Artes/cultura
19/08/2024 às 00:00•2 min de leituraAtualizado em 19/08/2024 às 00:00
Em setembro de 2022, o mundo assistiu ao funeral da Rainha Elizabeth II, articulada pela monarquia do Reino Unido. Foi um processo longo de preparação para essa cerimônia que, de certo modo, era esperada, uma vez que a rainha já contabilizava 96 anos.
O encarregado por coordenar todo o funeral foi Edward Fitzalan-Howard, 18º duque de Norfolk. Ele já tinha experiência nessa prática por conta de sua família e foi capaz de dar conta de todos os preparativos para uma cerimônia cheia de rituais. Mas esse projeto já vinha sido executado há anos.
A morte da Rainha Elizabeth II foi planejada bem antes do dia em que ela finalmente morreu. Na verdade, seu funeral envolvia uma espécie de projeto prévio, que tinha até nome: Operação London Bridge. Dentre as etapas do ritual, estavam a notificação do primeiro-ministro britânico e do público, além do transporte do corpo da rainha para Londres.
Mas havia outras operações em curso já organizadas. A Operação Unicórnio, por exemplo, seria executada caso a rainha morresse no Castelo de Balmoral, na Escócia, em vez de na Inglaterra – o que de fato aconteceu. Já as Operações Marquee e Feather cobriam a logística do velório de Elizabeth, no que diz respeito aos aspectos cerimoniais, mas também no tratamento do público quando as pessoas viessem prestar suas homenagens.
Acima de todos esses, estava a Operação Lion, que constituía um roteiro geral que cobriria a morte eventual de qualquer membro da família real.
Quando finalmente chegou a hora, o duque Edward Fitzalan-Howard (já tinha um histórico familiar para execução da tarefa) já estava pronto para entrar em ação. Ele tinha ao seu lado outras autoridades, como o major Chris Ghika, da Divisão Doméstica do Exército Britânico, e o sargento da guarnição Andrew Vern Stokes. Eles já tinham muita documentação em mãos para orientá-lo.
Contudo, houve alguma improvisação quando a morte por fim aconteceu, pois alguns elementos não estavam prontos. Os trompetistas de estado e os membros da guarda exclusiva da rainha estavam fora do país e tiveram que ser chamados às pressas. Por conta disso, só houve um ensaio para a cerimônia.
O duque escolheu executar o funeral na Abadia de Westminster, ao invés do Castelo de Windsor. E o agendamento e a segurança significavam que o corpo da rainha não poderia retornar de trem para Londres da Escócia, o que também contempla uma tradição.
Vários chefes de governo compareceram ao evento, o que causou um certo problema na acomodação das delegações. A solução encontrada foi levar todo mundo de ônibus até a Abadia de Westminster. Esse arranjo irritou a delegação do presidente francês Emmanuel Macron, porque o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não andou de ônibus.
Isso aconteceu porque a equipe de segurança dos Estados Unidos se recusou a deixar o presidente entrar em um veículo que eles não aprovavam. Ele foi então encaixado em uma limusine especial à prova de bombas, o que fez com que Biden chegasse atrasado ao funeral, sendo obrigado a esperar até que uma procissão de veteranos britânicos passasse à sua frente.