Por que bruxas voam em vassouras?

A imagem das bruxas no imaginário popular está sempre associada a um caldeirão fumegante e uma vassoura com a qual ela voa. O caldeirão pode ser explicado pelo uso de produtos naturais, mas você já se perguntou de onde veio a tradição da vassoura? 

Antes de ingressar na cultura pop, a vassoura teve origem na farmacologia vegetal alucinógena. Com isso, o uso dessas plantas também remonta a um passado de medicina natural.

Os produtos alucinógenos com fins medicinais

De acordo com o livro Murder, Magic, and Medicine, de John Mann, durante a Idade Média, plantas como erva-moura, meimendro, mandrágora e figueira brava eram utilizadas para fazer poções ou pomadas. Sabe-se que esses componentes podem produzir substâncias alucinógenas chamadas de alcaloides tropano. 

Além disso, os compostos alucinógenos podiam ser absorvidos pelas glândulas sudoríparas das axilas ou por meio das membranas mucosas do reto ou da vagina. 

Então, o que era preparado com as plantas podia ser passado nas regiões axial, retal e vaginal como se fosse uma pomada. Inclusive eram mais eficazes para contornar um desconforto intestinal.

Como a vassoura entra nessa história?

Mas então, como as "bruxas" da época aplicavam essas pomadas? As tradicionais lendas antigas de bruxas nuas montadas em vassouras podem fornecer um indício: o produto era colocado no cabo da vassoura para facilitar o uso vaginal do medicamento. Além disso, alguns registros históricos corroboram essa prática. 

De acordo com John Mann, uma investigação do caso de Lady Alice Kyteler, de 1324, afirmava o seguinte: "Ao vasculhar o armário da moça, eles encontraram um cachimbo de unguento, com o qual ela untou um cajado, sobre o qual andou e galopou ". 

O elemento "mágico" da lenda

Mas de onde a crença popular tirou a ideia de que as bruxas voam? Tudo isso tem a ver o alucinógeno de alcaloide propano. A substância causa sono e provoca sonhos sobre voos, "passeios selvagens" e "dança frenética", ou seja, tudo aquilo que povoa o imaginário popular sobre a "rotina das bruxas". 

Desta forma, as pomadas que essas mulheres aplicavam na área vaginal por meio de uma vassoura eram feitas de plantas alucinógenas que provocavam essas experiências psicossensoriais.