Ciência
02/12/2021 às 06:30•2 min de leitura
Após dois anos afastados dos trios elétricos e da folia, muitos brasileiros sonham com o momento de poder voltar para as ruas e celebrar o Carnaval de 2022 com maior liberdade e sem grandes restrições — como foi prometido por alguns políticos ao redor do País.
No entanto, existem poucos indícios de que a covid-19 deixará de ser um problema para as nossas vidas tão cedo, apesar da queda da média móvel de casos e mortes. Com a chegada da nova variante ômicron, que teve origem na África do Sul e ainda foi pouco estudada, um enorme ponto de interrogação foi criado a respeito do futuro. Afinal, o que dizem os especialistas sobre a possibilidade de aglomerações para o próximo ano?
(Fonte: Wikimedia Commons)
Existe um grande temor por parte das autoridades de saúde, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de que o surto de contaminações que atingiu a Europa nas últimas semanas chegue ao Brasil, sobretudo após as aglomerações causadas por uma das maiores festas do país: o Carnaval.
No fim de novembro, a diretora-geral assistente da OMS para Acesso a Medicamentos, Mariângela Simão, comentou um pouco sobre o tema. Na visão dela, é evidente que o mundo está entrando em uma quarta onda de covid-19 e que a mobilização que tem sido gerada no Brasil em torno do Carnaval é uma forte preocupação para o andamento da pandemia.
“Me preocupa bastante quando vejo no Brasil que existem discussões sobre a abertura para o carnaval. Isso é realmente uma condição extremamente propícia para aumento da transmissão comunitária. Precisamos planejar já as ações para 2022”, ela disse durante a abertura do Congresso Brasileiro de Epidemiologia.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Se algumas cidades no Brasil já parecem ter tudo pronto para a organização do próximo Carnaval, outras estão receosas quanto ao que deve acontecer em 2022. Em Brasília, por exemplo, o clima de otimismo está longe de ser o mesmo. Em nota recente, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa da cidade anunciou que não planeja manter a festa nos moldes tradicionais enquanto tudo não estiver resolvido.
No entanto, nenhuma decisão concreta foi tomada a respeito do caso. Na continuação da nota, o órgão informou que o governo do Distrito Federal deverá fornecer todas as informações sobre a folia em um momento mais oportuno, estabelecendo regras tanto para as festas de rua quanto para as festas privadas.
(Fonte: Shutterstock)
Especialmente em São Paulo e Rio de Janeiro, a expectativa é de que a alegria possa voltar a reinar nas ruas das duas cidades mais populosas do Brasil. Para isso, entretanto, os especialistas confiam no aumento das taxas de vacinação para poder receber milhões de pessoas nas avenidas.
Por mais que eventos desse porte facilitem a propagação do vírus, uma cobertura vacinal maior do que 80% entre a população diminui consideravelmente os riscos de uma crise. Caso seja confirmado que as vacinas atuais continuam sendo eficazes mesmo contra as novas variantes, então o Brasil parece estar caminhando na direção correta para um Carnaval mais tranquilo.