Estilo de vida
24/08/2022 às 13:30•2 min de leitura
A ilha de Lamb, na Escócia, nunca despertou grande interesse de ninguém exceto de observadores de pássaros, porém, após sua compra pelo famoso místico Uri Geller, ela tem estado nas manchetes dos jornais. Para quem nunca ouviu falar de Geller, o resumo do seu currículo inclui dobrar colheres de metal com a força da mente na TV nos anos 1970, ser amigo de celebridades como Michael Jackson e fugir constantemente dos desafios do cético James Randi.
À BBC, Geller disse que sempre quis ter uma ilha assim como o personagem James Bond e que se interessou inicialmente pelo pequeno pedaço de terra e rocha depois de ter visto um anúncio de venda no jornal. A decisão de compra, no entanto, só veio depois que ele teve contato com a teoria do historiador amador escocês Jeff Nisbet de que a ilha teria semelhanças inexplicáveis com as pirâmides de Gizé, no Egito.
Uri Geller fomenta os supostos mistérios da ilha (Fonte: BBC / Reprodução)
Para Nisbet, Lamb e as outras duas ilhas que a circundam espelham exatamente a posição em que se distribuem as pirâmides do Egito. Essa ligação entre Escócia e Egito também está presente em uma crônica chamada Scotichronicon, escrita no século XV, que afirma que, na realidade, a Escócia foi fundada pela princesa Scota do Egito. Geller, como todo bom contador de histórias, aumenta um pouco essa teoria e diz que Scota teria ancorado seu navio em Lamb e que ali haveria enterrado um tesouro.
Não há evidências para nenhuma dessas histórias, mas isso não impede Geller de contá-las e acrescentar detalhes misteriosos a cada dia. Além da ligação com o Egito, o místico afirma que os ossos das vítimas dos julgamentos de bruxaria de North Berwick, acontecido em 1590, também foram parar na ilha, levados por autoridades que temiam a má sorte que restos mortais de bruxas poderiam trazer às suas vilas.
A ilha de Lamb vista de longe (Fonte: BBC / Reprodução)
Além das terras da ilha, historicamente, quem detinha o território também recebia o título de Barão de Dirleton. Porém, o dono anterior da ilha não quis transferir o título a Geller. O místico então decidiu que já que não pode ter o título, vai criar seu próprio país. Para isso, já conta com hino próprio e oferece até cidadania, mesmo que ninguém possa morar na ilha, já que é uma área de conservação ambiental.
A declaração de uma micronação não torna um território em um novo país automaticamente. Geralmente, essa iniciativa parte de um indivíduo, mas não recebe reconhecimento legal dos governos mundiais, que preferem apenas ignorar tais reivindicações e seguir sua vida cuidando de assuntos mais urgentes. Assim, é provável que Geller continue sendo apenas o dono de uma ilha exótica na costa da Escócia.