Artes/cultura
23/12/2021 às 12:00•3 min de leitura
Responsáveis por coletar e produzir dados analíticos estrangeiros e locais, fornecer aparato militar e realizar espionagem, as agências de inteligências britânicas estão entre as ferramentas de controle estatal mais renomadas do mundo, com destaque para o Serviço de Inteligência Secreta (SIS ou MI6), Serviço de Segurança (MI5) e Inteligência de Defesa (DI). Porém, apesar de elas terem operado em algumas das ações mais impressionantes já registradas, diversas polêmicas e eventos duvidosos marcaram negativamente as instituições, colocando a credibilidade da SIS em um patamar abaixo do esperado pelas autoridades.
Conheça abaixo alguns dos momentos mais controversos envolvendo a atuação das agências inglesas.
(Fonte: Wales Online / Reprodução)
Em 2018, o governo britânico se tornou alvo de uma de suas maiores polêmicas nas últimas décadas, quando a representante da organização não governamental (ONG) de direitos humanos Reprieve, Maya Foa, denunciou a utilização de métodos de tortura e assassinato praticados por agentes com certificação MI5. Ao longo de poucos meses, diversos casos envolvendo a autorização foram levados a julgamento, escancarando a prática de operações secretas de investigação que seguem mal esclarecidas até hoje.
(Fonte: Fox News / Reprodução)
Sob o comando da organização terrorista ISIS, membros da organização jihadista islamita atropelaram pedestres e assassinaram ingleses indiscriminadamente em junho de 2017, em um evento marcado pela brutalidade excessiva e por ações extremas de represálias.Quando a polícia local chegou para conter os estrangeiros e eliminá-los rapidamente, tornou-se alvo de críticas instantes depois, com pessoas questionando a capacidade dos terroristas em realizar um ataque tão grande em um intervalo de tempo curto, algo que gerou ondas de protestos sobre o fracasso do país em agir de forma adequada e eficiente.
(Fonte: The Conversation / Reprodução)
Primeiro-ministro da Inglaterra entre 1974 e 1975, Harold Wilson foi alvo de conspiracionistas da Inteligência Britânica, que acionaram uma intensa campanha de difamação para desfazer o nome da autoridade e descredibilizá-lo diante da população. Segundo os agentes, que supostamente instalaram escutas na casa de Winston, o chefe de governo planejava um golpe de Estado, no qual recrutaria grupos militares por meio de manobras clandestinas e agiria "por trás dos panos" para destituir membros do Parlamento.
O caso nunca foi comprovado e acabou sendo esquecido, principalmente após a sanção da Doutrina Wilson, em 1966, que determinou restrições rigorosas sobre a intromissão da Inteligência em representações políticas.
(Fonte: CNN / Reprodução)
A Revisão Butler foi um inquérito oficial do governo britânico sobre por que e em que medida a Inteligência do país havia falhado antes e durante os conflitos contra o Iraque, ocorridos no início do atual milênio. O documento consistia em um dossiê que alegava irresponsabilidade e má fé de agentes dos Estados Unidos, acusados como responsáveis por incitar uma revolta contra o Oriente Médio após espalhar rumores — reforçados por George W. Bush — de que os rivais estocavam armas nucleares em massa. Na época, os ingleses chegaram a ser convencidos do poder bélico do Iraque e, até mesmo, incentivaram nações ocidentais a se voltarem contra o país.
(Fonte: Amazon / Reprodução)
Por meio do livro Spycatcher: The Candid Autobiography of a Senior Intelligence Officer, escrito pelo ex-agente MI5, Peter Wright, em 1987, a população britânica teve acesso a um dos maiores escândalos envolvendo a Inteligência, com a revelação de graves acusações de práticas questionáveis e eticamente duvidosas aplicadas por membros da certificação a partir de uma experiência direta nas agências locais. A obra foi banida do país e jornais que mencionaram o texto chegaram a ser fortemente censurados, mas logo foi distribuída aos outros países por editoras clandestinas, sendo possível encontrá-la, atualmente, nos mais famosos livreiros do planeta.