Imagem de 3 mulheres do século XIX que desafiaram o circo e a sociedade no megacurioso

Elas quebraram padrões e fizeram história

Em meio a milhares, existem 3 mulheres na hist&oacute;ria do s&eacute;culo XIX que se recusaram a se curvar &agrave;s normatividades de uma sociedade extremamente machista, em um dos per&iacute;odos em que o feminino era visto como um &ldquo;pano de fundo&rdquo;.
Mesmo em um ambiente de circo, que poderia mostr&aacute;-las como aberra&ccedil;&otilde;es de v&aacute;rias maneiras, essas mulheres forjaram seus pr&oacute;prios caminhos, alcan&ccedil;ando carreiras extremamente populares caracterizadas pela beleza e pela for&ccedil;a, vencendo o estere&oacute;tipo do g&ecirc;nero.
<h2>1. Maria Spelterini &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11110341576005.jpg" alt="(Fonte; Racing Nelly Bly/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte; Racing Nelly Bly/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi em 8 de julho de 1876, que Spelterini chocou uma multid&atilde;o ao atravessar as <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115196-annie-taylor-desceu-as-cataratas-do-niagara-em-um-barril.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Cataratas do Ni&aacute;gara</a> em uma corda bamba de apenas 2,5 cent&iacute;metros de largura a 300 metros de altura, em comemora&ccedil;&atilde;o ao centen&aacute;rio da Am&eacute;rica.
Quatro dias depois, ela refez a travessia arriscada, dessa vez com um cesto de p&ecirc;ssegos amarrados em seus p&eacute;s. Incapaz de se conter, sete dias depois ela voltou a cruzar a queda d&rsquo;&aacute;gua com um saco de papel na cabe&ccedil;a, ocultando totalmente sua vis&atilde;o. Depois, ela repetiu o feito com seus tornozelos e pulsos presos por algemas.
<h2>2. Katie Sandwina</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11110431279006.jpg" alt="(Fonte: Athena Sports/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Athena Sports/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A austr&iacute;aca era considerada &ldquo;a mulher de a&ccedil;o&rdquo;, mas j&aacute; era de a&ccedil;o desde muito jovem, quando come&ccedil;ou a exercitar a sua for&ccedil;a incentivada por uma fam&iacute;lia famosa de estrelas do circo. O desenvolvimento de seu f&iacute;sico e hipertrofia de seus m&uacute;sculos aconteceram de maneira t&atilde;o acelerada, que em sua adolesc&ecirc;ncia Sandwina j&aacute; pesava 84 quilos de pura massa muscular em seus 2 metros de altura.
Foi assim que ela pavimentou sua entrada para outra linha de entretenimento: a luta livre masculina. Naquela &eacute;poca, in&iacute;cio dos anos 1900, n&atilde;o era comum mulheres nesse esporte, ent&atilde;o ela teve que enfrentar homens. O &uacute;nico que conseguiu derrot&aacute;-la no ringue foi Max Heymann, com quem Sandwina se casou logo em seguida.
O maior ato da carreira da &ldquo;mulher de a&ccedil;o&rdquo; foi vencer o levantador de peso Eugene Sandow. Ele n&atilde;o conseguiu elevar uma barra com 136 quilos acima da cabe&ccedil;a com apenas uma m&atilde;o como Sandwina fez.
Em comemora&ccedil;&atilde;o a sua vit&oacute;ria, a mulher mudou seu nome art&iacute;stico para a vers&atilde;o feminina de Sandow, tomando o lugar do homem considerado o mais forte do mundo naquela &eacute;poca.
<h2>3. Zazel</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11110538701007.jpg" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida Rossa Matilda Richter, em Londres, Reino Unido, Zazel era conhecida dos palcos desde os 16 anos por seu ex&iacute;mio talento como acrobata e trapezista. Sua carreira decolou &mdash; literalmente &mdash; quando ela escorregou seu corpo pela boca de um canh&atilde;o enorme, e foi lan&ccedil;ada a 21 metros de altura. Essa sua fa&ccedil;anha marcou uma colabora&ccedil;&atilde;o extensa com seu mentor, William Leonard Hunt, surpreendendo plateias do mundo inteiro. Afinal, como uma mulher do s&eacute;culo XIX poderia ter tanta coragem?
Al&eacute;m disso, seu truque foi o primeiro a ser feito na hist&oacute;ria do circo, causando um efeito de ilus&atilde;o que intrigou as pessoas por muito tempo. Antes de Zazel, ningu&eacute;m foi corajoso o suficiente em se arriscar a subir no sistema de molas escondido no canh&atilde;o. Era algo muito perigoso, pois o artista poderia errar a rede de seguran&ccedil;a durante a aterrissagem e se espatifar no ch&atilde;o.
Isso aconteceu com Zazel, e ela quebrou as costas durante um show, pondo fim em sua longa carreira, mas n&atilde;o antes de ela fazer hist&oacute;ria como profissional e mulher.

thumb-image-2024-02-29T14:05:55.793Z

3 mulheres do século XIX que desafiaram o circo e a sociedade

Imagem de A doença que a rainha Vitória espalhou pelas famílias da Europa no megacurioso

A doença foi considerada uma 'maldição' por ela

Quando nos ferimos e sangramos, as prote&iacute;nas (elementos respons&aacute;veis pelo crescimento e desenvolvimento de todos os tecidos do corpo) entram em a&ccedil;&atilde;o para estancar o sangramento, em um processo notoriamente conhecido e chamado de coagula&ccedil;&atilde;o que ocorre ap&oacute;s uma sequ&ecirc;ncia de fatores agirem em uma cadeia determinada.
Pessoas com hemofilia, um dist&uacute;rbio gen&eacute;tico e heredit&aacute;rio na coagula&ccedil;&atilde;o do sangue, n&atilde;o t&ecirc;m essas prote&iacute;nas, portanto sangram mais do que o normal porque o co&aacute;gulo n&atilde;o se forma. Esses sangramentos podem ser externo ou internos, como nos m&uacute;sculos,&nbsp;acontecendo ap&oacute;s um trauma ou sem nenhuma raz&atilde;o aparente, o que torna a doen&ccedil;a ainda mais perigosa.
A gravidade dos sangramentos depende da quantidade de fatores presentes no plasma do sangue, que representa 55% do volume total, ent&atilde;o os 2 tipos de hemofilia, A e B, s&atilde;o iguais nesse sentido. De acordo com o Unidos pela Hemofilia, estima-se que existam cerca de 350 mil hemof&iacute;licos no mundo atualmente.
<h2 class="uk-text-justify">A "maldi&ccedil;&atilde;o"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11100909768005.jpg" alt="(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: National Geographic/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Nascida Alexandrina Victoria, em 24 de maio de 1819, em Londres, a rainha Vit&oacute;ria assumiu o trono do Reino Unido e da Irlanda em 1837, permanecendo at&eacute; sua morte, aos 81 anos, em 1901. Ela ficou conhecida como a &ldquo;av&oacute; da Europa&rdquo;, n&atilde;o s&oacute; devido ao tempo que ficou no poder, mas tamb&eacute;m porque a maioria dos atuais membros da realeza podem tra&ccedil;ar sua linhagem at&eacute; ela.
Contudo, essa conex&atilde;o familiar toda teve um pre&ccedil;o para sua linhagem: a rainha Vit&oacute;ria carregava o que os m&eacute;dicos e o mundo chamou de &ldquo;maldi&ccedil;&atilde;o real&rdquo; ou "maldi&ccedil;&atilde;o sangu&iacute;nea": ela era hemof&iacute;lica, tinha a defici&ecirc;ncia do Fator IX, que a fazia ter o tipo B da doen&ccedil;a.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11101007471006.jpg" alt="Leopold. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Leopold. (Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ela mesmo nunca manifestou a doen&ccedil;a, por incr&iacute;vel que pare&ccedil;a, mas seu filho Leopold n&atilde;o teve a mesma sorte. Vit&oacute;ria n&atilde;o acreditava que carregava o gene da hemofilia, tanto que dizia aos m&eacute;dicos que n&atilde;o se lembrava de ningu&eacute;m na sua fam&iacute;lia que tivesse exibido sinais da doen&ccedil;a. No entanto, seu meio-irm&atilde;o morreu de sangramento quando ela ainda era muito jovem, embora n&atilde;o tenha sido especificado se foi em decorr&ecirc;ncia da hemofilia herdada de sua m&atilde;e.
O p&uacute;blico mesmo n&atilde;o percebeu que Leopold tinha hemofilia at&eacute; depois de sua morte, aos 30 anos, de hemorragia ap&oacute;s uma queda. At&eacute; l&aacute;, o garoto foi cercado por in&uacute;meras restri&ccedil;&otilde;es impostas por sua m&atilde;e desde pequeno, isso porque ele tamb&eacute;m sofria de epilepsia. Inclusive, acredita-se que foi um ataque epil&eacute;tico na vida adulta que o fez cair e se machucar, causando um sangramento interno incontrol&aacute;vel.
<h2 class="uk-text-justify">A dissemina&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11101138737007.jpg" alt="(Fonte: Program TV/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Program TV/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ainda que a rainha Vit&oacute;ria n&atilde;o soubesse que havia transmitido a doen&ccedil;a ao filho, porque tinha muitos filhos e apenas Leopold a manifestou, a hemofilia se tornou uma senten&ccedil;a de morte pol&iacute;tica naquela &eacute;poca.
Se qualquer outra fam&iacute;lia real sentisse que algo estava estranho, eles seriam retirados de toda e qualquer lista real de elegibilidade ao trono, e a rainha tinha muitos filhos que ainda precisavam se casar com outras fam&iacute;lias reais para manter o poderio na sucess&atilde;o do t&iacute;tulo. Quem iria querer entrar para uma fam&iacute;lia "amaldi&ccedil;oada"?
Ainda que a forma da doen&ccedil;a esteja extinta nas linhagens reais da Europa agora, Vit&oacute;ria a disseminou para outras fam&iacute;lias reais, que sofreram as graves consequ&ecirc;ncias da doen&ccedil;a de maneira abrupta, principalmente na linha de sucess&atilde;o de sua filha Alice, que perdeu o filho Frederick, de 2 anos, ap&oacute;s v&ecirc;-lo sangrar por 3 dias devido a um corte na orelha.
A princesa Beatrice, segunda filha de Vit&oacute;ria, foi a culpada por levar a doen&ccedil;a para mais longe ainda, para a Pr&uacute;ssia, embora ela tenha-se casado com o neto de Vit&oacute;ria. Portanto, apesar de a rainha ter sustentado e feito progredir as maiores fam&iacute;lias reais da Europa, ela tamb&eacute;m os "amaldi&ccedil;oou".

thumb-image-2024-02-29T14:05:55.718Z

A doença que a rainha Vitória espalhou pelas famílias da Europa

Imagem de Perseguição e morte: a vida dos cristãos durante o Império Romano no megacurioso

Naquela época, de fato, a sociedade era cristofóbica

Talvez, quando l&iacute;deres pol&iacute;ticos falam que a sociedade &eacute; cristof&oacute;bica &mdash;&nbsp;referindo-se ao anticristianismo, e que a religi&atilde;o est&aacute; sendo cada vez mais &ldquo;massacrada&rdquo; por esses movimentos pol&iacute;ticos e filos&oacute;ficos contra as pol&iacute;ticas crist&atilde;s &mdash; eles estejam falando de como era ser crist&atilde;o na &eacute;poca do Imp&eacute;rio Romano.
Em 27 d.C., o sofrimento humano era uma esp&eacute;cie de mercadoria explorada para alvoro&ccedil;ar e emocionar multid&otilde;es em ringue de <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119901-fluidos-corporais-dos-gladiadores-ja-foram-usados-como-cosmetico.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">gladiadores</a>, ent&atilde;o o cristianismo provou ser algo improv&aacute;vel de se estabelecer e florescer em um mundo romano onde a sede por sangue e a crueldade eram os padr&otilde;es normativos da sociedade.
Antes do cristianismo, havia uma atitude quase global de que a vida humana era barata demais, mas a tradi&ccedil;&atilde;o judaico-crist&atilde;o ofereceu outra vis&atilde;o da humanidade, uma em que os seres humanos eram criados &agrave; imagem de Deus, valorizando a vida humana.
No entanto, esse contraste impressionante, em que crist&atilde;os representavam luz em um mundo escuro, causaram tens&otilde;es inevit&aacute;veis ao serem disseminados.
<h2>Perseguidos e massacrados</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11095638109003.jpg" alt="(Fonte: SlidePlayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: SlidePlayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Para os crist&atilde;os que viviam no Imp&eacute;rio Romano, a persegui&ccedil;&atilde;o aconteceu em &ldquo;ondas&rdquo; cru&eacute;is e bem arquitetadas. Dos 54 imperadores que governaram entre 30 d.C. e 311 d.C., 12 deles fizeram dos crist&atilde;os inimigos p&uacute;blicos declarados.
O <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120124-locusta-a-historia-da-assassina-pessoal-do-imperador-nero.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">imperador Nero</a> foi um deles, respons&aacute;vel por us&aacute;-los como um &ldquo;bode expiat&oacute;rio&rdquo; conveniente no come&ccedil;o do Grande Inc&ecirc;ndio de Roma, que aconteceu em 18 de julho de 64 d.C., para desviar a aten&ccedil;&atilde;o de sua culpa durante o atentado. O homem crucificou, queimou vivo e at&eacute; deu os crist&atilde;os de comida para animais selvagens, como parte de seu plano e ira particular.
Portanto, ser um seguidor dos des&iacute;gnios de Jesus era conviver com a ideia de uma vida curta, isso porque eles poderiam ser mortos por espada, apedrejamento ou espancamento a qualquer momento do dia, em especial quando estavam pregando a palavra do cristianismo.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11095832548004.jpg" alt="(Fonte: Public Square Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Public Square Magazine/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 192 d.C., o imperador Sept&iacute;mio Severo realizou o que ficou conhecido como &ldquo;quinta persegui&ccedil;&atilde;o aos crist&atilde;os&rdquo;, em que muitos deles encontraram seu fim na arena de gladiadores como objetos de tortura para entretenimento dos romanos.
Em 202 d.C., Severo proibiu a convers&atilde;o romana ao juda&iacute;smo e ao cristianismo, aumentando mais a viol&ecirc;ncia contra esses grupos religiosos. Todos os que foram contra essa nova lei, enfrentaram puni&ccedil;&otilde;es cru&eacute;is, como decapita&ccedil;&atilde;o, imola&ccedil;&atilde;o, ataque de animais selvagens e banhos escaldantes diante de plateias ao vivo.

thumb-image-2024-02-29T14:05:55.175Z

Perseguição e morte: a vida dos cristãos durante o Império Romano

Imagem de CIA inventou vampiros durante guerra psicológica nas Filipinas no megacurioso

Parece meio bizarro de se pensar, mas voc&ecirc; n&atilde;o leu errado. Esse cen&aacute;rio se formou porque os povos filipinos e membros do Ex&eacute;rcito do Povo se tornaram ainda mais marginalizados quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a> acabou, em 1945, mesmo tendo batalhado ao lado das tropas Aliadas dos Estados Unidos contra a ocupa&ccedil;&atilde;o japonesa &mdash; muito diferente de outros locais asi&aacute;ticos do sudeste.
A organiza&ccedil;&atilde;o Hukbalahap, mais conhecida como Ex&eacute;rcito Popular Anti-japon&ecirc;s, foi a que mais teve sucesso como grupo guerrilheiro que matou muitos soldados japoneses. Por&eacute;m, ap&oacute;s a queda de Bataan, em abril de 1942, para os japoneses, aqueles considerados rebeldes come&ccedil;aram uma rebeli&atilde;o camponesa contra a ocupa&ccedil;&atilde;o japonesa das Filipinas &mdash; que durou at&eacute; 1945.
Os huks rebeldes enxergavam os filipinos ricos que colaboravam com os japoneses, como alvos justos de assassinato. No final da guerra, os ricos haviam conquistado a maioria das grandes propriedades do centro de Luzon, nas Filipinas, e trabalhado em conluio com os invasores.&nbsp;
Os huks, ent&atilde;o, estabeleceram um governo regional, coletaram impostos e administraram as pr&oacute;prias leis sob uma lideran&ccedil;a comunista. A tens&atilde;o entre eles e o governo filipino surgiu e se intensificou com a chegada de cerca de 500 mil rifles na organiza&ccedil;&atilde;o, que se recusou a entreg&aacute;-los a um governo que consideravam olig&aacute;rquico.&nbsp;
Visto que o pa&iacute;s foi um dos recursos principais para os EUA durante a guerra, a Ag&ecirc;ncia Central de Intelig&ecirc;ncia (CIA) decidiu enviar <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118822-operacao-northwood-eua-poderiam-se-autoatacar-para-culpar-cuba.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Edward Lansdale</a> para ajudar a reprimir a rebeli&atilde;o.
<h2 class="uk-text-justify">Um plano s&oacute;rdido &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16134121738377.jpg" alt="Edward Lansdale. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Edward Lansdale. (Fonte: Wikipedia/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Lansdale n&atilde;o s&oacute; foi um oficial da For&ccedil;a A&eacute;rea dos EUA, servindo no Gabinete de Servi&ccedil;os Estrat&eacute;gicos antes de entrar para a CIA, como tamb&eacute;m era especializado em guerra psicol&oacute;gica. Ele acreditava que o melhor trunfo de uma guerra era atentar contra as cren&ccedil;as socioculturais do alvo escolhido para tornar o plano uma cilada perfeita.
O oficial escolheu o Aswang como t&aacute;tica para usar contra os huks. A criatura folcl&oacute;rica filipina &eacute; um monstro que drena o sangue dos seres humanos, como um vampiro. Na d&eacute;cada de 1950, essa cren&ccedil;a ainda era muito forte no meio rural, e as fam&iacute;lias temiam muito que seus filhos ficassem soltos a partir do entardecer.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16134252067378.jpg" alt="(Fonte: NanaimoNewsNow/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NanaimoNewsNow/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Na &eacute;poca que a CIA chegou, uma unidade de rebeldes havia assumido uma posi&ccedil;&atilde;o privilegiada em uma colina em Luzon, configurando o cen&aacute;rio perfeito para que Lansdale desse in&iacute;cio a sua guerra psicol&oacute;gica.
Quando os rebeldes sa&iacute;ram em patrulha &agrave; noite, o oficial ordenou que os soldados capturassem o &uacute;ltimo homem do grupo, perfurassem seu pesco&ccedil;o em dois pontos e o pendurasse de cabe&ccedil;a para baixo para que todo seu sangue fosse drenado. Seu cad&aacute;ver depois foi jogado de volta na trilha para causar um alvoro&ccedil;o ainda maior nos rebeldes quando eles voltassem da patrulha.
<h2 class="uk-text-justify">A rendi&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16134435442384.jpg" alt="(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Reddit/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
N&atilde;o &eacute; de se surpreender que o plano tenha funcionado, visto que os povos asi&aacute;ticos j&aacute; s&atilde;o conhecidos por sua imensa supersti&ccedil;&atilde;o &mdash; ainda mais no s&eacute;culo XX. No dia seguinte, os rebeldes fugiram do topo da colina, reduzindo a vantagem que estavam durante a rebeli&atilde;o.
Para se certificar de que n&atilde;o voltariam, Lansdale ainda pintou com sangue casas em vilarejos que acreditava que os rebeldes estivessem escondidos, bem como escreveu mensagens insinuando haver espi&otilde;es infiltrados lutando contra a resist&ecirc;ncia que faziam.
Finalmente, em maio de 1954, os huks se renderam, pondo um fim na rebeli&atilde;o que chegaram bem pr&oacute;ximo de vencer se n&atilde;o fossem os planos da CIA. Al&eacute;m disso, uma combina&ccedil;&atilde;o de armamento americano avan&ccedil;ado cedido ao governo filipino e as reformas administrativas do presidente Roman Magsaysay tamb&eacute;m colaboraram para que aquela guerra terminasse.

thumb-image-2024-02-29T14:05:56.069Z

CIA inventou vampiros durante a guerra psicológica nas Filipinas

Imagem de Rubaiyat: o rastro de morte que acompanha o livro de Omar Caiam no megacurioso

Omar Caiam (1048-1131) foi um poeta persa que viveu entre os s&eacute;culos XI e XII, respons&aacute;vel por um dos conjuntos de poesias mais not&oacute;rios de todos os tempos: Rubaiyat, traduzido e publicado pelo poeta ingl&ecirc;s Edward Fitzgerald (1809-1883) em meados de 1859.
Em persa, rubai pode ser traduzido como &ldquo;quadra&rdquo; ou &ldquo;estrofe&rdquo;, sendo seu plural&nbsp;rubaiyat, que lembra aquelas velhas quadrinhas da l&iacute;ngua portuguesa, como &ldquo;batatinha quando nasce&rdquo;.
Uma das obras preferidas de figuras not&oacute;rias da literatura mundial, como Oscar Wilde, as poesias refletem a import&acirc;ncia de viver o momento e debate como Caiam n&atilde;o consegue se obrigar a acreditar em uma vida ap&oacute;s a morte, ent&atilde;o ele se sente impotente contra a "m&atilde;o do destino".
<h2 class="uk-text-justify">O livro de ouro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11105602355001.jpg" alt="(Fonte: The University of Texas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The University of Texas/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Antes de os livros serem produzidos em larga escala, o processo de encaderna&ccedil;&atilde;o visava apenas proteger as p&aacute;ginas de uma obra quando o mundo come&ccedil;ou a se afastar dos pergaminhos.
At&eacute; hoje muito valorizada, a capa de um livro era vista como uma tela onde todos os tipos de artistas poderiam mostrar seu trabalho: entalhando, adicionando joias, bordados, couro ou at&eacute; mesmo revestindo <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/105980-satanistas-canibais-um-dia-foi-normal-encadernar-livros-com-pele-humana.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">com pele humana</a>. Logo, o que tornava um livro ainda mais caro n&atilde;o era a preciosidade de seu conte&uacute;do, mas sua apar&ecirc;ncia.
Em 1901, surgiu a empresa Sangorski &amp; Sutcliffe, em Londres, especializada em encaderna&ccedil;&otilde;es e at&eacute; hoje considerada uma das mais importantes no ramo durante o s&eacute;culo XX, famosa por suas edi&ccedil;&otilde;es de luxo cobertas com pedrarias e ouro.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11105752215002.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Quando Frances Sangorski recebeu o trabalho da livraria e antiqu&aacute;rio Henry Sotheran's uma edi&ccedil;&atilde;o impec&aacute;vel de Rubaiyat para transform&aacute;-lo no maior exemplo de encaderna&ccedil;&atilde;o que o mundo j&aacute; viu, ela levou o pedido bem a s&eacute;rio.
A encadernadora cobriu a lombada do livro com mais de mil pedras preciosas, incluindo rubis e turquesas, al&eacute;m de um revestimento em couro verde real e 600 folhas de ouro verdadeiro. Um lado da capa apresentava tr&ecirc;s pav&otilde;es, e o outro um bouzouki grego dourado (um instrumento musical de cordas).
Na Europa Oriental, o pav&atilde;o sempre foi s&iacute;mbolo de mau press&aacute;gio, visto que suas penas foram usadas por invasores no s&eacute;culo XIII, e algumas pessoas ainda acreditam que manter uma delas em casa &eacute; sin&ocirc;nimo de azar, mas Sangorski n&atilde;o podia imaginar nada disso.
<h2 class="uk-text-justify">A suposta maldi&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11105852512003.jpg" alt="(Fonte: Propereplet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Propereplet/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Ap&oacute;s 2 anos de trabalho, Sangorski entregou sua vers&atilde;o de Rubaiyat para Sotheran's, que ficou conhecida como O Grande Omar, uma pe&ccedil;a rara da literatura mundial. Os acontecimentos estranhos come&ccedil;aram a acontecer quando o livro foi colocado em um navio para Nova York, rumo ao seu comprador, que o levaria por mil euros.
No entanto, a alf&acirc;ndega dos Estados Unidos (EUA) queria uma taxa t&atilde;o cara que a Sotheran's se recusou a pagar e pediu que o livro fosse enviado de volta para a Inglaterra. A obra acabou em um leil&atilde;o quando a economia parou devido &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119402-a-greve-de-carvao-de-1902-mudou-a-historia-dos-estados-unidos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">greve do carv&atilde;o</a>, sendo vendido por menos da metade do pre&ccedil;o que a Sotheran's esperava.
O novo dono tamb&eacute;m tentou enviar o livro para Nova York, mas n&atilde;o conseguiu coloc&aacute;-lo na primeira viagem de sua escolha, ent&atilde;o optou pela viagem inaugural de um gigante dos mares: o <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118440-como-o-tamanho-do-titanic-contribuiu-para-que-o-navio-afundasse.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Titanic</a>.
Em 14 de abril de 1912, o Grande Omar de Sangorski se desfez nas &aacute;guas do Atl&acirc;ntico Norte em meio a vida de 1,5 mil viajantes que estavam no transatl&acirc;ntico. Ironia ou n&atilde;o, Sangorski teve o mesmo fim 2 semanas ap&oacute;s o naufr&aacute;gio, quando pulou na &aacute;gua para salvar uma mulher que estava se afogando, embora n&atilde;o soubesse nadar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/11/11110007888004.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Inconformado com a morte da companheira e determinado a continuar o legado dela, seu s&oacute;cio, George Sutcliffe, come&ccedil;ou a criar uma segunda vers&atilde;o do Rubaiyat, mesmo que n&atilde;o t&atilde;o ricamente decorado como a primeira. Com a entrada do Reino Unido na <a href="https://www.megacurioso.com.br/educacao/112268-entenda-como-comecou-a-segunda-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Segunda Guerra Mundial</a>, o livro foi colocado no cofre de um banco londrino com outras obras, mas acabou sendo destru&iacute;do durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/118612-a-blitz-de-belfast-o-bombardeio-destrutivo-feito-pelos-nazistas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Blitz alem&atilde;</a>.
Em seguida, Sutcliffe sofreu um derrame e, antes de morrer, passou sua empresa para Stanley Bray, seu sobrinho. Ignorando a sombra que o livro parecia lan&ccedil;ar sobre a vida de todos, ele confeccionou uma terceira vers&atilde;o da obra.
Assim que ficou pronta, em 1989, Bray morreu abruptamente. O Grande Omar foi doado para a Biblioteca Brit&acirc;nica, onde permanece at&eacute; hoje. E, a t&iacute;tulo de curiosidade, o pav&atilde;o que acompanhava a primeira vers&atilde;o da obra &mdash; e que sempre foi considerado um s&iacute;mbolo de agouro &mdash; foi colocado em todas as outras.

thumb-image-2024-02-29T14:05:55.781Z

Rubaiyat: o rastro de morte que acompanha o livro de Omar Caiam

Imagem de Julfest: quando o nazismo mudou o Natal para algo perturbador no megacurioso

Hitler odiava o feriado, mas como não podia o suspender, decidiu modificá-lo

Al&eacute;m de assassina e destrutiva, a ideologia nazista era extremamente autocentrada. Tudo acontecia a partir do que <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117281-germania-o-plano-de-hitler-de-destruir-a-arquitetura-de-berlim.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Adolf Hitler</a> n&atilde;o gostava, alguns exemplos disso s&atilde;o grupos &eacute;tnicos, minorias, a "mescla esp&uacute;ria" da linhagem alem&atilde;, a degrada&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica do pa&iacute;s, a perda de identidade etc. Em meio a tudo isso, estava tamb&eacute;m uma das tradi&ccedil;&otilde;es mais antigas do mundo ocidental: o Natal.
A Alemanha se tornou um dos pa&iacute;ses conhecidos por mais amar a data, respons&aacute;vel por fundar o h&aacute;bito de enfeitar &aacute;rvores durante a &eacute;poca, em meados do s&eacute;culo XVI, quando os glassblowers criaram ornamentos impressionantes para decora&ccedil;&atilde;o.
Em uma na&ccedil;&atilde;o em que o feriado natalino &eacute; algo enraizado na vida de todo o cidad&atilde;o, bani-lo n&atilde;o era uma op&ccedil;&atilde;o vi&aacute;vel para os nazistas, visto que poderia acarretar uma onda de retalia&ccedil;&atilde;o em massa. Portanto, a melhor maneira foi fazer uma reformula&ccedil;&atilde;o da data.
<h2 class="uk-text-justify">O &oacute;dio do l&iacute;der</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Vice&nbsp;" data-fonte-url="https://video-images.vice.com/_uncategorized/1522141693961-447px-Bundesarchiv_Bild_183-C17887_Berlin_Joseph_Goebbels_mit_Kindern_bei_Weihnachtsfeier.jpeg?resize=640:*"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02194348782001.jpeg" alt="(Fonte: Vice/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Vice/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Hitler "jurou n&atilde;o descansar at&eacute; que os judeus se espatifassem no ch&atilde;o" durante um discurso em Munique, no Natal de 1921, quando seus planos para se tornar um dos maiores genocidas do s&eacute;culo ainda estavam sendo orquestrados. Foi nesse dia que ele alegou que os judeus eram os vil&otilde;es do Natal e culpados por "quebrar o libertador mundial da cruz".
Por&eacute;m, o homem tamb&eacute;m odiava que o Natal promovesse a paz entre todos os povos, inclusive os judeus, e acabava resultando em momentos de calmaria em meio a cen&aacute;rios sangrentos de guerra, como aconteceu durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/118414-a-tregua-de-natal-de-1914-quando-a-primeira-guerra-mundial-parou.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tr&eacute;gua de Natal de 1914</a>, na Primeira Guerra Mundial. Isso era exatamente o oposto do que ele pensava para o futuro da Alemanha, ent&atilde;o precisava remodelar a data festiva.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02194429314002.jpg" alt="(Fonte: Fast Company/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Fast Company/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
E, infelizmente, aconteceu de maneira mais f&aacute;cil do que Hitler esperava. Isso porque, no in&iacute;cio do s&eacute;culo XX, havia grande tens&atilde;o entre o comunismo, que condenava o Natal por ser a "personifica&ccedil;&atilde;o do capitalismo e do cabresto religioso", e os social-democratas, que achavam que a data ressaltava apenas a hipocrisia das pessoas pr&oacute;speras que pregavam a caridade e boa vontade, enquanto os pobres lutavam para colocar comida na mesa.
A situa&ccedil;&atilde;o ficou t&atilde;o ruim que houve pessoas ligando para cancelar o Natal, e foi nesse momento que Hitler interviu para dizer que isso n&atilde;o seria poss&iacute;vel &mdash; seus Camisas Marrons sa&iacute;ram &agrave;s ruas para espancar todos aqueles que insistissem no cancelamento &mdash;, mas que a proposta da data poderia ser alterada.
<h2 class="uk-text-justify">Matando o Natal</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02194515032003.jpg" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Foi desse jeito que o purismo recaiu sobre o Natal, em uma tentativa de descristianizar a data e devolv&ecirc;-la ao tempo da era pr&eacute;-crist&atilde; e pag&atilde;. A temporada inteira ficou conhecida como Julfest, parte de uma festa chamada Rauchnacht (&ldquo;Noite dif&iacute;cil&rdquo; em alem&atilde;o), uma volta ao primitivismo.
Os nazistas tamb&eacute;m tentaram transformar a data em um feriado que celebrava a hist&oacute;ria da origem da ra&ccedil;a ariana, distanciando-se ainda mais da ideia do nascimento de Cristo, tornando-se uma esp&eacute;cie de celebra&ccedil;&atilde;o neopag&atilde; do solst&iacute;cio de inverno.
A propaganda deles explicou e insistiu que era assim que o povo alem&atilde;o comemorava quando ainda eram "racialmente aceit&aacute;veis" antes de serem corrompidos pelas religi&otilde;es modernas. Em um esfor&ccedil;o para deixar claro que o Julfest era puramente germ&acirc;nico, os nazistas aproveitaram para promover o antissemitismo por meio de um boicote em massa a lojas, empresas e qualquer estabelecimento que fosse de origem judaica.
Portanto, tudo o que era conhecido como parte do Natal teve que ser abandonado. O pres&eacute;pio foi alterado com pais de cabelos loiros e olhos azuis olhando para um beb&ecirc; igual a eles, que representava o ideal nazista de uma fam&iacute;lia perfeita. Os presentes foram substitu&iacute;dos por velas do Julfest a serem usadas na observ&acirc;ncia do novo feriado. A t&atilde;o popular figura do Papai Noel na Alemanha foi repaginada, j&aacute; que n&atilde;o podia ser exclu&iacute;da, para se transformar no deus n&oacute;rdico Odin, em vez de S&atilde;o Nicolau.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Washington Post&nbsp;" data-fonte-url="https://62e528761d0685343e1c-f3d1b99a743ffa4142d9d7f1978d9686.ssl.cf2.rackcdn.com/files/106838/width668/image-20151221-27854-1ofit03.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02194557767004.jpg" alt="(Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Washington Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O bra&ccedil;o direito de Hitler, <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119439-werwolf-a-operacao-nazista-baseada-nos-lobisomens-germanicos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Heinrich Himmler</a>, foi encarregado de reescrever as can&ccedil;&otilde;es de Natal para algo mais apropriado, ou seja, isso significava retirar refer&ecirc;ncias religiosas &mdash; Jesus, por exemplo, foi substitu&iacute;do por "Salvador Fuhrer". A m&uacute;sica su&iacute;&ccedil;a "Unto Us a Time Has Come" at&eacute; hoje &eacute; cantada na vers&atilde;o nazista.
S&iacute;mbolos e estrelas, uma parte importante da decora&ccedil;&atilde;o nataliana, foram substitu&iacute;das pela su&aacute;stica, os rel&acirc;mpagos da SS (retirados de um alfabeto pr&eacute;-romano) e a roda do sol alem&atilde;, cooptada da mitologia n&oacute;rdica e celta.
<h2 class="uk-text-justify">Como convenceram</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;The Mirror&nbsp;" data-fonte-url="https://i2-prod.mirror.co.uk/incoming/article13754285.ece/ALTERNATES/s615b/1_PAY-HITLER-AT-THE-CHRISTMAS-TABLE-AND-CAROLS-BY-THE-SWASTIKA-TOPPED-TREE-HAUNTING-RESURFACED-FOOTAGE-RE.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/02/02194645189005.jpg" alt="(Fonte: The Mirror/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Mirror/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; prov&aacute;vel que voc&ecirc; esteja se perguntando se tudo isso deu certo e as pessoas compraram essa nova ideia de Natal. Conforme o professor Joe Perry, da Universidade da Georgia, &eacute; dif&iacute;cil dizer.
Em 1933, o Partido Nazista tinha mais de 2,3 milh&otilde;es de afiliados, e a Liga Nacional Socialista das Mulheres (NSF) fez de tudo para que os alem&atilde;es "engolissem" o Julfest. Contudo, os registros mostram que houve muita d&uacute;vida e bastante descontentamento na organiza&ccedil;&atilde;o, enquanto as igrejas condenaram o feriado repaginado e amea&ccedil;aram excomungar qualquer um que tentasse celebr&aacute;-lo da maneira distorcida que a ideologia nazista propunha.
Por outro lado, existem v&aacute;rios relat&oacute;rios da pol&iacute;cia secreta nazista que apontam o qu&atilde;o popular o Julfest foi entre a na&ccedil;&atilde;o, afirmando que as fam&iacute;lias estavam contentes em celebrar um dia de maneira tradicional e "pura", ou seja, apenas pelo t&iacute;pico discurso nazista j&aacute; &eacute; poss&iacute;vel perceber que essa realidade foi muito bem editada para que o partido n&atilde;o deixasse nenhum rastro de fracasso.

thumb-image-2024-02-29T14:05:55.136Z

Julfest: quando o nazismo mudou o Natal para algo perturbador

Imagem de O reinado de Genghis Khan foi uma verdadeira onda de morte no megacurioso

Por onde passou, o líder mongol massacrou milhares de pessoas. Os números são impressionantes

Estima-se que foi por volta de 1162 que nasceu, na Mong&oacute;lia, o not&oacute;rio <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119425-a-misteriosa-morte-de-genghis-khan.htm#:~:text=Antes%20de%20encontrar%20o%20tr%C3%A1gico,mandato%20no%20norte%20do%20pa%C3%ADs." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Genghis Khan</a>, cuja trajet&oacute;ria de vida se tornou alvo de obras de fic&ccedil;&atilde;o, principalmente durante o s&eacute;culo XX.
A vida de Khan foi moldada pela viol&ecirc;ncia que o consumiu e o transformou em um dos guerreiros mais sangrentos da Hist&oacute;ria, come&ccedil;ando pelos seus 9 anos, quando seu pai, o chefe mongol Yesugei, foi brutalmente assassinado. Ele e sua m&atilde;e, sequestrada por seu pai de outra tribo e for&ccedil;ada a se casar com ele, foram expulsos da aldeia e tiveram que viver em busca de comida.
Khan usou de seu charme e carisma para fazer alian&ccedil;as e arrebanhar apoiadores, visto que era considerado fraco e amedrontado. Foi assim que ele uniu muitas das tribos n&ocirc;mades do nordeste da &Aacute;sia e formou um ex&eacute;rcito imbat&iacute;vel, usado para invadir e conquistar a &Aacute;sia Central e a China.
<h2>A lenda</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;IStock&nbsp;" data-fonte-url="https://media.istockphoto.com/photos/genghis-khan-mongolian-emperor-picture-id105069726?k=20&amp;m=105069726&amp;s=612x612&amp;w=0&amp;h=trVpMTKIM29uEj4QxtAVkgK61c7Hc5LMb1ipkKeuIT8="><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24195547115582.jpg" alt="(Fonte: IStock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: iStock/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Sua sede por conquistas territoriais caracterizou um dos conflitos armados mais mort&iacute;feros da civiliza&ccedil;&atilde;o humana, em que os ex&eacute;rcitos mong&oacute;is causaram um bombardeio de destrui&ccedil;&atilde;o por onde passaram. Khan consolidou sua imagem de um ser humano cruel exatamente por n&atilde;o deixar nenhum l&iacute;der ou membro de ex&eacute;rcito inimigo vivo pelo seu caminho de destrui&ccedil;&atilde;o.
John Man, autor do livro Genhis Khan: vida, morte e ressurrei&ccedil;&atilde;o, aponta que at&eacute; o in&iacute;cio do s&eacute;culo XIII, a Dinastia Jin registrava 3,6 milh&otilde;es de fam&iacute;lias no norte da China. Mas, ap&oacute;s a tomada dos mong&oacute;is em 1234, o pr&oacute;ximo censo registrou apenas 1,7 milh&atilde;o de fam&iacute;lias. S&oacute; durante a invas&atilde;o de Bagd&aacute;, 800 mil cidad&atilde;os foram mortos e, quando os mong&oacute;is atacaram a cidade de Merv, o n&uacute;mero subiu para 1,3 milh&atilde;o. Essa quantidade aconteceu porque cada guerreiro recebia um n&uacute;mero de pessoas para aniquilar.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24200108430584.jpg" alt="(Fonte: Mongoalianz/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Mongoalianz/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&Eacute; com base nesse tipo de dado que historiadores estimam que cerca de 40 milh&otilde;es de pessoas foram assassinadas pela f&uacute;ria das hordas lideradas por Khan, ainda que seja dif&iacute;cil precisar com exatid&atilde;o.
Em meio a esse banho de sangue, o epis&oacute;dio mais marcante da carreira de Khan, e considerado uma esp&eacute;cie de lenda at&eacute; hoje, &eacute; de que ele tenha matado 1,75 milh&atilde;o de v&iacute;timas em menos de uma hora de combate, motivado pela f&uacute;ria de sua filha ap&oacute;s ter o marido morto em seus bra&ccedil;os por uma flecha disparada por um soldado nishapuran. O pedido dela tamb&eacute;m inclu&iacute;a que as pessoas fossem decapitadas e seus cr&acirc;nios empilhados.
<h2>Ajudando a espalhar a morte</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24200236164585.jpg" alt="(Fonte: CVLT Nation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CVLT Nation/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de ter come&ccedil;ado seu caminho sistem&aacute;tico de destrui&ccedil;&atilde;o em 1347, a <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/119389-esqueleto-de-5-mil-anos-seria-de-vitima-de-peste-bubonica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Peste Bub&ocirc;nica</a>, respons&aacute;vel por matar 25 milh&otilde;es de pessoas na Europa, j&aacute; existia desde o s&eacute;culo VI.
Na &Aacute;sia, Khan teria cooperado em espalhar a doen&ccedil;a ao longo das rotas comerciais ao criar o Imp&eacute;rio Mongol. Estudos recentes sobre a morte do guerreiro, que aconteceu em 18 de agosto de 1227, mostram que ele pode ter sucumbido &agrave; peste, indo contra anos de especula&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica sobre como ele morreu.
No entanto, a febre e demais sintomas descritos em textos hist&oacute;ricos correspondiam com o que as pessoas que sofriam com a doen&ccedil;a avassaladora sentiam na &eacute;poca. Ainda assim, &eacute; imposs&iacute;vel provar essa teoria, visto que o cemit&eacute;rio onde foi depositado os restos mortais de Khan nunca foi encontrado.
Essa teoria embasa a guerra qu&iacute;mica que os mong&oacute;is teriam feito com seus inimigos espalhando propositalmente a doen&ccedil;a ao catapultar corpos infectados para as cidades que visavam derrubar durante o s&eacute;culo XIV.

thumb-image-2024-02-29T14:05:54.703Z

O reinado de Genghis Khan foi uma verdadeira onda de morte

Imagem de Apetite voraz do rei Luís XIV foi a sua ruína no megacurioso

Ele, definitivamente, teve o maior estômago da França

Muitas pessoas conhecem o not&oacute;rio <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119010-madame-de-monstespan-a-amante-de-luis-xiv-acusada-de-satanismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lu&iacute;s XIV</a>, rei da Fran&ccedil;a e de Navarra, por seu empreendimento milion&aacute;rio e hist&oacute;rico: o <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/115239-palacio-de-versalhes-curiosidades-sobre-a-bizarra-vida-da-nobreza.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pal&aacute;cio de Versalhes</a>. Este foi&nbsp;constru&iacute;do na d&eacute;cada de 1660 e abrigava toda a corte real em seus mais de 8 quil&ocirc;metros quadrados de &aacute;rea, com 2,3 mil c&ocirc;modos. No entanto, poucos sabem que o &ldquo;Rei Sol&rdquo;, como tamb&eacute;m era chamado, tinha um apetite voraz, diferente de tudo o que a realeza j&aacute; viu.
Assim que se mudou para seu empreendimento, todos os rituais que ele fazia tinham comida como "convidado principal". Suas refei&ccedil;&otilde;es eram dividas entre um caf&eacute; da manh&atilde; considerado leve, seguido de um almo&ccedil;o bem farto e depois o Grand Couvert, um jantar servido &agrave;s 22h em seus aposentos, com a presen&ccedil;a de membros da fam&iacute;lia, cortes&atilde;os, o p&uacute;blico e at&eacute; m&uacute;sicos. Era sempre considerado o evento do dia.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16132158597363.jpg" alt="(Fonte: Maringa Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Maringa Post/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A m&eacute;dia de pratos que Lu&iacute;s XIV ingeria por refei&ccedil;&atilde;o era de 20 a 30, bem recheados &mdash; o que faz de uma "refei&ccedil;&atilde;o leve" no caf&eacute; da manh&atilde; um simp&aacute;tico eufemismo. Ostras, salm&atilde;o e sardinha compunham o card&aacute;pio b&aacute;sico, assim como a carne fervida com vegetais, o equivalente ao nosso arroz com feij&atilde;o. Depois vinha pratos com canap&eacute;s, como fais&atilde;o, marisco, sopa e pat&ecirc;s, e as frutas eram servidas em uma grande pir&acirc;mide bem-diversificada para limpar o paladar do rei, com o intuito de que ele se preparasse para os assados, como peru, pato, javali e frango.
Para que tudo isso fosse bem servido, eram necess&aacute;rias 300 pessoas para preparar a comida. Os guardas escoltavam os banquetes da cozinha, localizada a cerca de 1 quil&ocirc;metro de onde eram cozinhados, at&eacute; a mesa. Nem todos os convidados comiam, muitos apenas iam prestigiar a comilan&ccedil;a do homem e, quando ele terminava, os servos retiravam os pratos, mesmo que os outros n&atilde;o tivessem acabado.
<h2 class="uk-text-justify">O maior est&ocirc;mago da Fran&ccedil;a</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16132452191367.jpg" alt="(Fonte: IDN Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: IDN Times/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Segundo a princesa Palatina, sua cunhada, o rei poderia comer quatro pratos de sopa, um fais&atilde;o inteiro, um perdiz, um prato grande de salada, duas fatias de presunto, carneiro ao molho de alho, uma bandeja de frutas e ovos cozidos. Tudo isso em apenas uma refei&ccedil;&atilde;o. Como ele podia comer tanto?
O est&ocirc;mago &eacute; um m&uacute;sculo que pode se expandir ou contrair at&eacute; 1 litro, dependendo do tamanho da pessoa. &Eacute; poss&iacute;vel que Lu&iacute;s tivesse uma dilata&ccedil;&atilde;o devido ao excesso de comida que ingeria, por&eacute;m, o que ele tinha a seu favor era que muitas de suas sele&ccedil;&otilde;es eram saud&aacute;veis. Se fosse na modernidade, ele provavelmente n&atilde;o iria muito longe comendo desse jeito ou sofreria de fortes constipa&ccedil;&otilde;es, ainda mais porque ele seria certamente seduzido por op&ccedil;&otilde;es nada saud&aacute;veis.
Contudo, essa conta veio durante a velhice, quando ele ficou gravemente acima do peso, e a perna dele acabou gangrenando. Alguns bi&oacute;grafos acreditam que ele tenha desenvolvido diabetes tipo 2 devido &agrave; falta de exerc&iacute;cios, a escolhas alimentares e &agrave; obesidade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/16/16132855785369.jpg" alt="O cora&ccedil;&atilde;o embalsamado de Lu&iacute;s XIV. (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />O cora&ccedil;&atilde;o embalsamado de Lu&iacute;s XIV. (Fonte: All That's Interesting/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 13 de agosto de 1715, Lu&iacute;s XIV morreu aos 76 anos, ap&oacute;s 72 anos servindo como rei. Durante a aut&oacute;psia, seu corpo foi dividido em tr&ecirc;s partes: corpo, cora&ccedil;&atilde;o e entranhas. O cora&ccedil;&atilde;o dele foi embalsamado e colocado na Igreja dos Jesu&iacute;tas, em Paris.
Com o estopim da Revolu&ccedil;&atilde;o Francesa, o cora&ccedil;&atilde;o dele foi roubado e acabou em posse do Arcebispo de York, Lord Harcourt. Reza a lenda de que William Buckland visitou Harcourt em 1848 e pegou o cora&ccedil;&atilde;o mumificado, mas n&atilde;o resistiu &agrave; tenta&ccedil;&atilde;o e devorou parte dele.
N&atilde;o se sabe ao certo se ele pediu permiss&atilde;o para fazer isso ou se foi tomado por impulso, afinal o ge&oacute;logo era conhecido por ser obcecado por comidas estranhas, tendo jurado que comeria um peda&ccedil;o de cada criatura do reino animal at&eacute; o fim de sua vida.

thumb-image-2024-02-29T14:05:56.033Z

O apetite voraz do rei Luís XIV foi sua ruína

Imagem de Como a arma tecnológica que matou cientista está mexendo com o mundo? no megacurioso

O iraniano Mohsen Fakhrizadeh foi assassinado através de um equipamento comandado por uma inteligência artificial

De todos os avan&ccedil;os tecnol&oacute;gicos feitos ao longo dos anos, a cria&ccedil;&atilde;o de uma intelig&ecirc;ncia artificial &eacute; uma das revolu&ccedil;&otilde;es que mais assustam as pessoas na sociedade. Isso porque o senso comum convive com o medo e a ideia de uma <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/120267-quao-perto-estamos-de-viver-uma-revolta-das-maquinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">rebeli&atilde;o das m&aacute;quinas</a>, alcan&ccedil;ada atrav&eacute;s de uma independ&ecirc;ncia intelectual assistida, desde o s&eacute;culo XIX, quando a autora <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119206-sindrome-de-frankenstein-o-medo-da-rebeliao-das-maquinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mary Shelley expressou isso&nbsp;</a>em seu livro&nbsp;Frankenstein.
O bilion&aacute;rio <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120177-basilisco-de-roko-e-se-nossa-realidade-fosse-uma-simulacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elon Musk j&aacute; expressou que IA&nbsp;</a>podem ser muito mais perigosas do que armas nucleares pela falta de regulamenta&ccedil;&atilde;o que me&ccedil;am a rela&ccedil;&atilde;o entre o homem e a m&aacute;quina.
Ent&atilde;o, de repente, o que o Instituto para Informa&ccedil;&otilde;es e Opera&ccedil;&otilde;es Especiais (Mossad), o servi&ccedil;o secreto do Estado de Israel, fez em 2020, come&ccedil;ou a aumentar essa ansiedade com rela&ccedil;&atilde;o ao qu&atilde;o longe o homem est&aacute; indo ao construir seu poderio de intelig&ecirc;ncia artificial.
<h2>O alvo</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;IsraCast&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT85KEbHKKwprj3hSOKLPrvidcU_16Nf9COpYDYaFuu0jVTp6NuQVdGQSMjDIp9FO50B9c&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26080527923009.jpg" alt="Mohsen Fakhrizadeh. (Fonte: IsraCast/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Mohsen Fakhrizadeh. (Fonte: IsraCast/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Desde 2007, a ag&ecirc;ncia de intelig&ecirc;ncia do governo israelense assassinou cinco cientistas iranianos atrav&eacute;s de v&aacute;rios m&eacute;todos, incluindo envenenamento, bombas detonadas de maneira remota por motociclistas, disferindo tiros nos carros dos alvos, entre outros.
H&aacute; anos o servi&ccedil;o secreto tentava eliminar o f&iacute;sico nuclear e cientista iraniano Mohsen Fakhrizadeh, que se aliou ao programa nuclear iraniano e fundou e liderou a Organiza&ccedil;&atilde;o de Inova&ccedil;&atilde;o e Pesquisa Defensiva, no in&iacute;cio da d&eacute;cada de 2010, conduzindo pesquisas sobre armas nucleares.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Forbes&nbsp;" data-fonte-url="https://thumbor.forbes.com/thumbor/711x395/https://specials-images.forbesimg.com/imageserve/5fc508e4d0a0f45d53e37b22/Remote-weapon-station/960x0.jpg?fit=scale"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26080711892012.jpg" alt="(Fonte: Forbes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Forbes/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Israel retomou os esfor&ccedil;os para assassinar Mohsen em maio de 2018, ap&oacute;s o ent&atilde;o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogar o acordo nuclear com o Ir&atilde;. Contudo, foi s&oacute; em 27 de novembro de 2020 que finalmente o Mossad teve sucesso em sua persegui&ccedil;&atilde;o, ao planejar uma emboscada estrat&eacute;gica em uma estrada de Absard (Ir&atilde;).
Em resposta, o governo iraniano definiu a morte do cientista como &ldquo;um ato de terror de Estado&rdquo;, aumentando as tens&otilde;es na regi&atilde;o, fazendo que um projeto de lei para bloquear as inspe&ccedil;&otilde;es de seu programa nuclear fosse aprovado.
<h2>O medo futuro</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26080854845013.jpg" alt="(Fonte: DNA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: DNA/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em meio a todo esse caos, por&eacute;m, foi a arma altamente tecnol&oacute;gica com a qual Mohsen foi assassinado que colocou muitas pessoas em alerta. O assassinato do cientista se deu atrav&eacute;s de uma arma aut&ocirc;noma fixada em uma caminhonete. Ela foi conduzida, carregada e disparada por orienta&ccedil;&atilde;o de um sat&eacute;lite, sem nenhuma opera&ccedil;&atilde;o humana e praticamente nenhum erro &mdash; visto que Sedigheh Ghasemi, esposa da v&iacute;tima, saiu completamente ilesa, apesar de estar a cent&iacute;metros do alvo.
&ldquo;O rifle de precis&atilde;o israelense com uma intelig&ecirc;ncia artificial n&atilde;o &eacute; uma arma 100% aut&ocirc;noma, mas ilustra a promessa e o perigo das armas com IA&rdquo;, disse Zachary Kallenborn, oficial do Ex&eacute;rcito dos EUA e consultor s&ecirc;nior do ABS Group, de acordo com uma mat&eacute;ria da Popular Mechanics. &ldquo;Um cientista de armas nucleares n&atilde;o &eacute; um soldado &oacute;bvio. O traje de batalha de um cientista &eacute; um jaleco ou apenas um terno e gravata&rdquo;, completou ele.
Como apontou um artigo do The New York Times, esse tipo de intelig&ecirc;ncia israelense foi considerada &ldquo;rebuscada demais&rdquo; at&eacute; mesmo para eles, apesar de terem a reputa&ccedil;&atilde;o de executarem uma esp&eacute;cie de &ldquo;magia&rdquo; t&eacute;cnica quando o assunto &eacute; esse.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26081048923014.jpg" alt="(Fonte: The Fire Arm Blog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Fire Arm Blog/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A arma era uma metralhadora FN MAG de fabrica&ccedil;&atilde;o belga, acoplada a um aparato rob&oacute;tico avan&ccedil;ado, cujo sistema n&atilde;o &eacute; muito diferente do Sentinel 20, um sistema de armas controlado remotamente quase id&ecirc;ntico ao CROWS, feito nos EUA, mas fabricado pela empreiteira espanhola Escribano.
O dispositivo &eacute; uma torre n&atilde;o tripulada desenvolvida durante a Guerra do Iraque, criado porque os fuzileiros que viajavam em Humvees escoltando comboios de suprimentos estavam constante e perigosamente expostos &agrave; n&eacute;voa inimiga quando empunhavam suas armas.&nbsp;
O CROWS permitiu que um metralhador ficasse protegido controlando sua arma com um controle remoto. Uma c&acirc;mera diurna/noturna permite que o atirador d&ecirc; zoom em alvos de interesse, detecte fontes de calor e realize ataques a alvos &agrave; noite.&nbsp;
Al&eacute;m disso, o sistema tamb&eacute;m tem uma lideran&ccedil;a autom&aacute;tica, permitindo que os artilheiros atirem um pouco &agrave; frente de um alvo em movimento para garantir que ele seja atingido.

thumb-image-2024-02-29T14:05:54.757Z

Como a arma tecnológica que matou cientista está mexendo com o mundo?

Imagem de A Grande Farra: quando drogas foram usadas para tratar até bebês no megacurioso

Apesar de no Velho Oeste Americano crian&ccedil;as e beb&ecirc;s j&aacute; tiverem feito o uso de&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120161-embate-quais-sao-as-drogas-mais-poderosas-do-mundo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">drogas</a> por meio de medicamentos, a Grande Farra (Great Binge) &mdash; termo cunhado no s&eacute;culo XXI pelo historiador Gradus Protus van den Belt &mdash; foi o per&iacute;odo entre 1870 e 1914 em que houve uma explos&atilde;o na disponibilidade de v&aacute;rias drogas pela Europa e na Am&eacute;rica do Norte.
Antes da Lei de Farm&aacute;cia aprovada no Reino Unido em 1868, qualquer pessoa poderia adquirir o&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119098-em-1930-japao-tentou-viciar-nacoes-com-o-uso-de-drogas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&oacute;pio</a>, uma das subst&acirc;ncias mais viciantes do mundo, e isso n&atilde;o era muito diferente em outras partes da Europa e dos Estados Unidos (EUA), onde o l&aacute;udano (&oacute;pio dissolvido em <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119778-lei-seca-nos-eua-quando-o-alcool-foi-banido-por-13-anos-do-pais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&aacute;lcool</a>) era usado para dores de cabe&ccedil;a, ins&ocirc;nia, diarreia e no tratamento da c&oacute;lera.&nbsp;
Estima-se que mais de 12 mil quilos de &oacute;pio entraram nos EUA&nbsp;entre 1827 e 1842 por meio da British Levan Company e a British East India Company, as maiores importadoras da &eacute;poca. A droga foi vendida em papelarias, tabacarias, barbeiros, mercados e farm&aacute;cias, prescrita por m&eacute;dicos para tratar adultos e crian&ccedil;as.
<h2 class="uk-text-justify">O abuso da ind&uacute;stria&nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23202130752716.jpg" alt="(Fonte: PodSpace/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: PodSpace/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A Grande Farra patrocinou o uso da coca&iacute;na para hemorroidas, indigest&atilde;o, supress&atilde;o do apetite e fadiga. At&eacute; mesmo Sigmund Freud (1856-1939) sugeriu a droga como tratamento terap&ecirc;utico para depress&atilde;o e alcoolismo. A ind&uacute;stria comercializou pastilhas com coca&iacute;na para dores de dente e "curar" timidez em crian&ccedil;as.
Em 1895, a diacetilmorfina foi sintetizada a partir da morfina por Heinrich Dresse e Felix Hoffmann enquanto trabalhavam para a empresa Bayer Company, na Alemanha. Demorou mais de 3 anos at&eacute; que a hero&iacute;na, como o novo produto qu&iacute;mico era chamado, estivesse dispon&iacute;vel no mercado para ser comercializado como um analg&eacute;sico n&atilde;o viciante.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23202357221718.jpg" alt="(Fonte: 9GAG/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: 9GAG/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O Xarope Calmante da Sra. Winslow contendo uma dose alta de &aacute;lcool e morfina, considerado um "assassino de beb&ecirc;s" pela American Medical Association, foi administrado em beb&ecirc;s, sendo que uma colher de sopa continha 20 gotas de l&aacute;udano, cerca de 65 mg de morfina. Conforme a Wellcome, milhares de crian&ccedil;as na Calif&oacute;rnia entraram em coma ou morreram s&oacute; na d&eacute;cada de 1860 em decorr&ecirc;ncia do xarope.
Foi s&oacute; no come&ccedil;o do s&eacute;culo XX que a Grande Farra come&ccedil;ou a perder for&ccedil;a com a assinatura da Conven&ccedil;&atilde;o Internacional do &Oacute;pio, em 23 de janeiro de 1912, em Haia (Holanda). Era o primeiro tratado internacional para coibir o uso de drogas para fins m&eacute;dicos.&nbsp;
Foi s&oacute; no final do ano que todas as pot&ecirc;ncias da Europa foram convidadas a assinar, bem como os EUA foram solicitados a entrar em uma jornada para obter assinaturas dos pa&iacute;ses latino-americanos. No final, por&eacute;m, a conven&ccedil;&atilde;o foi ratificada apenas pela China, Holanda, EUA, Honduras e Noruega.

Julio Cezar de Araujo