Ciência
10/06/2020 às 12:00•2 min de leitura
As diversas manifestações acerca da luta racial nos Estados Unidos têm motivado outros lugares do mundo a tomarem decisões que repensem atos racistas. Na Europa, que também viu uma onda de protestos nas últimas semanas, alguns países resolveram remover diversas estátuas que relembravam personalidades históricas controversas lembradas também por suas atitudes preconceituosas e segregacionistas.
(Fonte: Poder 360)
Historiadores, nas redes sociais, retomam a ideia de criação de um museu da vergonha, para onde esses monumentos podem ficar expostos, ao invés de ter uma destruição total.
Na Bélgica, a figura do rei Leopoldo II, localizado na Antuérpia, e do mercador Robert Milligan, em Londres, foram retiradas do espaço público na última terça-feira (09).
(John Sibley/Reuters)
A decisão no país belga ocorreu por força do poder legislativo local, que motivado pelas manifestações antirracistas resolveu repensar a preservação de sua memória histórica. Além disso, protestos ocorridos por lá já denunciavam o incômodo de diversas pessoas com relação à estátua em homenagem ao rei Leopoldo II, que esteve ligado à morte de diversos africanos escravizados durante o período de colonização do território que hoje pertence à República Democrática do Congo.
O monumento, levado para o Museu de Esculturas ao Ar Livre, em Middelheim, vai passar por uma avaliação de especialistas da área de conservação e restauração para verificação de possíveis danos sofridos. As autoridades belgas, no entanto, ainda não se manifestaram acerca do destino final da estátua.
Já na capital inglesa, a figura de Robert Milligan, que estava exposta em frente ao Museu das Docas de Londres, recebeu o apoio da instituição para que fosse removida do local. O mercador inglês, que viveu entre o século 18 e início do século 19, foi responsável por comercializar mais de 500 escravos — o que faz repensar cada vez mais a homenagem atribuída a ele no país.
Por meio de um comunicado do museu, divulgado também nesta terça-feira (9), o discurso sobre a ligação de Milligan com violência racial foi reforçado. “Neste momento em que o movimento Black Lives Matter [Vidas Negras Importam, em tradução livre] demanda o fim de monumentos públicos que celebram donos de escravos, a defesa da remoção da estátua de Robert Milligan por sua ligação com a violência colonial e exploração se faz ainda mais importante”.
Vale lembrar, também, que no último domingo (7), alguns manifestantes em Bristol, na Inglaterra, removeram à força a estátua do traficante de escravos Edward Colston e a jogaram no rio da cidade. No Google Maps, foi possível localizar o monumento em meio ao rio.
Edward Colston's statue has already been relocated on Google Maps pic.twitter.com/vugzV9nVhn
— Alister Wedderburn (@ali_wedderburn) June 7, 2020