Vodca 'não-radioativa' está sendo produzida em Chernobyl

15/12/2023 às 13:002 min de leitura

Você é do tipo de pessoa que adora tomar bons drinks ou aprecia aquela bebida diferenciada? Então veja só o que tem sido feito na Ucrânica. Uma empresa no país acaba de lançar a marca ATOMIK, uma bebida destilada semelhante à vodca feita a partir de culturas cultivadas na Zona de Exclusão de Chernobyl.

Embora a região seja conhecida por sua radioatividade, o líquido é completamente seguro para beber, o que mostra como a flora e a fauna da cidade se recuperaram nesta área praticamente despovoada desde o pior acidente nuclear da história da humanidade.

Esperança após o caos

(Fonte: Chernobyl Spirit Company/Divulgação)(Fonte: Chernobyl Spirit Company/Divulgação)

Em 26 de abril de 1986, um colapso nuclear e duas explosões catastróficas detonaram a tampa de um dos reatores da Usina Nuclear de Chernobyl. Com isso, combustível radioativo e detritos foram lançados no ar sobre o norte da Ucrânia, cobrindo a área imediata e espalhando material radioativo por toda a Europa. 

A explosão espalhou 400 vezes mais material radioativo do que o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, e mais de 200 mil pessoas tiveram que ser evacuadas da área. Por conta disso, muita coisa foi deixada para trás, como pertences e até mesmo animais de estimação. Para evitar mais vazamentos de radiação, a usina recebeu um "sarcófago" de concreto para ser tampada de uma vez por todas.

No entanto, nos quase 40 anos após o desastre, a Zona de Exclusão de Chernobyl teve um desempenho surpreendentemente bom. Plantas e animais continuaram a prosperar e estão até mesmo vivendo uma vida melhor do que quando os humanos estavam por perto. Além disso, a área virou um verdadeiro ponto turístico. Somente em 2019, 125 mil turísticas estiveram em Chernobyl para dar uma olhada por perto do "apocalipse". 

E nem todas as pessoas desistiram do potencial dessa área. Jim Smith, cofundador da Chernobyl Spirit Company, vem estudando o desastre e suas consequências há mais de 30 anos. Foi então que ele decidiu abrir sua empresa e produzir a vodca ATOMIK, que serve como uma amostra de como as coisas ainda poderiam ser produzidas com segurança em uma terra antes considerada irreversivelmente contaminada.

Reconstrução da Ucrânia

(Fonte: GettyImages)(Fonte: GettyImages)

Desde que a ATOMIK foi lançada no mercado, Smith traçou um plano: reverter metade dos lucros da bebida em apoio a recuperação da área de Chernobyl, o que até agora já rendeu mais de 30 mil libras em doações. “Somos certamente a única empresa de bebidas que produz bebidas destiladas de Chernobyl e provavelmente a única cujos diretores não recebem nenhum salário ou dividendos”, disse Smith em comunicado. 

Todas as bebidas da Chernobyl Spirit Company foram testadas cientificamente para provar que são seguras para consumo. Inclusive, estudos demonstram que o centeio cultivado na área e usado para a vodca tinha níveis de radiestrôncio ligeiramente acima do limite ucraniano. Porém, uma vez que a bebida era destilada, nenhum grau de radioatividade podia ser detectado.

Embora o álcool seja diluído com água também de Chernobyl, essa água vem de um aquífero subterrâneo profundo que não foi contaminado pela explosão. A empresa segue firme na sua crença no poder da natureza e do povo ucraniano. Cada garrafa vendida apresenta no rótulo um javali — animal frequentemente visto na zona de exclusão —, que serve como símbolo da "resiliência da natureza". Por fim, o dinheiro gerado pela ATOMIK também tem sido usado para ajudar a Ucrânia na recuperação dos horrores vivenciados na presente guerra. 

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