Ciência
01/10/2020 às 04:00•2 min de leitura
Traços de um esboço foram descobertos por trás da icônica Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. A técnica observada abre espaço para a teoria de que pode haver um rascunho da obra em algum lugar.
De acordo com o artnet News, os traços foram encontrados pelo cientista Pascal Cotte, que estuda a famosa pintura há 15 anos. O achado foi publicado no Journal of Cultural Heritage, em agosto.
Só foi possível detectar o esboço porque Cotte criou uma câmera multiespectral de altíssima resolução e alta sensibilidade. Assim, desde 2004, ele recebeu permissão do Louvre para fazer digitalizações fotográficas da obra de da Vinci.
A nova tecnologia foi baseada na fotografia infravermelha, que permite que os pesquisadores consigam ver detalhes escondidos em uma pintura. Ao analisar 1.650 imagens da obra, Cotte detectou linhas de carvão nas partes mais claras da figura.
Essas linhas são referentes à técnica spolvero, que transfere o esboço para uma tela em que os buracos são feitos no contorno e polvilhados com carvão.
Esta é a primeira vez que a técnica foi detectada em uma pintura famosa. A revelação traz a conclusão de que da Vinci fez um rascunho antes da Mona Lisa, e que o desenho ainda pode estar em algum lugar.
A análise dos traços indicou a existência prévia de um grampo de cabelo na obra. Só essa detalhe já leva a outras questões, já que esse acessório não estava na moda em Florença à época em que a obra foi pintada.
“Não é possível que Mona Lisa tivesse um cabelo assim, é impossível para a época na cidade de Florença,” explicou Cotte, em entrevista ao Express. O pesquisador ainda afirmou que o detalhe pode ser alegórico, uma vez que o estilo de cabelo era usado mais frequentemente em representações de deusas e da Virgem Maria.
Além disso, o estudo também concluiu que o artista mudou a pose da Mona Lisa, fazendo a sua cabeça olhar mais diretamente para quem a estivesse vendo.