Imagem de 'Homem de Marfim', figura de poder da Idade do Cobre, teria sido uma mulher no megacurioso

Método inovador permitiu descobrir o sexo biológico de figura de grande poder da Idade do Cobre

<head></head><body>A predominância de visões androcêntricas, que colocam o homem no centro dos acontecimentos, ainda é uma constante, como nos mostra o enfoque que costuma ser dado a determinados eventos históricos. Mas graças aos avanços no campo da arqueologia de gênero, que passou a ganhar um maior espaço a partir dos anos 1980 e busca sanar falhas de pesquisa, isso pode mudar.Como exemplo do seu papel, temos um caso bastante interessante envolvendo o "Homem de Marfim", uma figura que teria vivido há cerca de 5 mil anos, no período da Idade do Cobre, numa região que hoje corresponde a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/124501-dna-revela-historia-de-novos-povos-da-europa-no-fim-da-era-do-gelo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Espanha</a>. Acredita-se que ele tenha morrido jovem, com idade entre 17 e 25 anos.E considerando a tumba onde essa figura teria repousado, repleta de objetos de luxo, tudo indicava que não só ela teria ocupado a mais alta posição dentro da sociedade, como ainda teria sido reverenciada por séculos após a sua morte. E é aí que entra o elemento surpresa: segundo um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Sevilha, nem tudo o que foi descoberto a seu respeito estaria correto.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/12/12105333243094.jpg" alt="Nova representação destaca a liderança feminina na antiguidade. (Fonte: Nature/Reprodução)">Nova representação destaca a liderança feminina na antiguidade. (Fonte: Nature/Reprodução)<h2>Redescobrindo a "Dama de Marfim"</h2>Isso porque uma nova análise revelou que o esqueleto batizado de "Homem de Marfim" não seria de um homem, mas de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/75585-21-mulheres-incriveis-que-mudaram-o-mundo-para-melhor.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mulher</a>, contrariando o que foi anunciado em 2008. Para chegar a esse resultado, os pesquisadores fizeram uso de uma técnica mais precisa que permite identificar o sexo biológico a partir da análise do esmalte dental.Assim, por meio de uma proteína chamada amelogenina, seria possível determinar que os restos mortais seriam correspondentes ao sexo cromossômico masculino, no caso do gene AMELY ser identificado, ou feminino, quando o gene AMELX é detectado. No caso em questão, a análise dos dentes molar e incisivo apontou para o gene AMELX.Inclusive, há alguns elementos que corroboram a hipótese que essa mulher não teria sido escolhida em virtude de sua posição social, mas sim por méritos próprios. A análise dos ossos da "Dama do Marfim" indica que ela teria se dedicado a trabalhos que exigiam bastante fisicamente, mostrando que mesmo no papel de liderança, ela contribuía ativamente na realização de tarefas.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/12/12162225909329.jpg" alt="Prato de cerâmica e objetos de marfim, dentre outros itens, foram encontrados na tumba da &quot;Dama de Marfim&quot; (Fonte: Nature/Reprodução)">Prato de cerâmica e objetos de marfim, dentre outros itens, foram encontrados na tumba da "Dama de Marfim" (Fonte: Nature/Reprodução)<h2>Pesquisa abre novas perspectivas</h2>Na busca por mais informações sobre aquela antiga sociedade, outras descobertas ocorreram: em um cemitério próximo do local que foi foco das investigações, havia outros 15 esqueletos do sexo feminino numa tumba, e artefatos exóticos também teriam sido recuperados, indicando que elas teriam tido grande importância.Além disso, exames das sepulturas de crianças sugerem que as posições hierárquicas não seriam transmitidas entre gerações naquele período, uma vez que objetos funerários não foram localizados.O estudo ainda revelou que nenhum outro homem teria ocupado uma posição mais elevada, como apontam as comparações das tumbas analisadas, demonstrando como mesmo nos <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124709-mapa-mais-antigo-ja-descoberto-da-europa-mostra-idade-do-bronze.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">períodos mais antigos</a>, as mulheres conquistaram uma notável participação política na sociedade.Sob um ponto de vista, o trabalho realizado evidencia o quanto a identificação do sexo de esqueletos antigos, geralmente mal preservados, tem apresentado falhas graves, mas ao mesmo tempo, abre as portas para que novas descobertas nesse sentido ofereçam uma melhor compreensão do passado.</body>

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'Homem de Marfim', figura de poder da Idade do Cobre, teria sido uma mulher

Imagem de 6 fatos terríveis sobre a vida no mar na Era dos Descobrimentos no megacurioso

Entre os séculos XV e XVII, desbravar os oceanos poderia ser uma aventura completamente aterrorizante e amedrontadora

<head></head><body>A Era dos Descobrimentos, às vezes chamada de Idade de Ouro da Vela, foi um período histórico entre os séculos XV e XVII. Durante esses anos, diversos navios europeus embarcavam em expedições globais em buscas de tesouros, mapeando novas rotas comerciais ou travando guerras na batalha por territórios no Novo Mundo.Embora os navegadores portugueses tenham sido pioneiro desta expansão mundial, eles logo foram seguidos por outras potências europeias. No entanto, engana-se que essa emocionante vida no mar em busca de novas aventuras era só alegria. Veja só seis fatos terríveis sobre como as coisas realmente eram na Era dos Descobrimentos!<h2>1. Tecnologia de navegação</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11045314037008.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Ao contrário do que conhecemos hoje, as embarcações no passado — obviamente — não tinham um sistema de GPS para se locomover pelos mares. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120126-6-fatos-sobre-cristovao-colombo-que-nao-sao-contados-nos-livros.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cristóvão Colombo</a>, por exemplo, chegou às Américas usando os recursos da época: ferramentas de navegação primitivas e conhecimentos limitados de astronomia e ventos alísios.Durante 36 dias, Colombo e sua tripulação estiveram completamente perdidos, mostrando uma prova da audácia e dos riscos da exploração inicial. De qualquer forma, a missão acabaria sendo bem sucedida e todo o curso da história estaria para sempre alterado.<h2>2. Doenças a bordo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11045357049010.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Naquela época, todo marinho deveria despedir-se de alimentos básicos essenciais para viver sua vida no mar. Isso foi um dos motivos que levou ao escorbuto, uma doença que ceifou a vida de mais de dois milhões de marinheiros entre os séculos XVI e XIX. Inclusive, essa doença causou mais mortes do que tempestades, naufrágios trágicos, combates mortais e todas as outras doenças combinadas.Pessoas com escorbuto tinham artérias deteriorando gradualmente, sofriam de úlceras dolorosas, convulsões e feridas na pele. O problema só foi ser sanado quando a marinha britânica passou a oferecer limão, rico em vitamina C, para a dieta de seus marujos.&nbsp;<h2>3. Escravidão</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11045417074011.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Um dos mais graves erros históricos da Era dos Descobrimentos é que quase 11 milhões de africados foram escravizados por marinheiros europeus durante o final do século XV. Essas pessoas foram submetidas a dificuldades inimagináveis e realizando trabalho forçado nas <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120638-como-os-colonizadores-trouxeram-doencas-para-a-america.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">colônias</a> europeias nas Américas.Os escravos eram transportados em navios negreiros, algemados em condições desumanas, expostos à doenças e constantemente agredidos. Em determinados casos, muitas dessas pessoas preferiam se suicidar do que ter que enfrentar esse sofrimento tão grande.<h2>4. Vivendo com ratos</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11045453967016.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Durante o século XVIII, os ratos eram um dos maiores problemas nos navios ingleses e franceses. As embarcações que participaram da colonização da América do Norte foram implacavelmente atormentadas pelos roedores, que embarcavam nos portos durante o carregamento e descarregamento de mercadorias.Uma vez a bordo, os ratos se multiplicavam rapidamente nos porões do navio, roíam os suprimentos de comida e espalhavam doenças. Para piorar a situação, os ratos carregavam pulgas que agiam como vetores de outras enfermidades, como a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/122440-a-peste-bubonica-criou-a-maior-disputa-cientifica-da-historia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">peste bubônica</a>, tifo e febre maculosa.<h2>5. Tabagismo desenfreado</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11045522628018.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Atualmente, é sabido que o tabagismo é responsável por quase metade das mortes causadas por todos os tipos de câncer. Curiosamente, essa prática prejudicial foi introduzida no mundo durante a Era dos Descobrimentos. Quando Cristóvão Colombo chegou ao Caribe, por exemplo, ele foi presenteado com folhas secas de tabaco pelos moradores da região.Tempos depois, o explorador descobriu o valor comercial do produto — que logo passou a ser cultivado e vendido por toda a Europa. Em pouco tempo, fumar tornou-se um hábito generalizado nos navios e em diversos países. Consequentemente, cigarros, charutos e tabacos passaram a ser vistos por todos os lados do mundo.</body>

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6 fatos terríveis sobre a vida no mar na Era dos Descobrimentos

Imagem de Mapa mostra regras de etiqueta praticadas no mundo inteiro no megacurioso

O mapeamento das principais regras de etiqueta de vários países do mundo destaca as peculiaridades e diferenças de comportamento social 

Muitas vezes negligenciada, a etiqueta constitui um conjunto de normas e comportamentos socialmente aceit&aacute;veis em um determinado contexto ou cultura. Mais do que mera formalidade, essas regras regulam uma comunica&ccedil;&atilde;o eficaz e harm&ocirc;nica nas rela&ccedil;&otilde;es interpessoais, al&eacute;m de evitar constrangimentos e eventuais ofensas.&nbsp;
Para tornar mais f&aacute;cil o dia a dia de pessoas que viajam para o exterior, a empresa de transfer&ecirc;ncia de fundos Remitly <a href="https://cdn.remitly.com/images/v1/img/remitly_etiquette_world_map_fina.7s575klKiz9pyKl1.png" target="_blank" rel="sponsored">elaborou um mapa-m&uacute;ndi</a> com regras de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123254-as-complicadas-regras-de-etiqueta-de-um-casamento-japones.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">etiqueta de v&aacute;rios pa&iacute;ses</a>. Confira abaixo.&nbsp;
<h2>&Aacute;frica</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11184140262431.jpg" alt="Fonte: Remitly." /><a href="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11184140262431.jpg" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para abrir em resolu&ccedil;&atilde;o maior. (Fonte: Remitly)
H&aacute; muitas regras de etiqueta na &Aacute;frica relacionadas a refei&ccedil;&otilde;es. <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/125688-papiro-de-smith-revela-o-quao-avancada-era-a-medicina-dos-antigos-egipcios.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">No Egito, por exemplo,</a> &eacute; grosseiro pedir sal, pois isso sugere que a comida est&aacute; mal temperada. J&aacute; em Mo&ccedil;ambique, &eacute; obrigat&oacute;rio ficar para o ch&aacute; e lanches quando se visita algu&eacute;m, pois sair sem comer &eacute; considerado um insulto. Em Serra Leoa, deixe um pouco de comida no prato para indicar que voc&ecirc; ficou satisfeito.
<h2>&Aacute;sia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11184610841433.jpg" alt="Fonte: Remitly." /><a href="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11184610841433.jpg" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para abrir em resolu&ccedil;&atilde;o maior. (Fonte: Remitly)
Na &Aacute;sia, h&aacute; tamb&eacute;m <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123840-por-que-os-japoneses-sentam-no-chao-para-comer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">muitas regras voltadas para a alimenta&ccedil;&atilde;o</a>. No Afeganist&atilde;o, se um p&atilde;o cair no ch&atilde;o, voc&ecirc; deve beij&aacute;-lo como uma refer&ecirc;ncia sagrada. Na China, jamais vire um peixe no seu prato para n&atilde;o ter azar, e, no Jap&atilde;o, arrote ruidosamente ap&oacute;s a refei&ccedil;&atilde;o para elogiar o chef e agradecer pela refei&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
<h2>Europa</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11184931073441.jpg" alt="Fonte: Remitly." /><a href="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11184931073441.jpg" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para abrir em resolu&ccedil;&atilde;o maior. (Fonte: Remitly)
<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/125673-qual-sera-o-pais-mais-visitado-do-mundo-nos-proximos-anos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nas mesas europeias,</a> multiplicam-se regras de etiqueta. Como no Egito, pedir sal em Portugal &eacute; considerado uma gafe terr&iacute;vel. J&aacute; na It&aacute;lia, o insulto est&aacute; em pedir queijo extra em sua pizza. Arrotar alto ao fim da refei&ccedil;&atilde;o, por outro lado, &eacute; considerado um elogio ao chef na Isl&acirc;ndia.
Quando o assunto &eacute; mandar flores, jamais as envie em uma quantidade &iacute;mpar em pa&iacute;ses como Let&ocirc;nia, Litu&acirc;nia e Eslov&aacute;quia. Mas, na Bulg&aacute;ria, o tabu s&atilde;o flores amarelas, consideradas sinal de &oacute;dio.&nbsp;
<h2>Am&eacute;rica do Norte e Central</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11185253484448.jpg" alt="Fonte: Remitly." /><a href="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11185253484448.jpg" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para abrir em resolu&ccedil;&atilde;o maior. (Fonte: Remitly)
Uma s&eacute;rie de regras de etiqueta regulam principalmente as reuni&otilde;es nos pa&iacute;ses da Am&eacute;rica do Norte e Central. Embora a maioria dos pa&iacute;ses considere rude chegar atrasado aos encontros, na Costa Rica e em El Salvador a pr&aacute;tica &eacute; muito comum. Quando o assunto &eacute; como se vestir, em Belize o chique &eacute; ser totalmente casual. &nbsp;
<h2>Am&eacute;rica do Sul</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11185520754456.jpg" alt="Fonte: Remitly." /><a href="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11185520754456.jpg" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para abrir em resolu&ccedil;&atilde;o maior. (Fonte: Remitly)
Algumas regras de etiqueta na Am&eacute;rica do Sul envolvem gestos: enquanto, na maioria dos pa&iacute;ses, um polegar levantado para o alto significa "sim" ou "ok",&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/110808-12-fatos-que-talvez-voce-nao-conheca-sobre-a-argentina.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">na Argentina, o sinal com o dedo polegar &eacute; considerado vulgar.</a>
No Paraguai e no Peru, dar de presente um objeto pontiagudo a algu&eacute;m, como uma tesoura ou faca, significa que voc&ecirc; quer romper o relacionamento com a pessoa.&nbsp;
<h2>Oceania</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11185846678460.jpg" alt="Fonte: Remitly." /><a href="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/11/11185846678460.jpg" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para abrir em resolu&ccedil;&atilde;o maior. (Fonte: Remitly)
Na Oceania, h&aacute; uma tradi&ccedil;&atilde;o de "tempo de ilha" que cria uma etiqueta particular quando se trata de pontualidade, sendo mais comum a falta dela em pa&iacute;ses com Papua Nova Guin&eacute; e Tonga. Quando estiver entre os samoanos, nunca toque na cabe&ccedil;a de algu&eacute;m, pois essa parte do corpo &eacute; considerada sagrada l&aacute;.
<a href="https://cdn.remitly.com/images/v1/img/remitly_etiquette_world_map_fina.7s575klKiz9pyKl1.png" target="_blank" rel="sponsored">Clique aqui</a> para acessar a vers&atilde;o completa do mapa-m&uacute;ndi em alta resolu&ccedil;&atilde;o.

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Mapa mostra regras de etiqueta praticadas no mundo inteiro

Imagem de Claude Cahun: artista queer surrealista e ativista antinazista no megacurioso

Claude Cahun foi um artista à frente do seu tempo e com grande importância política.

<head></head><body>Claude Cahun foi uma artista francesa que teve uma grande importância no movimento queer. Nascida em Nantes em 1894, com o nome Lucy Renée Mathilde Schwob, a fotógrafa, escultora e escritora foi um nome importante dentro do <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes/49248-surrealismo-moderno-conheca-o-trabalho-desta-incrivel-artista-coreana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">surrealismo</a>, e ficou famosa por conta dos seus autorretratos em que explorou a <a href="https://www.megacurioso.com.br/fotografia/102499-modelo-androgena-questiona-estereotipos-ao-posar-como-homem-e-mulher.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ambiguidade de gênero</a>.Muitas coisas feitas por Claude - como assumir um gênero neutro - foram pioneiras para a sua época. Neste texto, contamos a história de uma artista que inspirou grandes gênios, como André Breton e <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114451-david-bowie-inspira-nome-de-dinossauro-recem-descoberto.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">David Bowie</a>.A pequena Lucy era filha de uma mãe que lutava contra uma doença e mental e um pai judeu que era dono de jornal. Era uma época em que o anti-semitismo ascendia na Europa, o que criou um clima tenso para a família Schwob.Quando sua mãe foi internada em um hospital psiquiátrico, a criança foi enviada para morar com a avó. Foi aí que ela começou a ensinar a assuntos diversos para Lucy, como filosofia, arte, literatura e mitologia. Mais tarde, ela seria enviada para a Inglaterra por conta de ataques anti-semitas sofridos na escola.&nbsp;Ao chegar na idade adulta, Lucy frequenta a Universidade Sorbonne, em Paris. A essa altura, ela já havia assumido o nome Claude Cahun, de gênero neutro, e estava explorando a sua veia artística por meio da fotografia e da poesia. Curiosamente, Claude era chamada tanto pelos pronomes "ela" e "ele".Estudiosos especulam que Claude Cahun pode ter sido transgênero ou <a href="https://www.megacurioso.com.br/sexo/99345-nao-binarios-o-3-genero-que-parece-novidade-hoje-ja-existe-ha-seculos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">não-binário</a>, embora essas denominações não existissem em sua época. "Embaralhe as cartas. Masculino? Feminino? Depende da situação. Neutro é o único gênero que combina comigo", declarou certa vez.<h2>O começo da trajetória artística</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/10/10090301684019.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)O artista ficou famoso por conta de seus autorretratos, em que usava adereços - como maquiagem e figurino - para explorar personagens com diferentes expressões de gênero, provocando o público a pensar. Claude ainda costumava raspar a cabeça e se vestir como homem, ou então usar trajes típicos de mulher. O fato surpreendente é que o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121632-quais-sao-os-maiores-equivocos-sobre-pessoas-trans-e-nao-binarias.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">travestismo</a> era proibido na França nesta época.Claude teve uma longa parceria romântica e artística com outro artista, Marcel Moore (nascida Suzanne Malherbe). Ambos estavam sempre juntos e fizeram vários trabalhos conjuntos. Claude e Marcel se conheceram na adolescência e mantiveram seu relacionamento em segredo, pois as pessoas gays eram forçadas a se esconder.Mas algo inusitado acontecer: após se divorciar, o pai de Claude Cahun acabou se casando com a mãe de Marcel Moore, que era viúva. As meio-irmãs começaram então a viver juntas e se aproximar cada vez mais.Mais tarde, ambos se mudaram para um apartamento em Paris, que começou a ser frequentado por grandes nomes do movimento surrealista, como Salvador Dalí, Jean Cocteau, Man Ray, Gertrude Stein, Georges Bataille e André Breton.Mergulhados nessa cena cultural, Claude e Marcel se tornaram uma dupla artística inseparável e de grande destaque no movimento. Contudo, em 1937, eles acabam se mudando para a ilha britânica de Jersey, no intuito de escapar das ameaças do <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/109748-mas-afinal-o-que-e-o-fascismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">fascismo</a>.<h2>O legado de Claude Cahun</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Wikimedia Commons&nbsp;" data-fonte-url="https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7c/Plaque_All%C3%A9e_Claude_Cahun_Marcel_Moore_-_Paris_VI_%28FR75%29_-_2021-07-28_-_1.jpg/640px-Plaque_All%C3%A9e_Claude_Cahun_Marcel_Moore_-_Paris_VI_%28FR75%29_-_2021-07-28_-_1.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/10/10090159020018.jpeg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em 1940, aviões bombardearam a ilha, forçando as pessoas que resistiam ao <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125439-2-mitos-famosos-sobre-o-nazismo-que-duram-ate-hoje.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">nazismo</a> a se renderem. Entre elas, estavam Claude Cahun e Marcel Moore, que continuaram se manifestando publicamente com sua arte contra o que estava acontecendo.A dupla produzia um material de propaganda anti-alemã que chamavam de "balas de papel", tentando semear a confusão e a rebeldia até entre os soldados nazistas. Eles criaram poemas, piadas ruins sobre Hitler, desenhos, cartazes colados em postes e mensagens manuscritas em maços de cigarros.A Polícia Secreta ficou por anos tentando rastrear quem fazia aquilo, até descobrirem que eram duas mulheres de meia idade (os artistas tinham assumido seus nomes originais na ilha). Assim, o casal acabou sendo condenado pelo crime de distribuir propaganda antinazista. Foram presos por 8 meses e então libertos.Claude Cahun morreu de câncer em 1954, quando tinha 60 anos, e foi enterrado por Marcel Moore na ilha de Jersey. Restou ao mundo a herança cultural do seu trabalho, que segue sendo discutido até hoje.</body>

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Claude Cahun: artista queer surrealista e ativista antinazista

Imagem de Conheça o significado de 7 símbolos nos cemitérios no megacurioso

Entenda o que as imagens e os objetos presentes nos cemitérios estão tentando nos dizer

<head></head><body>Ok, é possível que você tenha um pouco de medo de entrar em <a href="https://www.megacurioso.com.br/arquitetura-e-engenharia/100864-10-dos-cemiterios-mais-lindos-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cemitérios</a>. Mas vale a pena saber que, para muitas pessoas, este é um espaço realmente fascinante — tanto que existe até um turismo dedicado a esses lugares. E faz sentido se a gente pensar que o espaço em que enterramos os mortos estão cheios de símbolos que, às vezes, carregam mensagens ocultas.Se você tem curiosidade em saber mais sobre cemitérios, confira neste texto a explicação sobre 7 mensagens simbólicas que aparecem nos objetos e imagens que estão neles.<h2>1. Anjo</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07183524003408.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)As imagens de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/123780-de-onde-vieram-as-asas-dos-anjos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">anjos</a> são muito comuns nos cemitérios. Também pudera: dentro do cristianismo, esses seres celestiais são entidades enviadas por Deus para carregar mensagens e proteger os humanos.&nbsp;Assim, os túmulos adornados por essas figuras carregam o desejo de que os entes falecidos estejam também sendo cuidados pelos anjos no além-mundo. Quando eles estão de asas abertas, simboliza a alma indo para o céu. Já quando choram, estão retratando o luto dos parentes.<h2>2. Pomba</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07183818153409.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A <a href="http://pomba" rel="noopener noreferrer" target="_blank">pomba</a> é um animal que costuma estar presente nas imagens desenhadas ou esculpidas em cemitérios. Ela é bastante simbólica: é, por exemplo, a representação do Espírito Santo no cristianismo.Seus sentidos estão ligados também à ideia de ressurreição e à paz. Quando aparecem voando, estão apontando à subida da alma do falecido para o céu.<h2>3. Cruz celta</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07184138112413.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A cruz celta ou irlandesa é um símbolo cristão muito antigo. Ela simboliza uma cruz (que remete à <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125384-a-historia-da-lanca-sagrada-que-terminou-de-matar-jesus-cristo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crucificação de Jesus Cristo</a>) com uma espécie de anel que divide o objeto em quatro partes. A separação isonômica dessas partes, unificadas pelo círculo, faz referência à eternidade e ao equilíbrio da vida - trazendo a ideia de que ela continua após a morte.As secções em quatro partes também remete aos quatro elementos essenciais à vida: água, terra, fogo e ar.<h2>4. Esquadro e compasso</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07184609103417.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Você talvez tenha já cruzado com alguns túmulos que carregam símbolos curiosos: as imagens de um esquadro e um compasso. Estes são símbolos da <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/42241-que-tal-saber-um-pouco-mais-sobre-a-maconaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">maçonaria</a>, que são empregados há vários séculos para retratar a fé e a razão.Os dois instrumentos retomam a ideia dos construtores que os usam para medir ângulos perfeitos. Assim, dentro da arte tumular, eles sinalizam à capacidade de usar a consciência e a moralidade para medir suas próprias ações.<h2>5. Ramo de oliveira</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07185010079422.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)A oliveira é uma árvore que tem forte importância na Bíblia: ela aparece, por exemplo, na história de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120079-diluvio-do-mar-negro-teria-inspirado-a-narrativa-biblica-de-noe.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Noé</a>. Dentro do cemitério, o ramo de oliveira remete a um simbolismo de longevidade, fecundidade e maturidade da pessoa que partiu, com a paz da Deus.<h2>6. Pilares inteiros ou rachados</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07185414266425.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Os pilares são estruturas verticais usadas para segurar o peso de uma edificação. Enquanto símbolos, eles têm forte significado e aparecem com certa frequência nos cemitérios. Quando se trata de um pilar inteiro, aponta a uma vida vivida longamente e de forma plena. Quando é um pilar quebrado ou rachado, pode fazer referência a uma morte ocorrida precocemente.<h2>7. Livro aberto</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/07/07185712969427.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Os livros também são objetos muito utilizados com fins simbólicos. Nos cemitérios, é comum que eles sejam representados em esculturas que mostram livros abertos. O principal significado é apontar que a pessoa que está enterrada ali "leu" a mensagem propagada na Bíblia e que viveu a sua vida colocando em prática os leis e dogmas presentes neste livro sagrado.</body>

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Conheça o significado de 7 símbolos nos cemitérios

Imagem de Para domar El Niño, incas e chimús faziam sacrifícios humanos no megacurioso

Povo chimú teria sacrificado centenas de crianças para lidar com as tempestades causadas pelo El Niño, já os incas recorriam aos sacrifícios para acalmar os vulcões

<head></head><body>Você deve ter ouvido falar do fenômeno El Niño recentemente. Trata-se de um fenômeno meteorológico que resulta no aquecimento anormal das águas do Pacífico. Suas causas ainda são desconhecidas dos cientistas. Contudo, sabemos que o El Niño atrapalha a vida da humanidade há milênios.Uma das pistas da convivência dos humanos com esse fenômeno climático é trágica e mostra como o povo chimú, no que hoje conhecemos como Peru, tentou desesperadamente acabar com as chuvas fortes que atingiam o seu vilarejo.Sem entender o que estava acontecendo e acreditando que as chuvas ocorriam por causa da ira dos deuses, os sacerdotes chimús decidiram oferecer crianças em sacrifício.<h2>Sacrifícios de crianças no Peru</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/06/06174754328214.jpg" alt="Ossada de criança chimú encontrada no Peru. Reprodução: AFP">Ossada de criança chimú encontrada no Peru. Reprodução: AFPEm 2019, arqueólogos encontraram 227 corpos na cidade costeira de Huanchaco, distante cerca de 600 km da capital do país, Lima. A análise do solo no qual estavam enterradas as crianças mostrou características de lama.Isso indica que chovia forte quando os jovens foram sacrificados. É a partir dessa informação que a hipótese de o clima ser a motivação dos assassinatos ganha força.Desde a descoberta dessa ossada, o sacrifício das crianças chimús se tornou o maior sacrifício infantil já conhecido. Anos antes, outros 200 corpos de crianças foram encontrados em outras regiões do território peruano.Ainda segundo análises dos antropólogos, as mortes devem ter ocorrido há mais de 500 anos.O povo chimú teve o seu apogeu entre os anos de 1200 e 1400. Depois disso, eles teriam sido <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121208-e-se-os-incas-tivessem-conquistado-a-europa-e-nao-o-contrario.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dominados pelos incas</a>, que, depois, foram dominados pelos espanhóis.Esses sacrifícios teriam sido feitos em culto do deus Shi, que era associado à Lua. Ao contrário dos incas que adoravam ao Sol, os chimús &nbsp; acreditavam que a Lua representava uma divindade mais poderosa.<h2>Em 2022, mais corpos foram encontrados</h2>No ano passado, pesquisadores encontraram mais 76 tumbas na cidade de Huanchaco. Novamente, eram corpos de crianças mortas em sacrifícios religiosos do antigo povo chimú."Ficamos surpresos que, à medida que íamos escavando de 10 a 20 centímetros, mais e mais restos iam saindo. Nos demos conta de que eram crianças. Os sacrifícios podem ser por eventos de falta de chuva, secas, [problemas] políticos, ou guerras. Há várias hipóteses que estamos investigando", disse o arqueólogo Luis Flores à AFP.Ao todo, os pesquisadores já encontraram mais de 300 corpos de crianças com idades entre 5 e 14 anos, todas pertencentes ao antigo povo chimú.<h2>Incas também faziam sacrifícios humanos</h2>Analisando as montanhas do Peru e da Argentina, arqueólogos já encontraram restos mortais de pessoas que foram provavelmente oferecidas como sacrifício. Ao contrário dos chimús, que queriam acabar com as chuvas, os incas costumavam recorrer aos sacrifícios para se protegerem dos vulcões.Após a dominação espanhola, os sacrifícios aos antigos deuses andinos acabaram, o que não significou o fim da violência em nome de uma fé, uma vez que séculos depois, pessoas foram assassinadas <a href="https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/45625-curiosidades-gerais-sobre-o-sinistro-tribunal-da-santa-inquisicao-espanhola.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">em nome da Inquisição</a>.</body>

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Para domar El Niño, incas e chimús faziam sacrifícios humanos

Imagem de 4 personagens da cultura pop e suas inspirações bizarras no megacurioso

Muitos personagens queridos da ficção surgiram de referências bem estranhas

Uma das grandes riquezas da arte &eacute; que ela pode tirar inspira&ccedil;&atilde;o de qualquer lugar. Os pintores, atores e m&uacute;sicos podem criar obras art&iacute;sticas a partir de sua experi&ecirc;ncia pessoal, daquilo que leram ou estudaram.
Mas, &agrave;s vezes, as ideias surgem de coisas meio estranhas. Neste texto, contamos quatro vezes em que isso aconteceu!
<h2>1. Christian Bale se inspirou em Tom Cruise para Psicopata Americano</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/01/01100228664000.jpg" alt="(Fonte: Getty Images)" />(Fonte:&nbsp;Lion's Gate/Getty Images)
O filme <a href="https://www.megacurioso.com.br/serial-killers-e-psicopatas/99749-descubra-quais-sao-os-3-psicopatas-mais-realistas-da-ficcao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Psicopata Americano</a> (2000), estrelado por Christian Bale, &eacute; perturbador em v&aacute;rios sentidos. Ele mostra um jovem executivo de Wall Street chamado Patrick Bateman que leva uma vida de luxos e ostenta&ccedil;&atilde;o. S&oacute; que, &agrave; noite, ele comete assassinatos.
<div data-attrid="description" data-hveid="CBsQAQ" data-ved="2ahUKEwjNr7fBy-3_AhWUALkGHSKdDBsQziAoAHoECBsQAQ">A diretora Mary Harron e o pr&oacute;prio Christian Bale declararam em entrevistas que queriam retratar Bateman como se fosse uma esp&eacute;cie de alien&iacute;gena: algu&eacute;m que olhasse para o mundo sem entender direito como ele funciona. Para isso, Bale tinha que procurar alguma inspira&ccedil;&atilde;o para montar o personagem, lembrando algu&eacute;m que parecesse meio desumano.</div>
Segundo Bale, ele viu um dia Tom Cruise dando uma entrevista para o&nbsp;talk show de David Letterman, e a performance do famoso ator de <a href="https://www.megacurioso.com.br/cinema/69598-missao-impossivel-nacao-secreta-com-tom-cruise-ganha-primeiro-trailer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Miss&atilde;o Imposs&iacute;vel</a> serviu de modelo para ele criar um Patrick Bateman sombrio e perturbado.
<h2>2. Jabba The Hutt &eacute; inspirado no ator Sydney Greenstreet</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/01/01102133722003.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte:&nbsp;Stuart C. Wilson/Getty Images)
A saga <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118622-star-wars-8-fatos-incriveis-sobre-a-saga-que-os-fas-nao-sabem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Star Wars</a> est&aacute; cheia de hist&oacute;rias de bastidores incr&iacute;veis. E uma delas fala sobre como o personagem Jabba The Hutt &ndash; o chefe do crime que parece uma grande lesma &ndash; foi criado.
Jabba The Hutt foi inspirado em um ator que realmente existiu, o brit&acirc;nico Sydney Greenstreet, que morreu em 1954. O ator era um sujeito enorme, com cerca de 150 quilos, e se tornou o int&eacute;rprete de alguns dos vil&otilde;es mais famosos do cinema em sua &eacute;poca. Ele esteve em filmes como Rel&iacute;quia Macabra&nbsp;(1941) e Passagem para Marselha&nbsp;(1944).
A equipe que projetou o Jabba The Hutt conta que George Lucas pediu que ele tivesse uma apar&ecirc;ncia "alien&iacute;gena e grotesca". Para fazer isso, eles tentaram espelhar Greenstreet.
<h2>3. Um personagem de&nbsp;Family Guy se inspira em O Sil&ecirc;ncio dos Inocentes</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/01/01103040650007.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte:&nbsp;Frederick M. Brown/Getty Images)
A s&eacute;rie de anima&ccedil;&atilde;o <a href="https://www.megacurioso.com.br/cultura-nerd/40376-family-guy-criador-da-serie-diz-que-morte-de-brian-foi-so-uma-brincadeira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Family Guy</a>, que est&aacute; sendo produzida desde 1999, tem v&aacute;rios atores conhecidos no elenco de dubladores. Um deles &eacute; Seth Green, que d&aacute; voz ao personagem Chris Griffin.
Em entrevistas, Green j&aacute; contou que tirou a sua inspira&ccedil;&atilde;o de um personagem bem sombrio para a sua interpreta&ccedil;&atilde;o. Ele baseou sua ideia para criar Chris ao emular a voz do serial killer Buffalo Bill, um dos personagens mais assustadores do cl&aacute;ssico <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/109698-13-curiosidades-sobre-filmes-de-terror-famosos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Sil&ecirc;ncio dos Inocentes</a> (1991).
Para isso, ele proteja a pr&oacute;pria voz em um tom um pouco mais alto que o normal. Seth Green contou que a ideia surgiu como uma esp&eacute;cie de piada, mas acabou dando certo.
<h2>4. Chewbacca foi inspirado no cachorro de George Lucas</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/01/01103830881009.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)" />(Fonte:&nbsp;Frederick M. Brown/Getty Images)
Muitos <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/123909-quais-sao-as-epocas-do-ano-em-que-os-caes-soltam-mais-pelos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cachorros</a> ficaram famosos em Hollywood, como Lassie, Benji e at&eacute; o Ajudante do Papai Noel de Os&nbsp;Simpsons. E h&aacute; pelo menos um famoso personagem do cinema que, embora n&atilde;o seja um cachorro, foi inspirado em um.
Chewbacca, um dos personagens mais queridos de Star Wars (1977), foi inspirado em um c&atilde;o de George Lucas. O diretor j&aacute; contou que adorava seu cachorro grande e peludo que tinha enquanto escrevia a saga espacial. Seu amor por ele era tamanho que Lucas acabou o usando como refer&ecirc;ncia para criar Chewbacca.
Mas este n&atilde;o &eacute; o &uacute;nico c&atilde;o que George Lucas levou para a fic&ccedil;&atilde;o. Ele tamb&eacute;m teve um cachorro da ra&ccedil;a Malamute do Alasca que se chamava... Indiana. Sim, o famoso arque&oacute;logo Indiana Jones recebeu seu nome por conta de um animal de estima&ccedil;&atilde;o de Lucas. Inclusive, isso se tornou uma piada na hist&oacute;ria contada em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125271-4-coisas-que-talvez-voce-nao-saiba-sobre-indiana-jones.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Indiana Jones e a &Uacute;ltima Cruzada</a>&nbsp;(1989), quando Indy pergunta ao pai de onde vem o seu apelido.

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4 personagens da cultura pop e suas inspirações bizarras

Imagem de Por que navios são chamados de "she", no feminino, em inglês? no megacurioso

No inglês, a maioria das palavras para objetos não tem definição de masculino ou feminino, mas os navios têm — entenda o porquê

<head></head><body>Na língua portuguesa, a gente sempre se refere aos navios no masculino. O navio, o Titanic, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125291-veja-como-vai-ser-o-maior-navio-de-cruzeiro-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Icon of the Seas</a>. Afinal, as palavras no nosso idioma sempre tem algum gênero, mesmo que as coisas às quais elas se referem não tenham gênero.&nbsp;Um navio é uma coisa, logo não pode ser masculino ou feminino. Mesmo assim, a palavra que se refere a essa coisa continua sendo masculina pelas regras do nosso idioma.&nbsp;Essa é uma situação muito diferente do inglês, onde as coisas não costumam ter gênero. The book (o livro), the bottle (a garrafa) ou the car (o carro) sempre aparecem em frases com artigos e pronomes neutros. Eles não são nem he (ele), nem she (ela), mas sim it.Uma das poucas exceções são os navios. Apesar de serem uma coisa —&nbsp;it —, virou tradição se referir a eles no feminino. Por exemplo: em artigos sobre o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/119582-7-fatos-essenciais-sobre-a-historia-do-naufragio-do-titanic.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanic</a> você provavelmente vai ver a explicação de que o acidente ocorreu during her maiden voyage (durante a viagem inaugural dela). Her é um pronome objeto feminino da língua inglesa.&nbsp;Mas por que isso acontece, afinal de contas?<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/06/06203118427000.jpg" alt="Fonte: GettyImages">Fonte: GettyImages<h2>Uma tradição antiga e masculina</h2>Existem algumas hipóteses um tanto misóginas para esse costume de se referir aos navios no feminino, em inglês. Há quem diga que isso acontece porque "navios são imprevisíveis, como as mulheres" ou que "navios precisam de um homem para controlá-los". Porém, ainda que essa tradição tenha nascido com homens, essa não é a justificativa.Na verdade, acredita-se que o costume tenha nascido por uma combinação de fatores. Para começar, ela surgiu em uma época onde apenas os homens se lançavam ao mar nos navios, buscando desbravar o mundo. Como esses homens passavam muito tempo nos navios, eles acabavam criando uma relação quase sentimental com eles. Pela lógica heteronormativa da época, o objeto desse afeto seria uma figura feminina.&nbsp;Também contribui para isso o fato de que muitos navios eram, de fato, batizados com nomes de mulheres. Além disso, pela tradição religiosa, os marinheiros recorriam a figuras femininas em busca de proteção. <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/121795-6-fatos-desconhecidos-sobre-cristovao-colombo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cristovão Colombo</a>, por exemplo, batizou um de seus barcos de Santa Maria, em referência à mãe de Jesus.&nbsp;Nesse sentido, a tradição também pode ser associada ao costume de se referir à Terra ou à Natureza como figuras maternas, mesmo em inglês: Mother Nature.&nbsp;Por fim, também é possível que o latim tenha influenciado nesse costume. Navis, a palavra em latim para navio, era feminina — mas essa já é uma hipótese menos provável. Por outro lado, o famoso couraçado alemão Bismarck era chamado por seu capitão no masculino pois, para ele, era uma embarcação muito forte. Como se mulheres não fossem fortes, né?<h2>Um costume que pode estar no seu fim</h2>Dito isso, o costume de se referir aos navios no feminino está começando a ser questionado em muitos países e instituições. Tanto porque nem faz sentido na língua inglesa, quanto pelas ideias sexistas que esse costume pode suscitar.O Lloyd's Register of Shipping, uma famosa publicação da indústria naval, passou a se referir aos navios com o pronome neutro it, a partir de 2022. Na maioria dos textos e reportagens de outras fontes que lemos, ainda é comum encontrar os pronomes she/her —&nbsp;mas se uma das maiores publicações da indústria mudou isso, pode ser que outras entidades a sigam.</body>

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Por que navios são chamados de 'she', no feminino, em inglês?

Imagem de Mukbang: a história perturbadora e criminosa por trás da prática alimentar no megacurioso

Capitalismo, transtornos alimentares e mentiras construíram um verdadeiro império da simples prática de comer diante de uma câmera

Sendo um pa&iacute;s onde a semana de trabalho pode chegar a 69 horas, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125570-sul-coreanos-acordaram-mais-jovens-nesta-quarta-feira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Coreia do Sul</a> fabrica uma na&ccedil;&atilde;o de pessoas <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/124319-solitude-e-solidao-entenda-a-diferenca-dos-termos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">solit&aacute;rias</a>, v&iacute;timas da cultura laboral brutal e incans&aacute;vel que ocupa o tempo dos prazeres mais simples do cotidiano, como as refei&ccedil;&otilde;es.
Uma pesquisa realizada em 2023 pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de e Bem-Estar da Coreia do Sul mostra que mais de 1,5 milh&atilde;o de sul-coreanos correm o risco de uma "morte solit&aacute;ria" ou "morte n&atilde;o assistida". Isso representa quase 3% da popula&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s.
Aliada a uma cultura coletivista que os sul-coreanos s&atilde;o pressionados a seguir, a solid&atilde;o facilitou o isolamento social como resultado de um sentimento de desesperan&ccedil;a, uma busca intermin&aacute;vel por um tipo muito espec&iacute;fico de <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/123178-geracao-z-e-a-obsessao-pela-fama-a-qualquer-custo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">sucesso</a>, a necessidade em se encaixar em uma ideia padr&atilde;o de perfei&ccedil;&atilde;o e os estere&oacute;tipos geracionais.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04133207859203.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Muitas dessas quest&otilde;es recaem de maneira direta sobre o governo sul-coreano, que n&atilde;o disp&otilde;e de redes de seguran&ccedil;a, incluindo pol&iacute;ticas que incentivem uma conviv&ecirc;ncia social e vida saud&aacute;vel. Enquanto essa mobiliza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o acontece, as pessoas se apoiam em medidas paliativas para lidar com os efeitos da solid&atilde;o e o mukbang foi uma delas.
Mas o que deveria ser apenas uma maneira de ter com quem conversar durante as refei&ccedil;&otilde;es foi absorvido pelo capitalismo, transformado em c&acirc;mara de eco para comportamentos problem&aacute;ticos e um instrumento de aliena&ccedil;&atilde;o e controle.
Esse &eacute; o lado obscuro e problem&aacute;tico do fen&ocirc;meno&nbsp;mukbang.
<h2>G&ecirc;nese</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04133414912205.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Da combina&ccedil;&atilde;o das palavras meokja, que significa "comer", e&nbsp;bang-song, que seria "transmiss&atilde;o", o mukbang surgiu na Coreia do Sul em meados de 2010 como um subproduto da cultura alimentar do pa&iacute;s. L&aacute;, o jantar &eacute; considerado mais que uma refei&ccedil;&atilde;o, mas uma atividade social. N&atilde;o &eacute; para menos que uma por&ccedil;&atilde;o padr&atilde;o de comida em um restaurante sul-coreano &eacute; desproporcional para apenas uma pessoa.
Assim, dois fen&ocirc;menos aconteceram: &agrave; medida que as pessoas come&ccedil;aram a entrar na vida adulta, morando sozinhas e tendo que lidar com a jornada laboral excruciante, ter um jantar solit&aacute;rio se tornou uma realidade cada vez mais comum na sociedade urbana sul-coreana.
A internet ent&atilde;o foi a alternativa para tentar corrigir um pouco dessa solid&atilde;o. A Coreia do Sul desfruta de uma das redes de internet mais r&aacute;pidas do mundo, portanto, n&atilde;o &eacute; surpresa que 93% dos 51,74 milh&otilde;es de habitantes tenham acesso a ela. Segundo um levantamento de 2022 feito pelo provedor de servi&ccedil;os de rede virtual chamado NordVPN, os sul-coreanos passam uma m&eacute;dia de 51 horas por semana online, das quais 18 horas s&atilde;o relacionadas ao trabalho e mais de 20 horas por semana s&atilde;o gastas assistindo a conte&uacute;do em streaming &ndash; o que &eacute; equivalente a 40% do tempo de vida.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04133548893206.jpg" alt="(Fonte: Youtube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Youtube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; imposs&iacute;vel determinar o "paciente zero" do mukbang &mdash; aquele que n&atilde;o se sentiu acompanhado o suficiente pela tonelada de s&eacute;ries e filmes e decidiu que ligar uma c&acirc;mera e se transmitir seria o mais adequado. A &uacute;nica coisa que se sabe sobre essa pessoa &eacute; que sua atividade come&ccedil;ou no AfreecaTV, um site que transmite canais de TV e tamb&eacute;m permite que os usu&aacute;rios enviem seus pr&oacute;prios v&iacute;deos e programas.
A partir da&iacute;, os sul-coreanos come&ccedil;aram a ligar suas c&acirc;meras para interagir com uma audi&ecirc;ncia aleat&oacute;ria no site enquanto comiam. Mesmo acompanhados apenas virtualmente, eles foram invadidos por um sentimento de conectividade. Quanto mais comum o mukbang foi se tornando, mais os telespectadores passaram a fazer desde perguntas pessoais at&eacute; dar sugest&otilde;es sobre qual comida a pessoa deveria experimentar.
Tudo surgiu de maneira bem inocente, at&eacute; que o capitalismo e a superpopulariza&ccedil;&atilde;o da pr&aacute;tica acontecessem.
<h2>Da ascens&atilde;o &agrave; queda</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04134914551211.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quatro anos foram suficientes para que o mukbang perdesse seu prop&oacute;sito como uma comunidade para pessoas solit&aacute;rias e alcancasse plateias e realidades que n&atilde;o compartilhavam do mesmo sentimento que os sul-coreanos. A populariza&ccedil;&atilde;o do mukbang coincidiu com a onda Hallyu, que acontece desde a d&eacute;cada de 1990 e impulsiona a cultura coreana, de m&uacute;sicas a filmes, para o Ocidente.
Foi o capitalismo que fez as pessoas redescobrirem que o mukbang &eacute; a forma mais primitiva de Resposta Sensorial Aut&ocirc;noma do Meridiano (ASMR), respons&aacute;vel por despertar uma sensa&ccedil;&atilde;o relaxante e duradora a partir do topo da cabe&ccedil;a. Nem Virg&iacute;nia Woolf e Edgar Allan Poe, precursores da pr&aacute;tica com suas descri&ccedil;&otilde;es liter&aacute;rias minuciosas, tampouco os usu&aacute;rios solit&aacute;rios do AfreecaTV, conseguiriam prever que um dia as pessoas se tornariam famosas apenas por colocar um microfone muito potente perto da boca e mastigar de maneira exagerada a comida na frente de uma c&acirc;mera.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04135017867212.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O mukbang achou sua casa rent&aacute;vel no YouTube, onde n&atilde;o s&oacute; os v&iacute;deos poderiam ser assistidos por v&aacute;rias vezes de maneira incans&aacute;vel por plateias globais, mas tamb&eacute;m seus donos poderiam ganhar rios de dinheiro com a monetiza&ccedil;&atilde;o deles &mdash; e n&atilde;o h&aacute; nada de hip&eacute;rbole nisso.
Um exemplo &eacute; o canal da sul-coreana Sulgi, fundado em 2012 e especializado em conte&uacute;do mukbang e ASMR para uma plateia de 11,7 milh&otilde;es de inscritos. Ele possui cerca de 615 v&iacute;deos que re&uacute;nem mais de 3 bilh&otilde;es de visualiza&ccedil;&otilde;es. De acordo com uma estimativa da Net Worth Spot, acredita-se que Sulgi tenha um patrim&ocirc;nio l&iacute;quido avaliado entre US$ 19 milh&otilde;es e US$ 26 milh&otilde;es.
Mas calma, a sul-coreana n&atilde;o apenas senta e come para seus seguidores &mdash; ela come muito!
<h2>V&iacute;timas do excesso</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04141655776217.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A l&oacute;gica &eacute; simples: quanto mais comida na boca, mais gatilhos ASMR ser&atilde;o provocados. Portanto, parece meio &oacute;bvio que algu&eacute;m sugeriria que esses youtubers consumissem quantidades enormes de comida de uma s&oacute; vez. &Eacute; a mesma satisfa&ccedil;&atilde;o em assistir a um concurso de quem come mais cachorro-quente.
Em algum n&iacute;vel, os v&iacute;deos de mukbang podem servir para satisfazer desejos por comida de algu&eacute;m que n&atilde;o teria coragem ou n&atilde;o conseguiria consumir 20 mil calorias em uma refei&ccedil;&atilde;o, da mesma forma que outros espectadores est&atilde;o ali apenas para serem beneficiados pelos aspectos mais barulhento dos ASMR nos v&iacute;deos. Nos &uacute;ltimos 3 anos, o interesse por esse tipo de conte&uacute;do aumentou mais de 140%, sendo que o YouTube exibe mais de 5,2 milh&otilde;es de resultados quando as palavras "ASMR" e "mukbang" s&atilde;o inseridas em seu campo de busca.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04141819856218.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Enquanto isso, por tr&aacute;s das c&acirc;meras, os comedores de plant&atilde;o ganham peso, transtornos alimentares, incentivo dos seus seguidores e patroc&iacute;nio financeiro das gigantes do varejo, de Taco Bell a KFC e McDonald&rsquo;s. Em 2019, o youtuber americano Nicholas Perry, conhecido na internet como Nikocado Avocado, confessou para seus 3,62 milh&otilde;es de inscritos que o mukbang o fez ganhar 90 quilos, despertando uma forte compuls&atilde;o alimentar que o levou a um quadro de depress&atilde;o profunda. Em 2021, o youtuber italiano Omar Palermo, que tinha 821 mil inscritos em seu canal Youtubo Anche lo, morreu de um ataque card&iacute;aco em decorr&ecirc;ncia da ingest&atilde;o excessiva de gorduras saturadas.
Mas esse &eacute; o s&eacute;culo XXI, no qual o dinheiro &eacute; a arma mais potente que existe, portanto, n&atilde;o &eacute; dif&iacute;cil imaginar quem n&atilde;o seria capaz de dar o bote na oportunidade de se beneficiar de um grande influxo de dinheiro inesperado e f&aacute;cil chegando pelo e-mail diariamente. Tudo o que a pessoa precisa fazer &eacute; ligar a c&acirc;mera e anunciar o novo produto de alguma rede de fast-food&nbsp;para sua plateia. Em outros casos, por que n&atilde;o inventar uma mentira de que o interesse pelo produto &eacute; genu&iacute;no e n&atilde;o h&aacute; nada de publicidade naquilo? Afinal, seria criminoso e problem&aacute;tico apenas se algu&eacute;m descobrisse, n&atilde;o &eacute; mesmo?
<h2>N&atilde;o conte a ningu&eacute;m</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04142656484220.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A quest&atilde;o &eacute; que o dinheiro nunca unificou nada, nem mant&eacute;m bocas fechadas ou mentes s&atilde;s, pelos menos n&atilde;o por muito tempo. Em julho de 2020, o youtuber de nome Cham PD acusou v&aacute;rios colegas de profiss&atilde;o de n&atilde;o indicarem que estavam promovendo conte&uacute;do patrocinado em seus v&iacute;deos e que teria provas s&oacute;lidas disso.
Um estudo feito pela Korean Consumer Agency comprovou que, entre outubro e novembro de 2019, dos 582 an&uacute;ncios postados nas 60 contas mais populares de mukbang no YouTube, apenas 30% indicavam conter material promocional no v&iacute;deo, classificando isso como propaganda velada.
Uma busca detalhada descobriu que muitos influenciadores de mukbang editavam seus v&iacute;deos de forma que os cortes n&atilde;o aparecessem, possibilitando que eles cuspissem a comida ou comessem menos do que seus seguidores imaginavam.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04143010096222.jpg" alt="Youtuber Tzuyang em seu pedido de desculpas. (Fonte: Youtube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Youtuber Tzuyang em seu pedido de desculpas. (Fonte: Youtube/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um esc&acirc;ndalo ainda maior aconteceria, chegando aos mais influentes jornais da Coreia do Sul e tirando mais sujeira de baixo do tapete. A revolta dos f&atilde;s pelas propagandas veladas de canais famosos, como os dos youtubers Boki e Tzuyang, provocou uma onda de &oacute;dio que fez despencar drasticamente as visualiza&ccedil;&otilde;es dos v&iacute;deos e unsubscribes&nbsp;em massa.
Os v&iacute;deos de pedidos de desculpas se tornaram t&atilde;o famosos quanto aqueles enchendo a boca de comida. Na Coreia do Sul, se desculpar &eacute; levado a s&eacute;rio a ponto de puni&ccedil;&otilde;es f&iacute;sicas serem tomadas, como o ato de raspar a cabe&ccedil;a ou apoi&aacute;-la no ch&atilde;o com as m&atilde;os cruzadas nas costas por um longo per&iacute;odo de tempo a fim de demonstrar o mais profundo arrependimento e humildade.
<h2>O &uacute;ltimo pecador</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04143858261225.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Com isso, alguns youtubers foram resilientes o suficiente para continuar com a &uacute;nica ferramenta de trabalho que tinham, enquanto outros foram t&atilde;o fortemente "cancelados" que apenas desapareceram da face da internet, deixando para tr&aacute;s sua fortuna e milhares de seguidores.
Em agosto de 2020, a Comiss&atilde;o de Com&eacute;rcio Justo da Coreia do Sul (STC) se reuniu com o presidente da C&acirc;mara de Com&eacute;rcio e Ind&uacute;stria, Cho Seong-wook, no Distrito de Jung, em Seul, para implementar uma regulamenta&ccedil;&atilde;o mais rigorosa sobre as plataformas de m&iacute;dia social, com intuito de reprimir a pr&aacute;tica de publicidade velada. A conduta levou &oacute;rg&atilde;os legislativos dos Estados Unidos &agrave; Fran&ccedil;a a implementarem medidas semelhantes.
O mukbang foi muito al&eacute;m de enganar sua plataforma para faturar enormes quantidades de dinheiro por pessoas que se deslumbraram demais com a facilidade em obt&ecirc;-lo. Por tr&aacute;s dos coment&aacute;rios nos v&iacute;deos, existe uma audi&ecirc;ncia de pessoas doentes, compulsivas e viciadas em consumir o conte&uacute;do. O mukbang deixou de ser um amigo para a solid&atilde;o para se tornar uma ferramenta usada por algumas pessoas para refor&ccedil;ar quadros de bulimia e anorexia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04144000712226.jpg" alt="(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: GettyImages/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O estudo publicado na revista Culture, Medicine and Psychiatry apontou que os cientistas descobriram que v&iacute;deos de mukbang que mostravam excessos eram assistidos com muito mais frequ&ecirc;ncia do que v&iacute;deos em que as pessoas n&atilde;o comiam demais.
A quest&atilde;o &eacute; que todo o fen&ocirc;meno mukbang &eacute; um reflexo da sociedade que, como o pr&oacute;prio Arist&oacute;teles pensava, se equilibra entre dois extremos: excesso e defici&ecirc;ncia. S&atilde;o Tom&aacute;s de Aquino preferiu sintetizar essa ideia como "gula", um dos "setes pecados capitais". A gula est&aacute; muito longe de ser apenas o pecado de comer demais, &eacute; o desejo excessivo por qualquer coisa. E, apesar de ser dif&iacute;cil de combater, n&atilde;o &eacute; uma ofensa capital &mdash; pelo menos n&atilde;o aqui, pelo menos n&atilde;o por enquanto.

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Mukbang: a história perturbadora e criminosa por trás da prática alimentar

Imagem de 5 lugares fictícios que já foram vistos como locais reais no megacurioso

Relembre a história de territórios inventados que um dia foram considerados parte da história humana verdadeira

<head></head><body>Quando falamos sobre o passado da humanidade, é comum que a ficção e os fatos se misturem em nossa cabeça. Afinal, lendas urbanas sempre fizeram parte de todas as culturas espalhadas pelo mundo e a evolução científica demorou um pouco para virar uma realidade concreta. Logo, muita coisa que nunca aconteceu já foi vista como fato consumado por aí.Um grande exemplo disso são as inúmeras histórias sobre "cidades perdidas" que existem por aí, das quais muitas são apenas mentiras deslavadas e sem qualquer tipo de nexo. Ficou curioso para saber sobre o que estamos falando? Veja só essa lista com cinco lugares fictícios que já foram vistos como paisagens reais pelo mundo!<h2>1. O Reino de Preste João</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04012035964027.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Por volta do século XII, os europeus começaram a ouvir rumores da existência de um rei cristão na Ásia que governava um reino sem nome e lutava contra a ameaça do Islã. Esse líder político seria chamado de Preste João — um suposto descendente dos célebres Três Reis Magos.Logo, não é de estranhar que várias potências europeias passassem a ver Preste João como um possível aliado, sobretudo porque se tratava da época das primeiras Cruzadas. No entanto, ninguém nunca conseguiu encontrá-lo. A explicação mais plausível para essa história é que tal reino foi criado como forma de propaganda para aumentar o apoio à Terceira Cruzada.<h2>2. Ilha Bermeja</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04012109660028.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Em vários mapas feitos do Golfo do México nos séculos 16 e 17, uma curiosa ilha podia ser vista desenhada: a Ilha Bermeja. No entanto, ela simplesmente parou de ser desenhada durante o século XVIII, o que dava indícios de que a ilha teria simplesmente desaparecido do nada ou realmente nunca existiu. Durante anos e anos, o governo mexicano fez grande esforço para tentar reencontrá-la.&nbsp;O motivo? Em 2009, a existência da ilha — ou a falta dela — desempenhou um papel crucial nas negociações sobre os direitos de perfuração de petróleo entre o México e os Estados Unidos. Caso a ilha fosse real, era teria expandido significativamente a zona mexicana, com uma área que se acredita ter cerca de 22,5 bilhões de barris de petróleo. Contudo, nenhum território foi encontrado naquela região.<h2>3. Cidade Perdida de Z</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04012243863032.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Com base em alguns documentos antigos e depoimentos de indígenas, o coronel Percy Harrison Fawcett — um dos maiores aventureiros britânicos — desenvolveu a teoria de que existia uma civilização desconhecida escondida nas selvas brasileiras do Mato Grosso. O local foi batizado de "Cidade Perdida de Z". No entanto, nada concreto foi encontrado sobre essa misteriosa cidade.Fawcett realizou sua primeira expedição em 1920, mas foi um fracasso total. Em 1925, quando estava pronto para a segunda tentativa, o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/125596-5-aventureiros-reais-que-inspiraram-indiana-jones.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">aventureiro</a> levou consigo seu filho Jack e um amigo da família chamado Raleigh Rimell. Os três acabaram desaparecendo na selva e nunca mais foram vistos. Sendo assim, a Cidade Perdida de Z permaneceu sendo uma lenda local.<h2>4. Thule</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04012345964033.jpg" alt="(Fonte: Wikimedia Commons)">(Fonte: Wikimedia Commons)Assim como a lenda de <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118357-a-atlantida-realmente-existiu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Atlântida</a>, a ilha de Thule foi mencionada pela primeira vez pelos antigos gregos. Contudo, Thule não carregava consigo uma história de inundação e destruição causada pela ira dos deuses. De acordo com gregos e romanos, essa cidade era o lugar mais ao norte conhecido após a descrição feita pelo explorador Pytheas no final do século IV a.C.&nbsp;Segundo Pytheas, Thule era um território "no qual a terra, o mar e todas as coisas juntas estão suspensas", o que tornava a cidade intransitável a pé ou de navio. No entanto, não se sabe ao certo mais nada sobre essa história pois os diários de viagem do pesquisador foram queimadas no incêndio da Biblioteca de Alexandria e nada parecido foi descoberto posteriormente.<h2>5. Zerzura</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2023/07/04/04011943728026.jpg" alt="(Fonte: GettyImages)">(Fonte: GettyImages)Em 1843, o egiptólogo John Gardner Wilkinson afirmou que um <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/106000-o-oasis-sul-americano-que-voce-provavelmente-nao-sabia-que-existia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">oásis</a> chamado Zerzura podia ser encontrado a seis dias de viagem da estrada oeste para Farafreh. O local seria abundante em palmeiras, com nascentes e algumas ruínas impressionantes. Porém, ninguém nunca havia ouvido falar em tal lugar.As expedições mais famosas só foram acontecer vários anos depois, como a feita pelo aviador húngaro László Almásy em 1929. Algumas pessoas acreditam que Almásy teria descoberto Wadi Talh, um dos supostos três vales de Zerzura. Contudo, sem qualquer tipo de confirmação, a existência do oásis segue parecendo fictícia até hoje.</body>

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