Estilo de vida
06/04/2023 às 10:00•2 min de leitura
Como canta Gilberto Gil, "o Rio de Janeiro continua lindo...". Mas desde que Gil escreveu essa música, em 1969, a cidade deve ter mudado muito, né? Imagina, então, se compararmos com o Rio de Janeiro de 110 anos atrás.
As fotos que trazemos nesse post permitem fazer essa comparação de um jeito incrível — até porque elas são coloridas, algo raro para aquele início de século XX.
O fotógrafo Marc Ferrez, um pioneiro desse tipo de arte no Brasil, utilizou a inovadora técnica Autochrome Lumière — inventada pelos irmãos franceses de mesmo nome. Com ela, registrou imagens incríveis do Rio de Janeiro de 1912, que permitem ótimas comparações com a cidade, com ela é agora. Tudo isso bem antes da fotografia colorida se popularizar.
As décadas entre 1870 e 1920, quando Ferrer foi mais ativo, trouxeram muitas mudanças para o Rio de Janeiro. Assim como o próprio Brasil, nossa antiga capital federal estava crescendo e se modernizando. Grandes avenidas eram abertas pela cidade, enquanto as favelas cresciam nos morros para abrigar os ex-escravizados recém libertos.
Prédios icônicos, que permanecem como atração turística até hoje, estavam sendo construídos nessa época: o Theatro Municipal, por exemplo, foi inaugurado em 1909. Mas há edifícios que, em contrapartida, não permaneceram de pé: o Palácio Monroe das fotos de 1912 cedeu lugar a uma fonte com chafariz.
Mas logo contamos essa história. Primeiro, vamos às fotos. Em cima, as fotos de Marc Ferrez, tiradas em 1912. Abaixo, imagens de 2022. 110 anos entre uma e outra.
Fonte: Twitter/Reprodução
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Sobre o Palácio do Catete, é interessante observar que hoje ele sedia o Museu da República, mas já foi o Palácio Presidencial — sendo palco, por exemplo, do suicídio de Getúlio Vargas.
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Para finalizar o artigo, um prédio que não existe mais. O Palácio Monroe tem uma história bem interessante: ele foi construído para ser o pavilhão brasileiro na Exposição Universal de 1904, em Saint Louis (Estados Unidos). No evento, o pavilhão agradou por sua arquitetura.
O plano da organização era desmontar o pavilhão lá nos Estados Unidos e recriá-lo aqui no Brasil. Para isso, o engenheiro Francisco Marcelino de Sousa Aguiar planejou uma estrutura metálica, coberta por madeira e cal. Então, após o evento, o Palácio Monroe — batizado em homenagem ao presidente estadunidense da época — foi transportado para o Rio.
Na Cidade Maravilhosa, ele serviu como sede da Câmara, Senado, Tribunal Superior Eleitoral, além de vários outros órgãos. Até que uma campanha em 1976 pediu a demolição do Palácio Monroe — com argumentos sobre estética e "atrapalhar o trânsito". O general Ernesto Geisel gostou da ideia, pois achava que o prédio bloqueava a visão do Monumento dos Mortos na 2ª Guerra Mundial. Assim, o Palácio Monroe foi demolido em 1976.