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Gatos vêm saindo para passear através de portinholas há séculos, mas não existem registros sobre a origem dessa invenção tão útil

Uma das invenções mais criativas da história, a porta para gatos é um dos engenhos humanos mais úteis já feitos, tanto para os felinos como para os seus tutores. Muitas vezes atribuída aos egípcios, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121608-gato-egipcio-porque-o-felino-era-idolatrado-no-antigo-egito.htm#:~:text=Algumas%20pesquisas%20sugerem%20um%20lado,Instagram%2C%20Facebook%20e%20no%20Twitter%3F" rel="noopener noreferrer" target="_blank">que adoravam (até mesmo no sentido religioso) os gatos</a>, a providencial portinhola ainda não tem suas origens completamente claras.Recentemente, algumas matérias publicadas nas mídias sociais têm tentado descobrir qual a porta de gato mais antiga do planeta, ainda em uso. Uma forte candidata, que se apresentou à BBC News no dia 31 de agosto, foi&nbsp;a Catedral de Exeter, no condado de Davon, na Inglaterra, que começou a ser construída no século XII e concluída por volta do ano 1400.De acordo com a historiadora da catedral, Diane Walker, registros de pagamento a carpinteiros mostram que, em 1598, o bispo William Cotton mandou que fosse feito um buraco de gato na porta de um grande relógio astronômico. Como as engrenagens da nova invenção haviam sido lubrificadas com gordura animal, isso atraiu um grande número de ratos. Nesse sentido, <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127338-por-que-os-gatos-gostam-de-passar-o-bumbum-no-nosso-rosto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">o gato da catedral funcionava como um controle (remunerado) de pragas</a>.&nbsp;<h2>Há portas de gatos mais antigas do que Exeter?</h2><blockquote class="twitter-tweet"><a href="https://twitter.com/Sarah_Peverley?ref_src=twsrc%5Etfw">@Sarah_Peverley</a> @erik_kwakkel Here's our medieval cat-flap at Chetham's. <a href="http://t.co/UcKp9e8D">pic.twitter.com/UcKp9e8D</a>— Chetham's Library (@chethamslibrary) <a href="https://twitter.com/chethamslibrary/status/304264451631235072?ref_src=twsrc%5Etfw">February 20, 2013</a></blockquote>Em um tweet de janeiro de 2013, quando a rede social ainda se chamava Twitter, a biblioteca de Chetham, de Manchester, no Reino Unido, se gabava pelo que chamou de "nossa portinhola de gatos medieval". Fundada em 1653, essa construção é famosa por ter recebido visitas de Karl Marx e Friedrich Engels, que podem ter feito pesquisas para o seu Manifesto Comunista&nbsp;no local.&nbsp;Quanto ao fato de se autoproclamar "medieval", isso ocorre porque o prédio que abriga a histórica biblioteca é de 1421, funcionou anteriormente como um colégio de padres. Isso significa que, se a porta de gatos datar do início da construção, é possível que ela seja realmente a mais antiga existente no planeta.&nbsp;Existe ainda <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127160-gatos-gostam-de-ser-beijados-por-seus-donos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um curioso buraco para gatos</a> inserido em uma pintura sacra do século XV, chamada Madonna della Gattaiola, algo como Nossa Senhora da Portinhola de Gato em português. Feita em uma porta de órgão, ou de uma mesa ornamentada, a obra é atribuída a um desconhecido “Maestro di Montemerano” e foi reaproveitada como porta do celeiro de um padre, que fez um furo para o seu gato passar.<h2>Porta de gato na era da informação digital</h2><blockquote class="twitter-tweet">HD video from a new camera <a href="https://t.co/9FV14I8sbU">pic.twitter.com/9FV14I8sbU</a>— Pépito (@PepitoTheCat) <a href="https://twitter.com/PepitoTheCat/status/1699018441808597358?ref_src=twsrc%5Etfw">September 5, 2023</a></blockquote>Em plena era da informação digital, uma das portas de gatos que mais chamam atenção no mundo, com mais de 925 mil seguidores na rede social X, é a do gato chamado Pépito. Existente desde julho de 2011, a conta @PepitoTheCat registra todas as entradas e saídas do pequeno gato preto.&nbsp;"Ainda não sei por que as pessoas o seguem", reconhece o dono do bichano. E garante que lê os inúmeros comentários feitos, todas as manhãs ao acordar.&nbsp;

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Onde fica a portinhola de gato mais antiga do mundo?

Imagem de Caso Dorothy Stang: a onda de assassinatos de ambientalistas no Brasil no megacurioso

É um problema antigo a execução de ambientalistas que advogam em prol da Amazônia, das minorias e que lidam com conflitos nas linhas fronteiriças do país

<head></head><body>Em meados da década de 1960 e 1970, quando o governo brasileiro lançou programas de desenvolvimento e incentivou a migração para a região da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/125387-voce-sabia-que-o-rio-amazonas-e-mais-fundo-que-a-estatua-da-liberdade.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazônia</a>, fazendeiros, madeireiros e empresas agropecuárias viram oportunidades econômicas na região devido à vasta extensão de terras e recursos naturais.Um dos problemas dessa exploração é que o Brasil ocupa a terceira posição no ranking de países com maiores fronteiras internacionais, com 16,885 km, portanto, as políticas públicas muitas vezes não são capazes de monitorar ou frear as questões que surgem nessas faixas territoriais “abandonadas”. Foi assim no final do século passado e é até hoje.&nbsp;Isso propiciou um alto índice de narcotráfico, contrabando de mercadorias, como armas e carros, e aumento nos casos de violência. A falta de desenvolvimento social nessas regiões gera conflitos com comunidades indígenas e quilombolas, bem como sérios problemas ambientais, como o desmatamento e a degradação florestal.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26122811629164.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Portanto, o que aconteceu ao jornalista britânico Dom Phillips e ao indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira em 5 de junho de 2020 é a crônica mais antiga da História do Brasil. Dom e Bruno desapareceram na região do vale do Javari, na Amazônia, após serem capturados pelo sistema de pesca e caça ilegais. Após serem executados a tiros, eles tiveram seus corpos queimados e enterrados.Os dois faziam uma expedição para investigar os crimes cometidos pelos invasores do território indígena, sendo que Phillips escrevia um livro para compreender a autodefesa dos Vigilantes do Javari, um trabalho idealizado por Bruno.&nbsp;Ou seja, o tempo que criminosos estão explorando os limites fronteiriços do Brasil é o mesmo que pessoas estão perdendo suas vidas para tentar defender essas regiões.Essa é a história da ativista americana Dorothy Stang e de como o Brasil mais mata ambientalistas no mundo.<h2>A rodovia do caos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26122933226174.jpg" alt="Dorothy Stang. (Fonte: CNBB/Reprodução)">Dorothy Stang. (Fonte: CNBB/Reprodução)Depois do acreano Chico Mendes, símbolo da luta ambientalista na preservação da Amazônia, assassinado pelos donos de terras opositores à sua luta em 1988, existiu Dorothy Stang. Nascida em 7 de junho de 1931, em Dayton, Ohio, seu sonho sempre foi dedicar sua vida a Deus, por isso professou seus votos perpétuos aos 17 anos para se tornar missionária, entrando para a comunidade das Irmãs de Notre Dame de Namur.A princípio, o desejo mais profundo de Stang era servir aos pobres como missionária na China, mas seus planos mudaram e ela acabou indo parar no Brasil em meados de 1966. Seu trabalho começou em Coroatá, no Maranhão, ajudando agricultores pobres a construírem futuros para suas famílias.A década de 1970 foi considerada o ponto de virada na vida da missionária por se tratar de uma época em que as tensões na região amazônica começaram a crescer — tudo devido à popularização dos ricos recursos naturais da floresta.Stang migrou para a região do Xingu bem quando acontecia a inauguração da Rodovia Transamazônica pelo governo de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119824-milagre-economico-como-o-brasil-cresceu-na-ditadura-.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Emílio Médici</a>, no apogeu da <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/118211-ditadura-militar-como-e-por-que-aconteceu-o-golpe-de-1964.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ditadura militar brasileira</a> e da expansão ufanista do Brasil.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26123056131177.jpg" alt="Rodovia Transamazônica. (Fonte: GettyImages/Reprodução)">Rodovia Transamazônica. (Fonte: GettyImages/Reprodução)Stang viu indo por água abaixo seus projetos de proteção à floresta, a minimização dos conflitos fundiários da região e o trabalho como defensora dos pobres rurais, que eram ajudados a ganhar a vida cultivando pequenos lotes e extraindo produtos florestais sem desmatamento.O governo Médici não apenas disse “Olhe, temos muitos recursos e não são protegidos”, como também incentivou conflitos nessa áreas ao distribuir terras públicas às margens de sua rodovia recém-inaugurada. Em alguns pontos ao longo dela, até houve apoio à instalação de pequenos agricultores, mas na região de Anapu, no estado do Pará, apenas fazendeiros e empresários do setor da madeira foram privilegiados. A maioria deles, no entanto, extraiu os recursos naturais desses pedaços de terra e os abandonou ou repassou a terceiros. Diante disso, pequenos agricultores começaram a reivindicar terras na região e Stang decidiu agir para ajudá-los a se organizarem melhor politicamente.<h2>O nome na "lista da morte"</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26123418117179.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Frustrada em testemunhar a destruição da floresta Amazônica e as pessoas saqueadas por operações ilegais, a missionária se tornou a principal ativista da Amazônia, indo contra líderes políticos que fingiam que não viam o que estava acontecendo.Na década de 1990, Stang começou o Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), se tornando uma das primeiras pessoas a defender publicamente que as terras públicas deveriam ser destinadas à reforma agrária. Em 2002, o governo federal reconheceu alguns direitos dos pequenos agricultores, após muita insistência. Foram criados oficialmente dois PDSs: o Esperança e o Virola-Jatobá. Foi determinado neles que cada família teria o direito a 20 hectares de terra e o resto do território seria destinado a uso coletivo, desde que a mata permanecesse preservada.Essa decisão causou revolta entre madeireiros e pecuaristas. A essa altura, o nome de Stang já figurava no topo da "lista da morte" criada pelos corretores de poder das regiões em conflito. É bem provável que a mulher já soubesse que seus dias estavam contados, ainda assim ela não parou. Stang continuou com seu ativismo, colocando em prática programas que criavam comunidades autossuficientes de pessoas comprometidas com sua própria independência, bem como com o sustento da floresta tropical.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26123558901181.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Stang pediu repetidamente ao governo municipal, estadual e nacional proteção para essas pessoas que estavam em áreas vulneráveis a ataques dos madeireiros e pecuaristas que não aceitavam a criação das unidades, mas nunca foi ouvida. Até que em 12 de fevereiro de 2005, Dorothy Stang, aos 73 anos, foi assassinada com seis tiros, sendo um deles na cabeça, em uma estrada de terra no assentamento Boa Esperança, em uma área rural no Pará.O crime foi executado por dois pistoleiros de aluguel contratados pelos fazendeiros Vitalmiro Bastos e Regivaldo Galvão, que reivindicavam áreas que poderiam ser incorporadas pelo PDS Esperança.<h2>Uma perseguição sem fim</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26123641418182.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Desde que o sangue de Dorothy Stang foi derramado, a situação na região não teve uma melhora sequer e as mortes de Dom e Bruno apenas confirmam esse cenário. Inclusive, eles não são os únicos — na verdade, são apenas os responsáveis por lançar novamente luz ao mesmo problema, como Mendes e Stang fizeram no passado.Nos últimos cinco anos, 19 pessoas foram assassinadas por advogarem sobre a disputa fundiária na região de Anapu. O último nome a ser gravado em uma cruz localizada ao lado do túmulo de Stang foi o de Paulo Anacleto, que era perseguido e ameaçado desde 2017. Antes dele, teve Márcio Rodrigues dos Reis, executado em dezembro de 2019, e Marciano dos Santos, em fevereiro do mesmo ano. A luta e a morte deles seguem apagadas e sem resolução.“Matam gente direto e ninguém vai preso. Virou uma coisa desordenada”, desabafou um familiar de Anacleto em matéria ao Repórter Brasil.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/26/26123800795186.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodução)">(Fonte: GettyImages/Reprodução)Nos últimos 10 anos, mais de 2 mil ambientalistas foram assassinados em todo o mundo. Em 2022, de acordo com um relatório divulgado pelo Global Witness, uma organização sem fins lucrativos dedicada aos direitos humanos e às questões ambientais, ocorreu um assassinato a cada dois dias.Para Gabriella Bianchini, consultora da Global Witness, os governos regionais deveriam estar agindo para criar um ambiente seguro para os ambientalistas atuarem e para preservar um espaço cívico propício ao seu trabalho.A América Latina figura como a região mais perigosa para defensores do meio ambiente, com cerca de 9 em cada 10 assassinatos registrados em 2022. O Brasil se encontra na segunda posição como o país mais letal para ambientalistas.</body>

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Caso Dorothy Stang: a onda de assassinatos de ambientalistas no Brasil

Imagem de Há 80 anos, nazistas massacravam civis gregos como retaliação no megacurioso

Em 1943, soldados alemães passaram a atacar inocentes em cidades na Grécia como forma de avisar para outros não resistirem

<head></head><body>O ano era 1943 e a Europa estava tomada pela Segunda Guerra Mundial. No entanto, enquanto as batalhas aconteciam nas trincheiras, um país era covardemente atacado pela Alemanha: a <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/101049-15-fatos-sobre-a-grecia-antiga-que-voce-precisa-conhecer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grécia</a>. Um exemplo disso pode ser visto através do relato de Giannis Syngelakis à revista alemã Der Spiegel.&nbsp;Syngelakis tinha apenas 7 anos quando os nazistas chegaram a Ano Viannos. Naquele período, ele e sua família se preparavam para celebrar a Exaltação da Santa Cruz, uma festa ortodoxa grega, quando soldados invadiram sua casa, na ilha grega de Creta, ordenando que seu pai e seu tio saíssem do recinto.<h2>Sinal de alerta</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ocupa%C3%A7%C3%A3o_da_Gr%C3%A9cia_pelas_pot%C3%AAncias_do_Eixo#/media/Ficheiro:Bundesarchiv_Bild_101I-164-0389-23A,_Athen,_Hissen_der_Hakenkreuzflagge.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/15/15032537794051.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Conforme o relato produzido por Giannis, seu pai, seu avô e três de seus tios foram mortos pelos alemães no dia 14 de setembro de 1943. Outro tio teria sobrevivido ao se esconder debaixo de uma pilha de cadáveres. O ataque a Ano Viannos fez parte de uma campanha mais ampla de violência contra os cretenses durante a ocupação da Grécia pelo Eixo.Os ataques, que ocorreram durante três dias em cerca de 20 aldeias nas províncias de Viannos e Ierapetra, resultaram na morte de 500 pessoas. Esse é um dos maiores e menos conhecidos exemplos de violência nazista contra civis durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/122424-7-principais-e-datas-acontecimentos-da-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>. Outros golpes similares aconteceram em outros lugares na Europa, como Lídice, Checoslováquia e França.O ataque dos alemães a não-combatentes parecia uma forte retaliação aos ataques sofridos por membros da resistência aliada ou de guerrilheiros, o que resultou na destruição de cidades e aldeias inteiras no processo. Na União Soviética, por exemplo, os ataques indiscriminados pareciam exibir a crença dos nazis de que o povo eslavo era racialmente inferior.&nbsp;<h2>Atrocidades nazistas na Grécia</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Greece_in_World_War_II#/media/File:%CE%A6%CF%89%CF%84%CE%BF%CE%B3%CF%81%CE%B1%CF%86%CE%B9%CE%BA%CE%AE_%CE%AD%CE%BA%CE%B8%CE%B5%CF%83%CE%B7_%CF%85%CF%80%CE%B7%CF%81%CE%B5%CF%83%CE%AF%CE%B1%CF%82_%CE%94%CE%B9%CF%80%CE%BB%CF%89%CE%BC%CE%B1%CF%84%CE%B9%CE%BA%CE%BF%CF%8D_%CE%BA%CE%B1%CE%B9_%CE%99%CF%83%CF%84%CE%BF%CF%81%CE%B9%CE%BA%CE%BF%CF%8D_%CE%91%CF%81%CF%87%CE%B5%CE%AF%CE%BF%CF%85._Photo_exhibition_of_the_Diplomatic_and_Historical_Archive_Department_(5119846537).jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/15/15032642623052.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Viannos passou longe de ser a única e última comunidade cretense devastada pelos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125439-2-mitos-famosos-sobre-o-nazismo-que-duram-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazistas</a>. Em junho de 1941, logo após o Eixo ocupar a região, soldados alemães executaram até 60 civis do sexo masculino na vila de Kondomari em retaliação pela participação dos habitantes locais na Batalha de Creta.Três meses depois dos massacres em Viannos, os alemães mataram mais de 600 cretenses na região de Kalavryta, praticamente exterminando a população masculina local. Até mesmo em agosto de 1944, poucos meses antes da retirada das tropas alemães de Creta, o reinado de terror dos nazistas deu mais um exemplo de crueldade: generais ordenaram a morte de 164 civis em Kedros.A ocupação da Grécia pelo Eixo terminou com a retirada da Alemanha do país em outubro daquele ano. Estima-se que cerca de 325 mil a 558 mil pessoas morreram ao longo desse processo. A maioria faleceu de fome, mas dezenas de milhares foram mortos por represálias. Os nazistas também assassinaram pelo menos 58 mil judeus gregos como parte do Holocausto.Ao longo da última década, o governo grego pressionou a Alemanha a pagar reparações históricas pelos seus crimes de guerra, entre eles os massacres de Viannos e outros ataques de retaliação. Em 1960, a Alemanha concordou em pagar aproximadamente US$ 300 milhões às vítimas gregas do regime nazi. Porém, anos depois de todos os acontecimentos, a quantia parece apenas uma fração da reparação correta pelos momentos agonizantes vivenciados naquela região no passado.</body>

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Há 80 anos, nazistas massacravam civis gregos como retaliação

Imagem de 5 mitos sobre o passado nos quais você provavelmente acredita  no megacurioso

Muito do que imaginamos sobre o passado vem de filmes que nem sempre têm precisão histórica e científica 

<head></head><body>Muito do que imaginamos sobre o passado foi influenciado por obras de arte ou conceitos que já foram derrubados por pesquisas científicas. Ainda assim, alguns desses mitos persistem e continuam se espalhando, tornando-se verdades irrefutáveis na imaginação coletiva.Por isso, decidimos publicar esta lista com alguns desses mitos sobre a antiguidade. Ainda que muito populares, lembre-se eles: não refletem a realidade do passado. Vamos conhecê-los?<h2>1. Os dinossauros se pareciam com os répteis atuais</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25135126848145.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Sempre que falamos dos dinossauros vem à nossa mente a imagem de lagartos esverdeados gigantescos, como os que vimos nos filmes da franquia Jurassic Park, não é mesmo?Acontece que os dinossauros não eram exatamente daquela forma. Pesquisas recentes afirmam que a maioria desses animais tinham penas e eram mais coloridos, lembrando os pássaros. Diversos fósseis de dinossauros chineses, que viviam na Terra há 160 milhões de anos, corroboram com essa hipótese.<h2>2. Gladiadores lutavam até a morte</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25135158016146.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Historiadores afirmam que a ideia de que os gladiadores eram levados a lutar até a morte não é verdadeira. É claro que muitos desses lutadores morriam em combate, devido à violência da batalha, mas a morte deles não interessava aos seus senhores.Em primeiro lugar, treinar um gladiador levava tempo e consumia recursos, logo, ver ele morrendo significava prejuízo. Além disso, quem organizava as batalhas alugava gladiadores. Caso os lutadores morressem, o locador deveria indenizar o dono dos escravos.Então, ainda que uma plateia sanguinária desejasse ver essas pessoas se matarem em combate, nos bastidores outros indivíduos ficavam preocupados quando isso ocorria.<h2>3. Os gladiadores tinham músculos bem-definidos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25135232908148.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Outro mito sobre os gladiadores é que eles tinham músculos bem-definidos, como os atletas atuais. Atualmente, existe muita pesquisa sobre alimentação e treinos. Naquela época, não.Os gladiadores consumiam mais alimentos do que outros grupos de escravos, o que indica que as pessoas daquele período tinham uma noção básica de nutrição, mas, ainda assim, eles consumiam apenas os alimentos disponíveis da estação. A dieta deles era baseada em grãos, como a cevada.Logo, eles acumulavam gordura, ainda que fossem atletas. Isso não era algo ruim. A gordura era uma forma de proteger o corpo dos golpes e de acumular energia. Sendo assim, é possível que muitos gladiadores tivessem uma barriguinha saliente em vez de um tanquinho trincado.<h2>4. As pirâmides do Egito sempre foram amareladas</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25135304667149.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)A imagem das <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127277-as-piramides-do-egito-existem-ha-quanto-tempo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pirâmides egípcias</a> é tão famosa que nem sempre nos lembramos de que o que vemos hoje são ruínas do passado. A verdade é que as pirâmides eram muito diferentes, a começar pela cor.Quando inauguradas, as pirâmides eram brancas. Elas eram revestidas com pedras de calcário branco e polidas para que refletissem o sol. Durante o dia, não era fácil olhar para as pirâmides. Com o passar dos séculos, esse revestimento foi sumindo, dando lugar aos blocos amarelados que vemos hoje.<h2>5. Não existia “caixa de Pandora”, mas, sim, um vaso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/25/25135345800150.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)">(Fonte: Getty Images)Você já deve ter ouvido falar do mito da caixa de <a href="https://www.megacurioso.com.br/viagem/77892-proxima-parada-pandora.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pandora</a>, né? Nele, Pandora, a primeira mulher do mundo, recebe uma caixa de Zeus. Nessa caixa estariam guardados todos os males do mundo. Pandora abre a caixa, deixando esses problemas escaparem. Ao tentar fechar o objeto, ela consegue prender apenas a esperança.Acontece que historiadores argumentam que a tradução de Erasmo de Rotterdam, realizada no século XVI, continha um erro. O tradutor confundiu a palavra grega pythos com pyxis. A primeira se referia a um recipiente em que era colocado azeite. Já a segunda palavra significava caixa.Então, Pandora não recebeu uma caixa de Zeus, mas um objeto similar a um jarro. Talvez, o termo certo seria “jarro de Pandora”, mas agora é tarde para tentar mudar isso, né?</body>

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5 mitos sobre o passado nos quais você provavelmente acredita 

Imagem de Xipe Totec: o deus mesoamericano do esfolamento humano no megacurioso

Deus mesoamericano era cultuado com cruéis e sanguinários rituais de sacrifício humano

<head></head><body>No coração das antigas culturas mesoamericanas, onde deuses e mitos eram tecidos na trama da vida cotidiana, surgiu uma figura que se destaca não apenas pela singularidade, mas também pelo terror que inspirava. Esse ser era Xipe Totec, o "Esfolado". Entre os astecas e os toltecas, Xipe Totec era uma divindade de múltiplas facetas, reverenciado como o deus da primavera e da fertilidade, mas envolto em rituais macabros que desafiavam a imaginação.<h2 style="text-align: justify;">A origem de Xipe Totec</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/1/1b/Xipe_Totec_mask_Louvre_MH_78-1-60.jpg/640px-Xipe_Totec_mask_Louvre_MH_78-1-60.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13224148758010.jpg" alt="Máscara de Xipe Totec. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)">Máscara de Xipe Totec. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)A origem exata de Xipe Totec é um enigma, com teorias que o conectam à cultura olmeca —civilização que originou vários povos da Mesoamérica nos idos de 1.500 a 1.200 a.C. — e à civilização yope das terras altas do estado mexicano de Guerrero. Contudo, só por volta do século IX d.C. é que várias culturas locais, incluindo os <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/127339-esculturas-humanas-para-oferendas-sao-encontradas-no-maior-templo-asteca.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">astecas</a>, passaram a adorar o deus.Xipe Totec era um dos filhos de Ometeotl, uma divindade originária que era homem e mulher ao mesmo tempo. Os outros filhos eram os deuses Tezcatlipoca, Huitzilopochtli e Quetzalcóatl, cada um deles com alguma ligação ao culto à morte e figuras centrais na mitologia asteca.&nbsp;Xipe Totec ganhou seu nome assustador, "Nosso Senhor, o Esfolado", devido a um de seus principais atributos. Os astecas acreditavam que o deus usava a pele de sacrifícios humanos, simbolizando a renovação da terra na primavera. Quando a camada de pele era removida, representava a casca externa da semente de milho, pronta para germinar e trazer nova vida.<h2 style="text-align: justify;">Rituais sanguinários</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13222423642001.jpg" alt="Representação de Xipe Totec (à esq.) no Codex Borbonicus, um manuscrito espanhol antigo. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)">Representação de Xipe Totec (à esq.) no Codex Borbonicus, um manuscrito espanhol antigo. (Fonte: Wikimedia Commons / Reprodução)Os rituais dedicados a Xipe Totec eram de arrepiar. Um exemplo foi o festival Tlacaxipehualiztli, que durou vinte dias e <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123197-esfolamento-um-dos-piores-metodos-de-tortura-ja-criados.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">tinha no esfolamento a sua prática mais marcante</a>. Durante o evento, os sacerdotes ofereciam sacrifícios humanos para apaziguar o deus e assegurar uma boa colheita.&nbsp;Os cativos de guerra eram frequentemente escolhidos como vítimas e tinham seus corações arrancados. Suas peles eram então removidas, tingidas de amarelo e usadas pelos sacerdotes, transformando-os na "imagem viva" de Xipe Totec.Outra forma de sacrifício envolvia amarrar vítimas a uma estrutura e atirar flechas nelas, simbolizando as chuvas de primavera que fertilizavam a terra. Além disso, havia o "sacrifício de gladiadores", reservado para cativos corajosos que lutavam contra guerreiros astecas totalmente armados, com lâminas substituídas por penas, resultando em mortes certas.<h2 style="text-align: justify;">A Imagem de Xipe Totec na Arte</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13222829359005.jpg" alt="Representação artística de Xipe Totec. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)">Representação artística de Xipe Totec. (Fonte: GettyImages/ Reprodução)Muitas representações de Xipe Totec sobreviveram ao longo dos séculos, pois ele era um tema popular na arte mesoamericana. O deus era coberto pela pele de suas vítimas, com olhos em forma de meia-lua e bocas abertas. Mãos de pele esfolada e detalhes sangrentos como a incisão onde o coração da vítima foi retirado eram comuns em suas representações.Xipe Totec também segurava objetos simbólicos, como xícaras e escudos, e em algumas versões, um bastão com uma cabeça oca cheia de seixos ou sementes. Além disso, sua imagem era frequentemente adornada com figuras de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120953-7-coisas-estranhas-que-os-morcegos-fazem-alem-de-beber-sangue.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">morcegos</a>.</body>

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Xipe Totec: o deus mesoamericano do esfolamento humano

Imagem de Quem foi Artusi, autor do livro que "inventou a culinária italiana"? no megacurioso

Pellegrino Artusi foi o autor da obra La Scienza in Cucina e L’Arte di Mangiar Bene, considerada fundamental na Itália

<head></head><body>A culinária italiana é uma das mais famosas do mundo — e muita dessa fama se deve a um único livro: La Scienza in Cucina e L’Arte di Mangiar Bene (A Ciência na Cozinha e a Arte de Comer Bem), publicado pela primeira vez em 1891 e escrito por Pellegrino Artusi.Essa obra conseguiu organizar aquilo que no futuro entenderíamos como cozinha italiana, pois no seu ano de lançamento a própria <a href="https://www.megacurioso.com.br/turismo-e-viagens/45473-proxima-parada-italia-um-dos-mais-proeminentes-bercos-culturais-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Itália</a> não conseguia definir o que era a sua culinária, uma vez que o país havia se unificado há cerca de apenas 20 anos.Sendo assim, esse livro de receitas se tornou relevante para a formação da identidade do povo italiano, por meio de algo que eles gostavam (e ainda gostam): comer bem!<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodução: RUELLERUELLE / ALAMY&nbsp;" data-fonte-url="https://img.atlasobscura.com/4P7G7mxV0rZ152hVgtJr97wIp767bjAQGh23Q8ymjgw/rs:fill:12000:12000/q:81/sm:1/scp:1/ar:1/aHR0cHM6Ly9hdGxh/cy1kZXYuczMuYW1h/em9uYXdzLmNvbS91/cGxvYWRzL2Fzc2V0/cy9hN2U1YjRmYTM3/YWY2YTY0OTFfMlBN/MERCVC5qcGc.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13153818155266.jpg" alt="(Fonte: Reprodução: RUELLERUELLE / ALAMY)">(Fonte: Reprodução: RUELLERUELLE / ALAMY)<h2>Quem foi Pellegrino Artusi?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Fonte: Reprodução: A COLEÇÃO DE ARTE FOTOGRÁFICA / ALAMY &amp; EPISGRAFISTA / DOMÍNIO PÚBLICO&nbsp;" data-fonte-url="https://img.atlasobscura.com/IwVZ2X89jcxKR_ymbJjCazMQu8-xaH-HrY6GZ0EcX7I/rs:fill:12000:12000/q:81/sm:1/scp:1/ar:1/aHR0cHM6Ly9hdGxh/cy1kZXYuczMuYW1h/em9uYXdzLmNvbS91/cGxvYWRzL2Fzc2V0/cy9lOTU5NDNjNy01/MDg0LTQ0MjYtYmI0/ZS0xMGIyYzZmMzVm/YjEzMzRmMTQzMmM3/YmQ5ZTIxNjdfaW1h/Z2UgKDIpLmpwZw.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/13/13153956504267.jpg" alt="(Fonte: Reprodução: A COLEÇÃO DE ARTE FOTOGRÁFICA / ALAMY &amp; EPISGRAFISTA / DOMÍNIO PÚBLICO)">(Fonte: Reprodução: A COLEÇÃO DE ARTE FOTOGRÁFICA / ALAMY &amp; EPISGRAFISTA / DOMÍNIO PÚBLICO)O autor do mais importante livro de receitas italiano não era um cozinheiro. Artusi era um homem rico que fez fortuna como comerciante de tecidos. Ao se aposentar, ele decidiu se dedicar às atividades que lhe traziam prazer, como a leitura e o estudo. Um de seus passatempos prediletos era assistir a palestras nas universidades, o outro era pesquisar receitas.A coleção era tão grande que seus amigos o incentivaram a organizá-las em um livro. Artusi fez isso aos 71 anos, mas nenhuma editora se interessou pelo projeto. Ainda assim, ele acreditava que a obra tinha que ser publicada e bancou inteiramente a primeira edição. O livro foi um sucesso de vendas, tornando-se um símbolo da gastronomia da Itália.<h2>O que explica a popularidade dessa obra?</h2>São muitos os elementos que fazem do livro La scienza in cucina e l’arte di mangiar bene um sucesso. O primeiro deles é o momento <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110707-5-lugares-para-fugir-dos-turistas-na-italia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">histórico da Itália</a>. Na ocasião da publicação dessa obra, a Itália era um país com apenas 20 anos. Antes disso, aquela região era formada por estados independentes, cada um deles com uma cultura e dialetos próprios.Artusi escreveu em italiano, língua que era ensinada nas escolas como idioma do país desde a unificação e que, anteriormente, era apenas o dialeto da região da cidade de Siena. Além disso, as receitas tinham origens variadas, o que fazia com que os leitores se sentissem representados, ao mesmo tempo que descobriam novos sabores do país.A unificação da Itália ajudou as pessoas a vencerem a pobreza. A classe média cresceu, mais pessoas sabiam ler e queriam comer bem. Essa mudança socioeconômica também favoreceu a obra. E para ajudar, o livro não era para chefes de cozinha, sem ser técnico, nem mesmo científico, como o título sugeria. A linguagem acessível também foi importante para popularizá-lo.“Quem frequenta restaurantes poderá formar uma ideia da grande variedade dos gostos das pessoas. Com exceção dos devoradores, que tal como lobos não são capazes de distinguir entre, por exemplo, um bolo de marzipã e um prato de espinafres, você ouvirá às vezes um prato ser endeusado por alguns, por outros será tido como medíocre, e por algumas pessoas ainda, será até mesmo considerado péssimo, rejeitado”, opina Artusi em seu livro.<h2>Um livro que abraçou o mundo</h2>Artusi era um homem curioso, que valorizava as outras culturas. Em seu livro, há uma receita de cuscuz, cuja origem é o Oriente Médio. Ele também agradece a amigos judeus por terem lhe apresentado aos sabores da berinjela e da erva-doce, hoje amplamente considerados ingredientes cruciais na culinária italiana.Tudo isso levanta um debate que pode irritar os italianos: o de que a sua culinária tem origem, ou pelo menos inspiração, em diversas receitas e ingredientes estrangeiros. Artusi morreu em 1911. Nesse ano, seu livro já havia sido atualizado, contando com mais de 900 receitas.</body>

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Quem foi Artusi, autor do livro que 'inventou a culinária italiana'?

Imagem de Japan Airlines cria programa para viagens sem roupas no megacurioso

Proposta da Japan Airlines é alugar roupas para os passageiros como tentativa de diminuir emissões de carbono

<head></head><body>A <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127264-polemica-empresa-cria-voo-com-area-proibida-para-criancas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Japan Airlines</a> ganhou a atenção da mídia internacional nessa semana por anunciar um programa bastante inusitado para os seus passageiros: viajar sem levar a famosa mala cheia de roupas no bagageiro do&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/127246-qual-e-o-momento-ideal-para-usar-o-banheiro-no-aviao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">avião</a>, trocando-as por um serviço de aluguel de vestimentas.Intitulado "Any Wear, Anywhere" ("qualquer roupa, em qualquer lugar", em uma tradução livre), o programa permite que os passageiros embarquem levado pouca ou nenhuma roupa. Neste serviço (que ficará em teste por um ano exclusivamente no Japão), o viajante recebe os conjuntos de roupas no hotel e as devolve ao final da estadia na recepção do estabelecimento.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22095503591045.jpg" alt="Serviço permite viajar trocando malas pesadas por um aluguel de roupas.">Serviço permite viajar trocando malas pesadas por um aluguel de roupas.<h2>Comodidade para todos</h2>As roupas em questão cobrem diferentes estilos, indo do casual ao formal e para todas as estações do ano, e são lavadas e embaladas sempre que devolvidas. Dessa forma, a empresa oferece uma forma de promover um turismo mais sustentável e uma conveniência extra aos viajantes.Para os que desejarem usar os serviços do programa, as roupas podem ser alugadas em pacotes que variam entre US$ 34 e US$ 48 (aproximadamente R$ 168 e R$ 237, respectivamente),&nbsp;com peças que cobrem um período de locação de até duas semanas. Já sobre as reservas, elas devem acontecer até duas semanas antes da viagem."Adoro viajar e já estive em muitos países estrangeiros, mas nunca gostei de ficar arrastando bagagens ou lavar roupa no exterior. Quando viajamos para o exterior, há hotéis e restaurantes que oferecem hospedagem e alimentação no local, mas não roupas. Por que temos que trazer nossas roupas de casa?", comentou Miho Moriya, idealizadora do projeto e funcionária da Sumitomo, empresa japonesa que cuida das reservas, entregas e lavagem das roupas, à CNN.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/22095534757046.jpg" alt="Medida visa diminuir peso transportado pelos aviões.">Medida visa diminuir peso transportado pelos aviões.<h2>Proposta já surte resultados</h2>Vale mencionar que o 'Any Wear, Anywhere" começou a funcionar em julho, e desde então a Japan Airlines já recebeu pedidos de pessoas de mais de 115 países, sendo que os Estados Unidos e a Austrália são as nações com o maior número de usuários.Com a proposta, a Japan Airlines estima um impacto significativo na preservação do ambiente, já que 10 kg a menos em bagagem correspondem a uma redução de aproximadamente 7,5 kg nas emissões de carbono, o equivalente a ligar um secador de cabelo por 10 minutos diários ao longo de 78 dias.<ul><li>Veja também:&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/energia/25436-aviao-voa-do-canada-ao-mexico-usando-oleo-de-cozinha-como-combustivel.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Avião voa do México ao Canadá usando óleo de cozinha como comustível</a></li></ul>Ao final do programa (que ficará disponível até 31 de agosto de 2024), a Japan Airlines vai revelar os impactos reais da medida no meio ambiente."Temos de ver os resultados finais antes de dizer se este serviço é sustentável ou não", finalizou Miho.</body>

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Japan Airlines cria programa para viagens sem roupas

Imagem de As 5 criaturas mais travessas do folclore mundial no megacurioso

Diferentes culturas atribuem a criaturas místicas uma série de problemas da vida doméstica, como perder itens em casa, quebrar louças e fazer barulhos

Voc&ecirc; j&aacute; viveu a situa&ccedil;&atilde;o de deixar alguma coisa em um lugar e quando foi pegar ela simplesmente sumiu? Lou&ccedil;as costumam cair e quebrar constantemente na sua casa? A comida queima mais r&aacute;pido do que deveria no fog&atilde;o? M&oacute;veis e portas arrastam e batem mesmo quando n&atilde;o tem vento? Cuidado, voc&ecirc; pode estar sendo assombrado por alguma criatura m&iacute;tica!
Ao redor do mundo, v&aacute;rias culturas atribuem a personagens folcl&oacute;ricos as explica&ccedil;&otilde;es para os acontecimentos citados acima. Alguns destes personagens podem ter uma origem lingu&iacute;stica e narrativa em comum. Por&eacute;m, a quantidade de hist&oacute;rias podem indicar que algumas casas t&ecirc;m a tend&ecirc;ncia de ser frequentadas por seres sobrenaturais!
<h2>1. Brownies</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/17/17163811031005.jpg" alt="Ilustra&ccedil;&atilde;o de um Brownie feita por Alice B Woodward em 1910. (Fonte: Wikimedia Commons)" />(Fonte: Wikimedia Commons)
Brownie ou Broonie s&atilde;o seres do folclore ingl&ecirc;s e escoc&ecirc;s que habitam casas de fam&iacute;lias. Dizem as lendas que eles executam tarefas dom&eacute;sticas, como varrer e encerar o ch&atilde;o, enquanto os humanos dormem. Em troca, eles gostam de receber leite e queijo, que devem ser deixados perto do fog&atilde;o ou lareira.
Quando se sentem ofendidos, eles podem realizar todo tipo de travessura na casa, como esconder e quebrar itens. Os Brownies usam pouca roupa ou trapos, e quando um humano oferece uma roupa nova eles v&atilde;o embora da casa &ndash; n&atilde;o se sabe se eles ficam ofendidos ou porque agora tem uma nova roupa para conhecer outros lugares.
<h2>2. Kobold</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/jnl-wikimedia-commons-22165425485354.jpg" alt="JNL/Wikimedia Commons" />(Fonte: JNL/Wikimedia Commons)
Provavelmente derivados dos goblins, os Kobolds s&atilde;o seres m&iacute;sticos do folclores alem&atilde;o. Existem v&aacute;rios tipos, que habitam diferentes lugares e assumem v&aacute;rias formas, por&eacute;m, os que habitam casas de fam&iacute;lia s&atilde;o similares a seres humanos, mas de pequenina estatura.
Assim como os Brownies, eles podem executar tarefas, mas viram travessos quando s&atilde;o irritados, de modo que n&atilde;o costumam ser visitas bem-vindas.
<h2>3. Duende</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/wikimedia-commons-22165657591355.jpg" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Arno Schmidt Reference Library/Francisco Goya/Wikimedia Commons)
Duendes s&atilde;o criaturas do folclore da Pen&iacute;nsula Ib&eacute;rica que tamb&eacute;m se popularizam na Am&eacute;rica Latina. O nome provavelmente vem da contra&ccedil;&atilde;o da express&atilde;o "due&ntilde;o de casa" (dono de casa) devido &agrave;s v&aacute;rias hist&oacute;rias de esp&iacute;ritos travessos que vivem nestas.
Acredita-se que a origem da palavra pode remontar at&eacute; ao s&eacute;culo XIII, e as criaturas se assemelham a outras de diferentes lendas europeias, como goblins e gnomos. Na maioria dos contos, os duendes t&ecirc;m poderes m&aacute;gicos, como atravessar paredes e se transportar para diferentes lugares.
Quando irritados eles realizam travessuras e podem at&eacute; fazer pessoas ficarem doentes. Na Am&eacute;rica Latina, as hist&oacute;rias de duendes assumiram outra forma e s&atilde;o vistos, em diferentes pa&iacute;ses, como esp&iacute;ritos da floresta que podem ajudar pessoas perdidas.
<h2>4. Dokkaebi</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/national-museum-koreawikimedia-22165851781356.jpg" alt="National Museum KoreaWikimedia" />(Fonte: National Museum of Korea/Wikimedia Commons)
No folclore coreano, Dokkaebis s&atilde;o esp&iacute;ritos que podem possuir objetos inanimados ou assumir diferentes formas para interagir com humanos. O termo remonta pelo menos ao s&eacute;culo XIV e se diferenciam de fantasmas pelo fato de n&atilde;o serem esp&iacute;ritos de pessoas mortas. Os Dokkaebis podem pregar pe&ccedil;as e fazer travessuras, mas tamb&eacute;m podem ser perigosos e vingativos, e at&eacute; causar a morte.
No folclore japon&ecirc;s, os Tsukumogamis t&ecirc;m um conceito similar. Estes seriam os esp&iacute;ritos que podem surgir de objetos antigos (com mais de 100 anos) e possu&iacute;-los. Se jogados fora, estes objetos podem querer se vingar e fazer mal para as fam&iacute;lias.
<h2>5. Leprechauns</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/wikimedia-commons-22170035382357.png" alt="Wikimedia Commons" />(Fonte: Jean-no&euml;l Lafargue/Wikimedia Commons)
Leprechauns s&atilde;o figuras folcl&oacute;ricas da Irlanda que consistem em pequeninos seres de at&eacute; 50 cm de altura. Vestidos com casacos e chap&eacute;us verdes, os Leprechauns est&atilde;o sempre consertando os seus sapatos, o que lhe rendeu a pecha de sapateiros mitol&oacute;gicos.
Eles s&atilde;o conhecidos por pregar pe&ccedil;as em humanos e ter um &aacute;cido senso de humor, al&eacute;m disso, s&atilde;o relacionados a riquezas. Acredita-se que quando um humano captura um Leprechaun, ele pode ser recompensado com um ba&uacute; de ouro escondido no fim do arco-&iacute;ris.

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As 5 criaturas mais travessas do folclore mundial

Imagem de The Lost Bass: o projeto popular para encontrar o baixo perdido de Paul McCartney no megacurioso

Será que você pode ajudar na busca do instrumento, que não é visto com seu proprietário original desde 1969, quando os Beatles estavam gravando as sessões da música 'Let It Be'

O projeto "The Lost Bass"&nbsp;est&aacute; ganhando for&ccedil;a ap&oacute;s ser lan&ccedil;ado para reunir Paul McCartney com um de seus instrumentos mais famosos &mdash; o baixo el&eacute;trico H&ouml;fner 500/1, usando pelo m&uacute;sico nos anos 1960. O instrumento n&atilde;o &eacute; visto com seu propriet&aacute;rio original desde o final de janeiro de 1969, quando os Beatles estavam em Londres gravando as sess&otilde;es de Get Back e <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/127208-mecanismo-libera-insulina-no-corpo-ao-ouvirmos-musica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Let It Be</a>. &nbsp;
"Seja bem-vindo ao projeto The Lost Bass e ao maior mist&eacute;rio do rock and roll. Esta &eacute; a busca pelo baixo mais importante da hist&oacute;ria, o H&ouml;fner original de Paul McCartney", diz o site do grupo. O projeto foi lan&ccedil;ado no in&iacute;cio deste m&ecirc;s com uma equipe liderada pelo ex-gerente de marketing da empresa que produziu o instrumento, um jornalista da BBC e uma produtora de televis&atilde;o.&nbsp;
<h2 style="text-align: justify;">O sumi&ccedil;o do baixo</h2>
<span data-fonte="David Redfern/Redferns/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/from-left-paul-mccartney-george-harrison-ringo-starr-foto-jornal%C3%ADstica/85000065" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/david-redfern-redferns-22131212602177.jpg" alt="David Redfern/Redferns" />Paul McCartney (com o baixo), George Harrison e Ringo Starr, respectivamente. (Fonte: David Redfern/Redferns/Getty Images)
No ano de 1961, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124235-galeria-de-fotos-ineditas-de-paul-mccartney-e-uma-viagem-a-beatlemania.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Paul McCartney</a> comprou o lend&aacute;rio baixo H&ouml;fner 500/1 em Hamburgo, na Alemanha, pelo valor de 38 libras, o equivalente a R$184. A aquisi&ccedil;&atilde;o se tornou instantaneamente o seu instrumento favorito. No entanto, oito anos depois, esse tesouro musical desapareceu misteriosamente, deixando d&uacute;vidas se foi levado por um f&atilde; apaixonado ou simplesmente extraviado. Hoje, esse mesmo baixo &eacute; estimado pela bagatela de mais de 10 milh&otilde;es de libras, tornando-se uma rel&iacute;quia mais do que valiosa!
Nick Wass, ex-gerente de marketing da H&ouml;fner e um dos l&iacute;deres do projeto, j&aacute; escreveu um livro sobre o sumi&ccedil;o do instrumento. Em entrevista &agrave; BBC, ele mencionou ter colaborado com McCartney e, ap&oacute;s o m&uacute;sico fazer um coment&aacute;rio sobre o objeto em uma conversa recente, decidiu iniciar a campanha. No site oficial do projeto, Wass diz que em algum lugar do mundo, h&aacute; algu&eacute;m que sabe o que ocorreu com esse baixo e onde ele se encontra atualmente. "Paul ficaria muito feliz e emocionado se este instrumento pudesse retornar para ele", comenta.&nbsp;
<h2 style="text-align: justify;">O projeto</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/20/20012246187028.jpg" alt="(Fonte: John Pratt/Keystone/Getty Images)" />(Fonte: John Pratt/Keystone/Getty Images)
Scott Jones, jornalista e idealizador da busca, aderiu ao projeto ap&oacute;s assistir &agrave; apresenta&ccedil;&atilde;o de McCartney no Festival de Glastonbury, no Reino Unido, em 2022. Ap&oacute;s entrar em contato com a fabricante, Jones descobriu que a empresa j&aacute; estava tentando localizar o objeto, seguindo um pedido do ex-integrante dos Beatles.
Jones afirma que rastrear o baixo &eacute; o desafio mais empolgante de sua carreira, visto que o objeto pode estar em qualquer lugar do mundo. "Estamos, de certa forma, em busca do Santo Graal do Rock. Com a ajuda das pessoas ao redor do mundo que amam os <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124648-4-momentos-na-historia-da-musica-que-chocaram-o-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Beatles</a> e Paul McCartney, acredito que podemos localizar o baixo perdido. Essa &eacute; a inspira&ccedil;&atilde;o por tr&aacute;s deste projeto: contar a hist&oacute;ria n&atilde;o contada desse instrumento ic&ocirc;nico e, ap&oacute;s 55 anos, traz&ecirc;-lo de volta para casa", explica.
O projeto j&aacute; recebeu centenas de novas informa&ccedil;&otilde;es, conforme relatado pelo grupo. Duas delas parecem promissoras. "A expectativa da H&ouml;fner &eacute; que algu&eacute;m se apresente por pura boa vontade, e quem possuir o baixo provavelmente nem tem consci&ecirc;ncia disso", conta Jones &agrave; BBC.&nbsp;
<h2 style="text-align: justify;">Como ajudar na busca do instrumento</h2>
<span data-fonte="David Redfern/Redferns/Getty Images" data-fonte-url="https://www.gettyimages.com.br/detail/foto-jornal%C3%ADstica/paul-mccartney-of-english-rock-and-pop-group-the-foto-jornal%C3%ADstica/84879251" class="img-fc"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/david-redfern-redferns-22131243125179.jpg" alt="David Redfern/Redferns" />(Fonte: David Redfern/Redferns/Getty Images)
Na busca pela pe&ccedil;a, o grupo divulgou as caracter&iacute;sticas principais do baixo: corpo com padr&atilde;o sunburst&nbsp;em tr&ecirc;s cores distintas, aus&ecirc;ncia de escudo, captadores embutidos em madeira preta e concebido para canhotos.
No site oficial, o grupo refor&ccedil;a que o baixo perdido tamb&eacute;m apresentava uma apar&ecirc;ncia bem diferente da &uacute;ltima vez em que foi visto em fotos antigas, devido a uma reforma pela qual passou.
Para quem desejar se envolver na busca global, basta acessar o site, clicar na se&ccedil;&atilde;o "Participe" e fornecer seus dados e as informa&ccedil;&otilde;es sobre o instrumento. J&aacute; pensou se voc&ecirc; &eacute; o sortudo?

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The Lost Bass: o projeto popular para encontrar o baixo perdido de Paul McCartney

Imagem de Makech: os besouros transformados em joias ainda vivos no megacurioso

Espécie é vendida para turistas no México e apresentada como uma tradição maia

Quem viaja para a regi&atilde;o de Yucat&aacute;n, no sudeste do M&eacute;xico, provavelmente ir&aacute; encontrar um tipo bastante inusitado de <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125020-perolas-douradas-o-segredo-de-uma-das-joias-mais-raras-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">joia</a>. S&atilde;o os makech, besouros revestidos de pedras brilhantes vendidos como joias vivas.
Embora os vendedores falem que este &eacute; um costume que teve <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125657-antiga-cidade-maia-e-descoberta-em-meio-a-selva-no-mexico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">origem com os maias</a>, quest&otilde;es &eacute;ticas e ambientais t&ecirc;m sido usadas para desincentivar esse tipo de com&eacute;rcio.
<h2>Joias vivas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/floyd-shockley-22110148680072.jpg" alt="Floyd Shockley" />(Fonte: Floyd Shockley/The Smithsonian National Museum of Natural History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Os makech podem ser encontrados em quase todo o M&eacute;xico, mas s&atilde;o mais comuns na regi&atilde;o de Yucat&aacute;n &mdash; que tamb&eacute;m atrai muitos turistas pelas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/122434-maias-os-5-maiores-enganos-a-respeito-dessa-civilizacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ru&iacute;nas maias</a> e pelas praias da regi&atilde;o. Esses besouros possuem a cor dourada, o que j&aacute; os deixa bastante chamativos. Mas s&atilde;o as pequenas pedras brilhantes que realmente os deixaram &ldquo;famosos&rdquo;.
Os comerciantes colam supostas joias diretamente sobre os insetos, prendendo pequenas correntes com alfinetes para garantir que eles n&atilde;o escapem depois. Por&eacute;m, especialistas afirmam que, na maioria dos casos, as pedras n&atilde;o passam de bijuterias.
Al&eacute;m disso, a pr&oacute;pria origem da tradi&ccedil;&atilde;o &eacute; bastante controversa. A vers&atilde;o contada pelos vendedores fala de uma lenda local sobre um xam&atilde; que transformou o amante proibido de uma princesa maia em um besouro, para que ela pudesse us&aacute;-lo como joia. Por&eacute;m, n&atilde;o h&aacute; evid&ecirc;ncias que comprovem tal lenda, o que n&atilde;o faz muito sentido, uma vez que existem diversos registros deixados pelos maias sobre sua cultura.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/22/kristen-stipanovbrendan-mccabe-22110404200077.jpg" alt="Kristen StipanovBrendan McCabe" />(Fonte: Kristen Stipanov/Brendan McCabe/Smithsonian Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Os maias eram um povo muito letrado, tinham escrita e ci&ecirc;ncia&rdquo;, explicou Floyd Shockley, gerente de cole&ccedil;&otilde;es de entomologia do Museu Nacional de Hist&oacute;ria Natural Smithsonian, em entrevista ao Atlas Obscura. &ldquo;Parece que algo assim teria sido registrado se realmente remontasse a essa &eacute;poca. Acredito que seja uma pr&aacute;tica muito, muito mais recente, provavelmente surgiu a apenas algumas centenas de anos&rdquo;.
Na verdade, um dos registros mais antigos sobre os besouros makech &eacute; apenas do final do s&eacute;culo XIX. Em 1887, o jornal New Haven Register escreveu um texto sobre uma mulher dos Estados Unidos que havia recebido uma joia feita com insetos vivos. A &uacute;ltima cidade maia a resistir aos espanh&oacute;is, Tayasal, foi conquistada no final do s&eacute;culo XVII &mdash; duzentos anos antes do registro do jornal.
<h2>Um problema &eacute;tico e ambiental</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/09/12/12104907069078.jpg" alt="Zopherus chilensis, a esp&eacute;cie usada como 'joia viva'. (Fonte: Atlas Obscura)" />(Fonte: Floyd Shockley/The Smithsonian National Museum of Natural History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Mas n&atilde;o &eacute; apenas a suposta lenda que deu origem ao makech que &eacute; controversa. O simples uso de insetos como joias gera um debate sobre &eacute;tica e at&eacute; mesmo sobre os poss&iacute;veis impactos ambientais.
Primeiro porque os besouros est&atilde;o vivos e presos em correntes para n&atilde;o fugir. Muitos especialistas e defensores dos direitos dos animais afirmam que se trata de uma atitude cruel que gera sofrimento aos insetos.
J&aacute; na quest&atilde;o ambiental, o problema pode ser ainda mais grave. Os besouros Zopherus chilensis&nbsp;possuem um ciclo de vida bastante longo, principalmente quando comparado com outras esp&eacute;cies de insetos. Eles podem viver at&eacute; quatro anos, e a reprodu&ccedil;&atilde;o depende de uma s&eacute;rie de fatores para acontecer. Retirar estes insetos da natureza pode quebrar este ciclo antes que a fecunda&ccedil;&atilde;o dos ovos ocorra, causando um impacto ambiental a longo prazo &mdash; as larvas t&ecirc;m papel fundamental para a decomposi&ccedil;&atilde;o de cascas de &aacute;rvores mortas.

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