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08/03/2023 às 06:30•3 min de leitura
Ainda que Boadicea não tenha conseguido derrotar o Império Romano, essa mulher é um nome importante da resistência ao julgo dos comandados do imperador Nero. Sua revolta partiu da quebra do acordo de Roma com seu povo, logo após a morte do marido, o rei Prasutagos.
Até os dias atuais, Boadicea é reverenciada pelos britânicos, que celebram sua vida como uma tradição nacional. Não à toa, há uma estátua de bronze em sua homenagem ao lado do Parlamento, em Londres, a mesma cidade que há mais de 2000 anos ela levou às cinzas. Conheça alguns fatos pouco sabidos a seu respeito.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Os icenos era uma tribo celta que habitava a região que hoje corresponde a Norfolk, a nordeste de Londres. Por volta do ano 60, Boadicea assumiu o comando da tribo como rainha, em virtude da morte de seu marido, o rei Prasutagus.
Diferente do esposo, que mantinha um acordo com os romanos, a nova rainha não aceitava o julgo romano, situação agravada com o desejo do império de tomar a terra após a morte de Prasutagos. Boadicea assumiu o trono apenas porque o rei não tinha filhos homens, mas para as icenos é difícil imaginar que seriam melhor geridos por outra pessoa.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Todos os relatos que se têm sobre Boadicea e suas aventuras foram escritos pelos historiadores romanos Tácito e Dião Cássio. Ainda que possa haver certo exagero, estima-se, a partir dos escritos da dupla, que a rainha celta tenha comandado ao menos 230 mil homens no campo de batalha. O número era esmagadoramente superior ao dos romanos.
No início do conflito, cercou seu adversário que estava com apenas 10 mil homens à sua disposição. Estudiosos creditam a derrota final, apesar do número superior de soldados, à disciplina e ao bom treinamento dos romanos. Entre os comandados por Boadicea havia muitos camponeses, pouco preparados para combates ferozes.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Antes da Londres atual, os romanos fundaram, no século I, a cidade de Londínio, que se tornou a capital da Britânia. No início do levante da líder dos icenos, ela marchou de seu território em direção a Londínio, com o objetivo de derrotar as forças romanas que comandavam a capital. Ciente do tamanho reduzido de suas tropas, Suetônio abandonou a cidade, que foi atacada e saqueada pelos homens de Boadicea.
Sedenta de vingança, a mulher ordenou que todos que estivessem ali deveriam ser mortos e, na sequência, colocou fogo em Londínio. Todos os nobres encontrados pelo caminho foram pendurados em cortas, com partes de seus corpos arrancados e bocas costuradas. A cidade simplesmente virou pó.
(Fonte: Wikimedia Commons)
No início do combate, não era apenas o grande número de soldados que ditava os bons passos dados pela rainha celta. Boadicea marchava pelos territórios com muita estratégia, atacando ferozmente as principais cidades, de modo a esgotar recursos que pudessem se tornar necessários ao exército romano.
Boadicea também tinha preferência por tomar cidades que tivesse a certeza de serem incapazes de resistir ao seu numeroso exército. Optava por horários noturnos ou logo no início da manhã, e exigia de seus comandados fúria e que fossem impiedosos.
(Fonte: Wikimedia Commons)
A batalha em Camuloduno, atual Colchester, foi decisiva para a derrota das forças comandadas por Boadicea. Apenas ali, acredita-se que 80 mil homens tenham morrido, contra apenas 400 soldados romanos. A derrota foi preponderante para o fim da ofensiva, e deve ser creditada à disciplina militar romana.
Ao abandonar Londínio e permitir que a rainha celta destruísse a capital, Suetônio foi astuto e reuniu suas tropas em um vale estreito, que dava segurança à sua retaguarda, enquanto deixava os inimigos sem cobertura. Desta forma, os romanos, melhor armados e com maior conhecimento de guerra, avançaram sobre os comandados por Boadicea. Apesar da ferocidade e da bravura dos icenos, eles não resistiram à astúcia e força romana.