Ciência
21/06/2024 às 20:00•2 min de leituraAtualizado em 21/06/2024 às 20:00
A maneira como Hollywood produz seus filmes encanta e fascina o público de todo o mundo. No entanto, nem sempre a representação feita de situações e fatos condiz com a realidade. Essa é uma premissa que vale também para as armas, um elemento clássico em todo filme de ação ou aventura.
Alguns equívocos mostrados nos filmes ao longo da trajetória do cinema podem passar despercebidos pela maioria dos espectadores, pois são muito específicos. Mas determinados erros chegam a incomodar quem acompanha muitos filmes de ação, especialmente os exageros e as carências de realismo.
Em filmes de ação rodados em Hollywood, trocas de tiros são cenas clássicas de 10 em cada 10 longas-metragens. O que nem todo espectador repara é como essas sequências parecem acontecer sem um mínimo intervalo entre uma sucessão de tiros.
Não é incomum os títulos cinematográficos retratarem armas cujos carregadores, popularmente chamados de pentes, possuem 10, 12 balas, quando a maioria dos revólveres, por exemplo, possui cartuchos com capacidade para 6 tiros.
Nem todo cinéfilo se incomoda com essa falta de realismo, apoiada até mesmo pelas estrelas de Hollywood. Kevin Costner, por exemplo, já afirmou em entrevista que é um prazer filmar cenas em que suas pistolas disparam muito mais do que na realidade.
É bem comum aparecer nos filmes de ação e aventura esse tipo de cena: o herói está atirando com uma arma semiautomática e o ferrolho trava para trás quando o carregador fica vazio. Ele continua puxando o gatilho e arma faz aquele barulho de "clique" várias vezes seguidas.
Por mais que o recurso tenha sua função dramática, o fato é que quase nenhuma arma semiautomática faz esse barulho quando se pressiona o gatilho sem as balas. É uma espécie de vício do roteiro, que pressupõe que o público não irá entender se o personagem simplesmente tentar atirar e não sair nada do cano da arma.
O tipo de movimento que aparece no filme Rambo (uma pessoa dispara continuamente com uma metralhadora pesada apoiada no quadril) ficou tão popular que ganhou até nome: hipfire. Contudo, essa postura nunca é feita na vida real, mesmo que o atirador seja muito experiente.
Para os bandidos, que são menos treinados, então, é ainda mais difícil que isso aconteça. Normalmente, eles só apertam o gatilho da arma e esperam que os tiros atinjam alguma coisa.
Outra cena clássica de filme de ação: alguém atira com uma espingarda e as vítimas voam vários metros para trás. Algumas vezes, elas chegam a ser arremessadas para fora de uma janela ou uma porta.
Na vida real, isso jamais ocorreria. Qualquer pessoa que tenha um conhecimento básico de física vai entender: segundo a terceira lei de Newton (que diz que, para cada ação, há uma reação igual e oposta), se uma arma fosse poderosa o suficiente para atirar um bandido, digamos, um metro para trás, a pessoa que disparou a arma também teria que ser lançada 1 metro para trás na mesma velocidade. E é óbvio que isso nunca acontece.