Quando o imperador Shah Jahan quis construir um Taj Mahal preto

29/12/2021 às 04:002 min de leitura

Shah Jahan (1592-1666) foi o quinto soberano mongol, membro da dinastia Mughal, que governou o norte da Índia do início do século XVI até meados do século XVIII, após intensa luta pelo poder com seus irmãos.

Ele se casou em 1612 com Arjumand Banu Begum, mais conhecida como Mumtaz Mahal ou "A Escolhida do Palácio", a favorita entre suas 3 rainhas, mas que acabou morrendo em 1631 após dar à luz ao 14° filho do casal.

Naquela época, Jahan já era conhecido por estruturas faraônicas por todo o território indiano, e o luto da perda de sua esposa só o empurrou para ordenar a construção de um mausoléu imenso do outro lado do rio Yamuna, em seu palácio real em Agra. Desenvolvido pelo arquiteto Ustad Ahmad Lahouri, o empreendimento demorou 10 anos para ficar pronto, arrebanhando mais de 20 mil trabalhadores e mil elefantes para erguer a estrutura de até 73 metros de altura. Assim nasceu o Taj Mahal.

O outro lado

Shah Jahan. (Fonte: The 39 Clues/Reprodução)Shah Jahan. (Fonte: The 39 Clues/Reprodução)

O nome Taj Mahal significa algo como “a coroa de Mahal” ou “o palácio da coroa”, em referência à esposa do imperador. Os restos mortais de sua amada descansam no nível do jardim da construção, sob uma câmara octogonal de mármore adornada com entalhes e pedras semipreciosas.

O complexo incluía um portal principal de arenito vermelho e um jardim quadrado dividido em quartos por longas piscinas de água, bem como uma mesquita de arenito vermelho. A prática tradicional de construção da dinastia Mughal não permitia que alterações futuras fossem feitas no complexo.

Mumtaz Mahal. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)Mumtaz Mahal. (Fonte: Wikipedia/Reprodução)

O tributo que mandou erguer em nome Mumtaz foi um trabalho tão bonito e majestoso, que Jahan chegou a planejar um segundo edifício à imagem do que construiu, chamado Taj Mahal Negro, para o descanso eterno dele mesmo.

Ele desejava espelhar o design do prédio, mas com as cores invertidas no lugar do mármore branco. Do outro lado do rio Yamuna, Jahan poderia descansar em frente à sua amada em um monumento que combinava. Para ele, era um final apoteótico e emblemático.

A descoberta de Tavernier

(Fonte: India TV News/Reprodução)(Fonte: India TV News/Reprodução)

Em algum momento entre 1640 e 1655, foi o comerciante de joias e viajante francês Jean Baptiste Tavernier que visitou o ponto turístico durante sua construção enquanto escrevia seu livro Les Six Voyages de Jean Baptiste Tavernier e disse que viu uma misteriosa tumba negra ser confeccionada na área do complexo.

Naquela época, Jahan já estava doente e enfrentava uma batalha contra um de seus filhos com Mumtaz, Aurangzeb, o que apenas serviu para embargar os projetos em definitivo.

Em 1658, seu filho o depôs e o prendeu no Forte de Agra, onde Jahan passou seus últimos anos como prisioneiro, encarando pela janela o Taj Mahal e sonhando com a ideia do próprio mausoléu. 

Ele faleceu em 1666 e foi sepultado ao lado de sua rainha no edifício que mandou construir para ela, apesar de não caber no espaço.

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