Artes/cultura
12/10/2024 às 13:00•2 min de leituraAtualizado em 12/10/2024 às 13:00
Durante a época medieval, os bestiários eram um tipo de literatura bastante comum. Elaborados por monges católicos, esses livros manuscritos reuniam informações sobre animais reais e fantásticos, descrevendo vários aspectos sobre eles, como seu habitat natural e sua dieta.
Eles costumavam carregar mensagens morais na sua descrição. Vale lembrar que, na Idade Média, os animais eram fundamentais na vida cotidiana das pessoas. Por isso, escritores e artistas frequentemente usavam os animais para se conectar melhor com o seu público.
O Der Naturen Bloeme foi um bestiário produzido por Utrecht ou Flandres em algum momento do século 15. São 13 livros que funcionavam como uma espécie de enciclopédia para quem quisesse buscar saber mais sobre os animais.
Nesta imagem, vemos um elefante com uma tromba em forma de funil em uma paisagem de árvores semelhantes a cogumelos. Seu semblante parece bravo.
A imagem de um hipopótamo, derivada do animal Equus fluminis (que quer dizer "cavalo de rio"), aponta a um bicho estranho de grandes dentes pontudos. No bestiário, lê-se que ele vivia durante o dia no fio Nilo e saía para a terra à noite para pastar.
O alforaz é uma espécie de peixe que não nasce exatamente, mas sim é gerado de forma espontânea a partir da lama podre quando o lago em que vive não tem água. Ele inicia sua vida como um verme, mas cresce e vai se tornando peixe à medida que a água sobe.
O rouxinol é um pássaro que adora cantar, e faz isso frequentemente para aliviar o tédio enquanto permanece sentado sobre o seu ninho. Quando a manhã chega, ele canta de forma tão entusiasmada que quase morre.
No Bestiário de Aberdeen, há uma comparação entre o rouxinol e uma mãe pobre: "a mãe pobre, mas modesta, com o braço arrastando a pedra de moinho, para que seus filhos não faltem pão, imita o rouxinol, aliviando a miséria de sua pobreza com uma canção noturna e, embora não consiga imitar a doçura do pássaro, ela o iguala em sua devoção ao dever."
A coruja é tida como um animal que prefere viver na escuridão. Moralmente, ela aparece nos bestiários como um pássaro sujo e preguiçoso que polui seu próprio ninho com seu esterco, e costumam ser associado com tumbas e cavernas.
Segundo o mito, as corujas gritam quando sabem que alguém está prestes a morrer. Em termos religiosos, elas representariam os judeus, que mostraram preferir as trevas à luz quando rejeitaram Cristo.
Presente na mitologia grega, o pégaso é um cavalo com asas de água e chifres que teria nascido como filho de Poseidon e Medusa. Em outra versão, é dito que ele nasceu do sangue de Medusa quando foi decapitada por Perseu.
Ao nascer, Zeus teria feito Pégaso trazer trovões e relâmpagos do Olimpo para a Terra. Mais tarde, ele teria sido recompensado pelo grande deus ao ser transformado na constelação de Pégaso.