Artes/cultura
11/06/2021 às 12:18•2 min de leitura
Por décadas, o bauru se popularizou como um dos sanduíches mais queridos do Brasil, e hoje já é possível encontrá-lo em inúmeros restaurantes e bares do país com adaptações e modificações que trazem um pouco mais de regionalismo à sua apresentação. Porém, apesar de ser um lanche típico do dia a dia e estampar cavaletes e cartazes de estabelecimentos, poucos sabem sobre as origens do sanduíche e sobre o motivo de ele ter sido batizado com o nome de uma cidade do interior do estado de São Paulo.
Há mais de 80 anos, um estudante de direito do Largo São Francisco, Casimiro Pinto Neto, se mudou da cidade de Bauru para a capital de São Paulo e sua popularidade com amigos fez com que ele ganhasse o apelido de sua cidade natal. Na época, Casimiro era um frequentador fiel do bar boêmio Ponto Chic, onde se reunia com colegas para contar histórias e admirar a euforia noturna de uma das maiores cidades do país.
(Fonte: Pinterest / Reprodução)
Na época, o estudante, que estava aprendendo sobre gastronomia, decidiu utilizar seus conhecimentos adquiridos para chegar pessoalmente no sanduicheiro Carlos e solicitar uma ideia que logo revolucionaria a culinária local. Numa noite de 1937, Casimiro sugeriu a criação de um lanche com pão francês, fatias de rosbife, tomate, pepino em conserva e quatro tipos de queijo (prato, estepe, gouda e suíço), idealizando um lanche rápido que atendesse demandas urgentes e que, ao mesmo tempo, fosse capaz de promover sustância e satisfação.
"A grande sacada foi reunir o quente e o frio. E como o queijo é derretido na água, não precisa de molho. Todo mundo passava e pedia um igual ao do Bauru. E aí se espalhou de forma muito rápida por todos os bares da região e Brasil afora", explica Rodrigo Alves, proprietário do bar.
Sucesso imediato, o sanduíche passou algum tempo sem nome e ganhou o icônico título apenas quando Antonio Boccini Jr., conhecido como Quico e amigo de Casimiro, pediu à cozinha para experimentar o prato, gritando para o garçom: "me vê um desses 'do Bauru'". Desde então, a marca foi oficialmente registrada e a alcunha entrou para a história dos lanches, caindo nas graças do povo e atingindo praticamente todo o território nacional.
(Fonte: Ponto Chic / Reprodução)
Atualmente, o Bauru é considerado patrimônio imaterial de São Paulo, segundo lei sancionada em 2018 pelo deputado Celso Nascimento (PSC), e ainda mantém sua receita original em inúmeros estabelecimentos registrados. “O sanduíche levou o nome da cidade para todo o País e vi a necessidade de transformá-lo em bem imaterial pela sua importância cultural e econômica”, concluiu o político.