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07/08/2021 às 05:00•2 min de leitura
Em 15 de março de 1917, aconteceu algo histórico que mudou para sempre a Rússia: Nicolau II abdicou ao trono oficialmente, deixando o país sem soberano pela primeira vez desde 1613. Dois dias antes, ele viajou de volta do quartel-general militar em Mogilev para reprimir o levante de greves e tumultos de milhares de trabalhadores que protestavam por pão em São Petersburgo.
No entanto, antes mesmo de chegar à capital, o czar já havia perdido o controle de sua autoridade quando os regimentos militares se juntaram às manifestações como parte do protesto contra os milhares de soldados que morriam no campo de batalha contra a Alemanha na Primeira Guerra Mundial.
(Fonte: Brainstudy/Reprodução)
A Duma, assembleia representativa da Rússia, respondeu aos tumultos com o anúncio de que o Comitê Provisório de Membros do Estado "se viu obrigado a assumir a restauração do Estado e da ordem pública". Dois representantes da Duma encontraram o trem imperial de Nicolau II para lhe entregar o anúncio.
Sem apoio nem militar, ele sabia que seria o fim da linha para o czarismo, então decidiu mudar o documento da Duma, acrescentando sua abdicação e a de seu filho Alexei, de apenas 12 anos, que tinha hemofilia. Nicolau II temia que fosse separado do filho doente e que a criança fosse usada como figura de proa para legitimar o novo governo provisório.
(Fonte: Gramho/Reprodução)
“Tudo em volta é traição, covardia e engano”, escreveu Nicolau II sobre não ter mais a confiança de seus generais. A falta do apoio militar foi o que mais desestabilizou o czar, porém a agitação em Petersburgo ameaçava gravemente a família Romanov, principalmente sua esposa, Alexandra Feodorovna.
Ainda na turbulência daquele fatídico dia, o presidente da Duma aconselhou a família imperial a fugir do palácio o mais depressa o possível, porém Feodorovna se recusou porque seus filhos estavam com sarampo e poderiam ter complicações durante a viagem.
(Fonte: Pinterest/Reprodução)
Apesar de Nicolau ter inserido uma cláusula no manifesto de abdicação para deixar o trono para seu irmão mais novo, o grão-duque Mikhail, os soviéticos exigiam: “Chega de Romanov! Queremos uma República”. Então Mikhail foi czar por apenas 1 dia, antes de emitir o próprio manifesto de abdicação, alegando que só assumiria o trono se fosse convidado por uma assembleia representativa.
A dinastia Romanov, que governou a Rússia por mais de 300 anos, chegava definitivamente ao fim. Sua queda não desencadeou a onda de violência, isso só aconteceu alguns meses depois, em novembro de 1917, quando os bolcheviques tomaram o poder.