Ciência
06/04/2021 às 11:00•2 min de leitura
No dia 17 de dezembro de 2010, um evento de grandes proporções movimentou o cenário político no Oriente Médio e no norte da África, criando uma série de revoltas populares com consequências observadas até o dia de hoje. Países como Tunísia, Líbia, Egito e mais alguns outros, todos lutavam para se livrar de governos autoritários.
Além disso, as péssimas condições socioeconômicas vividas por essas nações causavam desespero na população. Visando combater a pobreza, falta de serviços públicos e desemprego, sobretudo entre os jovens, o povo foi às ruas e organizou o evento conhecido internacionalmente como a Primavera Árabe.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Inspirada na Primavera dos Povos, no final do século 18, e na Primavera de Praga, em 1968, a Primavera Árabe se mostrou revolucionaria por ter sido organizada em grande parte pelas redes sociais. Através das plataformas virtuais, a população dos países em revolta conseguiu driblar a censura imposta pelos governos autoritários e expandiu sua voz para o mundo todo.
O movimento teve inicio na Tunísia, quando um comerciante local ateou fogo ao próprio corpo e morreu após ter sido humilhado pela polícia do país, que reprimiam e roubavam os produtores de vendedores sem autorização para comercializar na rua. Após o acontecimento, a população tunisiana foi em peso protestar contra o governo de Zine el-Abdine Ben Ali, presidente acusado de liderar forças corruptas e agressivas.
Em janeiro de 2011, Ben Ali foi forçado a renunciar o cargo e abandonar o país. Esse fato serviu de inspiração para que outros países do Oriente Médio e do norte da África seguissem o mesmo caminho. Nos meses seguintes, diversos outros protestos se alastraram por essa região.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Após mais de uma década de luta popular, a Primavera Árabe causou diversas consequências políticas internacionais e até mesmo guerras civis. Se o objetivo dos protestos era acabar com governos autoritários, o que acabou acontecendo foi uma ascensão de milícias armadas, grupos fundamentalistas e mercenários financiados por outros países.
Exceto pela Tunísia, que conseguiu uma reabertura democrática no país e promoveu novas eleições, outras substituíram repressão por governos teocráticos também autoritários e militarizados. Em países como a Síria, Líbia e Iêmen, as guerras civis estão ativas até hoje.
No Egito, a tentativa de democratização acabou falhando e o território ainda viu um crescimento meteórico do Estado Islâmico — grupo terrorista responsável por diversas tragédias nos últimos anos. Por fim, essas guerras também criaram uma enorme quantidade de refugiados, que se arriscaram por rotas perigosas para buscar condições melhores de vida em outros países, incluindo o Brasil.