Artes/cultura
17/12/2022 às 12:00•3 min de leitura
Agatha Christie é conhecida mundialmente como a Rainha do Crime por seus romances e contos de mistério. Ela também foi responsável por criar dois dos detetives mais importantes da literatura: o belga Hercule Poirot e a detetive amadora Miss Marple (ambos inspirados em pessoas reais). Ela é a autora individual mais traduzida da história e seu romance E Não Sobrou Nenhum é um dos livros mais vendidos de todos os tempos, com aproximadamente 100 milhões de cópias vendidas.
Abaixo você pode conhecer algumas curiosidades sobre uma das escritoras mais importantes do século XX.
Agatha Christie com cerca de 10 anos. (Fonte: Wikimedia Commons)
Agatha Christie quase não teve uma educação formal, e mesmo assim se tornou uma leitora ávida. Porém, sua estreia na literatura só aconteceu depois que sua irmã Madge a tivesse desafiado a escrever uma história de mistério. Foi assim que, em 1920, nasceu O Misterioso Caso de Styles, seu primeiro livro, que também marca a estreia do detetive belga Hercule Poirot.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Christie nunca foi uma mulher muito tímida e adorava tirar fotos. Porém, ela pedia para que as editoras não solicitassem as imagens para colocar nos seus livros. Ela chegou a insistir em alguns casos para que as sobrecapas de seus romances fossem publicadas sem uma imagem anexada — houve uma época que ela também chegou a usar um pseudônimo. A possível explicação para isso é que Christie provavelmente preferia não ser reconhecida em público.
Agatha Christie aprendendo a surfar. (Fonte: Reprodução)
As imagens de Agatha Christie lembram muito mais uma mulher da elite, sempre bem arrumada do que uma surfista despojada. Mas a Rainha do Crime tinha várias peculiaridades e gostar de surfar era uma delas. Junto com seu primeiro marido, Archie, Christie viajou da África do Sul ao Havaí em 1922. E durante toda essa jornada, o casal foi se aprimorando no surf. Ainda hoje alguns historiadores acreditam que eles podem ter sido um dos primeiros surfistas britânicos a aprender a surfar em pé.
Agatha Christie e seu segundo marido, o arqueólogo Max Mallowan. (Fonte: Wikimedia Commons)
Agatha Christie visitando a Acrópole de Atenas em 1958. (Fonte: Wikimedia Commons)
Após se divorciar de Archie, Christie fez uma viagem de Paris a Constantinopla (atual Istambul) a bordo do Expresso do Oriente e depois foi até Bagdá. Lá, ela fez amizade com o arqueólogo Leonard Woolley e sua esposa, que a convidaram para retornar à escavação em fevereiro de 1930. Foi nesse retorno que ela conheceu Max Mallowan, arqueólogo e auxiliar de Woolley, durante uma excursão. Os dois se deram bem e acabaram se casando em Edimburgo em setembro de 1930. Desde então, Christie passou a acompanhá-lo em suas expedições arqueológicas. Suas viagens com ele também contribuíram para vários de seus romances ambientados no Oriente Médio — Assassinato no Expresso do Oriente foi inspirado na viagem até Constantinopla.
Katherine Wolley (ao centro), durante uma expedição no Iraque. (Fonte: Wikimedia Commons)
Leonard e Katharine Woolley gostaram da Agatha Christie assim que a conheceram e os três se tornaram bons amigos. Isso não impediu que a escritora decidisse usar Katharine como inspiração para um dos seus crimes. Em Morte na Mesopotâmia, publicado em 1936, Louise Leidner é uma mulher que recebe cartas misteriosas, sempre que inicia um relacionamento com algum homem. Nas cartas, ela é informada que, caso decida se casar, será assassinada. Quando ela conhece o arqueólogo Erich Leidner, ele a leva a um sítio arqueológico no Iraque, para uma expedição. Quando retorna para sua casa, Louise é brutalmente assassinada. Embora nunca tenha declarado publicamente a inspiração — Christie apenas dedicou o livro aos Woolleys —, a própria Katharine reconheceu as semelhanças, mas não pareceu se importar e as duas continuaram amigas.
Agatha Christie como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial. (Fonte: Christie Archive Trust)
Enquanto seu primeiro marido participava das batalhas da Primeira Guerra Mundial, Christie trabalhava em um hospital e em uma farmácia. Essa experiência fez com que ela aprendesse muito sobre venenos, que acabaram se tornando elementos importantes em suas obras. Ela entendia tanto do assunto, que seu primeiro romance, O Misterioso Caso de Styles, foi elogiado por uma revista farmacêutica.