Ciência
06/07/2023 às 08:00•3 min de leitura
Quando falamos sobre o passado da humanidade, é comum que a ficção e os fatos se misturem em nossa cabeça. Afinal, lendas urbanas sempre fizeram parte de todas as culturas espalhadas pelo mundo e a evolução científica demorou um pouco para virar uma realidade concreta. Logo, muita coisa que nunca aconteceu já foi vista como fato consumado por aí.
Um grande exemplo disso são as inúmeras histórias sobre "cidades perdidas" que existem por aí, das quais muitas são apenas mentiras deslavadas e sem qualquer tipo de nexo. Ficou curioso para saber sobre o que estamos falando? Veja só essa lista com cinco lugares fictícios que já foram vistos como paisagens reais pelo mundo!
(Fonte: Wikimedia Commons)
Por volta do século XII, os europeus começaram a ouvir rumores da existência de um rei cristão na Ásia que governava um reino sem nome e lutava contra a ameaça do Islã. Esse líder político seria chamado de Preste João — um suposto descendente dos célebres Três Reis Magos.
Logo, não é de estranhar que várias potências europeias passassem a ver Preste João como um possível aliado, sobretudo porque se tratava da época das primeiras Cruzadas. No entanto, ninguém nunca conseguiu encontrá-lo. A explicação mais plausível para essa história é que tal reino foi criado como forma de propaganda para aumentar o apoio à Terceira Cruzada.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Em vários mapas feitos do Golfo do México nos séculos 16 e 17, uma curiosa ilha podia ser vista desenhada: a Ilha Bermeja. No entanto, ela simplesmente parou de ser desenhada durante o século XVIII, o que dava indícios de que a ilha teria simplesmente desaparecido do nada ou realmente nunca existiu. Durante anos e anos, o governo mexicano fez grande esforço para tentar reencontrá-la.
O motivo? Em 2009, a existência da ilha — ou a falta dela — desempenhou um papel crucial nas negociações sobre os direitos de perfuração de petróleo entre o México e os Estados Unidos. Caso a ilha fosse real, era teria expandido significativamente a zona mexicana, com uma área que se acredita ter cerca de 22,5 bilhões de barris de petróleo. Contudo, nenhum território foi encontrado naquela região.
(Fonte: GettyImages)
Com base em alguns documentos antigos e depoimentos de indígenas, o coronel Percy Harrison Fawcett — um dos maiores aventureiros britânicos — desenvolveu a teoria de que existia uma civilização desconhecida escondida nas selvas brasileiras do Mato Grosso. O local foi batizado de "Cidade Perdida de Z". No entanto, nada concreto foi encontrado sobre essa misteriosa cidade.
Fawcett realizou sua primeira expedição em 1920, mas foi um fracasso total. Em 1925, quando estava pronto para a segunda tentativa, o aventureiro levou consigo seu filho Jack e um amigo da família chamado Raleigh Rimell. Os três acabaram desaparecendo na selva e nunca mais foram vistos. Sendo assim, a Cidade Perdida de Z permaneceu sendo uma lenda local.
(Fonte: Wikimedia Commons)
Assim como a lenda de Atlântida, a ilha de Thule foi mencionada pela primeira vez pelos antigos gregos. Contudo, Thule não carregava consigo uma história de inundação e destruição causada pela ira dos deuses. De acordo com gregos e romanos, essa cidade era o lugar mais ao norte conhecido após a descrição feita pelo explorador Pytheas no final do século IV a.C.
Segundo Pytheas, Thule era um território "no qual a terra, o mar e todas as coisas juntas estão suspensas", o que tornava a cidade intransitável a pé ou de navio. No entanto, não se sabe ao certo mais nada sobre essa história pois os diários de viagem do pesquisador foram queimadas no incêndio da Biblioteca de Alexandria e nada parecido foi descoberto posteriormente.
(Fonte: GettyImages)
Em 1843, o egiptólogo John Gardner Wilkinson afirmou que um oásis chamado Zerzura podia ser encontrado a seis dias de viagem da estrada oeste para Farafreh. O local seria abundante em palmeiras, com nascentes e algumas ruínas impressionantes. Porém, ninguém nunca havia ouvido falar em tal lugar.
As expedições mais famosas só foram acontecer vários anos depois, como a feita pelo aviador húngaro László Almásy em 1929. Algumas pessoas acreditam que Almásy teria descoberto Wadi Talh, um dos supostos três vales de Zerzura. Contudo, sem qualquer tipo de confirmação, a existência do oásis segue parecendo fictícia até hoje.