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24/06/2023 às 06:00•2 min de leitura
Muita gente acha que publicar um livro seria um sonho. Afinal, ter suas histórias lidas por muita gente parece ser uma conquista incrível. Mas saiba que, para muitos escritores famosos, essa emoção inicial acabou se tornando bem desagradável.
A verdade é que vários autores passaram a ter aversão a algumas de suas criações literárias, o que os levou a tomar atitudes como negar, esconder ou simplesmente desprezar seus livros depois que foram lançados. Neste texto, contamos quatro desses casos.
(Fonte: Hulton Archive/Getty Images)
O escritor tcheco Franz Kafka foi extremamente crítico com suas próprias obras – a ponto de ter queimado cerca de 90% de seus escritos. Para completar, em seu leito de morte, Kafka pediu para seu amigo e editor, Max Brod, que destruísse o resto.
Felizmente, Brod desobedeceu à ordem e fez o contrário: publicou os livros do amigo. Inclusive, o resto da vida deste editor foi em parte dedicado à preservação desde acervo – ele chegou a contrabandear uma pasta cheia de originais de Kafka antes que os nazistas fechassem a fronteira da Alemanha.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Don DeLillo é um dos escritores americanos mais importantes de sua época. No entanto, há um livro que ele escreveu que nem sempre é conhecido por seus admiradores.
A obra se chama Amazons, e foi escrito por Don DeLillo em 1980. Depois de ter lançado seis romances que lhe deram muita reputação (mas não dinheiro), o escritor elaborou uma obra diferente: uma espécie de falsa biografia bem-humorada.
Ele assina a obra pelo pseudônimo de Cleo Birdwell, que seria a primeira jogadora de hóquei da NHL. "Ela" escreve uma autobiografia em que conta seus relacionamentos íntimos com treinadores e parceiros de equipe.
Não era, digamos, uma obra "elevada". Por isso, DeLillo nunca reconheceu publicamente a sua autoria em Amazons, e até pediu que o livro não fosse citado em sua bibliografia oficial.
(Fonte: Ian Gavan/Getty Images)
O britânico Martin Amis também tem uma obra que prefere deixar meio escondida. O livro se chama Invasion of the Space Invaders, e nele Amis investiga o mundo dos primeiros videogames.
Embora tenha uma introdução redigida por Steven Spielberg, Martin Amis parece relutar em reconhecer essa obra como parte importante de sua bibliografia, tanto que prefere não falar sobre ela.
Dá até para imaginar que ele considere um livro "inferior", uma vez que suas obras são bem sérias e debatem temas duros, como o islamismo radical. Mesmo assim, Invasion of the Space Invaders segue cativando fãs que gostam da análise que Martin Amis fez.
(Fonte: Express/Getty Images)
O escritor britânico Ian Fleming fez um imenso sucesso nos anos 1960 por ser autor dos romances de James Bond. Contudo, ele começou a notar que sua obra começou a ganhar popularidade pelos motivos errados: muitos estudantes idolatravam a violência das suas histórias.
Foi aí que Fleming resolveu escrever um livro que servisse como "corretor" da rota. Em Espião e Amante (no original, The Spy Who Loved Me), de 1962, ele apresentava um ponto de vista alternativo ao de Bond, a partir das experiências de uma mulher chamada Vivienne Michel.
A história de Vivienne incluía eventos como a perda da virgindade dentro de um cinema, o trabalho como secretária e a realização de um aborto. É apenas no terço final do livro que James Bond aparece, seduz Vivienne, elimina os bandidos e vai embora.
Infelizmente, os críticos detestaram o romance, e o próprio Fleming ficou desapontado com o resultado. O escritor então passou a rejeitar a obra e proibir novas reimpressões. Quando deu sequência aos livros de James Bond, ele simplesmente ignorou todos os eventos que havia contado nesta obra.
A saga cinematográfica teve um filme de 1977 chamado 007 - O Espião Que Me Amava. Contudo, Ian Fleming só autorizou o uso deste título caso o enredo não tivesse qualquer conexão com o romance.