Ciência
06/11/2020 às 03:00•2 min de leitura
Intervenções artísticas conseguem romper com a monotonia do ambiente urbano e levar criatividade para o dia a dia das pessoas. É assim com essa ilusão de ótica aplicada em uma rua de Montreal, no Canadá.
Criada pela empresa de arquitetura canadense NÓS, o trabalho Moving Dunes (ou “Dunas em Movimento”, numa possível tradução) cria um caminho enganoso que imita os padrões de dunas do deserto.
Para aumentar a sensação de ilusão na rua, esferas cromadas enormes foram instaladas, o que proporciona um resultado impressionante.
O trabalho foi criado como parte da exibição From Africa to the Americas: Face-to-face Picasso, Past and Present (Da África às Américas: Picasso cara a cara, passado e presente, na tradução), do Montreal Museum of Fine Arts, em 2008. A obra de arte foi aplicada na Avenue de Musée como parte da chamada anual de artistas.
Com isso, já dá para entender que a inspiração para a ilusão de ótica veio dos pintores cubistas. O idealizador da instalação, o arquiteto Charles Laurence Proulx contou ao Bored Panda que a equipe se inspirou na “técnica gráfica do cubismo para criar a ilusão (trompe-l’oeil) de profundidade”.
Ele ainda destacou que a obra de arte foi construída para “questionar o papel da perspectiva na representação visual”.
Co-fundador do NÓS, Proulx afirma que a ideia da equipe era criar uma “instalação bidimensional para manter o acesso de veículos do outro lado da rua, mas queríamos dar à rua uma topografia, um volume”.
A sensação é de que a rua está se movimentando. Para chegar a esse efeito, foi preciso planejar o processo.
“Primeiro, fizemos um modelo 3D da topografia e das esferas com nossa ferramenta de modelagem arquitetônica e com um padrão simples aplicado à topografia. Em seguida, trabalhamos com o museu para escolher um padrão gráfico e as cores para combinar com a marca e identidade da exposição”, conta Proulx.
O método para provocar a distorção de ilusão de ótica é a “anamorfose”, que se refere à “distorção do sujeito se reconfigurando de acordo com a posição do corpo no espaço”.
Elaborada por quatro artistas da NÓS, a instalação é um exemplo divertido e interativo da perspectiva cubista e leva a arte literalmente para a rua.