Ciência
19/08/2021 às 02:00•3 min de leitura
Poucas coisas são tão relevantes para os arquivos históricos da humanidade do que a arte da fotografia. Sem essa técnica, tudo que teríamos guardado para recontar os acontecimentos do passado seriam palavras. Qual evidência em formato de imagem seria apenas fruto da nossa imaginação e não prova de algo concreto.
Porém, assim como quase tudo a nossa volta, esse universo também sofreu diversas alterações. Desde a criação da primeira câmera fotográfica até as versões feitas atualmente, os mecanismos de fotografia mudaram completamente e aprendemos a capturar imagens com mais qualidade.
Será que você faz ideia de como as câmeras do passado faziam para conseguir tirar uma foto? Vamos nos aprofundar neste incrível universo e descobrir mais dados curiosos sobre a história da fotografia. Olha só!
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
A fotografia, como conhecemos hoje, iniciou-se de verdade em 1830 na França. A primeira versão de uma câmera escura portátil foi desenvolvida por Nicéphore Niépce, que consistia em expor uma placa de estanho revestido com betume à luz. Esse é o conceito que deu origem a basicamente todos os outros métodos de fotografia.
A câmera escura consistia em uma caixa — podendo ter alguns centímetros ou ser gigantesca — com um orifício em uma de suas faces. Esse buraco seria o lugar por onde a luz, refletida por um objeto externo, entraria e atingiria a superfície interna oposta.
Esse processo faria com que uma imagem invertida do objeto refletor da luz fosse gravada na placa de estanho, precisando de uma exposição solar de quase 8 horas.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
A fotografia só foi se expandir ao público, de fato, com a invenção do daguerreótipo. O projeto de Louis Daguerre foi completamente inspirado nas câmeras escuras, mas com o objetivo de diminuir o tempo de exposição à luz que as imagens precisavam para serem formadas.
Esse tipo de câmera usava uma placa de cobre revestida com prata e exposta ao vapor de iodo antes de ser colocada contra a luz. Isso faria com que a imagem, mesmo com um tempo de exposição solar de apenas 15 minutos, pudesse ser formada sem problemas e revelada horas depois.
A superfície desse aparelho era facilmente riscada e estava sujeita ao risco de oxidação. Por isso, seus usuários precisavam ter um enorme cuidado para não prejudicar o processo de gravação das imagens.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
As placas fotográficas, ou placas de emulsão, eram câmeras mais baratas que o daguerreótipo e necessitavam de apenas dois a três minutos de exposição solar para gravar uma imagem. Esse processo consistia em revestir uma placa de vidro, que era mais fina do que o vidro de janela comum, com a emulsão de sais de prata sensíveis à luz.
Entretanto, como essas placas precisavam ser mergulhadas em um líquido específico, a maioria dos fotógrafos precisava andar sempre com os elementos químicos em mãos e viajar em vagões que tivessem um quarto escuro para revelar as fotografias. Posteriormente, uma versão dessas câmeras com placas de emulsão gelatinosas foram criadas.
As placas secas, como também eram chamadas, podiam ser armazenadas e não precisavam passar pelo processo químico na hora. Por aguentarem receber mais calor, elas tinham tempo de exposição ainda menor. Essas foram as primeiras câmeras que utilizaram um obturador mecânico para filtrar a luz e um fole fotográfico para aperfeiçoar o foco das imagens.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Em 1880, uma empresa chamada Kodak democratizou o uso das câmeras ao desenvolver um sistema usando os famosos rolos de filme. Dessa forma, as placas das câmeras não precisavam ser trocadas o tempo todo e, em seu lugar, as imagens seriam gravadas nessas pequenas exposições de filme.
Como o processo de confecção das imagens ainda necessitava o uso de químicos, os consumidores enviariam o filme de volta para as fábricas para que pudessem ser revelados — pagando uma taxa para ter seu produto de volta. De todo modo, isso facilitou para que mais pessoas pudessem usar câmeras.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
A Polaroid revolucionou o mercado da fotografia quando lançou as primeiras versões de câmeras instantâneas. Mas como esses aparelhos realizavam o processo mágico de imprimir uma foto no exato momento em que foi tirada? A luz solar entrava pela lente objetiva e era refletida por um espelho até a superfície do filme.
Depois, o obturador da câmera se fecharia para evitar com que a luz queimasse o filme. Ao apertar o disparador, a pessoa estaria ativando uma “bolha química” dentro da máquina que serviria para revelar a fotografia no próprio papel fotográfico.
É também nesse processo que a tinta colorida se soltava, formando outra camada na imagem. Depois, o filme sairia por um buraco de impressão colocado na parte inferior do aparelho.
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)
Por fim, a modernidade. Entre 1980 e 1990, a maioria das empresas passou a trabalhar em métodos para capturar uma imagem eletronicamente. Em vez da imagem capturada ser transmitida para o filme, essas câmeras usam suas lentes para direcionar essa luz para um sensor digital.
Através de uma descarga elétrica concedida na hora do disparo da fotografia, a imagem então é traduzida para uma mídia digital. Esse processo, por ser muito mais tecnológico, permitiu captarmos fotografias muito mais condizentes com a realidade, com cores mais vívidas e qualidade absurdamente mais elevada.