Ray Blanton: o governador que concedia perdão a criminosos

29/05/2021 às 10:002 min de leitura

O político e ex-governador do estado do Tennessee, nos Estados Unidos, entre 1975 e 1979, Leonard Ray Blanton foi o responsável por uma dos maiores escândalos da década de 1980 devido a todo o tipo de aliança criminosa e corrupta que teve ao longo de sua carreira política. Muito embora ele tenha iniciado diversas reformas governamentais, sendo a peça fundamental para trazer investimento internacional para o Tennessee, os seus crimes se sobressaíram.

Após vencer as eleições de 1974 com 573.833 votos contra seu oponente Lamar Alexander, três anos depois ele foi alvo do escândalo de carros excedentes, quando as autoridades estaduais foram acusadas de vender carros estatais excedentes a aliados políticos. No mesmo ano, ele demitiu Marie Ragghianti, presidente do Conselho de Perdão e Liberdade Condicional do estado do Tennessee, quando ela se recusou a libertar prisioneiros que haviam subornado funcionários do estado em troca de obter perdões.

Em 15 de dezembro de 1978, o Departamento de Investigação Federal (FBI) apreendeu documentos do escritório de T. Edward Sisk, consultor jurídico de Blanton, e ele teve que comparecer a um grande júri federal no dia 23 do mesmo mês, onde negou acusações como a de ter aceitado o aumento de US$ 20 mil, levado amigos em viagens às custas do Estado, e as contas de mais de US$ 21 mil em gastos em bares, aluguéis de limousines e ligações pessoais.

Os 52 perdões

(Fonte: WorthPoint/Reprodução)(Fonte: WorthPoint/Reprodução)

Em 15 de janeiro de 1979, já perto do fim de seu mandato como governador, Blanton concedeu perdão a 52 prisioneiros estaduais, dos quais 20 deles foram condenados por homicídio. Ironicamente – ou não – entre os perdoados estava Roger Humphreys, filho de um apoiador do político que havia sido condenado pelo assassinato de sua ex-esposa e de um companheiro em 1973. Quando assinou o perdão, Blanton ainda disse que o que estava fazendo “requeria coragem”.

Para justificar sua decisão nas comutações, o ex-governador citou o fato de que o Departamento de Correção do Estado estava sob uma ordem judicial para reduzir a população carcerária, eliminando o problema com a superlotação. No entanto, o FBI já imaginava que os perdões estivessem relacionados ao escândalo ainda sob investigação. 

Quando o procurador Hal Hardin avisou aos líderes estaduais que Blanton estava planejando mais indultos, John S. Wilder, vice-governador, e Ned McWherter, presidente da Câmara Estadual, procuraram uma maneira de evitar mais danos à reputação do estado recorrendo a uma lei vaga da Constituição para conseguir uma espécie de impeachment de Blanton, e sua substituição por Lamar Alexander.

(Fonte: The Tennessean/Rpeorudção)(Fonte: The Tennessean/Rpeorudção)

Em 1981, o ex-governador ainda foi acusado de indulto, fraude postal, conspiração e extorsão por vender licenças de bebidas alcoólicas por US$ 23 mil a um amigo enquanto estava no cargo. O homem cumpriu apenas 22 meses em uma prisão federal após ser considerado culpado.

Ray Blanton ainda tentou defender sua moral: “Eu nunca peguei um dólar desonesto na minha vida. Fui o único governador a deixar o cargo falido. Isso tem que significar alguma coisa para vocês”, disse ele, responsável pelo escândalo conhecido como "dinheiro por clemência".

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