Imagem de 3 países onde tribos ainda praticam o canibalismo no megacurioso

A prática acontece por motivos religiosos ou culturais

No Brasil, a lei penal n&atilde;o tipifica nenhuma conduta em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; pr&aacute;tica do <a href="https://www.megacurioso.com.br/estilo-de-vida/109250-canibalismo-em-situacoes-de-sobrevivencia-e-crime.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">canibalismo</a>, ou seja, n&atilde;o existe nenhuma puni&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica para isso. A n&atilde;o ser que a pessoa cometa o crime de homic&iacute;dio (previsto no artigo 121 do C&oacute;digo Penal) para poder comer a carne da v&iacute;tima e, ent&atilde;o, o promotor pode estabelecer um agravante (artigo 121, inciso 2&deg; do C&oacute;digo Penal) por viola&ccedil;&atilde;o da carne do cad&aacute;ver.
No entanto, isso n&atilde;o significa que a pessoa possa sair comendo cad&aacute;veres por a&iacute;, porque, ainda que o corpo n&atilde;o tenha direitos, ele &eacute; um objeto pertencente ao Direito, ou seja, protegido pela lei. Portanto, se algu&eacute;m simplesmente retirar o dente de um corpo, praticar necrofilia ou comer um cad&aacute;ver, ela estar&aacute; cometendo o crime de vilip&ecirc;ndio, que consta no artigo 212 do C&oacute;digo Penal.
Atualmente, o canibalismo &eacute; totalmente legal nos Estados Unidos (EUAS) &mdash; &agrave; exce&ccedil;&atilde;o do estado de Idaho &mdash; e no Reino Unido, bem como em grande parte da Europa e no Jap&atilde;o. Por outro lado, na Am&eacute;rica existem diversas leis que impossibilitam a obten&ccedil;&atilde;o e o consumo legal da mat&eacute;ria corporal.
Esses 3 tr&ecirc;s pa&iacute;ses listados abaixo s&atilde;o s&oacute; alguns dos lugares onde o canibalismo ainda &eacute; praticado, ainda que n&atilde;o de forma "casual".
<h2 class="uk-text-justify">1. Fiji</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07232546017035.jpg" alt="(Fonte: Atlas Obscura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Atlas Obscura/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em Fiji, pa&iacute;s localizado na Oceania, o canibalismo tem um longo hist&oacute;rico em suas ilhas, conhecidas como "ilhas canibais" at&eacute; hoje. A pr&aacute;tica teria come&ccedil;ado h&aacute; mais de 2,5 mil anos, segundo o Museu de Fiji, com escava&ccedil;&otilde;es descobrindo v&aacute;rios restos humanos, com evid&ecirc;ncias claras de canibaliza&ccedil;&atilde;o na forma de marcas de carnificina deixada nos ossos.
O &uacute;ltimo caso que se tem conhecimento aconteceu na d&eacute;cada de 1860 com a morte do mission&aacute;rio Reverendo Thomas Baker. No entanto, a pr&aacute;tica permanece viva nas Cavernas Naihehe, lar do &uacute;ltimo grupo comedor de humanos da ilha.
Acredita-se que o canibalismo existe por motivos tribais e espirituais, apesar de sua origem ser um pouco vaga. Os chefes de Fiji comiam a carne de seus inimigos como forma de expressar poder, controle, vingan&ccedil;a e insulto final. Al&eacute;m disso, tamb&eacute;m se pensava que o consumo do inimigo herdaria seu conhecimento.
<h2 class="uk-text-justify">2. &Iacute;ndia</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07232652033036.jpg" alt="(Fonte: Qrius/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Qrius/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A &Iacute;ndia &eacute; pontuada por diversas culturas nos limites de suas fronteiras, e ningu&eacute;m interfere nas culturas cruzadas, desde que o exerc&iacute;cio dela seja feito de modo pac&iacute;fico. Contudo, a cultura &eacute; um conceito desenvolvido pelo homem e est&aacute; fadada a criar conflitos.
Os Aghori, uma seita de monges indianos, t&ecirc;m um estilo de vida e cultura que difere de muita coisa atualmente: na maioria de seus rituais, o grupo pratica canibalismo de maneira deliberada de cad&aacute;veres que morreram naturalmente, tamb&eacute;m bebendo urina e sangue.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07232751408037.jpg" alt="(Fonte: The Sun/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: The Sun/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Devido a isso, eles foram afastados da sociedade indiana e s&atilde;o desprezados at&eacute; hoje, sempre rotulados como os selvagens que n&atilde;o evolu&iacute;ram com a civiliza&ccedil;&atilde;o. Por outro lado, eles alegam que fazem isso para ilumina&ccedil;&atilde;o espiritual.
&ldquo;O motivo pela qual fazemos coisas que parecem ultrajantes para o mundo exterior &eacute; realmente simples: para encontrar pureza nos mais imundos! Se um Aghori consegue permanecer focado em Deus mesmo durante o sexo com um cad&aacute;ver ou enquanto come um c&eacute;rebro humano, ent&atilde;o ele est&aacute; no caminho certo&rdquo;, disse Davor Rostuhar, um Aghori Meronath, em entrevista ao History of Yesterday.
<h2 class="uk-text-justify">3. Papua-Nova Guin&eacute;</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/07/07232933080038.jpeg" alt="(Fonte: Rous Media/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Rous Media/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Assentada ao longo do Rio Ndeiram Kabur, no oeste da Nova Guin&eacute;, vive a tribo Korowai que, desde 1970, n&atilde;o tinha nenhum contato registrado com o mundo ocidental, at&eacute; que um grupo de cientistas fez uma expedi&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea.
Atualmente, muitos Korowai ainda acreditam que os forasteiros carregam dem&ocirc;nios e esp&iacute;ritos malignos e poucos t&ecirc;m ideia de que existem outras civiliza&ccedil;&otilde;es fora de sua tribo. Muitos deles nem sequer viram uma pessoa branca em sua vida.
N&atilde;o &eacute; nenhuma novidade que a Nova Guin&eacute; &eacute; um dos pa&iacute;ses onde o canibalismo foi praticado no passado de maneira constante e at&eacute; bem recentemente tamb&eacute;m. Os Korowai s&atilde;o uma das &uacute;ltimas tribos conhecidas no mundo por serem canibais. Devido &agrave; cren&ccedil;a em esp&iacute;ritos malignos, eles acreditam ser necess&aacute;rio matar e comer uma pessoa que eles imaginam ter sido dominada por um dem&ocirc;nio para venc&ecirc;-lo.

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3 países onde tribos ainda praticam o canibalismo

Imagem de Como a Lei Seca fez crescer a indústria de sorvetes nos EUA no megacurioso

E foi assim que ele se tornou o queridinho de uma nação

Em meados de 1838, o estado de Massachusetts, nos Estados Unidos (EUA), aprovou uma lei de temperan&ccedil;a proibindo a venda de bebidas destiladas em quantidades inferiores a 15 gal&otilde;es. Esse foi o 1&deg; passo em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119778-lei-seca-nos-eua-quando-o-alcool-foi-banido-por-13-anos-do-pais.htm#:~:text=comentar%20e%20compartilhar-,Lei%20Seca%20nos%20EUA%3A%20quando%20o%20%C3%A1lcool%20foi,por%2013%20anos%20do%20pa%C3%ADs&amp;text=Sendo%20assim%2C%20em%20meados%20de,quantidades%20inferiores%20a%2015%20gal%C3%B5es." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei Seca</a>.
Em 1917, com a pot&ecirc;ncia entrando oficialmente para a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119011-as-tropas-britanicas-sofreram-com-as-ists-na-primeira-guerra-mundial.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial,</a> o ent&atilde;o presidente, Woodrow Wilson, refor&ccedil;ou a proibi&ccedil;&atilde;o total da venda de alco&oacute;licos em escala nacional para economizar gr&atilde;os para a produ&ccedil;&atilde;o de alimentos. No mesmo ano, o Congresso apresentou a 18&ordf; Emenda Constitucional e proibiu em definitivo a fabrica&ccedil;&atilde;o, o transporte e a venda de bebidas alco&oacute;licas em todo o territ&oacute;rio americano.
Quando os soldados voltaram da guerra com um apetite voraz por chocolate, que havia sido transformado em ra&ccedil;&otilde;es, os americanos buscavam maneiras alternativas ao &aacute;lcool para aumentar sua energia e humor. E, da mesma forma que as barras de chocolate se transformaram em aliadas para os guerreiros, o sorvete foi um al&iacute;vio para a sociedade que n&atilde;o podia mais beber.
<h2 class="uk-text-justify">O queridinho de uma na&ccedil;&atilde;o</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26075600155003.png" alt="(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tem um motivo bem claro para o sorvete ter-se transformado na marca registrada dos EUA da d&eacute;cada de 1950 e ainda hoje ser um dos "queridinhos" da na&ccedil;&atilde;o. Apesar de a paix&atilde;o dos americanos por doces remontar &agrave; &eacute;poca colonial, a mistura congelada de creme e a&ccedil;&uacute;car, t&atilde;o popular hoje, j&aacute; foi considerada um deleite raro apreciado apenas pela elite da sociedade.
Isso porque n&atilde;o era muito f&aacute;cil de se fazer o sorvete, tampouco produzir. Esse cen&aacute;rio s&oacute; mudou durante os anos de 1800, quando a tecnologia melhorou e come&ccedil;ou a empurrar a ind&uacute;stria de fazer sorvete, por culpa desse revivalismo religioso da d&eacute;cada de 1830 que culpava a bebida alco&oacute;lica por descontrolar as pessoas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Daily Hind News&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcStf6RehQ0SOcHepv64llQox3XLcXTVkYbPeuiQyOqZdvufXqNEsgYAAQXwLgr5joww2Jo&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26075759406004.jpg" alt="(Fonte: Daily Hind News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Daily Hind News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Como a proibi&ccedil;&atilde;o do Estado quase transformou "em p&oacute;" a ind&uacute;stria do &aacute;lcool, os fabricantes foram for&ccedil;ados a improvisar para n&atilde;o perderem tudo enquanto a lei n&atilde;o era revogada, e muitos optaram pelo sorvete, que era um doce f&aacute;cil de se fazer e consumido por todos. Afinal, apesar de os americanos terem sido restringidos do h&aacute;bito de beber, eles n&atilde;o conseguiram perder o h&aacute;bito de se reunir em um bar.
As vendas da sobremesa congelada aumentaram mais de 40% na mesma d&eacute;cada, em contraste com os US$ 352 milh&otilde;es perdidos da ind&uacute;stria de bebida alco&oacute;lica. Foi assim que os americanos tamb&eacute;m passaram a combinar o sorvete com o refrigerante para aumentar a saciedade, impulsionando ainda mais esse caso de amor da Am&eacute;rica com a sobremesa.

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Como a Lei Seca fez crescer a indústria de sorvetes nos EUA?

Imagem de Por que uma pessoa entra para um culto? no megacurioso

Aposto que você já se fez essa pergunta

<a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/117654-helter-skelter-a-musica-dos-beatles-que-fez-manson-matar.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank" class="uk-text-justify">Fam&iacute;lia Manson</a>, <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/116860-laura-johnston-por-tras-da-vida-e-da-doutrina-em-jonestown.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank" class="uk-text-justify">Templo do Povo</a> e <a href="https://www.megacurioso.com.br/misterios/112874-a-familia-o-culto-de-anne-hamilton-byrne.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank" class="uk-text-justify">A Fam&iacute;lia</a>. Provavelmente voc&ecirc; j&aacute; ouviu falar nesses ou em outros not&oacute;rios cultos do s&eacute;culo XX, norteados, geralmente, pela loucura e pelas desgra&ccedil;as que envolvem seu legado.
Aposto que voc&ecirc;, ao ler casos como de Jonestown, em que 918 pessoas cometeram suic&iacute;dio em massa devido &agrave;s pol&iacute;ticas da seita, n&atilde;o consegue parar de se perguntar o porqu&ecirc; as pessoas embarcam nesses cultos.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25215740690739.jpg" alt="Fam&iacute;lia Manson. (Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Fam&iacute;lia Manson. (Fonte: BBC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
De acordo com a terapeuta Rachel Bernstein, especializada no tratamento de sobrevivente de cultos, n&atilde;o faz sentido fazer indaga&ccedil;&otilde;es do tipo: "Como voc&ecirc; n&atilde;o viu?" ou "Como voc&ecirc; p&ocirc;de se envolver nisso?", porque a realidade n&atilde;o &eacute; t&atilde;o simples assim.
"Ent&atilde;o, voc&ecirc; s&oacute; tem a informa&ccedil;&atilde;o que recebeu no culto, o que &eacute; muito seleto, e voc&ecirc; faz seu julgamento com base nisso. Ningu&eacute;m &eacute; capaz de tomar uma decis&atilde;o bem fundamentada antes de se envolver em uma seita", disse ela em entrevista &agrave; Insider.
<h2 class="uk-text-justify">As causas</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;CBS News&nbsp;" data-fonte-url="https://cbsnews3.cbsistatic.com/hub/i/r/2017/04/29/77d16710-6b9d-45c0-80cb-542ff1e97891/thumbnail/640x853/fe21c07335dd534aa1683cabcacbecf8/cult-chidlren.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25215907503740.jpg" alt="A Fam&iacute;lia: o culto de Anne Hamilton Byrne. (Fonte: CBS News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />A Fam&iacute;lia: o culto de Anne Hamilton Byrne. (Fonte: CBS News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Existe uma receita seguida por todos os cultos: eles prometem promover o autodesenvolvimento. Os membros ficam obcecados pela figura de um l&iacute;der porque acreditam em uma sabedoria incompar&aacute;vel que eles, sozinhos, n&atilde;o conseguem enxergar, assim como a resposta para tudo no mundo &mdash; por mais messi&acirc;nico que isso soe.
Muitas pessoas embarcam nisso porque est&atilde;o cansadas da maneira como a sociedade est&aacute; sendo administrada. Por exemplo, grupos extremistas recrutam seguidores disseminando ideologias controversas &agrave;s demais ou expressando sentimentos represados por esses membros. A oferta das respostas para os problemas &eacute; um atrativo inigual&aacute;vel.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25220047534741.jpg" alt="(Fonte: FBI/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: FBI/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Unido a um desejo de repara&ccedil;&atilde;o e cura de traumas passados ou de inf&acirc;ncia, a baixa autoestima pode ser um fator que torna o indiv&iacute;duo uma presa ainda mais f&aacute;cil para o arrebanhamento do l&iacute;der. Isso porque ele n&atilde;o vai parar de tecer elogios a pessoa que, em estado de vulnerabilidade, n&atilde;o vai querer parar de ouvir. Essa atmosfera de bem-estar que os demais membros tamb&eacute;m v&atilde;o proporcionar s&oacute; mostra o qu&atilde;o il&oacute;gico o c&eacute;rebro pode ser quando as ferramentas certas s&atilde;o empregadas.
A ideia de fazer parte de algo para se sentir integrado &agrave; sociedade tamb&eacute;m coopera para que pessoas cedam &agrave;s promessas de um l&iacute;der, bem como a falta de um prop&oacute;sito em vida. &Eacute; por isso que muitos cultos ao longo da hist&oacute;ria tamb&eacute;m ficaram famosos por reunir seus membros em fazendas, casas ou ranchos para constru&iacute;rem um local onde todos se sentissem aceitos, tendo a fam&iacute;lia que nunca lhes ofereceram.
Eles se deparam com pessoas que n&atilde;o alcan&ccedil;aram seus objetivos de vida ou est&atilde;o procurando uma explica&ccedil;&atilde;o para seus fracassos. E, para isso, o l&iacute;der estar&aacute; l&aacute; para passar todos os ensinamentos, mesmo que tudo isso seja falso. Mas, para quem n&atilde;o tem nada, isso pode significar tudo.

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Por que uma pessoa entra para um culto?

Imagem de "Bebês banana": médico pensou que a fruta poderia curar doença grave no megacurioso

Em 1924, o Dr. Sidney Haas causou um problema com sua dieta

Diarreia ou pris&atilde;o de ventre cr&ocirc;nica, incha&ccedil;o na barriga, danos &agrave; parede intestinal, falta de apetite, baixa absor&ccedil;&atilde;o de nutrientes, dores abdominais, anemia, perda de peso e desnutri&ccedil;&atilde;o. Esses s&atilde;o os principais sintomas da doen&ccedil;a cel&iacute;aca, uma condi&ccedil;&atilde;o autoimune causada pela alta intoler&acirc;ncia ao gl&uacute;ten, presente no trigo, aveia, cevada, centeio e seus derivados, ou seja, est&aacute; em pizzas, bolos, biscoitos, p&atilde;es, cerveja e alguns doces.
A ingest&atilde;o de qualquer comida que tenha essa prote&iacute;na provoca dificuldade para o organismo absorver os nutrientes de alimentos, vitaminais, sais minerais e &aacute;gua, porque ataca o intestino delgado.
A&nbsp;&nbsp;doen&ccedil;a cel&iacute;aca pode causar graves problemas de sa&uacute;de, como c&acirc;ncer e at&eacute; infertilidade; portanto, seu tratamento &eacute; essencial para uma vida saud&aacute;vel, apesar de n&atilde;o haver cura, podendo s&oacute; ser controlada por meio de uma dieta com aus&ecirc;ncia total de gl&uacute;ten pelo resto da vida. Mas como saber disso no s&eacute;culo passado, quando a Medicina ainda era meio rudimentar e n&atilde;o tinha meios para responder a todos os problemas?
<h2 class="uk-text-justify">Os "beb&ecirc;s-banana"</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26074950322000.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A doen&ccedil;a cel&iacute;aca manifesta seus sintomas, geralmente, entre os 6 meses e 2 anos e meio de vida da crian&ccedil;a &mdash; embora as pessoas com a doen&ccedil;a possam tamb&eacute;m manifestar os sintomas na fase adulta. Ent&atilde;o, na d&eacute;cada de 1920, a condi&ccedil;&atilde;o era um mist&eacute;rio, e 30% das crian&ccedil;as acabavam morrendo muito cedo devido a isso.
Pensando em parar com as taxas de morte, em 1924, o Dr. Sidney Haas prop&ocirc;s um plano de tratamento para aqueles que sofriam da doen&ccedil;a: dar de comer &agrave;s crian&ccedil;as 200 bananas por semana.&nbsp;
Ele teve a ideia ap&oacute;s observar que as pessoas de Porto Rico que ingeriam muita banana n&atilde;o sofriam de doen&ccedil;a cel&iacute;aca, diferente daquelas que comiam muito p&atilde;o e derivados.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26075030870001.jpg" alt="(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NPR/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Hass, no entanto, n&atilde;o pensou que a culpa fosse da falta do trigo. Sendo assim, ele tamb&eacute;m prescreveu que os pacientes comessem muitos latic&iacute;nios, carnes e vegetais por dia. Como a dieta cortava o trigo e era rica em calorias, funcionou, e foi assim que nasceu o termo &ldquo;beb&ecirc;s-banana&rdquo;.
Aos poucos, os pacientes foram se recuperando dos sintomas, ent&atilde;o concluiu-se que eles haviam superado a doen&ccedil;a por meio da dieta, apesar de n&atilde;o ser bem isso.
<h2 class="uk-text-justify">Um problema ainda maior</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/26/26075232028002.jpg" alt="(Fonte: Center for History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Center for History/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
N&atilde;o demorou muito para que a falta de trigo come&ccedil;asse a enlouquecer os pacientes, ent&atilde;o Haas decidiu reintroduzir o gl&uacute;ten, imaginando que as crian&ccedil;as estavam "curadas" ap&oacute;s tantas bananas ingeridas.
Esse erro levou a problemas ainda mais graves para os cel&iacute;acos, porque os sintomas voltaram com for&ccedil;a total. Foi s&oacute; depois que o pediatra holand&ecirc;s Willem Dicke provou que as bananas prescritas por Haas n&atilde;o curavam e que n&atilde;o alteravam em nada no quadro cl&iacute;nico dos pacientes, que a dieta caiu em desuso. Dicke, portanto, acabou se tornando o respons&aacute;vel pela primeira dieta sem gl&uacute;ten da hist&oacute;ria. &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp; &nbsp;&nbsp;

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'Bebês-banana': médico pensou que a fruta poderia curar doença grave

Imagem de Terremoto de Jiajing: o dia mais mortal da História no megacurioso

N&atilde;o tem como falar sobre o ber&ccedil;o da civiliza&ccedil;&atilde;o chinesa sem mencionar as prov&iacute;ncias de Shaanxi e Shanxi, na China Central. A regi&atilde;o da capital florescente de Shaanxi que serviu como sede da administra&ccedil;&atilde;o imperial para 13 dinastias ao longo da Hist&oacute;ria, tamb&eacute;m recebeu comunidades neol&iacute;ticas que adotaram a agricultura pela primeira vez h&aacute; 600 mil anos. Na Idade M&eacute;dia, a capital ficou conhecida como uma das maiores metr&oacute;poles do mundo.
At&eacute; hoje, a &aacute;rea cont&eacute;m artefatos e monumentos hist&oacute;ricos, como o Pagode do Grande Ganso Selvagem, em Dayanta, e o Ex&eacute;rcito de Terracota de Qin Shi Huang: uma cole&ccedil;&atilde;o de guerreiros em tamanho real em plena forma&ccedil;&atilde;o de batalha, feitos para guardar para sempre a tumba do imperador Qin.
Apesar de todo o poder hist&oacute;rico das prov&iacute;ncias de Shaanxi e Shanxi, elas n&atilde;o foram p&aacute;reas para a implacabilidade da natureza.
<h2>Destrui&ccedil;&atilde;o avassaladora</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/01/01203900272559.jpeg" alt="(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Alchetron/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Tudo come&ccedil;ou em 23 de janeiro de 1556, quando um terremoto se revelou uma das maiores cat&aacute;strofes s&iacute;smicas j&aacute; registradas, respons&aacute;vel por uma cadeia de eventos descontrolada, com inc&ecirc;ndios, fissuras no solo e deslizamentos de terra que s&oacute; potencializaram o n&iacute;vel de mortos.
Os historiadores concordam que cerca de 830 mil pessoas morreram naquele dia, que ficou conhecido como &ldquo;o dia mais mortal de todos os tempos&rdquo;. Para fazer uma compara&ccedil;&atilde;o, a Guerra Civil Americana, considerado um dos conflitos mais sangrentos dos Estados Unidos, demorou 4 anos para atingir a marca de 750 mil v&iacute;timas.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Sunnews&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRFWvqQ3EQr_ny_Ib6PQJR0ZHP_-lqSdDw0Mnr_fTnMQvB7V42ULYi1vWlfE6nNfnLyqoo&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/01/01204017272560.jpg" alt="Imperador Jiajing. (Fonte: Sunnews/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />Imperador Jiajing. (Fonte: Sunnews/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m disso, a magnitude do terremoto foi t&atilde;o grande que o tremor durou apenas alguns segundos, deixando para que sua for&ccedil;a fizesse o verdadeiro trabalho de destrui&ccedil;&atilde;o. Apesar de o Grande Terremoto de Valdivia, no Chile, em 1960, ser considerado at&eacute; ent&atilde;o o de maior &iacute;ndice na Escala Richter, seu rastro de destrui&ccedil;&atilde;o n&atilde;o chega perto do Terremoto de Jiajing &mdash; como foi chamado o desastre, refer&ecirc;ncia ao ent&atilde;o imperador.
O nome de Jiajing foi atribu&iacute;do ao desastre porque, corrupto e burocrata como era, se preparar para terremotos foi a &uacute;ltima coisa que ele pensou quando fez de tudo para que as prov&iacute;ncias de Shaanxi e Shanxi ficassem superpopulosas.
<h2>No que resultou</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/01/01204133803561.jpg" alt="(Fonte: Wildfires/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wildfires/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A destrui&ccedil;&atilde;o do terremoto, potencializada pela neglig&ecirc;ncia do imperador, atingiu de 320 a 400 quil&ocirc;metros de dist&acirc;ncia a partir de seu epicentro perto de Huaxian, no Vale do Rio Weihe. Dos 26 tremores descritos em registros oficiais da China, todos tiveram a bacia do Rio Weihe como o ponto de partida.
As &aacute;reas metropolitanas localizadas perto da bacia do rio perderam metade de sua popula&ccedil;&atilde;o durante o terremoto, sendo que as prov&iacute;ncias de Shaanxi e Shanxi tiveram uma baixa de 60% de seus habitantes.
Estima-se que um ter&ccedil;o das v&iacute;timas foram consequ&ecirc;ncias diretas do abalo, incluindo inunda&ccedil;&otilde;es e inc&ecirc;ndios. Quanto aos outros dois ter&ccedil;os, eles morreram de fome devido ao caminho de destrui&ccedil;&atilde;o do evento, que deixou as pessoas sem meios de subsist&ecirc;ncia.
Em meio ao grande n&uacute;mero de mortos, tamb&eacute;m houve a perda dos recursos naturais, como o Pagode do Pequeno Ganso Selvagem, constru&iacute;do entre 707 e 710 d.C. durante a Dinastia Tang. V&aacute;rios artefatos hist&oacute;ricos foram totalmente destru&iacute;dos ou perdidos durante o desastre, causando um empobrecimento do patrim&ocirc;nio cultural local.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/12/01/01204300241562.jpg" alt="(Fonte: Pluska/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pluska/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
O evento motivou a busca por constru&ccedil;&otilde;es melhores e &agrave; prova de abalos, como aquelas feitas de madeira e bambu, que se tornou a estrutura predominante nessa era anti-terremotos.
Apesar da li&ccedil;&atilde;o que o terremoto ensinou, muitas pessoas vivem at&eacute; hoje em casas das cavernas (Yaodongs em chin&ecirc;s), devido &agrave; falta de op&ccedil;&otilde;es de moradia, ainda que sejam consideradas uma revolu&ccedil;&atilde;o por sua acessibilidade, efici&ecirc;ncia energ&eacute;tica e convers&atilde;o estrat&eacute;gica da terra (ela permite que a terra ar&aacute;vel permane&ccedil;a livre de estruturas acima do solo).
Naquela &eacute;poca, o imp&eacute;rio chin&ecirc;s lutou contra muitas quest&otilde;es, incluindo a desumanidade do reinado do imperador, a deteriora&ccedil;&atilde;o das fronteiras da na&ccedil;&atilde;o sob a amea&ccedil;a de n&ocirc;mades da Mong&oacute;lia e diversos outros problemas. O desastre s&iacute;smico tamb&eacute;m enfraqueceu a soberania da Dinastia Ming e o empobrecimento do Tesouro Imperial.

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Terremoto de Jiajing: o dia mais mortal da História

Imagem de Festa da catapora: a prática do séc. XX para adquirir imunidade no megacurioso

Pelo visto, essas 'festas' não são algo do passado...

Uma festa para a qual voc&ecirc; vai para se infectar de uma vez com uma doen&ccedil;a e for&ccedil;ar seu sistema imunol&oacute;gico a produzir anticorpos contra ela, levando, ent&atilde;o, &agrave; denominada "imunidade de rebanho&rdquo;.
A ideia parece muito com algo que era comum durante o s&eacute;culo XIX, quando a Medicina ainda era rudimentar e a ci&ecirc;ncia n&atilde;o era levada em considera&ccedil;&atilde;o. Mas n&atilde;o, isso est&aacute; acontecendo agora durante a pandemia do novo coronav&iacute;rus, que j&aacute; matou 5 milh&otilde;es de pessoas pelo mundo, das quais mais de 600 mil foram no Brasil.
Desde o ano passado, entre idas e vindas de lockdown, em decorr&ecirc;ncia da doen&ccedil;a mortal, consolidou-se no norte da It&aacute;lia essas "festas da covid" (covid parties), onde pessoas se re&uacute;nem para contrair de uma vez a doen&ccedil;a e ficar &ldquo;imunes&rdquo;. Isso aconteceu, principalmente, quando a <a href="https://www.megacurioso.com.br/ciencia/119390-voce-sabe-como-surgiram-as-vacinas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">vacina</a> ainda n&atilde;o estava pronta.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23200133627699.jpg" alt="(Fonte: NoticiasYa/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NoticiasYa/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A pr&aacute;tica virou tend&ecirc;ncia entre jovens em idade escolar, como afirma o coordenador de sa&uacute;de Patrick Franzoni, em entrevista ao The Daily Beast. &ldquo;Eles tentam adquirir a infec&ccedil;&atilde;o sem perceber que o v&iacute;rus tamb&eacute;m &eacute; perigoso em crian&ccedil;as e jovens. Existem consequ&ecirc;ncias a longo prazo e, mesmo os mais novos, podem acabar no hospital&rdquo;, disse ele.
Essas "festas" est&atilde;o acontecendo ao longo da fronteira com a &Aacute;ustria, que tem um dos maiores n&uacute;meros de casos e menores taxas de vacina&ccedil;&atilde;o em toda a Europa, e j&aacute; fez sua passagem nos Estados Unidos, no Canad&aacute;, na It&aacute;lia, em Roma e no Brasil.
<h2 class="uk-text-justify">A festa de gente estranha</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23200254596701.jpg" alt="(Fonte: Medical News Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Medical News Today/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A vacina contra o v&iacute;rus varicela-zoster, que causa a doen&ccedil;a comumente chamada de catapora, foi desenvolvida no Jap&atilde;o no in&iacute;cio da d&eacute;cada de 1970 pelo m&eacute;dico Michiaki Takashi, mas foi apenas em meados de 1995 que passou a ser amplamente utilizada nos pa&iacute;ses ocidentais.
A catapora causa bolhas que se espalham principalmente pelo tronco, costas e no rosto da crian&ccedil;a, em um n&iacute;vel altamente contagioso. Durante cerca de 1 semana, as bolhas come&ccedil;am a formar uma crista enquanto o corpo luta contra a infec&ccedil;&atilde;o, sob sintomas de febre, fadiga e dor de cabe&ccedil;a. A doen&ccedil;a costuma ser benigna, exceto para mulheres gr&aacute;vidas, beb&ecirc;s e pessoas com o sistema imunol&oacute;gico comprometido.
Foi exatamente devido aos seus sintomas menos mortais que surgiu a irrespons&aacute;vel tend&ecirc;ncia de fazer as "festas da catapora" entre as crian&ccedil;as durante a d&eacute;cada de 1970 e 1980 pelos EUA. Quando uma crian&ccedil;a em alguma vizinhan&ccedil;a contra&iacute;a a doen&ccedil;a, os outros pais levavam seus filhos para a casa dela para exp&ocirc;-los &agrave; enfermidade.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23200423908702.jpg" alt="(Fonte: CNN/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CNN/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
As crian&ccedil;as eram encorajadas a distribu&iacute;rem beijos entre si, copos, guardanapos, brinquedos, assobios e tudo o que tivesse mais secre&ccedil;&atilde;o o poss&iacute;vel para confirmar a infec&ccedil;&atilde;o. A pr&aacute;tica motivou festas de cont&aacute;gio pelo mundo inteiro durante endemias e pandemias, como aconteceu com a gripe su&iacute;na em 2009.
Os &oacute;rg&atilde;os reguladores de sa&uacute;de e a Ci&ecirc;ncia sempre fizeram campanhas para desencorajar a pr&aacute;tica, que &eacute; irrespons&aacute;vel e perigosa. Afinal de contas, como foi observado pelo&nbsp;InfectionControl.Tips, a doen&ccedil;a n&atilde;o &eacute; o &uacute;nico elemento que ser&aacute; compartilhado nesses eventos.

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Festa da catapora: a prática do século XX para adquirir imunidade

Imagem de Os infames trens de fezes humanas de Nova York no megacurioso

Querendo ou não, tinha que aguentar o fedor…

O lodo de esgoto, tamb&eacute;m conhecido como bioss&oacute;lido, &eacute; uma massa microbiana que decanta durante o processo de tratamento do <a href="https://www.megacurioso.com.br/saude-bem-estar/120299-como-a-colera-em-londres-mudou-os-sistemas-de-esgostos-para-sempre.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">esgoto</a> bruto. Por anos, o res&iacute;duo de toda a cidade de Nova York &nbsp;acabou no leito do rio Hudson ou no Oceano Atl&acirc;ntico.
Assim foi feito at&eacute; 1988, quando a Ag&ecirc;ncia de Prote&ccedil;&atilde;o Ambiental dos Estados Unidos proibiu o despejo de bioss&oacute;lidos no oceano ou em rios, colocando a prefeitura da cidade em uma &ldquo;saia justa&rdquo; para encontrar uma alternativa.
O que fazer com toneladas de coc&ocirc; de milhares de cidad&atilde;os de Nova York?
<h2>Os trens</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;NBC News&nbsp;" data-fonte-url="https://media-cldnry.s-nbcnews.com/image/upload/t_nbcnews-fp-1200-630,f_auto,q_auto:best/newscms/2018_16/2402841/180418-nyc-sewage-train-3-al-0918.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23194656789688.jpg" alt="(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A empreiteira Enviro-Gro Technologies teve a ideia de reunir todas as fezes da cidade e transport&aacute;-las em trens para serem usados em campos agr&iacute;colas como adubo. Contudo, a empresa encontrou muitos obst&aacute;culos porque a maioria dos estados n&atilde;o queria ter nada a ver com o coc&ocirc; de Nova York.
A Enviro-Gro s&oacute; encontrou estadia no Colorado, onde estabeleceu um programa de aplica&ccedil;&atilde;o dos bioss&oacute;lidos que durou um ano, de 1991 a 1992. Em abril de 1994, Kelly Sarber, que fazia parte da equipe da empreiteira, escreveu um artigo para a BioCycle descrevendo o alcance p&uacute;blico e a campanha educacional ao n&iacute;vel estadual para promover a aceita&ccedil;&atilde;o p&uacute;blica do programa de bioss&oacute;lidos.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;NBC News&nbsp;" data-fonte-url="https://media-cldnry.s-nbcnews.com/image/upload/t_nbcnews-fp-1200-630,f_auto,q_auto:best/newscms/2018_16/2402836/180418-nyc-sewage-train-2-al-0918.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23194737836689.jpg" alt="(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: NBC News/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
&ldquo;Quando o governador Romer do Colorado saiu para jogar uma p&aacute; cheia de bioss&oacute;lidos da cidade de Nova York em um campo, ficou claro que a localiza&ccedil;&atilde;o inicial do projeto havia sido bem-sucedida&rdquo;, escreveu Sarber.
A aplica&ccedil;&atilde;o do lodo de esgoto como fertilizante em planta&ccedil;&otilde;es ajudou a crescer e apoiar o projeto no Colorado, que durou 20 anos, terminando em 22 de abril de 2012, devido aos custos do programa. Atualmente, metade dos bioss&oacute;lidos de Nova York s&atilde;o usados como aterro e a outra metade na recupera&ccedil;&atilde;o de minas.
<h2>O grande fedor nova-iorquino</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23194905307690.jpg" alt="(Fonte: CBS Minnesota/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: CBS Minnesota/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em janeiro de 2018, a cidade de Parrish, no Alabama, com apenas mil habitantes, entrou em desespero quando um trem de fezes humanas vindo de Nova York ficou encalhado no meio do caminho que atravessa a cidade.
Aquecidas ao sol, nem o ferro dos vag&otilde;es de 250 cont&ecirc;ineres cheios de esgoto conseguiu conter o fedor que contaminou a cidade. Os residentes descreveram o epis&oacute;dio como &ldquo;um verdadeiro pesadelo&rdquo;, que s&oacute; aconteceu porque o comboio foi barrado pela falta de uma liminar da cidade de West Jefferson, que fica no caminho para o destino final, Big Sky Landfill. Visto que Parrish n&atilde;o tinha regulamentos de zoneamento para manter o trem de coc&ocirc; afastado, ele ficou estacionado por l&aacute; at&eacute; que toda a burocracia fosse resolvida.
&ldquo;S&atilde;o apenas fezes puras. &Agrave;s vezes pega voc&ecirc; apenas vindo do ar. Isso tira o f&ocirc;lego&rdquo;, disse a moradora Sherleen Pike &agrave; Associated Press.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/23/23195038449691.jpg" alt="(Fonte: Wall Street Journal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Wall Street Journal/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A prefeita de Parrish, Heather Hall, disse que a cidade cheirava a cad&aacute;veres podres e morte. Tudo ficou contaminado pelo odor. As pessoas chegaram at&eacute; a passar &oacute;leo de hortel&atilde;-pimenta sob o nariz para n&atilde;o sentir o esgoto pelo ar o tempo todo.
Os 5 milh&otilde;es de quilos de coc&ocirc; p&uacute;trido s&oacute; foram retirados da pequena cidade em 18 de abril de 2018, ap&oacute;s 3 meses de sofrimento e muita briga judicial. O governo de Nova York estabeleceu uma meta de acabar com os aterros sanit&aacute;rios at&eacute; 2030, segundo a estrat&eacute;gia de longo prazo chamada &ldquo;Uma Nova York: O Plano para uma Cidade Forte e Justa&rdquo;.

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Os infames trens de fezes humanas de Nova York

Imagem de Como a Primeira Guerra Mundial mudou a indústria de barras de chocolate no megacurioso

O doce foi essencial para garantir o bem-estar dos soldados nas trincheiras da guerra

<head></head><body>Desde seu cultivo com os olmecas da Mesoamérica, a jornada do grão de cacau foi extremamente longa através dos séculos. O primeiro&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119280-qual-e-a-historia-do-chocolate.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">chocolate</a> sólido, depois que o açúcar já era adicionado à bebida com cacau, só aconteceu em meados de 1847 pelas mãos do inventor britânico Joseph Fry.Foi aos poucos que empresas como a Cadbury Chocolate, que antes só vendia o doce em forma de bebida, começaram a adotar a nova forma de comercializar o produto pela Europa. No entanto, a popularidade do chocolate em barra só aconteceu mesmo durante a&nbsp;<a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119905-como-teria-sido-o-mundo-sem-a-primeira-guerra-mundial.htm#:~:text=Com%20in%C3%ADcio%20em%2028%20de,quais%2010%20milh%C3%B5es%20eram%20civis." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Primeira Guerra Mundial.</a><h2>Coquetel de energia</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25204647610696.jpg" alt="(Fonte: HIstory/Reprodução)">(Fonte: HIstory/Reprodução)As condições nas trincheiras da guerra foram doentias de tão horríveis, fazendo os combatentes viverem em meio a peste, sujeira, podridão de cadáveres, alimentos e doenças durante meses sem poder colocar a cabeça para fora do buraco lamacento, especialmente na Frente Ocidental.Sem terem para onde ir, qualquer esforço para fornecer algum alívio emocional e dar um boost&nbsp;na energia dos soldados foi bem recebida, e o chocolate foi um deles. Os militares britânicos deram o produto aos seus guerrilheiros para que ajudasse em seu bem-estar.<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25204821408698.jpg" alt="(Fonte: Daily Hind News/Reprodução)">(Fonte: Daily Hind News/Reprodução)O chocolate já era usado como forma de abastecimento de tropas desde a Guerra de Independência dos Estados Unidos, entre 1775 e 1783, devido a sua combinação explosão de cafeína e açúcar. A guloseima serviu até como moeda entre as tropas americanas durante a guerra.Conforme as rações de chocolate foram se tornando cada vez mais comuns nas linhas de abastecimento britânicas, para não ficar para trás o Corpo de Intendente do Exército dos Estados Unidos solicitou doações de blocos de chocolate de 9 quilos de confeiteiros caseiros para servir às tropas.<h2>A grande loucura</h2><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/25/25204956207701.jpg" alt="(Fonte: WWI Soldier/Reprodução)">(Fonte: WWI Soldier/Reprodução)Esse "boom" das barras de chocolate fez surgir milhares de confeiteiros para suprir a demanda da guerra, criando doces com nomes cativantes baseados em expressões populares, ícones da cultura pop da época e até passos de dança.No final da década de 1920, mais de 40 mil barras de chocolate diferentes estavam sendo feitas nos EUA. Quase todas as grandes cidades tinham um conjunto de confeiteiros produzindo todos os tipos de barras de chocolate, adicionando marshmallow, nozes e frutas.A 18ª Emenda da Barra nasceu em Chicago durante a <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/119778-lei-seca-nos-eua-quando-o-alcool-foi-banido-por-13-anos-do-pais.htm#:~:text=comentar%20e%20compartilhar-,Lei%20Seca%20nos%20EUA%3A%20quando%20o%20%C3%A1lcool%20foi,por%2013%20anos%20do%20pa%C3%ADs&amp;text=Sendo%20assim%2C%20em%20meados%20de,quantidades%20inferiores%20a%2015%20gal%C3%B5es." rel="noopener noreferrer" target="_blank">Lei Seca</a>, devido ao nível de produção acelerado e multiplicação das barras de chocolate. “Foi o nascimento do marketing moderno. Com a maioria das barras usando os mesmos seis ou sete ingredientes, as pessoas tentavam furiosamente descobrir como diferenciar sua marca das demais”, apontou Steve Almond, autor do livro Candyfreak: A Journey Through the Chocolate Underbelly of America.</body>

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Como a Primeira Guerra Mundial mudou a indústria de barras de chocolate

Imagem de Como a China imperial moldou sua sociedade por meio de torturas no megacurioso

A época do império nunca visou trazer algum senso de justiça

Como a civiliza&ccedil;&atilde;o mais antiga da Terra, a China sustenta um legado obscuro na arte da tortura como m&eacute;todo de "aperfei&ccedil;oamento" de sua sociedade a qualquer custo ao longo da Hist&oacute;ria. Os maiores terrores foram concentrados durante o per&iacute;odo imperial, quando ficou claro que n&atilde;o havia inten&ccedil;&atilde;o de trazer algum senso de justi&ccedil;a para a Lei, apenas fazer parar qualquer tipo de &iacute;mpeto de dissid&ecirc;ncia na sociedade.
Isso se refletiu no tratamento ao criminoso do s&eacute;culo XX, durante o reinado da Dinastia Qing, que tamb&eacute;m estava sujeito aos mesmo ideais do tempo da Dinastia Han, do s&eacute;culo II a.C., devido &agrave; <a href="https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/120045-6-estatuas-ao-redor-do-mundo-com-historias-megacuriosas.htm?f" rel="noopener noreferrer" target="_blank">confucioniza&ccedil;&atilde;o</a> da lei e suas puni&ccedil;&otilde;es lenientes pautadas em princ&iacute;pios filos&oacute;ficos perdurantes na civiliza&ccedil;&atilde;o chinesa at&eacute; o s&eacute;culo XX.
Qualquer evolu&ccedil;&atilde;o que aconteceu ao longo dos s&eacute;culos teve mais a ver com detalhes hist&oacute;ricos do per&iacute;odo do que com mudan&ccedil;as no pensamento de quem deveria ser preso e o porqu&ecirc;.
<h2>A saga do prisioneiro</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Historical Photographs of China&nbsp;" data-fonte-url="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSXy9XfLbbBimiMaoCfhW4pac_PLaBTvrerlN0XM2xUX0POLstV_Ht54JDMmmRvCvjgFaI&amp;usqp=CAU"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22194956397655.jpg" alt="(Fonte: Historical Photographs of China/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Historical Photographs of China/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Um criminoso na China imperial estava fadado &agrave; tortura, e o &uacute;nico recurso que poderia atenuar sua penit&ecirc;ncia era a confiss&atilde;o espont&acirc;nea. Antes do in&iacute;cio do m&eacute;todo, o indiv&iacute;duo poderia confessar que cometeu o crime e ter a puni&ccedil;&atilde;o reduzida, como era a regra durante a era Qing.
E n&atilde;o se engane pensando que a puni&ccedil;&atilde;o era restrita aos infratores, pois as testemunhas poderiam receber o mesmo tratamento. Ao longo do processo de investiga&ccedil;&atilde;o judicial, ambos eram questionados pelas autoridades e, se come&ccedil;assem a fugir das perguntas, a tortura entrava na situa&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22195101382657.jpg" alt="(Fonte: Chinasage/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Chinasage/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A princ&iacute;pio, ela acontecia de maneira simples e direta. Os bra&ccedil;os do prisioneiro ou da testemunha eram amarrados a um poste e espancados continuamente at&eacute; que a pessoa come&ccedil;asse a falar.
No livro Reforma e Desenvolvimento dos Poderes e Fun&ccedil;&otilde;es dos Processos Criminais da China, escrito por Weidong Chen, &eacute; explicado que, muito embora um prisioneiro torturado confessasse, em geral o sistema de tortura agia para reunir evid&ecirc;ncias mais rapidamente, resolver casos e cortar custos de investiga&ccedil;&atilde;o. Ou seja, o interrogat&oacute;rio se tornou o principal meio de prova judicial, portanto a tortura era considerada parte importante do processo.
<h2>A saga do condenado</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22195149962658.jpg" alt="(Fonte: Chinasage/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Chinasage/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Apesar de a lei do confucionismo pregar que a puni&ccedil;&atilde;o deveria ser o &uacute;ltimo recurso utilizado, o c&oacute;digo penal da China imperial foi todo pautado em puni&ccedil;&otilde;es corporais ou capitais &mdash; visto que a estrutura moral determinava que voc&ecirc; "merecia o que buscou", por tentar bagun&ccedil;ar uma sociedade bem-organizada.
Para isso, foi criado e implementado o sistema penal das "Cinco Puni&ccedil;&otilde;es", que estabeleceu a lei atrav&eacute;s do grau e da gravidade dos crimes. Antes da dinastia Qing, as puni&ccedil;&otilde;es eram amputa&ccedil;&atilde;o do nariz, de um ou ambos os p&eacute;s, castra&ccedil;&atilde;o e morte. Na &eacute;poca da Dinastia Sui, havia espancamento com bast&atilde;o leve e pesado, servid&atilde;o penal, ex&iacute;lio e morte por estrangulamento ou decapita&ccedil;&atilde;o.
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/22/22195334681659.jpg" alt="(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Pinterest/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em cada uma dessas puni&ccedil;&otilde;es, havia ainda um grau diferente. No caso de um prisioneiro ser condenado a apanhar com um bast&atilde;o, o grau determinaria quantos golpes, de 10 a 50, seriam desferidos no indiv&iacute;duo. Para quem estava no ex&iacute;lio, no entanto, o grau media o qu&atilde;o longe o culpado ficaria da terra firme. A decapita&ccedil;&atilde;o foi considerada pior que o estrangulamento, porque era considerada mais desrespeitosa e humilhante para um corpo que havia sido legado de ancestrais.
Poucos exilados e condenados sobreviviam tempo suficiente para receber sua pena, devido &agrave;s condi&ccedil;&otilde;es insalubres das masmorras onde eram localizadas as pris&otilde;es. Por isso, a expectativa de vida de um prisioneiro na China antiga era muito curta.

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Como a China imperial moldou sua sociedade por meio de torturas

Imagem de Multidões que matam: 3 episódios mais mortais da História no megacurioso

Para que multidões se tornem mais mortais que um automóvel, é preciso apenas de dois fatores: superlotação e desespero

Para que <a href="https://www.megacurioso.com.br/historias-macabras/39104-os-10-casos-mais-bizarros-de-histeria-coletiva.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">multid&otilde;es se tornem mais mortais</a> que um autom&oacute;vel em alta velocidade, &eacute; preciso apenas de dois fatores: superlota&ccedil;&atilde;o e desespero. Por vezes, o excesso de pessoas se torna apenas um agravante em meio ao caos que pode desencadear quando os indiv&iacute;duos se sentem amea&ccedil;ados por algum motivo.
No &uacute;ltimo 5 de novembro, tivemos uma representa&ccedil;&atilde;o disso durante o festival Astroworld, comandado pela estrela do rap Travis Scott, que reuniu no NRG Park, em Houston (Texas, EUA) uma plateia de 100 mil pessoas. No entanto, a gama de problemas e neglig&ecirc;ncias aconteceu bem antes de os visitantes cruzarem os port&otilde;es do local.
A arena escolhida para sediar o evento j&aacute; era conhecida por dezenas de problemas de hiperlota&ccedil;&atilde;o e, somados com falta de seguran&ccedil;a e de suporte necess&aacute;rios para o primeiro evento dessa magnitude realizado nos Estados Unidos desde o in&iacute;cio da pandemia, ele se tornou uma bomba com os minutos contados para explodir. Horas antes do in&iacute;cio do show, milhares de pessoas conseguiram entrar no local por diversas brechas menosprezadas pela produ&ccedil;&atilde;o, diminuindo ainda mais o espa&ccedil;o j&aacute; escasso.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;G1&nbsp;" data-fonte-url="https://s2.glbimg.com/7Q0ke-aDXPTMhWi3QTsd7IXQZJg=/0x0:1700x1065/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2021/x/A/OzQGZXQEumyxS0hCElag/festival.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24215613886000.jpg" alt="(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: G1/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Meia hora depois de Scott ter subido ao palco, &agrave;s 21h30, as primeiras pessoas foram dadas como mortas por conta do caos que se instalou no local. Pessoas presentes disseram que drogas em seringas estavam sendo aplicadas involuntariamente nas pessoas, al&eacute;m das brigas por espa&ccedil;o e empurra-empurra.
O resultado foram, pelo menos, 8 pessoas mortas, com idades entre 14 e 27 anos, e milhares ficaram feridas no local. &ldquo;Foi um inferno&rdquo;, disse Nick Johson, 17, em depoimento ao The New York Times. &ldquo;Todo mundo que estava atr&aacute;s tentava correr para frente do palco&rdquo;.
Mas isso n&atilde;o foi nada em compara&ccedil;&atilde;o aos desastres que j&aacute; aconteceram envolvendo&nbsp;multid&otilde;es.
<h2>1. Iroquois Theatre (Chicago, EUA)</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Chicago Tribune&nbsp;" data-fonte-url="https://www.chicagotribune.com/resizer/DA6IwyEtsj4BO7vMiG-tYeWhhew=/1200x0/top/cloudfront-us-east-1.images.arcpublishing.com/tronc/MEFUX3ZQ5BGIVK3TOITIE5Q6PY.jpg"><img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24215715090001.jpg" alt="(Fonte: Chicago Tribune/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Chicago Tribune/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Em 30 de dezembro de 1909, exatamente 1.700 pessoas, entre crian&ccedil;as e adultos, ocuparam o Iroquois Theatre, em Chicago, para assistir ao musical Mr. Bluebeard. Toda a emo&ccedil;&atilde;o se tornou desespero logo no come&ccedil;o do segundo ato, quando um curto-circuito em um arco de luz incendiou as cortinas e rapidamente atingiu os cen&aacute;rios da produ&ccedil;&atilde;o &mdash; sendo que o teatro foi considerado totalmente &agrave; prova de fogo quando foi constru&iacute;do, em 1903.
Em quest&atilde;o de minutos o teatro se tornou um inferno de chamas, despertando o desespero das milhares de pessoas reunidas no local. Eddie Foy, o protagonista da pe&ccedil;a que conseguiu se salvar, relatou que aconteceu uma debandada louca e animalesca das pessoas, e ali mesmo elas j&aacute; come&ccedil;aram a morrer, bem antes de serem sufocadas pelas chamas.
A luta de milhares de p&eacute;s esmagaram crian&ccedil;as e adultos que n&atilde;o conseguiram chegar a tempo at&eacute; as sa&iacute;das de emerg&ecirc;ncia devido ao incessante empurra-empurra. Muitas pessoas foram imprensadas contra as portas, e seus corpos formaram montanhas que impossibilitaram a sa&iacute;da de outras pessoas.&nbsp;
Naquele dia, 602 visitantes perderam a vida.
<h2>2. Grande Mesquita de Meca (Meca, Ar&aacute;bia Saudita)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24215948888002.jpg" alt="(Fonte: Poder360/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Poder360/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
A peregrina&ccedil;&atilde;o mu&ccedil;ulmana obrigat&oacute;ria que ocorre uma vez na vida de cada religioso em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; Meca, &eacute; considerado um dos eventos mais inspiradores &mdash; e tamb&eacute;m perigosos. Isso ficou comprovado com o desastre de 2015, quando 2 milh&otilde;es de pessoas se reuniram ao redor da Grande Mesquita, na Ar&aacute;bia Saudita.
O caos come&ccedil;ou quando essa turba de gente, que se movia em dire&ccedil;&otilde;es opostas atrav&eacute;s de ruas, passagens e becos, se encontrou em um cruzamento e acabou culminando em um grande caos incontrol&aacute;vel. Muitas pessoas morreram onde estavam, outras foram arrastadas por quil&ocirc;metros pela multid&atilde;o.
Em uma tentativa desesperada, alguns subiram nos outros e tamb&eacute;m nas pilhas de cad&aacute;veres que foram se formando. No final do dia, cerca de 2,4 mil pessoas tinham morrido, ultrapassando o recorde de 1990, quando 1,4 mil pessoas perderam a vida em um t&uacute;nel de pedestres lotado durante a peregrina&ccedil;&atilde;o.
<h2>3. Festa da Liberta&ccedil;&atilde;o (Jerusal&eacute;m, s&eacute;culo I)</h2>
<img src="https://mega.ibxk.com.br/2021/11/24/24220239576003.jpg" alt="(Fonte: SlidePlayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: SlidePlayer/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Conforme o livro A Guerra dos Judeus, escrito pelo aristocrata do s&eacute;culo I, Titus Flavius Josephus, que abrangeu o per&iacute;odo de 69 anos, de Herodes a Nero, a P&aacute;scoa Judaica que aconteceu naquela &eacute;poca foi o maior desastre de todos os tempos.
O autor escreve que um dos romanos armados que guardava o templo judeu, teve a &ldquo;grande ideia&rdquo; de insultar os fi&eacute;is durante o ato religioso. O resultado foi uma multid&atilde;o furiosa exigindo que o soldado fosse repreendido.
Contudo, antes que qualquer medida fosse tomada, alguns fi&eacute;is decidiram resolver o problema por conta pr&oacute;pria, gerando caos para a situa&ccedil;&atilde;o. Quando mais guardas armados desciam para o templo, milhares de pessoas tentavam escapar correndo para a cidade, causando um pisoteamento em massa.
Segundo Josephus, cerca de 10 mil pessoas morreram, transformando uma festa em motivo de luto para toda a na&ccedil;&atilde;o, com cada fam&iacute;lia lamentando a perda de seus entes queridos.

Julio Cezar de Araujo