Imagem de Robert Maudsley: o criminoso preso há 47 anos em uma solitária no megacurioso

<head></head><body>No romance Dragão Vermelho (1986), ao contar a história do dr. Hannibal Lecter, o escritor Thomas Harris conseguiu uma proeza de criar um personagem tão crível que até hoje muitos acreditam que, de fato, existiu. Foi assim com Jack Dawson e Rose DeWitt, em <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/123078-encontrados-os-destrocos-de-navio-que-tentou-salvar-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanic</a>, personagens ficcionais retirados da imaginação do roteirista e diretor vencedor do Oscar, James Cameron.No livro O Silêncio dos Inocentes, publicado por Harris em 1988, é possível enxergar melhor o perigo que Lecter – <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123922-o-primeiro-fragmento-de-dna-foi-encontrado-na-boca-de-um-canibal.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canibal</a> e serial killer altamente periculoso e perturbador, bem como um psiquiatra renomado e brilhante –, oferece para a sociedade e qualquer pessoa ao seu redor. Tanto que, desde que atacou uma enfermeira, um ano após ser encarcerado, Lecter foi transferido para uma ala de segurança máxima no subterrâneo do Hospital Estadual de Baltimore para Criminosos Insanos.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/03/03125414639370.jpg" alt="(Fonte: Poltrona Nerd/Reprodução)">(Fonte: Poltrona Nerd/Reprodução)Em sua cela, desenvolvida só para contê-lo, todos os móveis foram soldados no chão. Foram erguidas duas paredes e uma rede de náilon estendida entre elas e as barras da cela para impedir que o criminoso as alcance. Três vezes por semana, sob o olhar atento e armado dos carcereiros, a cela era revistada e limpa. Durante esses momentos, Lecter ficava preso com uma focinheira e vestido em roupas pesadas que o impediam de se movimentar.Fora da ficção, em meio a tantos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123437-a-cultura-do-consumo-de-true-crime-obsessao-ou-autopreservacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killers</a>&nbsp;altamente periculosos e prolíficos, como Samuel Little, que assassinou 90 mulheres entre 1970 e 2005, nenhum enfrentou um enclausuramento como Robert Maudsley, que se tornou o criminoso em maior tempo confiando em uma solitária.<h2>Fragmentando uma mente</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/03/03125531700376.jpg" alt="(Fonte: My London/Reprodução)">(Fonte: My London/Reprodução)Tem algo de típico – e anormal – na maneira como Robert Maudsley se tornou o que a sociedade chama de "monstro". Após passar seus primeiros 8 anos de vida em um orfanato católico em Crosby, Maudsley, nascido em 26 de junho de 1953, em Speke, na Inglaterra –, foi recuperado pelos seus pais apenas para ser submetido a abusos físicos e sexuais, tendo sido estuprado por seu pai regularmente.Esses traumas psicológicos foram o suficiente para moldar a estrutura de uma mente limítrofe, tal como aconteceu com Edmund Kemper e o relacionamento violento e abusivo com sua mãe, e permaneceram mesmo depois que foi resgatado pelo sistema social.No final da década de 1960, já na adolescência, Maudsley passou a se prostituir pelas ruas de Londres, usando o que ganhava para sustentar seu vício em drogas, que se tornou uma válvula de escape emocional. Nesse ínterim, ele tentou várias vezes tirar a própria vida, sendo forçado a procurar ajuda psiquiátrica.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/03/03125631982377.jpg" alt="(Fonte: The Sun/Reprodução)">(Fonte: The Sun/Reprodução)No entanto, isso não impediu que ele fizesse John Farrell sua primeira vítima, em 14 de março de 1974. Maudsley se entregou à polícia assim que cometeu o crime, alegando de que precisava de cuidados psiquiátricos. Ele foi considerado inapto para julgamento e enviado ao Hospital Broadmoor. Três anos depois, com a ajuda de um residente do hospital, ele se trancou em uma cela com David Francis, um molestador de crianças condenado, e o torturou por 9 horas antes de matá-lo.Com isso, Maudsley foi condenado por homicídio culposo e enviado para a Prisão de Wakefield. Em 1978, ele matou mais dois companheiros de prisão em um dia. O homem foi sentenciado à prisão perpétua sob a recomendação de que jamais lhe fosse concedida liberdade condicional.<h2>16 mil dias</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/03/03/03125737255379.jpg" alt="(Fonte: The US Sun/Reprodução)">(Fonte: The US Sun/Reprodução)Desde então, Maudsley está confinado em uma gaiola de vidro no porão da prisão de Wakefield. Atualmente, ele é considerado o preso mais antigo da Grã-Bretanha, tendo passado 49 anos atrás das grades, dos quais 16 mil dias consecutivos foram em confinamento solitário; ultrapassando o recorde mundial de tempo gasto em uma solitária, passando 23 horas do seu dia sozinho.“Minha vida na solitária é um longo período de depressão ininterrupta”, escreveu o criminoso há mais de uma década em uma carta divulgada pelo&nbsp;Daily Mail.Maudsley também descreveu que tudo o que se lembra de sua infância são as surras. “Certa vez, fiquei seis meses trancado num quarto e meu pai só abria a porta para entrar e me bater, quatro ou seis vezes por dia”, escreveu.Nada ironicamente, todas as quatro vezes que Maudsley assassinou alguém foi motivado por algum gatilho que remetia aos abusos que sofreu quando criança. Todas as vítimas que fez cometeram abusos contra menores.&nbsp;Não é para menos que, durante uma conversa regular com médicos psiquiatras, Maudsley deixou claro que nenhuma dessas pessoas teriam morrido se tivesse matado seus pais em 1970.</body>

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Robert Maudsley: o criminoso preso há 47 anos em uma solitária

Imagem de Unabomber: o terrorista doméstico que intimidou o FBI no megacurioso

O gênio matemático e ecoterrorista sonhava com a humanidade voltando as suas raízes primitivas, realizando atentados em protesto

Unabomber, ou, mais especificamente, Theodore John Kaczynski, foi um dos maiores pesadelos para o Departamento Federal de Investiga&ccedil;&atilde;o (FBI) nos Estados Unidos, entre as d&eacute;cadas de 1970 e 1990.
Nascido em 22 de maio de 1942, em Illinois, Chicago, o g&ecirc;nio matem&aacute;tico que poderia ter um futuro promissor e reverter seu conhecimento para a pr&oacute;pria na&ccedil;&atilde;o, acabou se tornando um <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123284-ecofascismo-a-falsa-luta-pelo-meio-ambiente-da-extrema-direita.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terrorista</a> dom&eacute;stico. Mas isso n&atilde;o aconteceu da noite para o dia. Quando ainda pequeno, Kaczynski era considerado uma crian&ccedil;a feliz e com uma intelig&ecirc;ncia acima da m&eacute;dia, por&eacute;m, seu comportamento mudou a partir do momento em que foi isolado em uma ala hospitalar para tratar das graves erup&ccedil;&otilde;es de urtic&aacute;ria em sua pele.
De acordo com seus pais, Wanda Theresa e Theodore Kaczynski, o filho parou de demonstrar emo&ccedil;&atilde;o, tornando-se retra&iacute;do e obscuro. Eles consideram que foi ali que seu pequeno menino come&ccedil;ou a desenvolver a mentalidade que o levaria a preocupar as autoridades do pa&iacute;s, mas existem mais motivos nessa hist&oacute;ria.
<h2>Um homem nas trevas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17131808169491.jpg" alt="Ted Kaczynski. (Fonte: Murderpedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Ted Kaczynski. (Fonte: Murderpedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 1952, ap&oacute;s a fam&iacute;lia se mudar para o sub&uacute;rbio de Evergreen Park, em Illinois, Kaczynski foi classificado com um <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123441-os-inconvenientes-sobre-o-qi-medido-em-testes-que-as-pessoas-nao-aceitam.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">QI de 167 pontos</a> e transferido para a sexta s&eacute;rie do ensino fundamental, o que descentralizou ainda mais sua capacidade em socializar com as pessoas, sendo considerado uma "aberra&ccedil;&atilde;o" pelos demais. O bullying que sofreu por anos, certamente, contribuiu para despertar uma sensa&ccedil;&atilde;o de deslocamento do mundo.
Os grupos de matem&aacute;tica foram os &uacute;nicos lugares em que o jovem prosperou, e onde era mais aberto ao di&aacute;logo, conversando bastante com seus colegas sobre v&aacute;rios assuntos. Por esse &acirc;ngulo, ele n&atilde;o fazia o perfil t&iacute;mido e sempre constrangido que tinha.
O desempenho de Kaczynski foi t&atilde;o grande nos estudos, que se formou aos 15 anos e, no ano seguinte, ingressou com uma bolsa de estudos integral na Universidade Harvard.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17131906791492.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Depois que se tornou inimigo p&uacute;blico, colegas da &eacute;poca da faculdade relataram que ele preservou seu estilo reservado e de poucas palavras que tinha, mas que sempre se mostrou amig&aacute;vel quando entrava em debates &mdash; sem contar, &eacute; claro, na sua genialidade. Isso tudo pelo menos antes dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/121406-4-experimentos-muitos-crueis-feitos-com-animais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">experimentos</a> psicol&oacute;gicos de Henry Murray, em 1959.
Nele, os universit&aacute;rios foram submetidos a ataques "veementes, abrangentes e pessoalmente abusivos", adaptados especificamente a seus egos, ideias e cren&ccedil;as para causar altos n&iacute;veis de estresse e ang&uacute;stia. O processo durou 3 anos, e Kaczynski passou por mais de 200 sess&otilde;es ao longo de sua vida acad&ecirc;mica, o que pode ter destru&iacute;do e refeito seu car&aacute;ter com base em suas experi&ecirc;ncias de horas trancado em uma sala tendo que, basicamente, se confrontar.
<h2>A grande virada</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17132012836493.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Aos 25 anos, ele foi lecionar na Universidade da Calif&oacute;rnia, com forma&ccedil;&atilde;o, mestrado e doutorado em matem&aacute;tica, tornando-se o professor mais jovem da hist&oacute;ria da institui&ccedil;&atilde;o. A essa altura, por&eacute;m, Kaczynski j&aacute; se demonstrava desconfort&aacute;vel, n&atilde;o s&oacute; com o local e alunos, como com tudo a sua volta.
Sem nenhuma explica&ccedil;&atilde;o, em 30 de junho de 1969, o homem renunciou ao cargo e voltou a morar em Chicago para trabalhar em empregos incomuns, sustentado pela sua fam&iacute;lia. Dois anos depois, ele se mudou para uma cabana sem &aacute;gua ou eletricidade, aninhada na floresta perto de Lincoln, em Montana.
Sua resposta para a decis&atilde;o de morar na floresta foi porque ele queria viver um estilo de vida autossustent&aacute;vel, podendo se manter por meio de t&eacute;cnicas de sobreviv&ecirc;ncia, identificando plantas comest&iacute;veis e desenvolvendo m&eacute;todos de agricultura. Esse plano, por&eacute;m, fracassou quando Kaczynski percebeu que o desenvolvimento imobili&aacute;rio destru&iacute;a a floresta ao seu redor.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17132112808496.jpg" alt="(Fonte: OAV Crime/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: OAV Crime/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Revoltado, o g&ecirc;nio falido embarcou em uma jornada de ecoterrorismo, a princ&iacute;pio, apenas contra os desenvolvedores locais, construindo sua pequena bomba em 1978 &mdash;, depois expandindo para campos filos&oacute;ficos e pol&iacute;ticos que transformaram sua &aacute;rea de atua&ccedil;&atilde;o em escala nacional. Afinal, sua conclus&atilde;o era de que a &uacute;nica maneira de fazer a industrializa&ccedil;&atilde;o parar era por meio de uma rebeli&atilde;o contra o sistema &mdash; e isso envolvia sacrif&iacute;cio, de prefer&ecirc;ncia.
Seu primeiro explosivo caseiro e artesanal foi feito com peda&ccedil;os de sucata e madeira, sem aux&iacute;lio de ferramentas el&eacute;tricas. Ele fundiu algumas pe&ccedil;as de metal e alum&iacute;nio, derretendo o que foi preciso em seu fog&atilde;o a lenha, adquirindo materiais em lojas de outras cidades. Na maioria das vezes, ele estava disfar&ccedil;ado.
<h2>O manifesto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17132235127500.jpg" alt="(Fonte: OAV Crime/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: OAV Crime/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A primeira bomba foi enviada, em 25 de maio de 1978, a um professor da Northwestern University, que abriu o pacote e sofreu com os impactos da explos&atilde;o, por&eacute;m, felizmente, teve apenas ferimentos leves. Mas aquele era o in&iacute;cio do servi&ccedil;o postal explosivo de Kaczynski.
A primeira v&iacute;tima, John Hauser, veio em 1985. Ele era dono de uma loja de inform&aacute;tica em Sacramento, e morreu em decorr&ecirc;ncia aos estilha&ccedil;os causados pela bomba ao explodir. At&eacute; 1995, Kaczynski enviou 16 explosivos, que mataram 3 pessoas e feriram outras 23.
A essa altura, ele j&aacute; era procurado incessantemente pelo FBI, que temia seus pr&oacute;ximos movimentos e tentava rastre&aacute;-lo, mas sofria com a habilidade do terrorista em cobrir seus rastros e plantar evid&ecirc;ncias falsas nas bombas para confundir, arrastando a investiga&ccedil;&atilde;o por 17 anos e fazendo dela um dos casos mais hist&oacute;ricos do departamento.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Helena Independent Record&nbsp;" data-fonte-url="https://helenair.com/photos-a-look-inside-the-unabombers-montana-cabin/collection_41103cf1-dc68-5950-babc-17861f0b8858.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17132338371501.jpg" alt="(Fonte: Helena Independent Record/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Helena Independent Record/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 19 de setembro do mesmo ano em que postou seu &uacute;ltimo explosivo, Kaczynski enviou o manifesto "Sociedade Industrial e seu Futuro" ao The New York Times e ao Washington Post, acompanhado de uma carta exigindo que fosse publicado para as massas, caso contr&aacute;rio, continuaria seu processo terrorista.
As autoridades de seguran&ccedil;a optaram por dar visibilidade a sua loucura do que arriscar um pr&oacute;ximo atentado, principalmente inflamado por um ego corrompido por uma suposta frustra&ccedil;&atilde;o em transmitir sua mensagem &mdash; que se tratava de uma cr&iacute;tica aos processos da<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123472-mandibula-de-fosforo-a-doenca-que-levou-a-greve-de-trabalhadoras-de-1888.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;revolu&ccedil;&atilde;o industrial</a> que separou o homem de seu ambiente natural; de como a tecnologia tomou conta dos aspectos da vida; e o apelo ao retorno &agrave; vida primitiva.
<h2>Fim da linha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/17/17132445808502.jpg" alt="(Fonte: Oxygen/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Oxygen/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Assim que Unabomber, como ficou conhecido, ganhou destaque nacional ao estampar os dois jornais mais famosos do pa&iacute;s, isso chegou at&eacute; seu irm&atilde;o e cunhada, David e Linda. Ap&oacute;s comparar o manifesto com cartas antigas do irm&atilde;o, David contratou um investigador particular para compilar um dossi&ecirc;, entregue ao FBI em fevereiro de 1996.
Ainda levaram dois meses at&eacute; que os investigadores chegassem a um consenso de que era o terrorista, o homem apontado no dossi&ecirc; entregue ao FBI anonimamente. Essa demora fez a investiga&ccedil;&atilde;o particular de David vazar para imprensa, dando in&iacute;cio a uma corrida do FBI para captur&aacute;-lo antes que ele ficasse sabendo que seu disfarce havia sido descoberto.
Foi s&oacute; em 3 de abril de 1996 que os agentes federais encontraram a cabana de Unabomber no meio da floresta. O g&ecirc;nio deca&iacute;do foi indiciado e condenado a 8 pris&otilde;es perp&eacute;tuas, sem direito &agrave; liberdade condicional, ao seu declarar culpado. Atualmente, ele segue preso, aos 80 anos, em um pres&iacute;dio de seguran&ccedil;a m&aacute;xima em Florence, Colorado.

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Unabomber: o terrorista doméstico que intimidou o FBI

Imagem de A cultura do consumo de True Crime: obsessão ou autopreservação? no megacurioso

Você acha que ler ou assistir sobre crimes te tornou uma pessoa mais ansiosa ou atenta?

<head></head><body>Em 21 de setembro desse ano, estreou a série <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/123121-jeffrey-dahmer-transtornos-que-moldam-um-assassino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dahmer: Um Canibal Americano</a>, do produtor Ryan Murphy, detalhando a jornada de vida e crimes cometidos pelo infame serial killer Jeffrey Dahmer, nos Estados Unidos da década de 1970. A atração se tornou o terceiro produto mais visto na história da Netflix, acumulando 196 milhões de horas assistidas nos primeiros cinco dias, fechando as quatro semanas iniciais no catálogo do serviço de streaming com 856 milhões de horas – ficando atrás apenas de Round 6, que tem 1,6 bilhão de horas.A série foi renovada para uma segunda temporada, mas para além dos impactos midiáticos, econômicos e complicações de interesse interno – o contrato de Murphy com a empresa acabaria em 2023 –, o produto rendeu uma onda de críticas acerca da quantidade de peças midiáticas falando sobre crimes hediondos e mentes psicóticas, até mesmo para a plataforma, que possui um catálogo extenso, indo de Ted Bundy a Charles Cullen –, e o quanto isso pode perturbar e influenciar pessoas.Então, qual é o impacto do true crime na sociedade?<h2>Uma legião obsessiva</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Extra Online&nbsp;" data-fonte-url="https://extra.globo.com/noticias/page-not-found/mulher-choca-com-tatuagens-de-serial-killers-em-perna-proposito-da-vida-25321409.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232245756019.jpg" alt="Britnee Chamberlain. (Fonte: Extra Online/Reprodução)">Britnee Chamberlain. (Fonte: Extra Online/Reprodução)No Halloween desse ano, o empresário brasileiro Alan Moséna viralizou nas redes sociais e foi criticado por ter se fantasiado de Dahmer para uma festa, em Manaus, capital do Amazonas. Além da caracterização, o homem também segurava um pó, simulando a droga usada pelo assassino para dopar as vítimas antes de cometer os crimes.Para os usuários das redes, como o Twitter, a principal crítica à fantasia é que ela remetia a alguém que realmente existiu e trouxe dor e desgraça para as vidas das pessoas, se tornando famoso apenas por isso. “Se fantasiar de algo fictício, como vampiro ou bruxa, é uma coisa, agora de um assassino que matou pessoas reais?”, criticou um internauta.Mas Moséna está muito longe de ter sido o único. Britnee Chamberlain, de 28 anos, possui uma tatuagem com o rosto de Dahmer e sua emblemática frase: “Se não puder vencê-los, coma-os”. Em muitas entrevistas, a jovem alegou que sua intenção não era glorificar a imagem de um indivíduo que assassinou 17 homens e meninos, desmembrou-os e os comeu, mas sim retirar o sentido metafórico da citação – que seria algo como "não se deixar ser derrotado pelos outros".<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232445599020.jpeg" alt="(Fonte: ETC e Pop/Reprodução)">(Fonte: ETC e Pop/Reprodução)Chamberlain ainda ressaltou que ficou simplesmente curiosa e obcecada sobre <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123099-4-motivos-que-explicam-a-obsessao-por-historias-de-true-crime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killers</a> e suas motivações, embora não tolere seus atos. Esse tipo de declaração é a síntese da aura fabulesca por trás da cultura da espetacularização do absurdo alimentada, principalmente, pelos norte-americanos, esta que, inclusive, foi retratada de maneira brilhante pelo cineasta Jordan Peele em seu mais recente filme Nope.A jovem de 28 anos faz parte de uma verdadeira avalanche de pessoas que prosperam no conteúdo true crime impulsionados pelo interesse psicológico e desejo de compreender a realidade de atos horríveis que a mente humana não consegue prospectar.<h2>A eterna predação</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Texas Public Radio&nbsp;" data-fonte-url="https://www.tpr.org/podcast/the-source/2022-10-28/societys-true-crime-obsession-contains-ethical-questions-about-the-genres-exploitive-nature-and-biases"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232607772021.jpg" alt="(Fonte: Texas Public Radio/Reprodução)">(Fonte: Texas Public Radio/Reprodução)O cientista comportamental Colton Scrivner chama de "curiosidade mórbida" o fenômeno referente à tendência de buscar informações sobre circunstâncias perigosas, o que alimenta a indústria cinematográfica do&nbsp;true crime.Em termos psicológicos, o especialista determina que isso faz parte do comportamento de inspeção de predadores, algo comum na natureza, especialmente entre os subadultos, e consiste na inspeção de um predador à distância, permitindo que a presa aprenda mais sobre como seu predador se parece, quais são seus hábitos e seu estado motivacional atual.É uma característica humana imaginar eventos e experimentá-los por meio de simulação mental, podendo gerar cenários onde o benefício de aprendizagem percebido é alto, porém o custo de aprendizagem é baixo. Essas situações atraem nossa atenção agindo como doces para mentes ansiosas, e está no centro da curiosidade mórbida. Perguntas do tipo “como um assassino age?” nos intrigam porque atingem a necessidade de evitar predação, o que, consequentemente, leva à busca obsessiva por análises – ou seja, conteúdo.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232743283023.jpg" alt="(Fonte: Forbes/Reprodução)">(Fonte: Forbes/Reprodução)Por outro lado, de acordo com uma pesquisa publicada no&nbsp;Sage Journals, o consumo de notícias, matérias, filmes, documentários ou qualquer outra mídia envolvendo crimes, pode levar a um medo maior de se tornar uma vítima. E para aqueles que são sobreviventes da violência, pode ser ainda pior.Para a professora de criminologia da Universidade do Sul da Flórida, Dawn Cecil, os fóruns de true crime espalhados pela internet – destinados a questionar e apontar erros judiciais ou analisar casos – também se tornaram câmaras de eco que alimentam o medo ou reforçam crenças preexistentes. O excesso de consumo de conteúdo true crime pode distorcer a percepção das pessoas sobre o crime e reforçar estereótipos. Um exemplo muito próximo disso foi o podcast A Mulher da Casa Abandonada, da Folha de SP, contando o caso de Margarida Bonetti, que envolveu o público e o polarizou de maneira que o crime entrou para o rol de circos midiáticos que prejudicaram investigações com o excesso de opinião pública.<h2>O passatempo da América</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07232855695025.jpg" alt="(Fonte: The Des Moines Register/Reprodução)">(Fonte: The Des Moines Register/Reprodução)Quando em 10 de junho de 1912, em Villisca, Iowa, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/113519-o-assassino-do-machado-o-inexplicavel-massacre-de-villisca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">seis membros da família Monroe</a> e dois hóspedes foram brutalmente assassinados, a cena do crime foi totalmente destruída por populares que queriam muito mais do que saber o que havia acontecido, mas experimentar a situação de maneira tão intensa a ponto de roubar um crânio do local. Pessoas do mundo inteiro viajaram para a cidadezinha para fazer uma visita à casa dos Monroe, que se tornou uma espécie de museu assombrado.Essa motivação deu início aos primórdios do turismo macabro que, apesar de ter sido definido apenas em 1996, quando foi percebido um aumento no turismo em locais onde <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121916-por-que-a-roupa-ensanguentada-de-jackie-kennedy-nunca-mais-foi-vista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">John F. Kennedy</a> foi assassinado, data do século XIX. A obsessão pelo que aconteceu em Villisca foi catapultado pelo crime de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/117377-o-crime-de-lizzie-borden-se-tornou-a-cultura-de-um-seculo-2.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lizzie Borden</a>, em 1892, considerado a cultura do século devido ao seu contexto de tragédia grega e detalhes obscenos.Atualmente, o mercado do turismo macabro foi avaliado em US$ 30 bilhões, com estimativa de alcançar até 35,6 bilhões em 2032. Isso são séculos de obsessão por crimes que, inclusive, segundo a mídia, estão sendo responsáveis por <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123276-a-sociedade-se-tornou-menos-empatica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dessensibilizar a população</a> com o excesso de informação sobre violência.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/11/07/07233127805031.jpeg" alt="(Fonte: Medium/Reprodução)">(Fonte: Medium/Reprodução)A opinião de Melanie Haughton, professora de psicologia da Universidade de Derby, é de que as pessoas são atraídas para certos locais com uma história sombria, como Auschwitz, mais por associação a elementos históricos, do que efetivamente curiosidade humana, como acontece no caso do turismo macabro onde serial killers viviam ou cometeram seus crimes violentos. Para ela, a mídia tem sim muito a ver com isso.Sarah Ward, autora da série&nbsp;DC Childs, já acredita que as pessoas são ótimas em compartimentar o que é real, o que aconteceu no passado e o que é ficção, podendo preservar seu choque perante um crime.Dean Fido, professor de psicologia na University of Derby, enxerga que a obsessão da sociedade pelo true crime ao longo do tempo normalizou esses eventos e fez as pessoas pensarem que podem ser vítimas em potencial, mesmo que seja estatisticamente improvável.Afinal, por este ângulo, esse ainda são os EUA da década de 1950, onde a morte e o crime criaram da selva de pedras que é Nova York, com os crimes de Richard Cottingham, ao interior do Texas, com o assassinato da família Clutter. Esta obsessão fascinante pelo choque está nos olhos de Truman Capote, que em seu A Sangue Frio,&nbsp;levou leitores do mundo inteiro a um mergulho intenso, humanizado, perturbador, brutalmente cativante e muito similar às falas de Dahmer em entrevistas que tentaram entender quem era o homem para além dos óculos aviador e do olhar placidamente vazio.</body>

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A cultura do consumo de True Crime: obsessão ou autopreservação?

Imagem de Jeffrey Dahmer: Transtornos que moldam um assassino no megacurioso

O serial killer Jeffrey Dahmer chocou o mundo com o relato de seus crimes, mas quais foram os aspectos mentais que o levaram a matar?

Quando falamos de um serial killer canibal no estilo de&nbsp;Jeffrey Dahmer &mdash; retratado na s&eacute;rie Dahmer: um canibal americano, da Netflix &mdash;, a primeira coisa na qual as pessoas &eacute; a psicopatia, o que n&atilde;o &eacute; o caso. Psicopatas tendem a buscar conex&otilde;es significativas com os outros, j&aacute; aqueles com impulsos canibais desenvolvem apegos extremos, assim como s&atilde;o mais inseguros e t&ecirc;m dificuldade em manter relacionamentos normais.
Ingerir a v&iacute;tima &eacute; uma demonstra&ccedil;&atilde;o de poder absoluto e uma maneira de "eternizar" a v&iacute;tima dentro dele, como se n&atilde;o fosse mais sair e estivesse fixada em seu interior. Isso tem rela&ccedil;&atilde;o com o abandono sofrido por ele, assim como a n&atilde;o aceita&ccedil;&atilde;o das pessoas pelo seu jeito diferente, que causava estranheza. O apego extremo, devido a essa falta, pode se tornar desejo sexual por meio de fantasias.
H&aacute; possibilidades, tamb&eacute;m, de maus tratos por parte de seus pais, omitidos por eles &agrave; justi&ccedil;a. Na escola, Jeffrey buscava maneiras de chamar a aten&ccedil;&atilde;o, mesmo que de forma bizarra &mdash; era um pedido de ajuda.
<h2>Perturba&ccedil;&otilde;es psiqui&aacute;tricas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/03/a-03160810497271.jpg" alt="a" />(Fonte: Netflix)
Analisando as perturba&ccedil;&otilde;es que Jeffrey tinha, divulgadas por psiquiatras do caso, e que se tratavam de transtorno de personalidade borderline, transtorno de personalidade esquizot&iacute;pica e psicose, j&aacute; podemos entender seu comportamento como mostrado na s&eacute;rie.
Pessoas com transtorno de personalidade borderline t&ecirc;m a maneira como pensam e sentem sobre si mesmos e os outros afetada, causando problemas de autoimagem, dificuldade em gerenciar emo&ccedil;&otilde;es e comportamentos e um padr&atilde;o de relacionamentos inst&aacute;veis.
O transtorno de personalidade esquizot&iacute;pica &eacute; caracterizado por ansiedade social grave, transtorno do pensamento, idea&ccedil;&atilde;o paranoide, desrealiza&ccedil;&atilde;o, psicose transit&oacute;ria (ou n&atilde;o ansiada) e, muitas vezes, cren&ccedil;as n&atilde;o convencionais, al&eacute;m de extremo desconforto em manter e formar relacionamentos pr&oacute;ximos, principalmente por achar que seus pares nutrem pensamentos negativos em rela&ccedil;&atilde;o a ele.&nbsp;Os transtornos psic&oacute;ticos s&atilde;o transtornos mentais graves que causam pensamentos e percep&ccedil;&otilde;es anormais.
<h2>Como tudo come&ccedil;a?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/03/a-03160848935272.jpg" alt="a" />(Fonte: Hollywood Forever TV)
Os acontecimentos ao longo de sua vida foram gatilhos desencadeadores. J&aacute; havia um precursor gen&eacute;tico que, junto &agrave; m&aacute; cria&ccedil;&atilde;o e acontecimentos em seu desenvolvimento, desencadearam o que hoje sabemos. &Eacute; poss&iacute;vel uma pessoa ter mais de um transtorno de maneira concomitante, bem como existe o transtorno misto de personalidade, onde a pessoa tem tra&ccedil;os de diferentes dist&uacute;rbios.
O que se pode afirmar &eacute; que ele tinha um desejo obsessivo por dominar, uma necessidade por controle e em possuir de forma permanente suas v&iacute;timas, tendo como ponto-chave a obsess&atilde;o pela beleza f&iacute;sica, uma esp&eacute;cie de conquista.
Jeffrey foi descrito como uma crian&ccedil;a solit&aacute;ria e com o bizarro interesse por animais mortos e pela conserva&ccedil;&atilde;o de suas ossadas, tendo pedido ao pai para ensin&aacute;-lo a conservar os ossos. Tamb&eacute;m era viciado em bebidas e cigarros e tinha problemas em se enturmar.
Os impulsos canibais do serial killer podem ser explicados por apegos extremos, inseguran&ccedil;a e dificuldade em manter relacionamentos. Como mencionei antes, ingerir partes da v&iacute;tima &eacute; visto como uma forma de mant&ecirc;-la dentro de si "eternamente".&nbsp;Sua m&atilde;e tinha hist&oacute;rico de depress&atilde;o e de discuss&otilde;es com vizinhos e com o marido, tendo tentado se suicidar. Seu pai era ausente devido aos estudos na universidade.
<h2>E seu c&eacute;rebro?</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/10/03/a-03160929833273.jpg" alt="a" />(Fonte: Netflix)
O c&eacute;rebro de Dahmer n&atilde;o p&ocirc;de ser estudado, apesar de v&aacute;rios profissionais e sua pr&oacute;pria m&atilde;e terem interesse, mas seu pai n&atilde;o permitiu. Baseando-me em estudos sobre assassinos, posso determinar a neuroanatomia para entender melhor o comportamento e os transtornos derivados.
Em teste de varredura cerebral (PET) de um controle normal comparado ao de um assassino, &eacute; vista a falta de ativa&ccedil;&atilde;o no c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal no serial killer.&nbsp;O funcionamento deficiente do c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal predisp&otilde;e um indiv&iacute;duo &agrave; viol&ecirc;ncia de v&aacute;rias maneiras:
<ul>
<li>Em um n&iacute;vel neurofisiol&oacute;gico, o funcionamento pr&eacute;-frontal reduzido pode resultar em perda de controle sobre estruturas subcorticais, como a am&iacute;gdala, relacionada &agrave; origem de sentimentos agressivos;</li>
<li>Em um n&iacute;vel neurocomportamental, o dano pr&eacute;-frontal tem sido associado a riscos, irresponsabilidades, quebra de regras, explos&otilde;es emocionais e agressivas, e comportamento argumentativo &mdash; todos os quais geram predisposi&ccedil;&atilde;o a atos criminosos violentos;</li>
<li>Em se tratando da personalidade, o dano frontal em pacientes neurol&oacute;gicos est&aacute; associado &agrave; impulsividade, perda de autocontrole, imaturidade, falta de tato, incapacidade de modificar e inibir o comportamento adequadamente e mau julgamento social. Estes, tamb&eacute;m, podem predispor &agrave; viol&ecirc;ncia;</li>
<li>No n&iacute;vel social, a perda de flexibilidade intelectual, habilidades de resolu&ccedil;&atilde;o de problemas e capacidade reduzida de usar informa&ccedil;&otilde;es fornecidas por pistas verbais &mdash; todas resultantes de disfun&ccedil;&atilde;o pr&eacute;-frontal &mdash; podem prejudicar habilidades sociais essenciais para formular solu&ccedil;&otilde;es n&atilde;o agressivas para encontros turbulentos.</li>
</ul>
O giro angular esquerdo, na jun&ccedil;&atilde;o das regi&otilde;es temporal, parietal e occipital do c&eacute;rebro apresenta redu&ccedil;&atilde;o da habilidade verbal em assassinos.&nbsp;Uma confirma&ccedil;&atilde;o interessante dessa interpreta&ccedil;&atilde;o &eacute; que os d&eacute;ficits de aprendizado s&atilde;o anormalmente comuns em infratores violentos. Jeffrey &eacute; um exemplo disso &mdash; era um p&eacute;ssimo aluno.
Tamb&eacute;m foram encontrados em assassinos redu&ccedil;&atilde;o do funcionamento do corpo caloso &mdash; a faixa de fibras nervosas brancas de comunica&ccedil;&atilde;o entre os hemisf&eacute;rios cerebrais esquerdo e direito.&nbsp;O hemisf&eacute;rio direito est&aacute; envolvido na gera&ccedil;&atilde;o de emo&ccedil;&atilde;o negativa. Em testes com ratos, o hemisf&eacute;rio esquerdo normalmente atua para inibir a tend&ecirc;ncia de matar do hemisf&eacute;rio direito.
<iframe width="853" height="480" src="https://www.youtube.com/embed/4zaekr-ocXA?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Tamb&eacute;m &eacute; observado em assassinos um funcionamento incomum em regi&otilde;es subcorticais, incluindo am&iacute;gdala, hipocampo e t&aacute;lamo.&nbsp;A am&iacute;gdala, o hipocampo e o c&oacute;rtex pr&eacute;-frontal est&atilde;o envolvidos no controle das emo&ccedil;&otilde;es e juntamente com o t&aacute;lamo, s&atilde;o fundamentais para a aprendizagem, mem&oacute;ria e aten&ccedil;&atilde;o.
As anormalidades na am&iacute;gdala concordam com a teoria destemida da viol&ecirc;ncia, uma vez que os ofensores t&ecirc;m reduzido a excita&ccedil;&atilde;o auton&ocirc;mica.&nbsp;Os assassinos parecem ter recrutado a &aacute;rea visual do c&oacute;rtex occipital do c&eacute;rebro para uma a&ccedil;&atilde;o vigorosa para ajud&aacute;-los a realizar a tarefa visual, compensando assim seu mau funcionamento pr&eacute;-frontal. A atividade subcortical excessiva pode predispor a um temperamento agressivo.
***
Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, colunista do Mega Curioso, &eacute; PhD em Neuroci&ecirc;ncias, mestre em Psicologia, p&oacute;s-graduado em Neuropsicologia entre outras p&oacute;s-gradua&ccedil;&otilde;es, licenciado em Biologia e em Hist&oacute;ria, tecn&oacute;logo em Antropologia, jornalista, especializado em programa&ccedil;&atilde;o Python, Intelig&ecirc;ncia Artificial e tem forma&ccedil;&atilde;o profissional em Nutri&ccedil;&atilde;o Cl&iacute;nica. Atualmente, &eacute; diretor do Centro de Pesquisas e An&aacute;lises Her&aacute;clito; membro ativo da Redilat; chefe do Departamento de Ci&ecirc;ncias e Tecnologia da Logos University International, cientista no Hospital Martin Dockweiler, e professor e investigador cientista na Universidad Santander.

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Jeffrey Dahmer: Transtornos que moldam um assassino

Imagem de 4 motivos que explicam a obsessão por histórias de true crime no megacurioso

Especialistas explicam por que tantas pessoas estão obcecadas por histórias que contam crimes reais

Estamos vivendo uma esp&eacute;cie de onda de narrativas&nbsp;true crime, que s&atilde;o hist&oacute;rias que falam sobre crimes reais e sobre a personalidade de assassinos. Recentemente, a s&eacute;rie Dahmer &ndash; um canibal americano, da Netflix, reacendeu o gosto que muitas pessoas t&ecirc;m por saber os detalhes s&oacute;rdidos destes acontecimentos macabros.
Mas h&aacute; muita gente que tamb&eacute;m se pergunta: por que somos t&atilde;o obcecados por conte&uacute;dos de true crime? Os especialistas j&aacute; est&atilde;o esbo&ccedil;ando algumas respostas para isto. Confira!
Leia tamb&eacute;m:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122222-6-equivocos-que-cometemos-sobre-os-serial-killers.htm" target="_blank">6 equ&iacute;vocos que cometemos sobre os serial killers</a>
<h2>1. O fasc&iacute;nio pelo mal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100114425167.jpg" alt="(Fonte: Revista Lado B)" />(Fonte: Revista Lado B)
Para o psic&oacute;logo forense Paul G. Mattiuzzi, narrativas true crime&nbsp;nos d&atilde;o a oportunidade de encarar aquilo que seria um <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/107885-famosos-casos-historicos-mostram-porque-o-incesto-e-um-tabu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tabu</a> fundamental nas culturas: o assassinato. Isso mexe com um tema central para todos n&oacute;s, que &eacute; a luta do bem contra o mal, que existe desde sempre.
Para a psic&oacute;loga cl&iacute;nica Elizabeth Rutha, somos atra&iacute;dos por essa tens&atilde;o ainda crian&ccedil;as, mas somos orientados a n&atilde;o investigar o tema mais a fundo &nbsp;Por isso, o g&ecirc;nero true crime nos possibilitaria tentar resolver uma curiosidade fundamental: o que motiva as pessoas a cometerem este ato extremo.&nbsp;
&ldquo;Queremos algumas dicas sobre a psicologia de um assassino, em parte para que possamos aprender como proteger nossas fam&iacute;lias e a n&oacute;s mesmos. Mas tamb&eacute;m porque somos simplesmente fascinados por comportamentos aberrantes e os muitos caminhos que percep&ccedil;&otilde;es distorcidas podem tomar", pontuou Rutha ao portal Mentalfloss.
<h2>2. A influ&ecirc;ncia dos notici&aacute;rios</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100035250166.jpg" alt="(Fonte: HBO Max)" />(Fonte: HBO Max)
Nosso interesse pelo crime tamb&eacute;m teria a ver com a quantidade de not&iacute;cias sobre este tema que nos atinge desde sempre. "Desde os anos 1950, somos bombardeados na m&iacute;dia com relatos de crimes, e isso provavelmente se tornou realidade nos anos 1970. Nosso fasc&iacute;nio pelo crime &eacute; igualado pelo nosso medo dele", explica o psic&oacute;logo Michael Mantell.
<h2>3. N&atilde;o conseguimos desviar os olhos de um "acidente"</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Estado de Minas&nbsp;" data-fonte-url="https://i.em.com.br/YTLVUk5eDFc2VW_rIujor4j4Wfg=/790x/smart/imgsapp.em.com.br/app/noticia_127983242361/2021/07/12/1285608/20210711163646368234o.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100205548168.jpg" alt="(Fonte: Estado de Minas)" />(Fonte: Estado de Minas)
O professor de criminologia Scott Bonn explica que os atos de um&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/serial-killers-e-psicopatas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killer</a> podem ser horr&iacute;veis de se ver, mas grande parte do p&uacute;blico n&atilde;o consegue desviar o olhar porque fica fascinado pelo espet&aacute;culo.
A ideia de estarmos diante de algo muito raro (embora nem sempre isso seja verdade) explicaria esta atra&ccedil;&atilde;o. "A ideia de que o crime &eacute; insepar&aacute;vel da civiliza&ccedil;&atilde;o &ndash; n&atilde;o a parte da aberra&ccedil;&atilde;o, mas um componente integral e at&eacute; mesmo necess&aacute;rio de nossas vidas &ndash; &eacute; uma no&ccedil;&atilde;o aceita por v&aacute;rios pensadores", afirma o escritor Harold Schechter.&nbsp;
Plat&atilde;o, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/122396-entenda-como-freud-criou-o-maior-mito-sobre-o-orgasmo-feminino.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sigmund Freud</a> e &Eacute;mile Durkheim, dentre outros pensadores, j&aacute; escreveram que os crimes s&oacute; podem cumprir sua fun&ccedil;&atilde;o social se os outros souberem sobre ele e se escandalizarem pelo que ocorreu.
<h2>4. Saber sobre&nbsp;true crime nos traz seguran&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/09/28/28100356242170.jpg" alt="(Fonte: Intr&iacute;nseca)" />(Fonte: Intr&iacute;nseca)
Um estudo de 2010 descobriu que as mulheres eram mais atra&iacute;das do que os homens por alguns tipos espec&iacute;ficos de hist&oacute;rias true crime. E havia uma raz&atilde;o interessante neste fasc&iacute;nio: elas sentiam que estavam recebendo dicas sobre como se proteger de um agressor. Os homens, por outro lado, estavam mais propensos a gostar de hist&oacute;rias que tinham v&iacute;timas do sexo feminino.
&ldquo;Nossas descobertas de que as mulheres foram atra&iacute;das por hist&oacute;rias que continham informa&ccedil;&otilde;es relevantes para o condicionamento f&iacute;sico fazem sentido &agrave; luz da pesquisa que mostra que as mulheres temem se tornar v&iacute;timas de um crime mais do que os homens&rdquo;, conclui Amanda Vicary, que participou do estudo.
Ouvir sobre crimes reais, portanto, pode ter um certo car&aacute;ter pedag&oacute;gico, especialmente para as mulheres. Ainda que os homens tenham quatro vezes mais chances que as mulheres de serem assassinados, as mulheres totalizam 70% das v&iacute;timas de <a href="https://www.megacurioso.com.br/matematica-e-estatistica/98549-mapa-mostra-onde-e-por-que-ocorre-a-maior-parte-dos-homicidios-no-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">homic&iacute;dios</a> cometidos por parceiros &iacute;ntimos. Por isso, n&atilde;o &eacute; de se estranhar que procurem este g&ecirc;nero para tentar aprender alguma coisa.

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True Crime: 4 motivos que explicam a obsessão por histórias de assassinato

Imagem de 6 equívocos que cometemos sobre os serial killers no megacurioso

Algumas pensamentos comuns sobre serial killers estão totalmente errados. Descubra quais deles

<head></head><body>Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/serial-killers-e-psicopatas/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killers</a>&nbsp;sempre despertaram muita curiosidade nas pessoas. Afinal, parece difícil entender o que levaria alguém a cometer assassinatos em série.Mas o que será que a ciência fala sobre estas pessoas? A partir de estudos científicos, descobriu-se que muitas ideias que se tinha sobre estes criminosos podem estar erradas. Neste texto, contamos seis destes equívocos.<h2>1. Os&nbsp;serial killers não são super inteligentes</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/13/13191730488464.jpg" alt="(Fonte: Orion Pictures/Reprodução)">(Fonte: Orion Pictures/Reprodução)Culpe o doutor <a href="https://www.megacurioso.com.br/memes-e-virais/44730-hannibal-montagem-retrata-suarez-como-canibal-protagonista-do-filme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hannibal Lecter</a>, de O&nbsp;Silêncio dos Inocentes&nbsp;(1991), pela concepção de que serial killers são sempre pessoas com inteligência muito acima da média — afinal, é assim que eles conseguiriam enganar suas vítimas e escapar ilesos dos crimes.&nbsp;Mas não é bem assim. Pesquisadores se deram o trabalho de avaliar o intelecto de alguns serial killers e chegaram à conclusão de que eles têm, em média, um <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/118090-nota-de-qi-define-inteligencia-veja-as-pessoas-mais-inteligentes-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">QI</a> 95 — ficando dentro da média mundial, que é entre 90 e 110.<h2>2. Serial killers não são apenas pegos quando querem</h2><span class="img-fc" data-fonte="Bettmann/Getty Images/Reprodução" data-fonte-url="https://www.gettyimages.ie/detail/news-photo/chi-omega-murder-suspect-theodore-bundy-walks-forward-and-news-photo/515421342"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/13/13191556300463.jpg" alt="(Fonte: Bettmann/Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Bettmann/Getty Images/Reprodução)Existe um mito de que serial killers seriam tão geniais que só seriam capturados por vontade própria. Isso também não é verdade — e quem garante é o FBI.Segundo o conhecido órgão da polícia americana, quando estes matadores em série cometem vários assassinatos sem serem pegos, eles tendem a ficar mais confiantes e encorajados. Por consequência, se tornam menos cuidadosos em seus métodos.&nbsp;Isso quer dizer que a frase correta talvez fosse: não é que os&nbsp;serial killers&nbsp;queiram ser pegos, e sim que eles acreditam que nunca serão.<h2>3. A maior parte deles não sofre de transtornos mentais comuns</h2><span class="img-fc" data-fonte="Mirrorpix/Getty Images/Reprodução" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/american-criminal-charles-manson-the-man-who-foto-jornal%C3%ADstica/876995010?"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/13/13192825926476.jpg" alt="(Fonte: Mirrorpix/Getty Images/Reprodução)">(Fonte: Mirrorpix/Getty Images/Reprodução)É bem comum imaginar que serial killers tenham transtornos mentais seríssimos, como <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/104569-conheca-a-esquizofrenia-um-pouco-melhor-com-estes-13-fatos-interessantes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esquizofrenia</a> e o <a href="https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/89236-conheca-5-casos-famosos-e-fascinantes-de-multiplas-personalidades.htm#:~:text=Na%20verdade%2C%20o%20problema%20%C3%A9,no%20lugar%20da%20personalidade%20principal." rel="noopener noreferrer" target="_blank">transtorno dissociativo de identidade</a>. O problema desta pré-concepção é justamente trazer prejuízos às pessoas que, de fato, têm essas doenças e não cometem assassinatos.A maior parte dos criminosos têm noção do impacto de seus crimes — o que seria um quesito fundamental para categorizar uma pessoa dentro de um transtorno. E, quando eles têm algum distúrbio, dificilmente é alguma doença psicótica (ou seja, que se caracteriza por uma desconexão da realidade).<h2>4. Eles não são "viciados" em matar</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/13/13191926863465.jpg" alt="(Fonte: FX)">(Fonte: FX)Há uma ideia de que o assassinato funcionaria quase como um "<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121828-vicio-em-opio-tambem-assolou-as-sociedades-ancestrais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vício</a>" na mente dessas pessoas (e se você assistiu à série <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229456-dexter-new-blood-serial-killer-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dexter</a>, sabe do que estou falando). Inclusive, há histórias sobre serial killers que largaram os velhos hábitos.Um exemplo disso é o assassino conhecido como "BTK Killer", retratado na série <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/mindhunter" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mindhunter</a> — que acompanha o início dos estudos da psique dos assassinos em série. O homem, que se chamava Dennis Rader, matou 10 pessoas entre 1974 e 1991, e daí parou. Ele foi preso em 2005, 15 anos depois de sua última morte.Por que ele parou? Especialistas dizem que, às vezes, uma mudança na vida de um assassino em série pode fazer com ele ache outras formas de canalizar seus impulsos violentos. Pode ser um casamento, um divórcio, uma mudança de cidade.<h2>5. Os&nbsp;serial killers&nbsp;não são sempre pessoas solitárias</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/13/13193215926482.jpg" alt="(Fonte: WI Dept. of Corrections/Reprodução)">(Fonte: WI Dept. of Corrections/Reprodução)Tendemos a imaginar que estes criminosos agem assim pois já estavam marginalizados na sociedade. Por conta disso, costumam viver de forma muito solitária.A verdade é que, enquanto cometiam crimes, muitos desses assassinos viviam vidas bem normais, com famílias, amigos e colegas que nem desconfiavam que eles eram capazes de cometer tais atos.<h2>6. Mulheres são capazes de matar em série</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/06/13/13192112129467.jpg" alt="(Fonte: K/W Productions/Reprodução)">(Fonte: K/W Productions/Reprodução)O terreno de atuação dos serial killers é quase exclusivamente masculino, certo? Na verdade, há mais mulheres assassinas do que as pessoas tendem a acreditar. Um estudo feito em 2015 na Universidade da Florida concluiu que 16% do serial killers são mulheres. Uma vez que, na média geral de assassinatos, 10% são cometidos por mulheres, o dado é bem mais alto do que poderíamos pensar.O que as difere dos homens são os métodos: as mulheres estão mais propensas a matar por envenenamento, e costumam agir em grupo.</body>

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6 equívocos que cometemos sobre os serial killers

Imagem de As terríveis histórias de tortura e morte da Mansão LaLaurie  no megacurioso

Considerada uma das casas mais mal-assombradas de Nova Orleans, a Mansão LaLaurie carrega histórias de tortura, morte e sofrimento ocorridas há quase 2 séculos

Madame LaLaurie e a Mans&atilde;o LaLaurie entraram para a hist&oacute;ria como um dos cap&iacute;tulos mais tristes de tortura e morte dos Estados Unidos. Hoje, a vida dessa mulher &eacute; lembrada como causadora de dor, enquanto a mans&atilde;o localizada em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113407-carnaval-americano-estados-unidos-conheca-mardi-gras-nova-orleans.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nova Orleans</a> &eacute; um tema recorrente de relatos de assombra&ccedil;&atilde;o.
<a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/39570-terror-real-personagens-de-american-horror-story-existiram-de-verdade-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Marie Delphine LaLaurie</a> nasceu em Nova Orleans, Estados Unidos, em 1775. Ela, que inspirava respeito e prest&iacute;gio por pertencer a uma fam&iacute;lia de pol&iacute;ticos da regi&atilde;o, era, no fundo, uma das mais cru&eacute;is e perversas assassinas em s&eacute;rie que o pa&iacute;s j&aacute; conheceu.
Estimativas apontam que ela tenha causado a morte de, aproximadamente, 100 pessoas, entre homens, mulheres e crian&ccedil;as. Outros in&uacute;meros haveriam sido torturados. Nem seus filhos teriam escapado impunes &agrave; viol&ecirc;ncia dela.
<h2 class="uk-text-justify">Tr&ecirc;s casamentos e v&aacute;rios funerais</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07192838629403.jpg" alt="Madame LaLaurie teve tr&ecirc;s casamentos e seis filhos. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)" />Madame LaLaurie teve tr&ecirc;s casamentos e seis filhos. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)
A socialite se casou 3 vezes, mas foi apenas no &uacute;ltimo casamento em que adquiriu o sobrenome LaLaurie. Com seu novo marido, o m&eacute;dico Leonard Louis Nicolas LaLaurie, mudou-se, em 1831, para uma mans&atilde;o no bairro mais antigo da cidade. L&aacute;, montou o palco para suas perversidades.
Hoje, conhecemos a verdadeira faceta da senhora LaLaurie, mas at&eacute; 1834 as hist&oacute;rias que rondavam seu nome eram vistas apenas como boatos e lendas. Delphine gostava de oferecer grandes banquetes em sua resid&ecirc;ncia, momentos em que os convidados entravam em contato com os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120203-e-se-a-escravidao-nao-tivesse-existido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">escravizados</a> que trabalhavam para o casal LaLaurie.&nbsp;Os relatos eram sempre que estes viviam abatidos, feridos e fracos.
Alguns de seus vizinhos afirmavam ter visto, a dist&acirc;ncia, seu comportamento vil contra homens e mulheres. O mais terr&iacute;vel deles tinha como protagonista uma jovem escravizada de apenas 12 anos de idade, chamada Lia.&nbsp;A fun&ccedil;&atilde;o da menina era escovar os cabelos da madame e, em um ato de descuido, teria feito isso com mais for&ccedil;a do que o necess&aacute;rio. Irada, Delphine teria atirado a garota do telhado da mans&atilde;o. Em uma sociedade escravocrata, o m&aacute;ximo de puni&ccedil;&atilde;o foi a perda de 9 escravizados.
<h2 class="uk-text-justify">A descoberta da maldade</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07193015175404.jpg" alt="Inc&ecirc;ndio causado por idosa torturada ajudou a descobrir o terror vivido na mans&atilde;o. (Fonte: 64 Parishes)" />Inc&ecirc;ndio causado por idosa torturada ajudou a descobrir o terror vivido na mans&atilde;o. (Fonte: 64 Parishes)
No dia 10 de abril de 1834, um inc&ecirc;ndio na Mans&atilde;o LaLaurie levou a pol&iacute;cia a descobrir as crueldades praticadas por Marie Delphine. Com a chegada de volunt&aacute;rios e das autoridades, descobriu-se, entre outras coisas, uma idosa acorrentada ao fog&atilde;o pelo tornozelo.
Outros sete escravizados foram encontrados amarrados com colares de ferro no pesco&ccedil;o e gravemente mutilados, alguns com as v&iacute;sceras para fora. O fogo havia iniciado como uma tentativa de suic&iacute;dio da idosa, que na impossibilidade de fuga, cogitou tirar a pr&oacute;pria vida.
Antes mesmo que as chamas consumissem todo o casar&atilde;o, o espa&ccedil;o foi invadido por uma multid&atilde;o, que destruiu tudo o que foi poss&iacute;vel. Misteriosamente, o casal LaLaurie conseguiu fugir para o Alabama e de l&aacute; para Paris, onde Madame LaLaurie teria morrido, em 1842.
<h2 class="uk-text-justify">Uma casa de horrores</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07193349832405.jpg" alt="Torturas, morte e dor marcam a hist&oacute;ria da casa. (Fonte: AminoApps)" />Torturas, morte e dor marcam a hist&oacute;ria da casa. (Fonte: AminoApps)
Com a fuga da fam&iacute;lia e a destrui&ccedil;&atilde;o do im&oacute;vel, uma investiga&ccedil;&atilde;o detalhada foi instaurada. Nela, a pol&iacute;cia constatou que as sess&otilde;es de tortura envolveriam a remo&ccedil;&atilde;o de genitais, extra&ccedil;&atilde;o de sangue e pelos.
A Mans&atilde;o LaLaurie permaneceu abandonada por diversos anos. Na tentativa de repaginar o im&oacute;vel, o local foi utilizado para diferentes prop&oacute;sitos: escola, casa de reabilita&ccedil;&atilde;o para adolescentes, conservat&oacute;rio de m&uacute;sica, pr&eacute;dio de apartamentos e loja de varejo.
N&atilde;o s&atilde;o poucos os relatos ao longo dos anos afirmando que o lugar &eacute; mal-assombrado. Gritos, gemidos, correntes arrastando e cheiro de carne humana queimada. Os mesmos fantasmas s&atilde;o descritos, todos sempre muito violentos, incluindo uma mulher branca de olhos brilhantes, a quem as narrativas creem se tratar da pr&oacute;pria Madame LaLaurie.
<h2 class="uk-text-justify">Sem acesso &agrave; Mans&atilde;o LaLaurie</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2022/01/07/07193506066406.jpg" alt="Atual propriet&aacute;rio n&atilde;o aceita visitas, nem mesmo de emissoras de TV. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)" />Atual propriet&aacute;rio n&atilde;o aceita visitas, nem mesmo de emissoras de TV. (Fonte: Aventuras na Hist&oacute;ria)
Em 2007, o ator <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/109166-nicolas-cage-diz-que-odeia-ser-meme-e-reclama-do-site-cage-cage.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nicolas Cage</a> chegou a adquirir a mans&atilde;o para escrever um livro de terror; contudo, ela ficou pouco tempo sob sua posse. Cage perdeu o im&oacute;vel, em 2009, para a execu&ccedil;&atilde;o hipotec&aacute;ria.
Em 2013, Michael Whalen, um magnata do petr&oacute;leo do Texas, adquiriu a Mans&atilde;o LaLaurie e se mudou para l&aacute; com a esposa. Desde ent&atilde;o, nunca permitiu visitas, nem mesmo as equipes de produ&ccedil;&atilde;o de American Horror Story: Coven, s&eacute;rie antol&oacute;gica de terror que contou um pouco a hist&oacute;ria de Marie Delphine LaLaurie.
Moradores contam que, se o propriet&aacute;rio est&aacute; na varanda do segundo andar e v&ecirc; turistas se aproximando, recolhe-se em seus aposentos. Ao que tudo indica, melhor fantasmas do que turistas.

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As terríveis histórias de tortura e morte da Mansão LaLaurie 

Imagem de Diogo Alves: a cabeça preservada de 180 anos de um "serial killer" no megacurioso

A cabeça pertence a uma época baseada em pura pseudociência

O interesse pela cabe&ccedil;a de Diogo Alves surgiu quando ele era ainda jovem. Nascido em algum momento de 1810, em Galiza (Espanha), filho de camponeses, ele caiu do cavalo da fam&iacute;lia e bateu a cabe&ccedil;a, ganhando o apelido de "Pancada".
Quando completou 19 anos, os pais o enviaram para trabalhar em Lisboa (Portugal), no que foi considerado seu fim, principalmente depois que ele se envolveu com Maria Gertrudes, dona de uma estalagem na cidade. Especulam que essa conex&atilde;o o tenha instigado a come&ccedil;ar a matar, somada &agrave; falta de emprego, &agrave; bebedeira sem fim e &agrave;s apostas.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16112805670191.png" alt="(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De "Pancada", ele passou a "Assassino do Aqueduto" por atirar transeuntes de uma altura de 60 metros ap&oacute;s roub&aacute;-los, para que a pol&iacute;cia n&atilde;o os identificasse e determinasse a morte como suic&iacute;dio &mdash; o que, a princ&iacute;pio, pareceu um sucesso.
Em 19 de fevereiro de 1841, Alves se tornaria o pen&uacute;ltimo criminoso a ser enforcado em Portugal ap&oacute;s ser condenado pelo assassinato de quatro familiares de um m&eacute;dico (apesar de ter matado cerca de 70 pessoas).&nbsp;
Mas aquele n&atilde;o foi o fim da linha para o homem.
<h2>O estudo</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16113345514207.jpg" alt="(Fonte: MDig/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: MDig/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O comportamento subitamente err&aacute;tico de um jovem que parecia saud&aacute;vel e normal instigou a curiosidade dos cientistas da Escola M&eacute;dico-Cir&uacute;rgica de Lisboa. Em um per&iacute;odo de ilumina&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica, eles queriam saber como a mente funcionava nesses casos e acreditavam que ao estudar as sali&ecirc;ncias da cabe&ccedil;a (ramo da frenologia) teriam respostas concretas.
A pseudoci&ecirc;ncia da frenologia sustentava a ideia de que tra&ccedil;os de personalidade, incluindo propens&atilde;o criminosa, poderiam ser sentidos, apalpados e medidos diretamente no cr&acirc;nio do indiv&iacute;duo. Portanto, foi ordenado que a cabe&ccedil;a de Alves fosse removida ap&oacute;s sua morte e colocada em um recipiente de vidro com uma solu&ccedil;&atilde;o de formalde&iacute;do para que os estudiosos pudessem analis&aacute;-la.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16113454280214.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
H&aacute; poucas evid&ecirc;ncias de qual estudo de personalidade foi realizado no cr&acirc;nio de Alves na universidade. E ele n&atilde;o foi o &uacute;nico a passar por esse processo. A cabe&ccedil;a de Francisco Mattos Lobo, um assassino em s&eacute;rie que matou uma fam&iacute;lia e seu cachorro, foi examinada por frenologistas em abril de 1842, tamb&eacute;m indo parar em uma prateleira da institui&ccedil;&atilde;o.
A cabe&ccedil;a de Alves est&aacute; at&eacute; hoje no Teatro Anat&ocirc;mico da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em uma parte da institui&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o &eacute; acess&iacute;vel ao p&uacute;blico, apenas a estudantes.

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Diogo Alves: a cabeça preservada de 180 anos de um 'serial killer'

Imagem de Assassino do Zodíaco: identidade do serial killer é revelada no megacurioso

Após quase 70 anos, grupo de investigadores afirma ter descoberto a identidade do assassino responsável por aterrorizar os EUA na década de 1960 

<head></head><body>Um dos maiores mistérios criminais da história dos Estados Unidos parece ter chegado ao fim nesta quarta-feira (06). Uma equipe de investigadores de alto calibre afirma ter descoberto a real identidade do <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/58736-o-misterioso-caso-do-serial-killer-zodiaco-cuja-identidade-e-desconhecida.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Assassino do Zodíaco</a>, um dos maiores serial killers do mundo e que aterrorizou a cidade de São Francisco na década de 1960 — sendo responsável por 14 assassinatos reconhecidos.O grupo, conhecido pelo nome de "The Case Breakers", é formado por 40 ex-policiais, investigadores particulares, agentes federais e especialistas forenses, os quais também alegam ter descoberto um outro crime de autoria do Assassino do Zodíaco em 1966, no sul da Califórnia.<h2>Identidade revelada</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Case Breakers/Divulgação&nbsp;" data-fonte-url="https://ewscripps.brightspotcdn.com/dims4/default/33bb64c/2147483647/strip/true/crop/1862x1048+0+0/resize/1280x720!/quality/90/?"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06144710411283.jfif" alt="(Fonte: The Case Breakers/Divulgação)">(Fonte: The Case Breakers/Divulgação)Ao longo de muitos anos, o Zodíaco provocou as autoridades locais com mensagens em códigos, ou cifras, enviadas através de jornais. Durante esse período, sua identidade jamais foi revelada, apesar de a polícia ter investigado diversos suspeitos em potencial.&nbsp;Na visão dos investigadores, a real identidade do assassino em série seria Gary Francis Poste, um homem que faleceu em 2018. Para os Case Breakers, boa parte das pistas levantadas por décadas ligam Poste ao Assassino do Zodíaco. Isso incluiria fotos encontradas em sua câmara escura, um padrão de cicatrizes ou rugas em sua testa que correspondem a um esboço da polícia sobre o criminoso e demais evidências forenses, incluindo DNA.O grupo também alega que, caso você retire as letras do nome de Gary Poste das mensagens escritas pelo <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/104954-inteligencia-artificial-vem-desvendando-a-mente-dos-serial-killers.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killer</a> na época dos assassinatos, é possível encontrar um recado alternativo deixado para trás pelo autor dos crimes.&nbsp;<h2>Assassinato paralelo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06144834725284.jfif" alt="(Fonte: Associated Press)">(Fonte: Associated Press)Os Case Breakers também estão convencidos de que Poste foi responsável pela morte de Cheri Jo Bates em Riverside, na Califórnia, em 31 de outubro de 1966 — dois anos antes de o Assassino do Zodíaco ter sido ligado a um assassinato na área da baía de São Francisco.O desaparecimento de Bates foi constatado por seu pai, e posteriormente seu cadáver foi encontrado brutalmente esfaqueado em um beco próximo à livraria do município. O relato da polícia afirma que a moça foi atingida por 42 golpes. No momento, os investigadores estão pressionando as autoridades locais para conseguir comparar o DNA de Gary Poste com as amostras coletadas na cena desse crime.Uma confissão enviada à polícia um mês após o assassinato de Cheri Jo incluia frases semelhantes às usadas pelo Zodíaco, o que chamou atenção para o caso. Entretanto, essa prova acabou sendo desconsiderada pelas autoridades em 2016 após receberem um recado anônimo reconhecendo autoria da carta e dizendo se tratar de "uma piada de mau gosto".&nbsp;<h2>Dúvidas e continuidade das investigações</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Zodiac_killer#/media/File:4abc_-_San_Francisco_Chronicle_Dripping_Pen_Card_November_8_1969_340_Cipher_COLOR.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/10/06/06144951976289.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Apesar dos relatos divulgados pelos Case Breakers, o Departamento de Polícia de Riverside disse não ter nenhuma prova concreta que ligue a morte de Cheri Jo Bates ao Assassino do Zodíaco. "Entendemos o interesse público nesses assassinatos não resolvidos, mas todas as perguntas sobre o Assassino do Zodíaco devem ser encaminhadas ao FBI", responderam ao jornal Fox News.Entre dezembro de 1968 e outubro de 1969, cinco vítimas foram atribuídas ao serial killer em São Francisco. Ele tinha como alvo principalmente casais jovens, tendo dois homens sobrevivido aos ataques, e também matou um motorista de táxi solitário. Em suas cartas ao San Francisco Chronicle,&nbsp;o criminoso afirmou ter matado 37 pessoas.Das quatro cifras produzidas por ele, duas seguem sem solução até hoje — a primeira foi solucionada em 1969 e a segunda somente <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117100-apos-51-anos-mensagem-do-assassino-do-zodiaco-e-decifrada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em 2020</a> por cidadãos comuns. Em 2020, o FBI declarou que as investigações ainda estavam em andamento.</body>

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Assassino do Zodíaco: identidade do serial killer é revelada

Imagem de Além de Suzane: outras histórias de crimes famosos para você conhecer  no megacurioso

Depois do sucesso dos filmes sobre o caso Von Richthofen, há muita gente interessada em livros e outras obras com histórias de crimes famosos

A n&atilde;o ser que voc&ecirc; viva sem internet e redes sociais, provavelmente leu ou ouviu algum coment&aacute;rio sobre os filmes A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais, que contam duas vers&otilde;es do assassinato do casal Von Richthofen em outubro de 2002.
O caso &eacute; um dos mais famosos da hist&oacute;ria &mdash; e tem <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117808-caso-suzane-von-richthofen-a-menina-que-planejou-a-morte-dos-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um texto inteirinho sobre ele aqui no Mega Curioso</a>.&nbsp;A verdade &eacute; que, por mais macabras que essas hist&oacute;rias sejam, &eacute; normal querer saber mais sobre elas: entender as motiva&ccedil;&otilde;es, como tudo aconteceu e como um ser humano pode chegar ao extremo de matar outra pessoa. N&atilde;o &eacute; &agrave; toa que o g&ecirc;nero <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117777-o-que-e-o-true-crime-e-porque-esse-genero-vem-crescendo-na-cultura-pop.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">true crime</a>&nbsp;(ou crimes reais, em portugu&ecirc;s) &eacute; um dos mais populares na TV, no cinema e na literatura.
Pensando nisso, o Mega Curioso preparou hoje uma lista de sete livros com hist&oacute;rias de crimes famosos. &Oacute;timas recomenda&ccedil;&otilde;es para voc&ecirc; que tem costume de ler antes de dormir.
<h2>1. Casos Richthofen e Nardoni</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/Casos-Fam%C3%ADlia-Arquivos-Richthofen-Nardoni/dp/8594540132?_encoding=UTF8&amp;psc=1&amp;refRID=DBTF7RVTMYWS4GPJBT23&amp;linkCode=sl1&amp;tag=megacurioso-editorial-20&amp;linkId=72a652380bc33888d66a4740b68d3b0a&amp;language=pt_BR&amp;ref_=as_li_ss_tl" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Casos de fam&iacute;lia: arquivos Richthofen e arquivos Nardoni, de Ilana Casoy</a></h3>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Jornal do Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://www.jb.com.br/pais/2019/08/1013149-condenado-pela-morte-da-filha--nardoni-sai-de-presidio-para-o-dia-dos-pais.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28010726130040.jpeg" alt="Imagem: Jornal do Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Jornal do Brasil/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Come&ccedil;ando pelos filmes do momento, esse foi o livro que os inspirou. Muita gente nas redes sociais tem afirmado que o livro &eacute; bem mais completo que os dois longas-metragens juntos. Al&eacute;m disso, h&aacute; a hist&oacute;ria do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117887-isabella-nardoni-o-caso-que-chocou-o-brasil.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caso Nardoni</a>, que parou o pa&iacute;s alguns anos depois.&nbsp;
A obra foi escrita pela crimin&oacute;loga Ilana Casoy, que fez muitas pesquisas nos arquivos da Pol&iacute;cia e do Minist&eacute;rio P&uacute;blico sobre os dois crimes. A reedi&ccedil;&atilde;o que linkamos, em especial, cont&eacute;m as anota&ccedil;&otilde;es feitas por Casoy na &eacute;poca, enquanto ela desvendava ambos os casos. S&atilde;o mais de 500 p&aacute;ginas, com uma infinidade de detalhes para entender como esses crimes, que chocaram o Brasil, aconteceram &mdash; e os acusados puderam ser punidos.
<h2>2. Caso Evandro</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/Caso-Evandro-acusados-pol%C3%ADcias-diab%C3%B3lica/dp/8595086974/ref=tmm_pap_swatch_0?_encoding=UTF8&amp;qid=&amp;sr=" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O caso Evandro: sete acusados, duas pol&iacute;cias, o corpo e uma trama diab&oacute;lica, de Ivan Mizanzuk</a></h3>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2021/07/16/caso-evandro-secretaria-de-justica-cria-grupo-de-trabalho-para-identificar-falhas-no-processo-e-investigacao.ghtml"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28010814145041.jpeg" alt="Imagem: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O paranaense Ivan Mizanzuk ficou conhecido no pa&iacute;s inteiro por sua narra&ccedil;&atilde;o detalhad&iacute;ssima do caso do menino Evandro, na 4&ordf; temporada do podcast Projeto Humanos. A hist&oacute;ria fez tanto sucesso que rendeu uma s&eacute;rie no Globoplay e um livro &mdash; que traz ainda mais detalhes da enorme pesquisa feita por Mizanzuk sobre o caso.
Em resumo, o garoto Evandro Ramos Caetano, de 6 anos, sumiu em abril de 1992 em Guaratuba (PR). Alguns dias depois, seu corpo foi encontrado mutilado, levantando as suspeitas de que ele teria sido morto em um ritual sat&acirc;nico. N&atilde;o demorou para que a esposa e a filha do prefeito fossem acusadas de serem "as cabe&ccedil;as do crime". Mas isso &eacute; s&oacute; o come&ccedil;o &mdash; e a hist&oacute;ria fica cada vez pior&hellip;
<h2>3. A fam&iacute;lia Manson</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/Manson-Biografia-Jeff-Guinn/dp/8566636317?_encoding=UTF8&amp;psc=1&amp;refRID=FSZJY2XSZ3ST9WP1Z53M&amp;linkCode=sl1&amp;tag=megacurioso-editorial-20&amp;linkId=e4f410a3cbaa36a89786464eec64a6aa&amp;language=pt_BR&amp;ref_=as_li_ss_tl" target="_blank">Manson: a biografia, de Jeff Guinn</a></h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28010915239042.jpeg" alt="Imagem: VEJA/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: VEJA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Partindo para os criminosos gringos, a hist&oacute;ria de Charles Manson e sua "fam&iacute;lia" talvez seja&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/policia/100204-8-fatos-tragicos-sobre-a-infancia-de-charles-manson.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um dos casos mais debatidos</a> do s&eacute;culo XX, com in&uacute;meras refer&ecirc;ncias na cultura pop.
Para quem quer mergulhar fundo na hist&oacute;ria, saber mais sobre como era a vida na fam&iacute;lia Manson&nbsp;(<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/113393-oscar-2020-conheca-todos-os-vencedores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">al&eacute;m do que vimos no filme do Tarantino</a>) e entender como ele se tornou uma pessoa t&atilde;o ruim, esse &eacute; o livro. O autor Jeff Guinn se dedicou por mais de 2 anos &agrave; vida de Charles Manson, gerando o livro com mais de 500 p&aacute;ginas a respeito do homem e de seus crimes.
<h2>4. O caso BTK</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/BTK-Profile-M%C3%A1scara-Roy-Wenzl/dp/859454183X?_encoding=UTF8&amp;psc=1&amp;refRID=CX01NM3VWWA3EMARCY6F&amp;linkCode=sl1&amp;tag=megacurioso-editorial-20&amp;linkId=c5a3c6be9e36285db54f858fc09ec70a&amp;language=pt_BR&amp;ref_=as_li_ss_tl" rel="noopener noreferrer" target="_blank">BTK Profile: m&aacute;scara da maldade, de Roy Wenzl, Tim Potter, L. Kelly e Hurst Laviana</a></h3>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Revista Galileu/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2019/09/quem-e-dennis-rader-serial-killer-que-se-autodenominava-assassino-btk.html"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28011000942043.jpeg" alt="Imagem: Revista Galileu/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: Revista Galileu/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A sigla pela qual o caso ficou conhecido j&aacute; d&aacute; uma dica do que voc&ecirc; encontrar&aacute; nesse livro: BTK significa "bind, torture, kill" (em portugu&ecirc;s, "amarrar, torturar e matar"). Esse&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/103377-9-comportamentos-tipicos-de-um-psicopata.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killer</a> aterrorizou Wichita (no Kansas, Estados Unidos) por 3 d&eacute;cadas &mdash; at&eacute; que se descobriu que ele era Dennis Rader, um "cidad&atilde;o de bem", pai de fam&iacute;lia e l&iacute;der da igreja local.
O livro &eacute; baseado na s&eacute;rie de mais de 800 reportagens feitas pelo jornal local Wichita Eagle, que acabou ajudando a prender o criminoso quando ele cometeu um erro.
<h2>5. O primeiro serial killer</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/H-Holmes-Maligno-Psicopata-Cidade/dp/6555980095?_encoding=UTF8&amp;psc=1&amp;refRID=CX01NM3VWWA3EMARCY6F&amp;linkCode=sl1&amp;tag=megacurioso-editorial-20&amp;linkId=8bd50c78494d6ee5319a055337946a75&amp;language=pt_BR&amp;ref_=as_li_ss_tl" rel="noopener noreferrer" target="_blank">H. H. Holmes: Maligno &mdash; O psicopata da cidade branca, de Harold Schechter</a></h3>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;R7/Reprodu&ccedil;&atilde;o&nbsp;" data-fonte-url="https://noticias.r7.com/hora-7/fotos/primeiro-serial-killer-dos-estados-unidos-homem-construiu-castelo-cheio-de-armadilhas-e-matou-mais-de-200-pessoas-16062018"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28011059083044.jpeg" alt="Imagem: R7/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: R7/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A maioria dos <a href="https://www.megacurioso.com.br/crimes/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crimes famosos e serial killers</a> sobre os quais ouvimos falar por a&iacute; &eacute; do s&eacute;culo XX. Ent&atilde;o, se voc&ecirc; quer conhecer uma hist&oacute;ria macabra com aquele clima da &eacute;poca, acabou de encontrar: o Dr. H. H. Holmes talvez seja o primeiro serial killer conhecido no mundo todo. 
Holmes chocou a sociedade norte-americana ap&oacute;s confessar 27 assassinatos &mdash; e pode ter feito muito mais v&iacute;timas, j&aacute; que construiu um hotel cheio de armadilhas para matar pessoas.
<h2>6. O serial killer Ted Bundy</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/Ted-Bundy-Estranho-Meu-Lado/dp/8594541546?_encoding=UTF8&amp;psc=1&amp;refRID=DBTF7RVTMYWS4GPJBT23&amp;linkCode=sl1&amp;tag=megacurioso-editorial-20&amp;linkId=684fc38c4ee0bd70d81100908bb6c44d&amp;language=pt_BR&amp;ref_=as_li_ss_tl" target="_blank">Ted Bundy: um estranho ao meu lado, de Ann Rule</a></h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28011143411045.jpeg" alt="Imagem: Esquina da Cultura" />(Fonte: Esquina da Cultura)
Ann Rule come&ccedil;ou a cobrir casos criminais e escrever sobre eles, at&eacute; que uma coincid&ecirc;ncia bizarra come&ccedil;ou a atorment&aacute;-la: um dos serial killers sobre os quais ela escrevia era um rapaz com quem havia trabalhado em um centro de atendimento de preven&ccedil;&atilde;o de suic&iacute;dio muitos anos antes. Ningu&eacute;m menos que&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/116947-3-mulheres-que-se-apaixonaram-por-assassinos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ted Bundy</a>.
Para Rule, Ted era um rapaz simp&aacute;tico e colega de trabalho. Mas ele confessou ter matado mais de 36 mulheres nos anos 1970. Com essa premissa &uacute;nica, a autora acabou criando uma das melhores obras true crime que voc&ecirc; pode encontrar no mercado &mdash; afinal, ela realmente conheceu o assassino. O livro acabou inspirando o filme da Netflix, bem como a s&eacute;rie documental sobre Ted Bundy.
<h2>7. John Wayne Gacy</h2>
<h3><a href="https://www.amazon.com.br/Killer-Clown-Profile-Retrato-Assassino/dp/8594541821?_encoding=UTF8&amp;psc=1&amp;refRID=DBTF7RVTMYWS4GPJBT23&amp;linkCode=sl1&amp;tag=megacurioso-editorial-20&amp;linkId=33f8ade8ffd3cece4d80e29233db0dc7&amp;language=pt_BR&amp;ref_=as_li_ss_tl" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Killer clown profile: retrato de um assassino, de Terry Sullivan e Peter T. Maiken</a></h3>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/09/28/28011327942046.webp" alt="Imagem: El Pa&iacute;s/Reprodu&ccedil;&atilde;o" />(Fonte: El Pa&iacute;s/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na minha opini&atilde;o, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117572-15-pinturas-perturbadoras-feitas-pelo-serial-killer-john-wayne-gacy.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esse &eacute; um dos casos mais bizarros</a> desta lista.&nbsp;Afinal, o cidad&atilde;o exemplar John Wayne Gacy se vestia de palha&ccedil;o em festas infantis, mas tamb&eacute;m estuprou e matou 33 adolescentes, escondendo os corpos no assoalho de sua casa. H&aacute; quem diga que ele foi a inspira&ccedil;&atilde;o de Stephen King para o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/105444-o-que-e-e-de-onde-veio-pennywise-um-detalhe-em-it-pode-explicar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pennywise</a>, de It.
Depois desta lista, que tal ler alguns <a href="https://www.megacurioso.com.br/animais-fofos/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">posts sobre animais fofos</a> para esquecer tantos casos macabros?

Serial Killers e Psicopatas

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