Saúde/bem-estar
05/09/2022 às 11:05•2 min de leitura
O termo "vândalo" se tornou comum para se referir a pessoas que realizam atos de destruição. A palavra tem origem em uma tribo de bárbaros que viveram na região onde hoje fica a Alemanha, embora a sua origem ainda seja incerta.
Historicamente eles ficaram conhecidos por terem dominado Roma em 455 d.C. Porém, diferente do que o nome sugere, não existem muitos registros que associem os vândalos a atos de depredação, violência e destruição.
Invasão dos vândalos à Roma.
A primeira referência escrita aos vândalos foi registrada em 77 d.C., quando o naturalista romano Plínio, o Velho, mencionou Vandilii, para se referir ao grupo de bárbaros. Os primeiros conflitos que eles tiveram com o Império Romano aconteceram durante o século II d.C. Mas foi somente por volta de 370 d.C. que a relação com os romanos passou a ser mais constante, quando os hunos empurraram diversas tribos bárbaras em direção ao Império Romano.
Nas décadas seguintes, conforme o Império Romano demonstrava cada vez mais sinal de fraqueza, os vândalos passaram a se infiltrar mais pelo território romano. Para impedir que fossem dominados pelos bárbaros, foi feito um tratado que garantia que eles deixariam a própria Roma em paz.
Mas Gaiseric, o rei vândalo, aproveitou o assassinato de Valentiniano III, então imperador romano, orquestrado por Petrônio Máximo para declarar o tratado dos vândalos com Roma inválido e marchou sobre a capital do Império. Nesta época, os vândalos já haviam dominado as regiões que correspondem a atual Espanha e Tunísia.
Embora o saque da capital romana tenha se tornado o principal evento realizado pelos vândalos, ele não foi exatamente violento. Eles negociaram com o papa Leão I, que os convenceu a não destruir Roma. Com isso, eles invadiram a capital e saquearam a riqueza da cidade, mas deixaram os prédios intactos e retornaram para o seu território. Além disso, os vândalos adotaram muitas das facetas da cultura romana, incluindo suas roupas e artes.
Tomada da Bastilha.
A ideia de associar esse grupo de bárbaros à violência e à destruição aconteceu muito depois dos saques à Roma. Não há nenhuma evidência que sugira que os vândalos fossem mais violentos ou destrutivos do que seus contemporâneos. Ao contrário, mesmo durante os saques realizados durante o século V, eles pouparam a maioria dos moradores das cidades por onde passavam e não incendiaram seus edifícios.
A associação com o ato de destruir pode ter se originado apenas no final do século XVIII. Isso teria acontecido quando um abade francês chamado Henri Grégoire de Blois usou o termo "Vandalisme" para descrever a destruição de obras de arte durante e após a Revolução Francesa. Ele teria feito uma referência ao saque que a tribo de bárbaros fez na Roma antiga "civilizada". Isso teria feito a palavra vandalismo se tornar comum para descrever atos de dano e destruição.