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11/04/2024 às 20:00•3 min de leituraAtualizado em 11/04/2024 às 20:00
A história chinesa é incrível, e isso vem desde os tempos da China Imperial, período que se prolonga de 221 a.C. até 1912 d.C. Uma das mais importantes é a Dinastia Han, que entre 202 a.C. e 220 d.C. ajudou a moldar grande parte do que entendemos sobre a sociedade local. Também ficou conhecida pelos avanços tecnológicos e pelo desenvolvimento de estruturas administrativas que refinaram a maneira de governar à época.
Estudiosos apontam que elementos comuns ao período ainda são sentidos na cultura chinesa contemporânea, o que não é de se espantar quando estamos falando de mais de 400 anos de gestão. Para compreender melhor a importância da dinastia, separamos alguns fatos interessantes a respeito.
A China é composta por nada menos que 56 grupos étnicos, com valores, culturas e tradições distintas, que se espalham de maneira nada uniforme entre os mais de 1,4 bilhão de chineses. Admite-se que 92% da população da China hoje é composta do grupo étnico Han, espalhados por todo o território.
Seu domínio é tão grande que a língua deles é um dos idiomas nacionais da China. A título de curiosidade, o grupo étnico minoritário da China possui uma população equivalente a 15 milhões de pessoas, quase 5 vezes maior da que todo o Uruguai.
Quando se pensa no universo da alta costura, é difícil imaginar um tecido que possua tanto valor agregado do que a seda. Se hoje ela é um item de estimado valor, o material surgiu como fio de tecelagem cerca de 3000 anos antes de Cristo, na China.
Contudo, foi apenas durante a dinastia Han que ela ganhou novos contornos, especialmente quando o oficial chinês Zhang Quian criou a Rota da Seda, que se estendia por grande parte da Ásia até a Itália.
Foi durante a dinastia Han que o papel foi inventado. Funcionário do império, Ts'ai Lun descobriu que o material (feito de tela de pano esticada no bambu, com aplicação de fibras maceradas) era capaz de absorver melhor a tinta.
Ele utilizou resíduos têxteis, sem ter a dimensão do impacto no futuro da humanidade, particularmente na forma como nos comunicamos e registramos a história. Sua invenção deu mecanismos para que a China se desenvolvesse muito mais rapidamente, apesar do duro e demorado processo de fabricação.
Por milênios, as guerras entre grupos ou países envolviam lanças, flechas, espadas e toda a sorte de itens minimamente afiados a ponto de furar ou rasgar a pele do adversário. Foi durante a dinastia Han que uma invenção chinesa mudou a história dos combates: surgia, totalmente por acaso, a pólvora.
Estamos por volta do ano 9 d.C. e o império chinês coloca seus alquimistas para tentarem criar um elixir capaz de prolongar a vida. Os monges nem imaginavam que a humanidade nunca mais seria a mesma, e que seu elixir da vida se tornaria, ironicamente, uma ferramenta de morte e tragédia.
É possível vê-los em toda obra em qualquer cidade, mas poucos sabem que foram os chineses durante a dinastia Han os responsáveis pela invenção do carrinho de mão. Atribui-se a invenção a um homem humilde chamado Zhuge Liang, cujo feito foi rapidamente assimilado para fins militares, tanto no transporte de feridos como para carregar suprimentos. Murais encontrados em Chengdu, datados de 118 d.C., mostram um homem utilizando um carrinho de mão.
Apesar de tantos avanços e conquistas, a dinastia Han não escapou de seu crepúsculo. Parte do que levou ao seu declínio teve origem em desastres aos quais não possuíam controle, como secas, terremotos e inundações. Eles levaram a que o império tivesse uma divisão, com reinos governados de formas muito diferentes entre si.
Outra dificuldade para a dinastia foi aglutinar camponeses e grupos que viviam à margem do império. Ao não conseguir integrá-los, essas facções começaram a buscar oportunidades para derrubar o império Han, que colapsou, fazendo até mesmo a unidade política e territorial da China ser perdida.