Ciência
30/09/2020 às 09:00•2 min de leitura
O universo dos quadrinhos está mais triste hoje. Morreu Quino, o cartunista argentino conhecido por criar as histórias em quadrinhos da conhecida personagem Mafalda. A morte foi confirmada nesta quarta-feira em Buenos Aires (30) pelo editor Daniel Divinsky pelo Twitter.
Divinsky escreveu: “Quino morreu. Todas as pessoas boas do país e do mundo ficarão de luto por ele”. E é verdade. Em seus 88 anos de vida, Joaquín Salvador Lavado, o Quino, foi o criador de histórias em quadrinhos de língua espanhola mais traduzido no mundo inteiro.
Nascido em 1932, na cidade de Mendoza, onde voltou a morar em 2017 depois da morte de sua esposa Alicia Colombo, Quino foi vítima de um acidente vascular cerebral nos últimos dias. Porém, a causa da morte não foi oficialmente divulgada.
Não há como falar em Quino sem associá-lo à sua criação mais famosa que, por coincidência, completou 56 anos anteontem (29). A garota questionadora, apesar da idade, sempre teve seis anos, sempre foi fã dos Beatles, e sempre combateu ferozmente as injustiças sociais. E a sopa no jantar.
Mafalda foi uma criação precoce de Quino, um de seus primeiros rascunhos como desenhista publicitário, em 1962. Como acontece com muitas obras de sucesso, o desenho da garotinha foi rejeitado pelos jornais na época.
Quino, porém, resolveu continuar apostando na personagem. No dia 29 de setembro de 1964, ele publicou sua primeira tirinha. A partir daquele momento, as historinhas, mais soltas e sem o objetivo publicitário, começaram a ser divulgadas em jornais do mundo inteiro.
Compilações foram organizadas durante anos, e os livros da Mafalda foram traduzidos para mais de 30 idiomas, além de se transformarem em filme, produzido na Argentina e lançado em 1982.
Além da Mafalda, as tirinhas do Quino tornaram outros personagens famosos: Manolito, Susanita, Guille, Filipe e Libertad. Mas, em 25 de junho de 1973, Quino decidiu não continuar desenhando Mafalda, segundo ele porque suas ideias se esgotaram. O cartunista mudou-se para Milão, mas a personagem continuou seu legado.
Numa entrevista de 2014, questionado se Mafalda continuaria mantendo seu olhar crítico sobre o mundo depois de tanto tempo, Quino afirmou que sim, acrescentando: “E tem mais argumentos ainda. Se você ver os jornais, não precisa nem perguntar o porquê.”