de estudantes de escolas preparatórias e universidades da <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120685-quando-universidades-encobriram-um-estudo-doentio-com-calouros-nus.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ivy League</a> levando o estilo de se vestir nas quadras de tênis dos clubes para os ambientes sociais.A partir daí, foi a vez da indústria da moda absorver a nova tendência e lançá-la em escala mundial, disseminando para todas as classes sociais e imprimindo em vários tipos de roupa.Ao longo dos anos 1950, o colarinho aberto enfrentou seus altos e baixos, mas sem nunca desaparecer, ganhando o coração da moda masculina ao ser divulgado pelo galã <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117665-little-bastard-a-maldicao-do-carro-que-tirou-a-vida-de-james-dean.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">James Dean</a> pelo mundo tudo.</body>

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Tênis: como o esporte considerado da 'elite social' mudou a moda

Conheça um pouco mais sobre a vida e carreira desta estilista que nasceu há 129 anos 

&Eacute; quase imposs&iacute;vel pensar em moda e n&atilde;o lembrar daquela que foi uma das mais emblem&aacute;ticas personalidades desse universo: Coco Chanel. A estilista teve uma enorme import&acirc;ncia, sen&atilde;o a mais marcante, para o desenvolvimento do setor fashion mundial desde as suas primeiras cria&ccedil;&otilde;es. Tanto que ela foi escolhida pela revista TIME como uma das 100 pessoas mais influentes do s&eacute;culo XX.
O vestidinho preto, os tailleurs de tweed, a combina&ccedil;&atilde;o com colares de p&eacute;rolas, cardigans, casaquetos, chap&eacute;us, as bolsas e tantos outros s&iacute;mbolos da moda, reproduzidos at&eacute; hoje, sa&iacute;ram da criativa imagina&ccedil;&atilde;o de Gabrielle Bonheur Chanel.
A partir das primeiras apari&ccedil;&otilde;es das roupas assinadas por ela na &eacute;poca p&oacute;s-Primeira Guerra Mundial, quem acompanhava a evolu&ccedil;&atilde;o do setor de moda soube que o mundo nunca mais seria o mesmo. Pelo menos aquele do estilo feminino de se vestir.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/fonte-wikimedia-commons-18160515310394.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Essa &eacute;poca em que Coco Chanel come&ccedil;ou a sua carreira foi marcada por uma euforia com o fim da guerra, era tempo de festa, boemia e cabar&eacute;s na Fran&ccedil;a, onde a liberdade feminina come&ccedil;ou a despontar com mais poder.
Segundo Annelise Castelli, Professora do Curso de Design de Moda da Universidade Positivo e Consultora do Senai + Design PR, a silhueta feminina almejada na &eacute;poca era de uma jovem magra, sem busto e com pernas muito, muito longas. Foi para esse estilo de mulher que Coco criou os seus primeiros &iacute;cones, tendo linhas retas e quadradas, com saias curtas no joelho, grandes decotes, sapatos tipo boneca e chap&eacute;u cloche.
&ldquo;O uso de malharia e outros tecidos inusitados como o j&eacute;rsei, al&eacute;m das meias-cal&ccedil;as de seda artificial. A simplicidade e a aus&ecirc;ncia de tantos adere&ccedil;os de outras &eacute;pocas s&atilde;o fruto da modernidade e da eleg&acirc;ncia com poucos detalhes. Ideias pregadas pela grande mentora do per&iacute;odo, a revolucion&aacute;ria Coco Chanel. Por&eacute;m, &agrave; noite, eram permitidos toques de riqueza como singelos bordados em p&eacute;rolas e franjas&rdquo;, explica Annelise.
<h2>Talento e ousadia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/fonte-reproducao-18161406279398.jpg" alt="(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A estilista nasceu no dia 19 de agosto de 1883 na cidade de Saumur, na Fran&ccedil;a. Coco costumava dizer que havia nascido dez anos mais tarde para se fazer mais jovem e para tentar apagar as lembran&ccedil;as de sua triste inf&acirc;ncia em um orfanato, onde sua m&atilde;e trabalhava quando ela nasceu.
Sua m&atilde;e morreu quando ela tinha seis anos de idade, deixando seu pai com cinco filhos, que ele rapidamente &ldquo;distribuiu&rdquo; para v&aacute;rios parentes. Nesta &eacute;poca, Coco foi mandada para outro orfanato cat&oacute;lico em Aubazine, onde aprendeu o of&iacute;cio de costureira. A partir da&iacute;, o seu talento para a modelagem come&ccedil;ou a aflorar.
Quando ela completou 18 anos, deixou o orfanato e passou a trabalhar para um alfaiate local. Neste per&iacute;odo, Chanel come&ccedil;ou a frequentar a boemia francesa e passou at&eacute; a atuar como cantora em caf&eacute;s e salas de concerto. Foi quando adotou o nome de Gabrielle Coco, um apelido dado a ela por soldados locais que gostavam de assisti-la.
Em 1908, ela conhece o ex-oficial e herdeiro t&ecirc;xtil Etienne Balsan e torna-se sua amante. Com 23 anos, ela foi morar com ele em seu castelo, onde viveu por tr&ecirc;s anos cercada de mordomias.&nbsp;A regi&atilde;o do castelo era conhecida por competi&ccedil;&otilde;es equestres e costumes de ca&ccedil;a: fatores que influenciaram as suas cria&ccedil;&otilde;es. Foi nesta &eacute;poca que come&ccedil;ou a desenhar e criar chap&eacute;us como uma divers&atilde;o, que depois se transformou em um empreendimento comercial.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/chanel-18161956373401.jpg" alt="Chanel" />(Fonte: The Regents of the University of California/City of Paris/Bibliotheca historica)
Ela ent&atilde;o se separou de Balsan e come&ccedil;ou um relacionamento com um amigo dele, o rico industrial Ingl&ecirc;s chamado Capel 'Boy' Arthur Edward. Ele instalou-a em um apartamento parisiense e financiou suas lojas. A primeira chapelaria foi aberta em Paris, em 1910, e logo ela abriu boutiques em Deauville e Biarritz.
Durante a d&eacute;cada de 1920, Coco Chanel tornou-se a primeiro estilista a criar roupas feitas de j&eacute;rsei para as mulheres. &ldquo;A introdu&ccedil;&atilde;o do j&eacute;rsei, que era um tecido n&atilde;o nobre usado em forros, traziam conforto e praticidade para as pe&ccedil;as. Com esse material ela produzia conjuntos informais de blusa e saia (que muitos passam a chamar de tailleur). Para a noite, o j&eacute;rsei era enriquecido com fios de ouro e bordados&rdquo;, afirma a professora Annelise Castelli.
Foi ainda nessa &eacute;poca que abriu em Paris a famosa Maison Chanel, localizada na Rue Cambon, 31, onde continua a ser a sede principal at&eacute; hoje. A partir de ent&atilde;o, Chanel se tornou um &iacute;cone de estilo pelas suas cria&ccedil;&otilde;es e at&eacute; pelo seu corte de cabelo.
Em 1921, ela lan&ccedil;ou o perfume Chanel No. 5, que continua popular at&eacute; hoje. Dois anos depois, Pierre Wertheimer se tornou seu parceiro de neg&oacute;cios (assumindo 70% do neg&oacute;cio de fragr&acirc;ncias). Em 1925, Chanel lan&ccedil;ou seu casaco de estilo cardigan e, no ano seguinte, seu ic&ocirc;nico vestido preto.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/fonte-chanel-18162313857402.jpg" alt="(Fonte: Chanel)" />Primeira representa&ccedil;&atilde;o conhecida do famoso Chanel n&ordm;5. (Fonte: Chanel)
Durante a Segunda Guerra Mundial, Chanel se envolveu com um oficial nazista e se mudou para a Su&iacute;&ccedil;a para fugir da pol&ecirc;mica. S&oacute; em 1954 que Chanel retornou a Paris e assumiu abertamente a inclus&atilde;o do &ldquo;New Look&rdquo; de Christian Dior em suas cole&ccedil;&otilde;es.&nbsp;Estrelas de Hollywood, incluindo Audrey Hepburn e Grace Kelly, se apaixonaram por seus elegantes terninhos de tweed, saias retas, cal&ccedil;as largas e cardigans de caimento mais solto.
Coco Chanel trabalhou at&eacute; sua morte, aos 88 anos, em 1971. Ela passou seus &uacute;ltimos momentos no seu apartamento privado no opulento hotel The Ritz, que mant&eacute;m o local preservado at&eacute; hoje.
Confira as cria&ccedil;&otilde;es mais ic&ocirc;nicas de Coco Chanel abaixo:
<h3>Pretinho b&aacute;sico</h3>
O vestidinho preto, criado por Coco Chanel em 1926, estreou na Vogue daquele ano, em que foi publicado o croqui do modelo, e libertou a cor preta do uso geralmente s&oacute; atribu&iacute;do aos funerais. O vestido era feito de seda e crepe da China, sendo de modelagem reta, comprimento da saia nos joelhos e com mangas longas. Era o in&iacute;cio da era do &ldquo;pretinho b&aacute;sico&rdquo;.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/fonte-vogue-us-18163150217404.jpg" alt="(Fonte: Vogue US)" />O sketch do primeiro "little black dress" de Coco Chanel apareceu na Vogue norte-americana, em 1926. (Fonte: Vogue US)
O design e os formatos da famosa pe&ccedil;a mudam com as tend&ecirc;ncias de cada &eacute;poca, mas a ess&ecirc;ncia do &ldquo;little black dress&rdquo; continua sempre na moda.
<h3>Tailleur</h3>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/sombrereria-albinana-flickr-18163522561409.jpg" alt="Sombrerer&iacute;a Albi&ntilde;ana/Flickr" />(Fonte: Sombrerer&iacute;a Albi&ntilde;ana/Flickr)
O tailleur, conjunto de saia e blazer (ou terninho) surgiu no s&eacute;culo 19, tendo refer&ecirc;ncias de trajes de equita&ccedil;&atilde;o. Mas foi na d&eacute;cada de 20 que Coco Chanel inovou ao produzir o look em j&eacute;rsei, deixando-o mais confort&aacute;vel e moderno. A partir da&iacute;, essa composi&ccedil;&atilde;o tornou-se um cl&aacute;ssico da estilista, aparecendo em diversas cores e estilos em suas cole&ccedil;&otilde;es.
<h3>P&eacute;rolas</h3>
Chanel adorava vestir suas roupas adornadas por um colar de v&aacute;rias voltas de p&eacute;rolas no pesco&ccedil;o. A estilista era apaixonada por p&eacute;rolas e dizia que o reflexo delas deixava as mulheres mais bonitas e iluminadas de forma natural.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/cecil-beaton-getty-images-18163830186419.jpg" alt="Cecil Beaton/Getty Images" />(Fonte: Cecil Beaton/Getty Images)
O gosto da Madeimoselle Chanel pelas bolinhas preciosas surgiu com o Gr&atilde;o-Duque Dimitri Pavlovitch, um de seus namorados, que a presenteou com o famoso colar, que se tornou um &iacute;cone da estilista. Ela passou a inserir a pe&ccedil;a tamb&eacute;m como parte dos acess&oacute;rios de desfiles e apresenta&ccedil;&otilde;es de cole&ccedil;&otilde;es.
Chanel dizia que as joias serviam para deixar as mulheres mais bonitas e n&atilde;o para elas parecerem ricas. Ela passou a misturar pe&ccedil;as valiosas com falsas, lan&ccedil;ando a tend&ecirc;ncia do uso da bijuteria de forma elegante e sofisticada. Para ela, desfilar com pe&ccedil;as preciosas no pesco&ccedil;o n&atilde;o era interessante, mas usar joias falsas era &ldquo;provocativo&rdquo;.
<h3>Conjuntinho de tweed</h3>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/daniel-simon-getty-images-18164535561421.jpg" alt="Daniel SIMON/Getty Images" />(Fonte: Daniel SIMON/Getty Images)
O conjuntinho de tweed foi uma das varia&ccedil;&otilde;es do tailleur produzido por Chanel. O material, antes usado somente em roupas masculinas, foi introduzido nas cria&ccedil;&otilde;es da estilista em 1955 e tornou-se um sucesso absoluto entre as mulheres modernas. Jacqueline Kennedy era f&atilde; dos conjuntinhos e estava usando um modelo cor-de-rosa no dia da morte de seu marido John F. Kennedy.
<h3>Sapatos bicolores</h3>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/philippe-garnier-elle-scoop-18164909142422.jpg" alt="Philippe Garnier/Elle-Scoop" />(Fonte: Philippe Garnier/Elle-Scoop/Chanel)
Coco Chanel costumava dizer que os sapatos bicolores deixavam os p&eacute;s menores e mais delicados. A estilista se inspirou nos sapatos masculinos dos anos 50, que os homens utilizavam com a cor mais escura na ponta para disfar&ccedil;ar as manchas causadas na pr&aacute;tica de esporte na grama, como o golfe e o t&ecirc;nis.
<h3>Bolsa de matelass&ecirc; a tiracolo</h3>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/fonte-chanel-18165219739423.jpg" alt="(Fonte: Chanel)" />(Fonte: Chanel)
O modelo com corrente dourada de estilo matelass&ecirc; tornou-se um cl&aacute;ssico, que &eacute; atual e muito fashion at&eacute; hoje. Chanel pensou no modelo ao perceber que as bolsas de m&atilde;o atrapalhavam as mulheres. Ent&atilde;o, ela criou o modelo com al&ccedil;as de corrente douradas, que podia ser pendurado nos omrbos, deixando as m&atilde;os livres e o visual incr&iacute;vel e moderno.
<h3>Chanel N&deg; 5</h3>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/fonte-chanel-18165307318424.jpg" alt="(Fonte: Chanel)" />(Fonte: Chanel)
Este foi o primeiro perfume da Maison Chanel, que foi lan&ccedil;ado em 1921. Coco Chanel queria criar um perfume de aroma inimit&aacute;vel, em suas palavras "um perfume com cheiro de mulher".&nbsp;O nome do perfume se deu ap&oacute;s uma vidente dizer a Chanel que o cinco era seu n&uacute;mero da sorte. Al&eacute;m disso, ele foi apresentado no dia 5 de maio, que &eacute; o quinto m&ecirc;s do ano.
O Chanel N&deg; 5 foi ainda o primeiro perfume a incorpoar o alde&iacute;do, uma nota sint&eacute;tica capaz de real&ccedil;ar o aroma dos ingredientes naturais presentes na f&oacute;rmula. A atriz Marilyn Monroe tornou o perfume ainda mais famoso, quando afirmou que dormia nua e somente com algumas gotinhas da fragr&acirc;ncia. Hoje, ele ainda &eacute; um dos mais vendidos do mundo.
<h3>Corte de cabelo &ldquo;Chanel&rdquo;</h3>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/03/18/18171008351436.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte: Getty Images)
Ainda antes de 1920 o livro &ldquo;La gar&ccedil;onne&rdquo;, de Victor Margueritte, foi lan&ccedil;ado na Fran&ccedil;a, trazendo a hist&oacute;ria revolucion&aacute;ria de uma mulher que, al&eacute;m de cortar os cabelos curtos, como o dos homens, engravida e tem um filho sem se casar.
A hist&oacute;ria criou pol&ecirc;mica, mas foi sucesso entre as mulheres, que passaram a cortar os cabelos &agrave; &ldquo;la gar&ccedil;onne&rdquo; (&ldquo;como menino&rdquo;, em tradu&ccedil;&atilde;o livre), inspiradas pelo livro. Coco Chanel tamb&eacute;m seguiu essa moda dos cabelos, cortando-os nesse estilo a partir de 1918. Por&eacute;m, o que era conhecido como &agrave; &ldquo;la gar&ccedil;onne&rdquo; passou a ser chamar corte &ldquo;Chanel&rdquo;.

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Coco Chanel: um dos ícones máximos da moda mundial

Imagem de Por que as calças jeans são na maioria azuis? no megacurioso

O jeans (ou denim) azul (ou índigo) hoje são partes da cultura pop e da moda mais simples à alta-costura

As cal&ccedil;as jeans como as conhecemos foram patenteadas nos Estados Unidos por Jacob Davis e Levi Strauss, em 1873, em S&atilde;o Francisco. De origem francesa, a palavra jean&nbsp;surgiu em 1800, como refer&ecirc;ncia a um tecido feito de sarja de algod&atilde;o, utilizado na fabrica&ccedil;&atilde;o de cal&ccedil;as, produzido na cidade de Nimes (Fran&ccedil;a).
Feitas de jeans tingido de &iacute;ndigo (uma tonalidade de azul), com bolsos e rebites resistentes, fabricada de maneira adequada ao trabalho, o uso das cal&ccedil;as de denim remonta aos mineiros e a outros trabalhadores manuais que viram no modelo feito pela dupla Strauss e Davis um produto mais resistente aos frequentes rasgos que ocorriam nos bolsos durante a rotina de trabalho. Por essa raz&atilde;o, os rebites de cobre foram colocados para refor&ccedil;ar os bolsos, fazendo os jeans ca&iacute;rem no gosto.
<h2 class="uk-text-justify">Qual &eacute; a raz&atilde;o da cor azul dos jeans?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/14/14095442328045.jpg" alt="(Fonte: Unsplash)" />(Fonte: Unsplash)
O azul dos jeans n&atilde;o foi uma escolha &agrave; toa. Essa tonalidade, semelhante ao azul-violeta, tornou-se padr&atilde;o desde a patente de <a href="https://www.megacurioso.com.br/marcas-e-estilistas/80139-levi-s-e-sua-historia-de-quase-160-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Levi Strauss</a>. Ele percebeu que, ao ser exposto &agrave; &aacute;gua quente, os corantes permeavam o tecido e se fixavam nas fibras, o que n&atilde;o ocorria quando o corante utilizado era o &iacute;ndigo.
O corante aderia &agrave; parte externa das fibras e, em contato com &aacute;gua quente, desapareceria gradualmente em vez de penetrar mais no material. Ainda que fosse indesej&aacute;vel em pe&ccedil;as de roupas mais delicadas, essa caracter&iacute;stica era bem vista nas cal&ccedil;as jeans.
A perda do corante, ainda que deixasse &agrave; vista os fios, n&atilde;o arruinava o produto, o mesmo valendo para a perda de fibras. Na realidade, uma sequ&ecirc;ncia de lavagens deixava o tecido mais macio e, com o tempo, com apar&ecirc;ncia desgastada, o que fez, por exemplo, o material cair no gosto da moda.
<h2 class="uk-text-justify">Hollywood fez das cal&ccedil;as jeans um produto da cultura pop</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/14/14095122185036.jpg" alt="(Fonte: Vogue Brasil/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vogue Brasil/Divulga&ccedil;&atilde;o)
Como as cal&ccedil;as seguiam sendo confort&aacute;veis para o trabalho e eram resistentes, ca&iacute;ram no gosto dos trabalhadores do s&eacute;culo XIX. A fama mundial das cal&ccedil;as de denim azul foi conquistada gra&ccedil;as ao cinema.
Hollywood romantizou o uso de produtos feitos de jeans nas d&eacute;cadas de 1920 e 1930, fazendo os cowboys interpretados, principalmente, por John Wayne emprestarem uma imagem glamorosa ao produto.
Na sequ&ecirc;ncia, campanhas publicit&aacute;rias com modelos e atrizes ostentando modelos de cal&ccedil;as jeans convenceram as mulheres de que era um material tamb&eacute;m feito para elas.
A consolida&ccedil;&atilde;o veio com <a href="https://www.megacurioso.com.br/personalidades/100578-5-atores-de-hollywood-que-viveram-grandes-tragedias-particulares.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marlon Brando</a> e James Dean popularizando entre os jovens dos Estados Unidos a imagem de rebeldia e com enorme apelo sexual na d&eacute;cada de 1950.
Dali em diante, a pe&ccedil;a n&atilde;o s&oacute; cresceu, como ganhou adeptos nos mais variados nichos da sociedade e tornou-se uma das pe&ccedil;as mais ic&ocirc;nicas e vers&aacute;teis do guarda-roupas de homens e mulheres.
<h2 class="uk-text-justify">Anos 1970 trouxeram novos cortes para a moda &agrave; base de jeans</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Vogue Brasil/Divulga&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://vogue.globo.com/Vogue-Dossie/noticia/2021/05/conheca-historia-do-jeans-da-criacao-do-tecido-na-franca-aos-dias-atuais.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/02/14/14095007153034.jpg" alt="(Fonte: Vogue Brasil/Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vogue Brasil/Divulga&ccedil;&atilde;o)
A contracultura e o movimento hippie dos anos 1970 impactaram a vida do jeans. Nesse per&iacute;odo, ele se tornou ainda mais vers&aacute;til e passou a fazer parte de diferentes looks e estilos. Nesse cen&aacute;rio, come&ccedil;am a surgir novos modelos de cal&ccedil;as feitas utilizando denim, como a boca de sino.
E, se faltava alguma coisa, a marca Calvin Klein cravou o que n&atilde;o faltaria mais. Na d&eacute;cada de 1980, a marca levou as cal&ccedil;as jeans para as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119050-por-que-as-roupas-das-passarelas-de-moda-sao-tao-esquisitas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">passarelas</a>, revolucionando a moda com o primeiro desfile de produtos feitos com o material. Nada mal para quem surgiu para suprir as necessidades de trabalhadores manuais.

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Por que as calças jeans são na maioria azuis?

Imagem de O significado oculto por trás das roupas dos Papas no megacurioso

Você já se perguntou qual é o significado do guarda-roupa do papa?

Se voc&ecirc; pensa que o papa usa aquelas roupas bem-caracter&iacute;sticas de sua fun&ccedil;&atilde;o para causar um efeito dram&aacute;tico para as pessoas, passar imagem de impon&ecirc;ncia ou apenas porque ele acha maneiro, est&aacute; completamente enganado.
Guarni&ccedil;&atilde;o de arminho, capas de cetim, an&eacute;is de ouro, sapatos vermelhos, batinas brancas e estolas bordadas. O que parece ser uma lista de acess&oacute;rios extravagantes e de gosto duvidoso para algumas pessoas tem uma fun&ccedil;&atilde;o bem mais complexa: n&atilde;o &eacute; somente o vestu&aacute;rio que importa, mas quem veste e quando veste.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06164431201059.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Em tempos de transi&ccedil;&atilde;o, por exemplo, quando morre um papa e outro &eacute; eleito, testemunhamos o relaxamento de algumas normas anteriores e o estabelecimento de novas com rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s vestes sacerdotais. Por&eacute;m, isso &eacute; um desafio para a Igreja, especialmente porque cada m&iacute;nimo detalhe pode impactar na mensagem passada para os mais de 1,3 bilh&otilde;es de fi&eacute;is cat&oacute;licos.
<h2 class="uk-text-justify">Como os papas se comunicam por meio das roupas?</h2>
As&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/religiao/58757-segundo-profetas-papa-francisco-sera-o-ultimo-papa-antes-do-juizo-final.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vestes dos prelados cat&oacute;licos</a> sempre foram carregadas de simbolismo e impregnadas de significado, algo que se tornou ainda mais evidente a partir do s&eacute;culo V. De forma simples, as roupas usadas pelo papa envolvem uma linguagem estrutural, hist&oacute;rica e teol&oacute;gica.
Esse c&oacute;digo de vestimenta &mdash; que inclui tudo, desde a mozzeta (a capa curta que cobre os ombros, parte dos bra&ccedil;os e das costas) at&eacute; a cor dos sapatos &mdash; visa ajudar em uma esp&eacute;cie de dialeto cat&oacute;lico que serve para se comunicar entre os internos da pr&oacute;pria Igreja, com os fi&eacute;is e com o mundo em geral. Em outras palavras, as roupas ajudam a explicar quem faz o que, quem manda em quem e de qual lugar tal cl&eacute;rigo faz parte.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06163819638056.jpg" alt="(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Internet)" />(Fonte: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Internet)
Especificamente sobre as roupas do papa, elas cumprem a fun&ccedil;&atilde;o de estabelecer a identidade do chefe da Igreja, mas n&atilde;o somente isso, elas se relacionam com o ocupante anterior do cargo e com a ideia de que o atual papa pretende passar para o seu sucessor.
Tomando como exemplo a batina branca, talvez a roupa mais conhecida de qualquer papa. Simbolicamente, ela reconhece o lugar dele como sucessor de S&atilde;o Pedro, ou seja, algo ligado &agrave; pureza e &agrave; espiritualidade.&nbsp;
No Rationale divinorum officiorum, um tratado de liturgia escrito em 1286, podemos encontrar uma das interpreta&ccedil;&otilde;es mais aceitas sobre a cor das vestes papais. Nele, o branco &eacute; associado &agrave; pureza e a uma vida santa; j&aacute; o vermelho se remete ao sacrif&iacute;cio e ao sangue que Cristo derramou para a salva&ccedil;&atilde;o do mundo.
Logo, se um papa eleito decide voltar a usar a batina preta ou usar os acess&oacute;rios caracter&iacute;sticos dos cardeais, ele estaria sendo desrespeitoso com sua fun&ccedil;&atilde;o. Sem falar da pol&ecirc;mica que isso geraria.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06164435607060.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/acontecimentos-historicos/35586-15-curiosidades-e-fatos-engracados-sobre-o-papa-bento-xvi.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Papa em&eacute;rito, Bento XVI</a>, que pediu para deixar o cargo, tamb&eacute;m entra na regra acima, ou seja, mesmo n&atilde;o sendo mais o l&iacute;der da Igreja, ele usa a batina branca devido ao cargo que ocupou em outros tempos. No entanto, n&atilde;o usa a mozzetta, o item que distingue cuidadosamente o papa de outros l&iacute;deres episcopais. O ex-papa tamb&eacute;m n&atilde;o usa a faixa branca na cintura, que &eacute; reservada ao papa reinante. A aus&ecirc;ncia dessa faixa sinaliza que ele n&atilde;o est&aacute; mais participando da hierarquia da Igreja.
<h2 class="uk-text-justify">"O papa &eacute; pop"</h2>
No final, tudo faz parte de uma cosmovis&atilde;o sacramental, na qual os s&iacute;mbolos, principalmente os materiais, como as roupas, importam. Al&eacute;m disso, o respeito rigoroso &agrave;s regras de vestimenta por um papa mostra o quanto o protocolo cat&oacute;lico de indument&aacute;ria foi trabalhado nos m&iacute;nimos detalhes para ser meticulosamente legislado.
Claro, sempre tem algu&eacute;m que tenta mudar algo. O <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/35868-como-e-escolhido-o-nome-do-papa.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Papa Francisco</a> costuma causar certo alvoro&ccedil;o na Igreja por sua abordagem progressista, moderna e, &agrave;s vezes, fora da tradi&ccedil;&atilde;o. Aqui, suas escolhas de vestu&aacute;rio podem ser entendidas como uma mensagem pol&iacute;tica.&nbsp;
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/06/06164439342061.jpg" alt="(Fonte: Shutterstock)" />(Fonte: Shutterstock)
Por exemplo, ele quebrou a tradi&ccedil;&atilde;o com seus sapatos pretos. Tamb&eacute;m usa um anel de prata de quando era cardeal, e n&atilde;o um de ouro como os seus antecessores. Sem contar que ele evita o uso de v&aacute;rios acess&oacute;rios.
Nesse caso, as roupas do Papa Francisco est&atilde;o al&eacute;m da hierarquia, servem para passar a mensagem de uma Igreja mais humilde e simples. E, querendo ou n&atilde;o, acaba fazendo oposi&ccedil;&atilde;o aos papas do passado e passa sua mensagem para o pr&oacute;ximo.

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O significado oculto por trás das roupas dos papas

Imagem de Casa Gucci: a fascinante e polêmica história da grife de luxo no megacurioso

Inspiração para o filme de Ridley Scott, a Casa Gucci foi palco para todo tipo de controversa em 100 anos de história, incluindo um caso de assassinato

No final deste m&ecirc;s, novembro, o aclamado diretor Ridley Scott (Blade Runner 2049, Alien Covenant) vai levar para os cinemas a pol&ecirc;mica hist&oacute;ria por tr&aacute;s da grife de luxo Gucci, focando no chocante assassinato envolvendo o herdeiro e ex-chefe da marca, Maurizio Gucci (1948-1995), e sua ex-exposa, Patrizia Reggiani, tamb&eacute;m conhecida como Lady Gucci. Em meio a um legado marcado por tens&atilde;o, o crime apenas evidenciou o glamour, as trai&ccedil;&otilde;es e as constantes disputas familiares que culminaram na cria&ccedil;&atilde;o de uma das maiores refer&ecirc;ncias nos anais da moda.
Nascido em 1881, Guccio Gucci, fundador original da marca, veio de uma fam&iacute;lia de fabricantes de artigos de couro em Floren&ccedil;a (It&aacute;lia) e sentiu a primeira atra&ccedil;&atilde;o por artigos de luxo em 1897, quando trabalhava como porteiro no Savoy Hotel, em Londres. De volta &agrave; terra natal, ele investiu tudo que tinha para aprimorar seu talento como criador de pe&ccedil;as de bagagem voltadas para a elite, e assim fundou, em 1921, a loja que carregou seu nome, com sede na Via della Vigna Nuova (<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120269-agripina-quem-foi-a-imperatriz-assassina-do-imperio-romano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Roma</a>).
&Agrave; medida que a empresa foi crescendo e outros pa&iacute;ses europeus tiveram acesso &agrave; marca, Gucci adicionou itens de seda, sapatos de couro e bolsas de m&atilde;o a seu portf&oacute;lio, mas viu o embargo causado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) afetar a distribui&ccedil;&atilde;o de materiais considerados essenciais para a fabrica&ccedil;&atilde;o dos produtos. Logo, artigos de couro foram parcialmente substitu&iacute;dos por pequenas pe&ccedil;as de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117574-rapper-incrusta-diamante-na-testa-e-diz-ter-corrido-risco-de-morrer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">diamantes</a>, que acabariam simbolizando a assinatura da companhia de luxo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/16/16103705864114.jpg" alt="(Fonte: Head Topics / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Head Topics / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Gucci voltou a se erguer no cen&aacute;rio comercial e reformulou totalmente seu conceito, passando a adotar o bambu japon&ecirc;s e a pele de porco como principais componentes dos artigos, anunciando as famosas listras verdes e vermelhas como fundo do design da logomarca. Quinze dias antes da morte de Guccio, em 1953, a Gucci tinha aberto sua primeira filial nos Estados Unidos e, com isso, o neg&oacute;cio foi passado para os tr&ecirc;s herdeiros de sangue: Aldo, Vasco e Rodolfo.
Foi ent&atilde;o que, com a morte de Vasco Gucci, em 1974, a Era de Ouro da Gucci come&ccedil;ou a entrar em derrocada, e as primeiras intrigas entre os irm&atilde;os Aldo e Rodolfo, que dividiram os neg&oacute;cios igualmente entre si, repercutiram de uma forma sem precedentes.
<h2 class="uk-text-justify">Fam&iacute;lia contra fam&iacute;lia</h2>
Ao perceber que seu tio Rodolfo n&atilde;o estava ajudando com a empresa, os filhos de Aldo decidiram iniciar uma campanha Gucci voltada para perfumes, estimulando o pai a criar uma loja separada das filiais originais para guardar 80% do lucro obtido. N&atilde;o satisfeito, Paolo, um dos filhos rebeldes, autodeclarou-se presidente da marca ao criar sua pr&oacute;pria Gucci, algo que levou Aldo a apelar no tribunal contra o enteado em uma a&ccedil;&atilde;o que movimentou mais de US$ 13,3 milh&otilde;es e com acusa&ccedil;&otilde;es de sonega&ccedil;&atilde;o no valor de US$ 7 milh&otilde;es em impostos.
Com o falecimento de Rodolfo, em 1983, Maurizio, seu filho, acabou herdando a parte do pai e deu in&iacute;cio a uma tentativa de assumir o controle de todo o neg&oacute;cio Gucci. Acusado de ter falsificado a assinatura de Rodolfo e condenado por driblar a arrecada&ccedil;&atilde;o da Receita Federal, Maurizio fugiu para a Su&iacute;&ccedil;a, mas acabou sendo inocentado de todas as senten&ccedil;as. Seu grande momento ocorreu apenas 6 anos depois, quando a marca foi adquirida pelo grupo Investcorp &mdash; 50% do valor comprado &mdash; e o oficializou como presidente da grife, confirmando a total bagun&ccedil;a familiar que havia-se tornado.
<h2 class="uk-text-justify">Problemas no casamento</h2>
Ao longo de sua trajet&oacute;ria &agrave; frente da Gucci, Maurizio enfrentou problemas com seu tio Aldo e investidores, tendo dificuldade em revitalizar uma marca para o antigo cen&aacute;rio das elites, sem saber que a maior complica&ccedil;&atilde;o de sua vida estaria na pr&oacute;pria casa: a esposa milanesa Patrizia Reggiani, com quem era casado desde 1972. A socialite italiana vivia uma vida de luxo com Gucci e era a principal assessora nos neg&oacute;cios, mas acabou sendo deixada de lado ap&oacute;s ele herdar o patrim&ocirc;nio do pai. Em 1990, o div&oacute;rcio foi oficializado.
Em 27 de mar&ccedil;o de 1995, Maurizio foi morto a tiros em frente a seu escrit&oacute;rio em Mil&atilde;o, aos 46 anos, quando j&aacute; havia vendido sua parte da Gucci, encerrando o envolvimento da fam&iacute;lia com a marca. Por quase 2 anos, a identidade do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120082-assassino-do-zodiaco-identidade-do-serial-killer-e-revelada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">assassino</a> de Maurizio permaneceu um mist&eacute;rio, at&eacute; que foi revelado que sua ex-esposa, Patrizia Reggiani, foi a mandante do crime, respons&aacute;vel por contratar Benedetto Ceraulo para elimin&aacute;-lo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/16/16103420848110.jpg" alt="(Fonte: EPA / Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: EPA / Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Eu tenho que admitir que, por um tempo, eu realmente queria me livrar dele. Eu queria fazer isso e ent&atilde;o andava pedindo &agrave;s pessoas que o fizessem, mas minhas inten&ccedil;&otilde;es terminaram a&iacute; &mdash; uma mera obsess&atilde;o, um mero desejo&rdquo;, disse Reggiani, em entrevista &agrave; Storie Maledette. &ldquo;Que esposa nunca disse: 'Eu mataria aquele cara?'&rdquo;, ela falou.
Segundo Pina Auriemma, descrita como uma esp&eacute;cie de feiticeira autoproclamada e amiga da acusada, sendo tamb&eacute;m condenada pelo assassinato,&nbsp;Reggiani n&atilde;o suportava a ideia de ter perdido dinheiro e status social, uma vez que sua pens&atilde;o de US$ 860 mil foi reduzida pela metade. Al&eacute;m disso, Reggiani guardava uma imensa amargura por Gucci porque ele a "substituiu" por algu&eacute;m mais jovem (Paolo Franchi). Ela acabou sendo condenada a 29 anos de pris&atilde;o, mas foi libertada em 2016, ap&oacute;s cumprir uma senten&ccedil;a de 18 anos.
<h2 class="uk-text-justify">A Gucci atualmente</h2>
Desde 2015, a Gucci &eacute; gerida pelo CEO Marco Bizzarri, que trabalha ao lado do diretor criativo Alessandro Michele para elevar a marca como refer&ecirc;ncia novamente, abandonando pol&ecirc;micas e intrigas, consolidando-se como uma empresa vanguarda de design, moda, luxo e estilo.&nbsp;
Com a introdu&ccedil;&atilde;o de mocassins e inova&ccedil;&otilde;es, como bolsas com logo pintadas &agrave; m&atilde;o, chinelos forrados de pele e a primeira fragr&acirc;ncia unissex (M&eacute;moire d'Une Odeur), a estrat&eacute;gia da companhia &eacute; atrair clientes mais jovens e expandir em meio &agrave; modernidade, atuando no suporte &agrave; sustentabilidade ambiental e em uma cole&ccedil;&atilde;o que vai muito al&eacute;m dos conceitos de cat&aacute;logo.

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Casa Gucci: a fascinante e polêmica história da grife de luxo

Imagem de Fast fashion: por que a moda rápida é um problema? no megacurioso

Com o aumento de práticas consumistas e roupas de baixa durabilidade, a indústria do fast fashion deixa grandes marcas no meio ambiente

Com o passar dos s&eacute;culos, o ser humano foi ensinado a participar de uma cultura consumista em que grande parte dos produtos adquiridos n&atilde;o s&atilde;o feitos por necessidade. Essa &eacute; uma tend&ecirc;ncia que cresceu dentro do mundo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120043-roupas-digitais-qual-e-o-futuro-da-moda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moda</a>, especialmente onde nasceu o famoso estilo fast fashion.&nbsp;
E o que &eacute; o fast fashion? Esse &eacute; o nome dado para o conceito da produ&ccedil;&atilde;o em massa de vestimentas e acess&oacute;rios com baixo custo para os consumidores, mas que tamb&eacute;m oferecem baixa durabilidade. Sendo assim, o descarte das <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119050-por-que-as-roupas-das-passarelas-de-moda-sao-tao-esquisitas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">roupas</a> &eacute; feito de maneira acelerada, e uma parte sai bastante desfavorecida dessa rela&ccedil;&atilde;o: o planeta Terra.
<h2>Crescimento da ind&uacute;stria</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15150731765307.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Na d&eacute;cada de 1960, um estudo realizado nos Estados Unidos (EUA) apontou que a m&eacute;dia dos norte-americanos adultos comprava cerca de 25 itens de vestimenta por ano. Nesse mesmo per&iacute;odo, a popula&ccedil;&atilde;o gastou aproximadamente 10% de seus sal&aacute;rios em roupas e sapatos. Al&eacute;m disso, 95% das pe&ccedil;as compradas nos EUA eram confeccionadas dentro do pr&oacute;prio pa&iacute;s.
Por&eacute;m, as mudan&ccedil;as come&ccedil;aram a ocorrer a partir da d&eacute;cada de 1970. Grandes f&aacute;bricas e ind&uacute;strias t&ecirc;xteis foram inauguradas na China e em outros pa&iacute;ses da &Aacute;sia e da Am&eacute;rica Latina. Com a promessa de m&atilde;o de obra e materiais mais simples, esses locais poderiam aumentar a produ&ccedil;&atilde;o sem ter acr&eacute;scimo de custos.
Com a chegada dos anos 1980, algumas lojas grandes de varejo estadunidenses come&ccedil;aram a terceirizar a produ&ccedil;&atilde;o. As pe&ccedil;as de roupa chegaram a pre&ccedil;os t&atilde;o acess&iacute;veis que as pessoas se viram capazes de comprar mais coisas. Atualmente, estima-se que o norte-americano m&eacute;dio compre cerca de 70 itens de vestimenta por ano &mdash; quase 200% de aumento em compara&ccedil;&atilde;o com 1960.
Em contrapartida, esse mesmo cidad&atilde;o gasta somente 3,5% do seu sal&aacute;rio em roupas e, agora, somente 2% das pe&ccedil;as vendidas nos EUA s&atilde;o realmente produzidas no pa&iacute;s. A escalada do consumismo fez que as marcas deixassem de produzir cole&ccedil;&otilde;es por temporadas e passassem a lan&ccedil;ar produtos quase que semanalmente.
<h2>Condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias de trabalho</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15150827218308.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Se, por um lado, o fast fashion ajudou a deixar as roupas mais caras, nem todo mundo saiu beneficiado por essa rela&ccedil;&atilde;o. Por outro lado, trabalhadores passaram a receber piores condi&ccedil;&otilde;es de trabalho e diversas quest&otilde;es &eacute;ticas foram quebradas para conseguir relativizar esses pre&ccedil;os.
Em f&aacute;bricas de produ&ccedil;&atilde;o na China, na &Iacute;ndia e em Bangladesh, as condi&ccedil;&otilde;es de trabalho s&atilde;o extremamente prec&aacute;rias. Estima-se que 50% dos trabalhadores que atuam dentro dessa ind&uacute;stria recebam menos do que 1 sal&aacute;rio-m&iacute;nimo, sendo os homens mais bem pagos do que mulheres e crian&ccedil;as.
At&eacute; 2018, pelo menos 38 marcas de roupa haviam sido envolvidas em esc&acirc;ndalos com trabalho escravo no Brasil. As informa&ccedil;&otilde;es foram levantadas pelo aplicativo Moda Livre, que desde 2013 analisa quais s&atilde;o as marcas que usam m&atilde;o de obra an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o.&nbsp;
Um caso bastante famoso aconteceu com a Zara em 2011, quando o Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 15 trabalhadores imigrantes costurando pe&ccedil;as da marca em 3 oficinas terceirizadas em Americana (SP) e S&atilde;o Paulo (SP). A empresa admitiu o crime e disse que n&atilde;o monitorava as condi&ccedil;&otilde;es de trabalho dos terceirizados.
<h2>Impacto na ind&uacute;stria e no meio ambiente</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15150929296309.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Outras duas situa&ccedil;&otilde;es importantes precisam ser destacadas a respeito do fast fashion: a concorr&ecirc;ncia desleal e seu impacto no meio ambiente. Em primeiro lugar, produtores que trabalham com m&eacute;todos normais de produ&ccedil;&atilde;o perderam muito espa&ccedil;o no mercado porque simplesmente n&atilde;o conseguem concorrer contra os pre&ccedil;os.
Para criar uma roupa de qualidade, voc&ecirc; necessariamente precisa de materiais mais caros e que exigem mais trabalho de costura. Entretanto, com a m&atilde;o de obra terceirizada ganhando sal&aacute;rios muito baixos nas grandes empresas e roupas de menor qualidade, dificilmente esses pequenos produtores conseguir&atilde;o se estabelecer entre p&uacute;blicos maiores.
Al&eacute;m disso, esse consumismo desenfreado tem causado um real estrago no planeta. Um relat&oacute;rio produzido pela Global Fashion Agenda aponta que roupas do fast fashion s&atilde;o usadas em m&eacute;dia menos de 5 vezes e geram 400% mais <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/106048-apenas-1-pais-no-mundo-e-considerado-carbono-negativo-sabia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">emiss&otilde;es de carbono</a> do que pe&ccedil;as comuns.
Para se ter ideia, s&atilde;o necess&aacute;rios mais de 8 mil litros de &aacute;gua para a produ&ccedil;&atilde;o de um &uacute;nico jeans que logo se tornar&aacute; substitu&iacute;vel. O caos &eacute; tamanho que Gana, pa&iacute;s na &Aacute;frica Ocidental, tornou-se um lix&atilde;o de roupas de m&aacute; qualidade. Em m&eacute;dia, 15 milh&otilde;es de pe&ccedil;as de roupa descartadas chegam ao pa&iacute;s, onde s&atilde;o disputadas por revendedores.
<h2>Desacelerando o consumo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/15/15151018734310.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
J&aacute; que o fast fashion se mostrou um problema em diversas camadas, o que vem sendo feito para reverter esse cen&aacute;rio? Na contram&atilde;o da moda r&aacute;pida, o movimento "slow fashion" tem crescido e falado sobre a necessidade da produ&ccedil;&atilde;o de pe&ccedil;as com maior qualidade e durabilidade.
Essas empresas precisam ser baseadas na &eacute;tica e na transpar&ecirc;ncia para que seus consumidores entendam a import&acirc;ncia de gastar um pouco mais com produtos que poder&atilde;o usar por longos per&iacute;odos. Al&eacute;m disso, empresas que utilizam mat&eacute;ria-prima nacional ajudam a fortalecer a economia do pa&iacute;s e a gerar mais empregos.

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Fast fashion: por que a moda rápida é um problema?

Imagem de Por que é tão difícil inserir o "plus size" na moda? no megacurioso

Criar uma moda plus size é mais caro e exige mais tempo

O site de com&eacute;rcio eletr&ocirc;nico Wish.com tem sido alvo de muitas cr&iacute;ticas ap&oacute;s anunciar alguns produtos voltados para a moda <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116741-e-se-as-princesas-disney-fossem-mulheres-plus-size.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">plus size</a>, mas usando modelos magras. Nas imagens do an&uacute;ncio, as modelos aparecem esticando at&eacute; o rosto uma meia-cal&ccedil;a grande, o que parece uma tentativa de evidenciar o tamanho da pe&ccedil;a.
<blockquote class="twitter-tweet">
same energy <a href="https://t.co/VEVkXp42YY">pic.twitter.com/VEVkXp42YY</a>
&mdash; giovanna ?? (@giparisan) <a href="https://twitter.com/giparisan/status/1444819280927858688?ref_src=twsrc%5Etfw">October 4, 2021</a></blockquote>
Em outra foto da Wish.com &mdash; que comercializa produtos de baixo custo de fabricantes chineses diretamente para consumidores &mdash;, a modelo surge vestida com uma calcinha de tamanho superior e utiliza os bra&ccedil;os para mostrar qu&atilde;o larga ela pode ser.
<blockquote class="twitter-tweet">
o an&uacute;ncio fala que a modelo est&aacute; vestindo a calcinha plus size e as fotos s&atilde;o assim????????????????????????????????????????????????????????????????????////////// <a href="https://t.co/ZNX850591j">pic.twitter.com/ZNX850591j</a>
&mdash; obrigada pelo &aacute;lbum kanye west (@itsmekarmarin) <a href="https://twitter.com/itsmekarmarin/status/1444485913212596224?ref_src=twsrc%5Etfw">October 3, 2021</a></blockquote>
No Twitter, usu&aacute;rios repreendem a atitude do site e criticam a empresa. Apesar de ser um exemplo &agrave; parte, n&atilde;o &eacute; a primeira vez que a moda &eacute; alvo de julgamento por isso. Em pleno s&eacute;culo XXI, mulheres com manequim acima de 46 t&ecirc;m dificuldades em encontrar modelos que as representem e roupas que as vistam bem.
<script src="https://platform.twitter.com/widgets.js" async="" charset="utf-8"></script>

<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/05/05110650532158.jpg" alt="A demanda por modelos plus size fica cada vez maior. (Fonte: RF._.studio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A demanda por modelos plus size fica cada vez maior. (Fonte: RF_studio/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Mais caro e mais tempo</h2>
Situa&ccedil;&otilde;es como essas nos fazem questionar por que o mercado da moda &eacute; t&atilde;o resistente &agrave; moda plus size. A resposta que o mercado d&aacute; &eacute; com rela&ccedil;&atilde;o aos custos elevados e o consumo do tempo para desenvolver roupas de medidas t&atilde;o diferentes com as quais est&aacute; acostumado.&nbsp;
Os modelos &ldquo;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106617-relembre-os-padroes-de-beleza-feminina-e-masculina-de-cada-decada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">padr&otilde;es</a>&rdquo; &mdash; do 36 ao 44 &mdash; j&aacute; t&ecirc;m uma modelagem de corte pronta que pode ser usada para fazer v&aacute;rios tamanhos, mas existem dimens&otilde;es que n&atilde;o s&atilde;o poss&iacute;veis de serem contempladas nesse modelo, como &eacute; o caso dos n&uacute;meros considerados plus size.
A mudan&ccedil;a da prototipagem precisaria ser significativa para atender esse p&uacute;blico, o que para o mercado n&atilde;o vale a pena.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/05/05105503750145.jpg" alt="A moda ainda &eacute; pouco inclusiva quando se trata sobre plus size. (Fonte: Shvets Production/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A moda ainda &eacute; pouco inclusiva quando se trata de plus size. (Fonte: Shvets Production/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Uma luta contra o mercado</h2>
H&aacute; poucos modelistas no mercado que est&atilde;o dispostos e sabem cortar roupas plus size. Isso porque o processo de desenvolvimento de um novo modelo e da pr&oacute;pria produ&ccedil;&atilde;o da pe&ccedil;a &eacute; trabalhoso.&nbsp;
N&atilde;o basta aumentar a numera&ccedil;&atilde;o da vestimenta para que a pe&ccedil;a fique bem no <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119762-6-mitos-e-verdades-sobre-o-efeito-do-salto-alto-no-corpo-humano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">corpo</a>, &eacute; preciso investir em costura dupla e maior prote&ccedil;&atilde;o entre as coxas e embaixo do bra&ccedil;o, por exemplo. Isso significa investimento e poucas s&atilde;o as confec&ccedil;&otilde;es que aceitam sair de um mercado j&aacute; consolidado e criar&nbsp; modelagens.
Apesar de existirem confec&ccedil;&otilde;es que disponibilizam op&ccedil;&otilde;es plus size, elas tamb&eacute;m t&ecirc;m um n&uacute;mero finito de tamanhos. Geralmente, optam por desenvolver tamanhos maiores para atender os diversos tamanhos grandes.
Ao fazer isso, as marcas podem oferecer uma variedade maior de tamanho de roupas que contemple tipos de corpos diferentes, de v&aacute;rios aspectos e tamanhos grandes. Mesmo assim, ainda existe uma grande limita&ccedil;&atilde;o nesse mercado.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/05/05110053188153.jpg" alt="As confec&ccedil;&otilde;es n&atilde;o querem arriscar entrar em um novo mercado. (Fonte: Shvets Production: Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />As confec&ccedil;&otilde;es n&atilde;o querem arriscar entrar em um novo mercado. (Fonte: Shvets Production/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>O mercado est&aacute; mudando</h2>
Apesar de ainda existirem exemplos como o da Wish.com, o mercado &mdash; mesmo que em passos lentos &mdash; vem mudando. Atualmente, marcas internacionais, como Torrid, Girlfriend Collective, Wray NYC e Universal Standard, t&ecirc;m usado modelos que representam toda a gama de tamanhos grandes. Elas tamb&eacute;m est&atilde;o mais preocupadas em desenvolver roupas que se adaptam melhor a esse p&uacute;blico.
Isso acontece porque a ind&uacute;stria da <a href="https://www.megacurioso.com.br/moda/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moda</a> tem visto grandes oportunidades nesse meio. H&aacute; cada vez mais demanda do p&uacute;blico plus size e poucas empresas que oferecem roupas que atendam numera&ccedil;&otilde;es acima de 46.
S&oacute; nos Estados Unidos as roupas de tamanhos grandes representam hoje um mercado de US$ 17,5 bilh&otilde;es. No Brasil, de acordo com informa&ccedil;&otilde;es da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira do Vestu&aacute;rio (Abravest), esse mercado registra um movimento de mais de R$ 7 bilh&otilde;es. E a tend&ecirc;ncia &eacute; que esse n&uacute;mero aumente nos pr&oacute;ximos anos.

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Por que é tão difícil inserir o 'plus size' na moda?

Imagem de Roupas digitais: qual é o futuro da moda? no megacurioso

Entenda por que cada vez mais empresas têm passado a vender peças de roupas em formato de filtros para as redes sociais

O mundo da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109695-a-moda-britanica-do-seculo-xix-mancar-para-imitar-a-rainha-alexandra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">moda</a> vive em constante transforma&ccedil;&atilde;o, e novas gera&ccedil;&otilde;es sempre aparecem com novidades ex&oacute;ticas. A tend&ecirc;ncia mais recente tem dado o que falar e chamado a aten&ccedil;&atilde;o dos usu&aacute;rios ass&iacute;duos das redes sociais: as roupas digitais.
Voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar na moda virtual? Se antigamente as pessoas gastavam uma fortuna em bolsas e cal&ccedil;ados de marcas extravagantes, hoje o dinheiro tem sido alocado para a internet, onde as vestimentas s&atilde;o transformadas em acess&oacute;rios exclusivos para o mundo cibern&eacute;tico e intransfer&iacute;veis para o mundo real. Entenda mais do assunto.
<h2>Dinheiro real, moda cibern&eacute;tica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/27/27181236259444.gif" alt="(Fonte: Christian Allaire/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Christian Allaire/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Pode-se dizer que o guarda-roupa virtual &eacute; um produto do mundo da moda durante a pandemia de covid-19. Com o isolamento social estabelecido na maioria dos pa&iacute;ses desde o in&iacute;cio de 2020, muitas marcas de roupa decidiram dar uma pausa nos desfiles presenciais e passaram a apresentar seus produtos em exposi&ccedil;&otilde;es virtuais ou curtas-metragens.
Foi nessa &eacute;poca que o e-commerce disparou por completo e as compras em websites se tornaram um recurso importante para os consumidores. Mas para quem n&atilde;o ia sair de casa, qual era a raz&atilde;o de gastar mais dinheiro com roupa se ningu&eacute;m ia ver? Nessa pegada, as m&iacute;dias sociais se tornaram um enorme painel de informa&ccedil;&atilde;o.
J&aacute; que as <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119050-por-que-as-roupas-das-passarelas-de-moda-sao-tao-esquisitas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">passarelas</a> eram digitais, muitos criadores de conte&uacute;do passaram a enxergar com bons olhos a possibilidade de gastar dinheiro com roupas "de mentira" ou que s&oacute; poderiam ser vistas pelas lentes das c&acirc;meras. Sendo assim, os filtros do Instagram come&ccedil;aram a compor uma realidade paralela.&nbsp;
<h2>Futuro da moda(?)</h2>
<blockquote cite="https://www.tiktok.com/@dressxcom/video/6974257086138027269" class="tiktok-embed" data-video-id="6974257086138027269" style="max-width: 605px; min-width: 325px;">
<section><a href="https://www.tiktok.com/@dressxcom" target="_blank" title="@dressxcom">@dressxcom</a>
This digital dress can be worn on any picture on top of your original outfit <a href="https://www.tiktok.com/tag/digitalfashion" target="_blank" title="digitalfashion">#digitalfashion</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/dressx" target="_blank" title="dressx">#dressx</a> <a href="https://www.tiktok.com/tag/digitalclothing" target="_blank" title="digitalclothing">#digitalclothing</a>
<a href="https://www.tiktok.com/music/Did-It-On&rsquo;em-6917281056185911297" target="_blank" title="? Did It On&rsquo;em - Nicki Minaj">? Did It On&rsquo;em - Nicki Minaj</a></section>
</blockquote>
Quando o assunto &eacute; moda digital, existe uma clara divis&atilde;o no <a href="https://www.megacurioso.com.br/marcas-e-estilistas/80389-os-10-maiores-processos-judiciais-do-mundo-fashion.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mundo fashion</a> sobre qual ser&aacute; a continuidade dessa tend&ecirc;ncia. Entre as mentes mais conservadoras, o guarda-roupas digital n&atilde;o parece ser muito atraente e tem poucas finalidades. Em grande maioria, essas pessoas acreditam que a normaliza&ccedil;&atilde;o das atividades sociais ap&oacute;s a pandemia dar&aacute; fim aos pain&eacute;is cibern&eacute;ticos.
Por&eacute;m, os mais jovens defendem que essa &eacute; uma brecha para cada vez mais designers inventarem em suas artes. Afinal, as plataformas digitais n&atilde;o t&ecirc;m as mesmas limita&ccedil;&otilde;es dos tecidos tradicionais na elabora&ccedil;&atilde;o final de uma roupa e podem ter grande finalidade para quem trabalha com a internet.
Al&eacute;m disso, pessoas pagando por roupas que ser&atilde;o usadas somente em meios virtuais n&atilde;o &eacute; exatamente uma novidade. Para quem acompanha o universo dos video games, a personaliza&ccedil;&atilde;o de vestimentas de personagens, as famosas skins,&nbsp;&eacute; um conceito antigo utilizado por grandes jogos como Grand Theft Auto V&nbsp;e League of Legends.
Um exemplo disso ocorreu em 2018, quando a desenvolvedora de jogos Glu Mobile gerou US$ 54 milh&otilde;es de renda com o jogo Covet Fashion,&nbsp;que dava aos usu&aacute;rios a possibilidade de vestir os personagens com roupas de grife renderizadas digitalmente.&nbsp;
<h2>Batalha contra o fast fashion</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/27/27181414727445.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Outro argumento utilizado pelos defensores da moda digital &eacute; de que essa seria uma medida importante para combater o conceito de "fast fashion", que define a produ&ccedil;&atilde;o em massa de vestimentas com baixa durabilidade para impulsionar o consumismo.
Segundo um relat&oacute;rio produzido pela Global Fashion Agenda, pe&ccedil;as de produ&ccedil;&atilde;o em massa s&atilde;o usadas menos de 5 vezes e geram 400% mais emiss&otilde;es de carbono do que a moda tradicional, que tem uso m&eacute;dio de 50 vezes. Al&eacute;m disso, a confec&ccedil;&atilde;o dessas roupas envolve aumento do desmatamento, uso de fertilizantes e agrot&oacute;xicos e at&eacute; mesmo impulsiona a m&atilde;o de obra escrava.
Por esses fatores, o "digital fashion" surge como uma op&ccedil;&atilde;o muito mais sustent&aacute;vel e completamente vi&aacute;vel quando aplicado para o p&uacute;blico certo de consumidores.

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Roupas digitais: qual é o futuro da moda?

Imagem de 6 mitos e verdades sobre o efeito do salto alto no corpo humano no megacurioso

Afinal, usar salto alto deforma o pé? Descubra a resposta para essa e muitas outras perguntas comuns sobre o uso contínuo desse tipo de sapato

Os sapatos de salto alto s&atilde;o pe&ccedil;as comuns no vesti&aacute;rio de muitas pessoas e fazem parte do mundo da moda h&aacute; muitos anos. Apesar de n&atilde;o serem os cal&ccedil;ados mais confort&aacute;veis entre todos, inegavelmente t&ecirc;m um grau de eleg&acirc;ncia que poucos tipos de sapato conseguem oferecer.
Mas at&eacute; que ponto tudo que escutamos sobre eles &eacute; verdade? Usar <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/108131-voce-sabia-que-salto-alto-comecou-a-ser-utilizado-por-homens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">salto alto</a> por muito tempo pode deformar o p&eacute;? Ele melhora a postura? Por isso, &eacute; sempre importante sabermos o que &eacute; mito e o que &eacute; verdade sobre isso. Ent&atilde;o, chegou a hora de desmistificar algumas informa&ccedil;&otilde;es sobre o salto alto. Confira s&oacute;.
<h2>1. Apenas pessoas baixas devem usar salto alto?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20110417842091.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Mito.
Se tem uma bobagem dita por a&iacute; sobre o uso de sapatos com salto &eacute; que eles s&atilde;o feitos apenas para pessoas de baixa estatura. A verdade &eacute; que o salto alto n&atilde;o foi feito para corrigir a altura de algu&eacute;m, mas sim para oferecer eleg&acirc;ncia e poder em forma de um visual irreverente. Um exemplo disso s&atilde;o modelos, que normalmente t&ecirc;m bastante altura e mesmo assim usam esse tipo de cal&ccedil;ado nas passarelas internacionais.
<h2>2. O salto alto causa problemas de sa&uacute;de?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20110506967092.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Mais ou menos.
&Eacute; fato que usar salto alto por per&iacute;odos prolongados n&atilde;o &eacute; nada recomend&aacute;vel e pode acabar causando problemas nos joelhos, por exemplo. Por&eacute;m, n&atilde;o podemos colocar a culpa disso exclusivamente no uso dos cal&ccedil;ados com salto.
Logicamente, o ideal &eacute; us&aacute;-los apenas em per&iacute;odos curtos, mas o ganho de peso, a apari&ccedil;&atilde;o de doen&ccedil;as reum&aacute;ticas ou problemas de sa&uacute;de alternativos tamb&eacute;m contribuem para que esse tipo de problema apare&ccedil;a.&nbsp;
<h2>3. &Eacute; proibido usar salto alto na gravidez?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20110554232093.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Mito.&nbsp;
O mero uso do salto alto n&atilde;o implica nenhum tipo de problema direto &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118995-por-que-medicos-e-gravidas-contam-a-gravidez-em-semanas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gravidez</a>. Portanto, n&atilde;o existe nada que realmente impe&ccedil;a a utiliza&ccedil;&atilde;o enquanto estiver nesse per&iacute;odo. Por&eacute;m, vale ressaltar que esse tipo de cal&ccedil;ado aumenta as chances de a pessoa sofrer uma queda, e&nbsp;impactos na barriga podem significar s&eacute;rios problemas &agrave; sa&uacute;de de quem est&aacute; na gravidez e &agrave; do beb&ecirc;.
<h2>4. Usar salto alto ajuda a malhar a panturrilha e o bumbum?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20110717498094.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Mito.&nbsp;
Se voc&ecirc; pensa que est&aacute; malhando a parte inferior do seu corpo apenas por usar um salto alto, saiba que isso &eacute; errado. O uso de cal&ccedil;ados com salto n&atilde;o impacta em nada na musculatura das panturrilhas e do bumbum, sendo realmente necess&aacute;rio fazer alguns agachamentos na academia para tal.&nbsp;Por&eacute;m, o salto alto &eacute; um &oacute;timo treino para a musculatura p&eacute;lvica, o que pode ajudar a aumentar a satisfa&ccedil;&atilde;o sexual nas pr&oacute;ximas rela&ccedil;&otilde;es.
<h2>5. O uso do salto alto deforma o p&eacute;?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20110813373095.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Parcialmente mito.
Apesar de usar salto alto no dia a dia ser um tanto quanto desconfort&aacute;vel, as chances de voc&ecirc; desenvolver um problema permanente no p&eacute; &eacute; bastante rara. Existem muitos problemas diferentes que podem surgir nos p&eacute;s, como joanetes, calos, unhas encravadas, fascite plantar e tantos outros mais.&nbsp;Entretanto, boa parte deles nada tem a ver com o uso de salto. O maior problema, por&eacute;m, &eacute; que o salto alto tamb&eacute;m n&atilde;o ajuda em nada para resolv&ecirc;-los.
<h2>6. Salto alto ajuda a melhorar a postura?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/20/20110824795096.jpg" alt="(Fonte: Pixabay)" />(Fonte: Pixabay)
Verdade.
Se voc&ecirc; j&aacute; usou um salto alto alguma vez na sua vida, provavelmente j&aacute; sabe que &eacute; essencial ter um dom&iacute;nio sobre o equil&iacute;brio do seu corpo para se manter de p&eacute;. Caso voc&ecirc; esteja andando de maneira desleixada ou com os ombros muito para a frente, as chances de cair de rosto no ch&atilde;o ou torcer o tornozelo s&atilde;o muito maiores.
Por isso, quem usa salto alto com frequ&ecirc;ncia tende a ter maior controle sobre a <a href="https://www.megacurioso.com.br/evolucao/36727-os-humanos-teriam-adotado-a-postura-ereta-devido-aos-obstaculos-naturais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">postura</a> corporal, mantendo as costas retas e a cabe&ccedil;a firme, olhando para a frente.

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6 mitos ou verdades sobre o efeito do salto alto no corpo humano

Imagem de Louis Réard criou o biquíni que revolucionou a Guerra Fria no megacurioso

O que você veste hoje na praia, já foi motivo de multa e censura pela sociedade de 1940

Foi no ver&atilde;o de 1946, &agrave; sombra de um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115935-castle-bravo-a-maior-bomba-nuclear-ja-detonada-pelos-eua.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ataque nuclear</a>, que surgiu o biqu&iacute;ni. Quando o engenheiro automotivo franc&ecirc;s Louis R&eacute;ard lan&ccedil;ou o primeiro design moderno para a pe&ccedil;a, o Vaticano o decretou como "pecaminoso", e v&aacute;rios estados dos Estados Unidos (EUA) proibiram seu uso em p&uacute;blico.
Desde a d&eacute;cada de 1930, a sociedade estava acostumada com o estilo europeu do mai&ocirc;, que cobria tudo exceto uma faixa do torso.Ent&atilde;o, a vers&atilde;o ousada de R&eacute;ard, para algo que hoje &eacute; naturalizado, causou tanto estranhamento e vergonha que nem mesmo as modelos queriam us&aacute;-lo de t&atilde;o expostas que se sentiam.
Foi por isso que o franc&ecirc;s contratou a dan&ccedil;arina Micheline Bernardini para estrear sua cria&ccedil;&atilde;o em um concurso de beleza, em 5 de julho de 1946. Foi l&aacute; que R&eacute;ard apelidou aqueles &ldquo;quatro tri&acirc;ngulos do nada&rdquo; de &ldquo;biqu&iacute;ni&rdquo;, em refer&ecirc;ncia ao atol da Ilha do Pac&iacute;fico &mdash; que teve v&aacute;rias ilhas devastadas pelos experimentos nucleares da Opera&ccedil;&atilde;o Crossroads.
<h2>A guerra dos mai&ocirc;s</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175133229341.jpg" alt="(Fonte: Portal Pepper/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Portal Pepper/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
R&eacute;ard, que assumiu o neg&oacute;cio de lingerie de sua m&atilde;e no in&iacute;cio de 1940, divulgou que o seu "menor mai&ocirc; do mundo" seria t&atilde;o "explosivo" quanto os testes nucleares dos EUA que deslumbrava a todos.&nbsp;A compara&ccedil;&atilde;o fazia sentido, visto que os designers haviam entrado em guerra entre si desde 1943, por causa da lei federal dos Estados Unidos que ordenava que o mesmo tecido sint&eacute;tico usado na produ&ccedil;&atilde;o da pe&ccedil;a fosse reservado para a fabrica&ccedil;&atilde;o de p&aacute;ra-quedas durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119091-jasper-maskelyne-o-magico-que-enganou-a-todos-na-2-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175407605343.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mesmo com o fim do conflito, quando a pe&ccedil;a mais barata e f&aacute;cil de produzir de R&eacute;ard chegou &agrave; ind&uacute;stria, a competi&ccedil;&atilde;o entre os designers de mai&ocirc;s, em 1946, foi diretamente associada ao cen&aacute;rio da <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119421-aos-10-anos-samantha-smith-tentou-acabar-com-a-guerra-fria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Guerra Fria</a> e das armas de destrui&ccedil;&atilde;o em massa. Al&eacute;m disso, eles tamb&eacute;m viram uma oportunidade de capitalizar ainda mais o pr&oacute;prio produto sobre o m&oacute;rbido medo da aniquila&ccedil;&atilde;o nuclear que as pessoas sentiam.
At&eacute; o governo dos Estados Unidos tentou suavizar a imagem dos testes nucleares ao fazer homenagens &agrave;s beldades de Hollywood nas bombas que produziam, como aconteceu com a atriz Rita Hayworth, que teve sua foto colocada sob a bomba da Opera&ccedil;&atilde;o Crossroads com a frase: &ldquo;Linda, mortal e usando todas as armas de uma mulher&rdquo;.
<h2>Uma revolu&ccedil;&atilde;o "explosiva"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175515558345.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi naquela mesma semana que R&eacute;ard anunciou seu biqu&iacute;ni, um exemplo duradouro de como a ind&uacute;stria se aproveitava da Guerra Fria, levando ao p&eacute; da letra o ditado de que &ldquo;tudo &eacute; justo no amor e na guerra&rdquo;. Na &eacute;poca em que a sexualiza&ccedil;&atilde;o do corpo da mulher atingiu o &aacute;pice no pa&iacute;s, a cria&ccedil;&atilde;o de R&eacute;ard significou apenas um dos fen&ocirc;menos do capitalismo do p&oacute;s-guerra.
A Guerra Fria ficou marcada como o per&iacute;odo em que os americanos mais adquiriram bens de consumo e todos os tipos de produto s&oacute; venderam porque os anunciantes tentaram fazer sentido daquela iminente sensa&ccedil;&atilde;o de morte.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/08/09/09175631637346.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O biqu&iacute;ni vendeu muito e se popularizou porque as mulheres deixaram de lado o medo de mostrar suas barrigas, apoiadas na possibilidade de que talvez n&atilde;o fossem ter a oportunidade de usar algo como aquilo com o fim do mundo t&atilde;o pr&oacute;ximo.
Era o mundo da moda adicionando plut&ocirc;nio na batalha entre o capitalismo e o comunismo.

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