Reforma Protestante: 5 consequências sociais do luteranismo

10/11/2021 às 04:003 min de leitura

Em 31 de outubro de 1517, o teólogo alemão Martinho Lutero (1483-1546) teceu uma série de críticas ao papa e ao cristianismo ao acusá-los de avareza e outros pecados, fixando suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Pouco mais de 500 anos depois, o documento histórico marca a consolidação de mudanças sociais profundas no sistema ao ter entregado as bases para o surgimento de novas congregações religiosas e garantindo o fim do monopólio católico.

Conheça abaixo algumas das principais consequências do luteranismo na Reforma Protestante e descubra de que forma o teólogo do século XVI conseguiu influenciar a sociedade para tomar um caminho "fora do eixo" original.

1. Racha na Idade Média

(Fonte: New Statesman / Reprodução)(Fonte: New Statesman / Reprodução)

A excomunhão de Martinho Lutero, ordenada pelo Papa Leão X, trouxe mais benefícios do que prejuízos para a doutrina do teólogo, já que seus adeptos, que eram basicamente pessoas ressentidas com os privilégios do clero e das ricas autoridades alemãs, sentiram-se estimulados a desafiar a hegemonia de Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-Germânico entre 1519 e 1556. 

Como resultado, um amplo movimento separatista foi disseminado entre a Germânia e Itália, tendo a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e a consequente dissolução do império como as maiores consequências.

2. Corais sacros em celebrações religiosas

(Fonte: Tendi Magazine / Reprodução)(Fonte: Tendi Magazine / Reprodução)

Nascido em 21 de março de 1685, o artista Johann Sebastian Bach foi um dos grandes nomes do pós-luteranismo, crescendo e vivendo em nome da reforma para disseminar música evangélica em formato instrumental. As suas famosas sonatas foram permitidas no cenário religioso alemão, mesmo um século depois do protestantismo medieval, graças a uma das propostas indicadas por Lutero, que defendeu a reprodução de músicas em igrejas — com e sem voz — para celebrar a experiência espiritual de forma mais imersiva.

3. Lutero e o antissemitismo

(Fonte: Getty Images / Reprodução)(Fonte: Getty Images / Reprodução)

Durante boa parte da Reforma Protestante, Lutero não mediu esforços para converter judeus em cristãos, chegando até mesmo a forçar seus seguidores a queimar sinagogas e escolas judaicas, destruir casas e confiscar bens e livros religiosos por meio de um documento autoral, e agressivo, de 65 mil palavras. Esse efeito surgiu como um sentimento de fracasso devido às tentativas de conversão, sendo um dos pilares para criar uma hostilidade histórica contra o povo semita, que séculos depois foi utilizada como justificativa para a implementação do nazismo alemão.

4. Inspiração para lutas civis norte-americanas

(Fonte: Getty Images / Reprodução)(Fonte: Getty Images / Reprodução)

Inspirado por Martinho Lutero após participar do 5° Congresso da Aliança Batista Mundial em Berlim, em 1934, o pastor americano Martin King Sr. decidiu adotar Luther em seu nome do meio e batizar seu filho da mesma forma. Assim, Martin Luther King Jr., um dos maiores líderes do movimento pelos direitos civis da população negra nos Estados Unidos, nasceu em homenagem ao teólogo medieval, sendo motivado pelos mesmos ideais de coragem e liberdade do luteranismo, desafiando as autoridades culturais e políticas por meio de um profundo conhecimento das escrituras.

5. Condenação ao celibato

(Fonte: German Culture / Reprodução)(Fonte: German Culture / Reprodução)

Segundo Lutero, o celibato exigia poderes sobre-humanos e poucos eram capazes de abster-se completamente de práticas sexuais, mesmo com a ajuda divina. Logo após se casar com a ex-freira Katharina von Bora em 1525, o protestante estabeleceu novas bases sobre a temática e afirmou que o celibato leva à ruína dos cristãos, comparando a prática a um verdadeiro "inferno".

Além disso, o monge abriu as portas para a diversidade entre alas religiosas e, hoje, os metodistas — movimento que enfatiza a relação íntima do indivíduo com Deus por meio da moral e ética — já têm 200 anos de aceitação de mulheres como pastoras, assim como a Igreja Episcopal nos Estados Unidos permite que LGBTs assumam o sacerdócio.

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