Matinta Pereira: a 'bruxa' que amedronta a região Norte do Brasil

04/11/2022 às 04:002 min de leitura

Matinta Pereira (ou Mati-Taperê) é uma personagem bastante forte no folclore da Região Norte do Brasil. Ela é uma mulher idosa, que usa roupas escuras e velhas e que passa as noites assoviando pelas ruas, causando medo nas pessoas.

De acordo com algumas versões da lenda, ela se transforma em um pássaro de mau agouro durante a madrugada. Em outras narrativas, ela se transforma em coruja, ou é acompanhada por um pássaro fiel. Mas sua principal característica é o seu assobio estridente. Ela só para de assobiar quando algum morador promete algo a ela.

A história da lenda da Matinta Pereira

(Fonte: Portal Amazônia)(Fonte: Portal Amazônia)

Não se sabe com precisão onde surgiu esta lenda. Por ser uma história provinda da cultura oral, ela foi transformada ao longo dos anos. As pessoas mais velhas acreditam que a transformação da feiticeira é algo hereditário, que se passa de mãe para filha. Já que a Matinta não tem filha, ela se esconderia na floresta esperando que uma mulher passasse para transmitir a maldição.

De noite, a bruxa se transformaria no pássaro "Rasga Mortalha", que para sobre os muros das casas e começa a assoviar um canto insuportável. Por consequência, ninguém consegue dormir. Ela só vai embora quando algum morador da casa oferece algo a ela, como tabaco, cachaça, café ou peixe.

Só que, no dia seguinte, ela volta para cobrar a promessa feita na noite anterior. Caso não receba o que foi prometido, ela amaldiçoaria os moradores da casa, que desenvolvem doenças ou até mesmo morrem.

A Matinta na cultura popular

(Fonte: G1)(Fonte: G1)

A lenda da Matinta Pereira é típica da cultura popular do norte do país, em especial, na região Amazônica. Alguns acreditam que esta história seria uma variação da lenda do Saci-Pererê, e falam de Matinta como uma mulher velha de uma perna só.

Já o seu canto estridente estaria associado ao pássaroTapera naevia, uma espécie amazônica rara, que também é chamado de saci, martim-pererê, martimpererê, matinta-pereira, matintaperera, matitaperê, peixe-frito, peito-ferido, entre outros nomes.

O antropólogo brasileiro Câmara Cascudo, um dos maiores estudiosos do folclore nacional, escreveu assim sobre a Matinta: "à noite, se transforma em um pássaro agourento que pousa sobre os muros e telhados das casas e se põe a assoviar, e só para quando o morador, já muito enfurecido pelo estridente assovio, promete a ela algo para que pare. Assim, a matinta para e voa, e no dia seguinte vai até a casa do morador perturbado para cobrar o combinado. Caso o prometido seja negado, uma desgraça acontece na casa do que fez a promessa não cumprida".

Diz a lenda também que há apenas uma forma de aprisionar a Matinta Pereira. Isto passa por um ritual: deve-se enterrar no solo onde a Matinta passa uma tesoura aberta, acompanhada de um terço e de uma chave. Isto deve ser feito à meia-noite. Assim, quando a bruxa passar por cima, ela ficará presa.

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